O ministro Relvas não quis deixar de fazer o seu jantar de curso, como se de um estudante normal se tratasse. Só que no curso dele, parece ter sido o único aluno. Não quis, no entanto, deixar de dar ao momento, a solenidade e a dimensão que normalmente se justificam, num curso vulgar.
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Krugman (aliás como nós) não entende a "paixão europeia" pela austeridade
Economico 25/2/13
Nobel da Economia diz que "defensores da
austeridade" estão a parecer cada vez mais "insolentes e
delirantes".
Paul Krugman não percebe a "paixão europeia"
pela austeridade e considera que os defensores destas políticas estão a parecer
cada vez mais "insolentes e delirantes".
"A vontade de prosseguir uma austeridade sem
limites é o que define a respeitabilidade nos círculos políticos europeus. E
isso seria óptimo se as políticas de austeridade estivessem efectivamente a
funcionar - mas não estão", começa por referir o Nobel da Economia na sua
coluna de opinião no The New York Times, analisando o caso italiano, onde Mario
Monti, pró-austeridade, deverá perder as eleições, atrás do "cómico"
Berlusconi e do comediante Beppe Grillo.
Para Krugman, quando a Europa começou a sua paixão com
a austeridade, a insistência dos altos funcionários era a de que isso traria a
confiança necessária para as já deprimidas economias voltarem a crescer. O que
não aconteceu, sublinha.
"As nações que impuseram políticas de austeridade
severas sofreram crises económicas profundas; quanto mais severa a austeridade,
mais profunda foi a recessão. E na verdade, esta relação tem sido tão forte que
o próprio Fundo Monetário Internacional, num impressionante mea culpa, admitiu
que havia subestimado os danos infligidos pela austeridade", sustenta o
economista norte-americano.
Enquanto isso, a austeridade não serviu sequer para as
nações atingirem as metas de redução dos encargos com a dívida, prossegue
Krugman. "Em vez disso, esses países viram o rácio da dívida em relação ao
PIB subir, devido à contracção das economias", salienta, destacando o
facto de a taxa de desemprego está a galopar.
"A única boa notícia é que os mercados
obrigacionistas acalmaram, em grande parte graças à vontade expressa do Banco
Central Europeu", o que evitou um colapso financeiro. "Mas isso é um
conforto para os milhões de europeus que perderam os seus empregos, mantendo
poucas perspectivas", escreve Krugman.
O senhor Krugman, para além de muitas outras qualidades tem uma pela qual devemos estar gratos: a sua douta opinião sobre a aberração da "paixão europeia" pela austeridade.
De facto concede-nos, que assim pensamos como ele, a noção de que, mesmo sem qualquer formação económica, temos sustentação técnica suficiente para concluir que não somos idiotas!
Obrigado Krugman!
domingo, 24 de fevereiro de 2013
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Os Pescadores de Armação, ensinam-nos qualquer coisa...
É bom saber e sobretudo
rapidamente o que vai mal. O que vai bem é ainda melhor embora, por isso mesmo,
possa até chegar mais lentamente apesar da urgência que
merece.
Não temos acompanhado
amiúde, neste Sitio e nos últimos tempos o movimento da antiga Lota de Armação
de Pêra, agora Posto de Recepção e Transporte de Pescado, reaberta por
iniciativa da Associação de Pescadores de Armação de Pêra.
Os dramas do quotidiano
nacional têm ocupado mais a prioridade da nossa atenção, dada a sua dimensão e
conseqüências generalizadas, as quais, como sabemos e sentimos, chegam
rapidamente a Armação.
Entretanto, pasmos com o que
assistimos, resistentes à miopia mas enleados nas malhas da política nacional
que insiste em render-se a um determinismo cerzido por gente poucochinha mas
poderosa, temos deixado de dar conta de soluções que se impõem no presente
contexto nacional.
Mas há quem resista a esta
tentação e se concentre na melhoria das condições de sobrevivência e com esta
participe activa e diariamente no desenho das soluções que se impõem pela sua
clarividência e, um dia que esperamos seja breve, se generalizarão para bem
desta economia; único antídoto para as conseqüências que o veneno das
concepções neo liberais e financeiras dos estertores finais deste sistema de
desenvolvimento caduco.
Mesmo contra resistências
que, se não se opõem frontalmente ao bom senso, continuam militantes activos da
mais profunda irresponsabilidade social: a letargia agravada pelas funções
públicas para as quais foram eleitos!
Gente que, apesar de tudo o
que se assiste e aprendeu, ainda não realizou que foi eleita para servir, as
pessoas e todos os interesses socialmente relevantes do seu concelho, de entre
os quais, hoje mais que nunca, a economia local se encontra e com esta, paredes
meias: o desemprego.
Meus Senhores, tomem
atenção: estão proibidos de falar em desemprego! Não têm moralidade para
invocarem o desemprego como objecto das vossas preocupações políticas!
De facto, quando pensam em
desemprego, pensam na conservação do emprego público em primeiro lugar...e em
último! Tão só!
Já o referimos outras vezes
que os pescadores, como de resto grande parte dos profissionais liberais,
constituem o menor encargo do Estado e, economicamente falando, o seu maior
contribuinte liquido.
Subalternizando esse facto a
classe política silvense não só é desleal ao mandantes que os elegeram como
revela incompetência nas e para as funções que desempenha; claro está que
também evidencia uma miopia insanável em matéria econômica.
Qual destes atributos o mais
prejudicial ao concelho e ao Pais? Para a economia (NACIONAL, REGIONAL ou
LOCAL) todos, isolada ou conjugadamente, são de uma erosão fatal
Pois bem façamos então o
balanço sobre os efeitos que “pequenas” medidas administrativas tiveram na
economia da Vila, em manifesta contracorrente:
Desde a abertura da Lota
pela associação, no dia 31 de Maio de 2012, até ao final do ano, foram
transportadas e entregues à Docapesca Portos e Lotas S.A., mais de 12 toneladas
de pescado. (Em média, quase duas toneladas mensais)
Há muitos anos que não se
verifica um movimento tão elevado, tudo reflexo de uma comunidade que
finalmente tem ao dispôr as melhores condições de trabalho desde a sua
existência, garantidas pelo trabalho voluntário de muitos armacenenses que dão
o devido valor à actividade dos HOMENS do MAR, e, claro está, em resultado do
trabalho desenvolvido Associação dos Pescadores.
Recorde-se que os pescadores
nunca tinham tido acesso à arca frigorifica nem ao gelo, pois a Docapesca
mantinha a Lota aberta duas horas por dia, aproximadamente, o que era
incompatível com a chegada das embarcações do mar, pois dependendo das artes
que estão a usar podem chegar desde as nove da manhã até ás onze da noite.
Este é o quadro de ECONOMIA
REAL que “os mangas de alpaca” não conhecem e insistem em não conhecer, apesar
de não desistirem de legislar, regulamentar, proibir e autorizar,
contemporizar, atrasar e, ainda por cima, opinar.
Portugal não irá a lugar
algum enquanto esta pequena excrescência da democracia não for colocada na
morada que lhe compete: O ESGOTO PÚBLICO!
Hoje os pescadores de A. de
Pêra tem acesso ao gelo e a arca frigorifica 24 horas por dia e tem garantido o
transporte do pescado também diariamente.
Um pequenissimo passo de
gigante, que já está a dinamizar todo o sector que, pelos volumes de pescado
transferidos no ano passado, deixa patente, mesmo a quem não quer ver, o
importante papel que tem na economia local.
Enquanto
cidadão-contribuinte e cidadão-consumidor desta comunidade nacional não
posso deixar de referenciar este pequeno exemplo cheio de potencial de
pedagogia e inovação (pasme-se) por conter nele vestígios suficientes do
antídoto para a crise que nos persegue.
É que, só a soma destas
pequenas actividades, tão mais eficientes quanto possível, pode concorrer para
o crescimento da economia e com ele, da diminuição do desemprego e com ela o
crecimento (salutar) da receita e a diminuição da despesa (subsidio de
desemprego).
Se é certo que mais
investimento contribui igualmente para o mesmo fim, não nos podemos esquecer
que as nano, micro, pequenas e medias empresas de Portugal, empregam cerca de
70%.
Não sendo menos certo que os
investimentos já realizados e as actividades em curso, dependendo
exclusivamente dos seus titulares e não da eventualidade de qualquer
investimento, devem ser, por imperativo nacional e pátriotico, objecto da maior
atenção, acompanhamento, cooperação, melhoramento, sobretudo quando tem a,
habitual, interferência da administração pública.
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Nazaré o efeito Mc Namara...
Na praia da Nazaré Mc Namara surfou uma onda de 30 m.
Pelas praias do país o efeito Mc Namara é visível!
Algumas praias podem ganhar pelo tamanho das ondas, mas a nossa ganha pela beleza!
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curiosidades
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
A opinião sensata de Baptista Bastos
Socialismo: procura-se e deseja-se?
Baptista Bastos, DN, 20/2/13
Ao contrário do que dizem línguas bífidas, o conclave de Coimbra, que reuniu distintos socialistas e alguns menos distintos, forneceu certos motivos de reflexão.
Exactamente pela circunstância de nada de relevante haver servido de pábulo a uma Imprensa tão deserta de ideias quanto a melancólica vida geral portuguesa.
Os jornais desejavam zaragata: o previsível "duelo" entre Seguro e Costa foi água chilra. António Costa saiu apoiando um triste documento de intenções, cujas essas, as intenções, eram alegremente nulas. Apelidado, apressadamente, de Documento de Coimbra, o virtuoso testemunho (diz-se por aí) devorou horas a graves pensadores do PS e nada exprime que suscite um debate, um sobressalto, uma inquietação, uma expectativa. Seguro pode descansar. Costa, muito astuto e politicamente mais preparado, fez umas negaças, recreou correligionários cabisbaixos com o rumo do PS, recuou e aguarda o momento propício para atacar de frente. E este não é o momento. Ninguém sabe quando o será, acaso nem o próprio Costa. Afinal está a proceder como Seguro o fez com Sócrates. Histórias de chacais emboscados. Saiu de Coimbra caído nos braços do secretário-geral, e muito feliz com aquela miséria toda. Quem estará realmente interessado em dirigir uma nave de loucos? Todos aguardam, nenhum sabe bem o quê.
Passos Coelho prossegue na tarefa de demolição a que se propôs. Ignora que não se altera um Estado e as suas estruturas sociais, culturais e morais com contas de subtrair. Galbraith, hoje esquecido, provou-o com os exemplos do nazismo e do fascismo. É impressionante a desfaçatez com que este homem nos mente, falando como quem se dirige a mentecaptos. 17 por cento de desempregados não o comovem nem demovem. Ameaça que a praga não vai parar. Estamos a morrer como pátria, como nação e como povo mas coisa alguma emociona estes macacos sem fé e sem sonhos. Ri, alarvemente, com o Vítor Gaspar ("um génio" na expressão dessoutro "génio", António Borges), e chega a ser comovente o preguiçoso desdém com que Paulo Portas é tratado pela parelha.
Chegados a este ponto, é lícito perguntar: até onde a democracia pode admitir e sustentar estas indignidades? E onde pára o dr. Cavaco?, auto-omitido por natureza, mas obrigado, pelas funções constitucionais, a fazer algo que impeça a ruptura total. E os socialistas, que "socialismo" ambicionam, se é que ambicionam algum "socialismo"? E, depois de Mário Soares o ter colocado na gaveta, não sufocou definitivamente?
A tempo: confesso-me extremamente sensibilizado com as manifestações de simpatia e, até, de estima, por mim recebidas, durante uns percalços de saúde que me obrigaram a hospitalização. Uma vez ainda, a minha gratidão a todos, e à mística de humanismo de todos aqueles que trabalham e defendem o Serviço Nacional de Saúde. Bem hajam!
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
Baptista Bastos, DN, 20/2/13
Ao contrário do que dizem línguas bífidas, o conclave de Coimbra, que reuniu distintos socialistas e alguns menos distintos, forneceu certos motivos de reflexão.
Exactamente pela circunstância de nada de relevante haver servido de pábulo a uma Imprensa tão deserta de ideias quanto a melancólica vida geral portuguesa.
Os jornais desejavam zaragata: o previsível "duelo" entre Seguro e Costa foi água chilra. António Costa saiu apoiando um triste documento de intenções, cujas essas, as intenções, eram alegremente nulas. Apelidado, apressadamente, de Documento de Coimbra, o virtuoso testemunho (diz-se por aí) devorou horas a graves pensadores do PS e nada exprime que suscite um debate, um sobressalto, uma inquietação, uma expectativa. Seguro pode descansar. Costa, muito astuto e politicamente mais preparado, fez umas negaças, recreou correligionários cabisbaixos com o rumo do PS, recuou e aguarda o momento propício para atacar de frente. E este não é o momento. Ninguém sabe quando o será, acaso nem o próprio Costa. Afinal está a proceder como Seguro o fez com Sócrates. Histórias de chacais emboscados. Saiu de Coimbra caído nos braços do secretário-geral, e muito feliz com aquela miséria toda. Quem estará realmente interessado em dirigir uma nave de loucos? Todos aguardam, nenhum sabe bem o quê.
Passos Coelho prossegue na tarefa de demolição a que se propôs. Ignora que não se altera um Estado e as suas estruturas sociais, culturais e morais com contas de subtrair. Galbraith, hoje esquecido, provou-o com os exemplos do nazismo e do fascismo. É impressionante a desfaçatez com que este homem nos mente, falando como quem se dirige a mentecaptos. 17 por cento de desempregados não o comovem nem demovem. Ameaça que a praga não vai parar. Estamos a morrer como pátria, como nação e como povo mas coisa alguma emociona estes macacos sem fé e sem sonhos. Ri, alarvemente, com o Vítor Gaspar ("um génio" na expressão dessoutro "génio", António Borges), e chega a ser comovente o preguiçoso desdém com que Paulo Portas é tratado pela parelha.
Chegados a este ponto, é lícito perguntar: até onde a democracia pode admitir e sustentar estas indignidades? E onde pára o dr. Cavaco?, auto-omitido por natureza, mas obrigado, pelas funções constitucionais, a fazer algo que impeça a ruptura total. E os socialistas, que "socialismo" ambicionam, se é que ambicionam algum "socialismo"? E, depois de Mário Soares o ter colocado na gaveta, não sufocou definitivamente?
A tempo: confesso-me extremamente sensibilizado com as manifestações de simpatia e, até, de estima, por mim recebidas, durante uns percalços de saúde que me obrigaram a hospitalização. Uma vez ainda, a minha gratidão a todos, e à mística de humanismo de todos aqueles que trabalham e defendem o Serviço Nacional de Saúde. Bem hajam!
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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politica nacional
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Cidadania em tempo de crise
…só há liberdade a sério, quando houver: a paz o pão a habitação…
Mais do que uma geração, é uma comunidade inteira sem perspectivas de vida -trabalho/emprego -. No presente e para o futuro.
Hoje, as estatísticas dizem que o desemprego no Algarve deve rondar os 20% e que nos jovens chegará aos 60%. Em Armação de Pêra a realidade antecipou-se há muito às estatísticas, o desconforto e angústia pela falta de qualquer oportunidade para poder “ganhar a vida” atinge quase todas a famílias. Os “anos dourados” da construção desenfreada, só deixou riquezas balofas e não criou postos de trabalho duradouros, e hoje, já não existem as actividades sazonais, - fumeiros, armações de pesca, apanha de produtos do campo, limpeza e/ou actividades na época balnear - que não sendo opção para uma vida, vinham amenizar as dificuldades da gestão familiar. Armação de Pêra foi instrumento desregrado, posto a jeito pelas autoridades responsáveis: Câmara/Governo, à medida das ambições dos novos “Midas do futuro radioso”: “os patos-bravos”. Planearam a ocupação dos solos com projectos com futuro e criação de postos de trabalho – como já tinha sido feito pela ex-Junta de Turismo – Não! Demitiram-se das responsabilidades em troca do lucro fácil e imediato! Vende-se tudo! Hipotecam até a dignidade de uma terra e de uma comunidade!
A Câmara age como uma família de passado nobre, mas falida; viciada no consumo e na ostentação, sem ideias nem vocação para gerar rendimentos para as suas necessidades, vende os dedos e os anéis para manter as aparências da importância que ainda julgam possuir.
E os Armacenenses? Voltaram aos tempos da “miséria envergonhada” “ …os homens jogam às cartas nas “paredes” e bebem vinho na taberna do Serol…”
In :António Pereira; Notícias do Mar.
Este era o retrato nos já idos e tristes anos 60/70.
E hoje? O que esperam os jovens desta terra? – Porque os pais só esperam que haja algum futuro para os filhos – arranjar algum trabalho! Já nem importa que seja naquilo que estudaram, que aprenderam ou que mais gostam! É necessário e urgente dar rumo à vida! Nem a família tem mais posses, e ninguém se sente bem a depender dos outros!
Ou então emigrar! Mas para onde? Com que garantias?
Qualquer promessa de trabalho é bem-vinda; melhor ainda, se for aqui na terra!
A nova moeda de troca! Oferecer trabalho! Prometer o futuro! Mesmo que nada se concretize, a simples promessa já endeusa quem a faz! E há contrapartidas? Claro! A submissão aos interesses superiores de quem promete, seja ele Cabral, Leite, Franco ou Augusto, como condição para poder aspirar a uma prebenda, emprego ou promessa de apoio. E quando as estas aliciações vêm associados apelos e compadrios das autoridades: que a com eles pactuam e compartilham em ilegalidades e objectivos não declarados. Então não há cidadania, por mais-bem alicerçada, que não vergue!
A vida está tão difícil e o futuro tão incerto!
Ser-se íntegro, vertical, defendendo convicções e princípios, ser cidadão de corpo-inteiro; infelizmente não é a mais comum das atitudes: mas são a defesa destes valores que marcam a fronteira entre o servilismo, o favorecimento e a corrupção.
Luís Ricardo
Mais do que uma geração, é uma comunidade inteira sem perspectivas de vida -trabalho/emprego -. No presente e para o futuro.
Hoje, as estatísticas dizem que o desemprego no Algarve deve rondar os 20% e que nos jovens chegará aos 60%. Em Armação de Pêra a realidade antecipou-se há muito às estatísticas, o desconforto e angústia pela falta de qualquer oportunidade para poder “ganhar a vida” atinge quase todas a famílias. Os “anos dourados” da construção desenfreada, só deixou riquezas balofas e não criou postos de trabalho duradouros, e hoje, já não existem as actividades sazonais, - fumeiros, armações de pesca, apanha de produtos do campo, limpeza e/ou actividades na época balnear - que não sendo opção para uma vida, vinham amenizar as dificuldades da gestão familiar. Armação de Pêra foi instrumento desregrado, posto a jeito pelas autoridades responsáveis: Câmara/Governo, à medida das ambições dos novos “Midas do futuro radioso”: “os patos-bravos”. Planearam a ocupação dos solos com projectos com futuro e criação de postos de trabalho – como já tinha sido feito pela ex-Junta de Turismo – Não! Demitiram-se das responsabilidades em troca do lucro fácil e imediato! Vende-se tudo! Hipotecam até a dignidade de uma terra e de uma comunidade!
A Câmara age como uma família de passado nobre, mas falida; viciada no consumo e na ostentação, sem ideias nem vocação para gerar rendimentos para as suas necessidades, vende os dedos e os anéis para manter as aparências da importância que ainda julgam possuir.
E os Armacenenses? Voltaram aos tempos da “miséria envergonhada” “ …os homens jogam às cartas nas “paredes” e bebem vinho na taberna do Serol…”
In :António Pereira; Notícias do Mar.
Este era o retrato nos já idos e tristes anos 60/70.
E hoje? O que esperam os jovens desta terra? – Porque os pais só esperam que haja algum futuro para os filhos – arranjar algum trabalho! Já nem importa que seja naquilo que estudaram, que aprenderam ou que mais gostam! É necessário e urgente dar rumo à vida! Nem a família tem mais posses, e ninguém se sente bem a depender dos outros!
Ou então emigrar! Mas para onde? Com que garantias?
Qualquer promessa de trabalho é bem-vinda; melhor ainda, se for aqui na terra!
A nova moeda de troca! Oferecer trabalho! Prometer o futuro! Mesmo que nada se concretize, a simples promessa já endeusa quem a faz! E há contrapartidas? Claro! A submissão aos interesses superiores de quem promete, seja ele Cabral, Leite, Franco ou Augusto, como condição para poder aspirar a uma prebenda, emprego ou promessa de apoio. E quando as estas aliciações vêm associados apelos e compadrios das autoridades: que a com eles pactuam e compartilham em ilegalidades e objectivos não declarados. Então não há cidadania, por mais-bem alicerçada, que não vergue!
A vida está tão difícil e o futuro tão incerto!
Ser-se íntegro, vertical, defendendo convicções e princípios, ser cidadão de corpo-inteiro; infelizmente não é a mais comum das atitudes: mas são a defesa destes valores que marcam a fronteira entre o servilismo, o favorecimento e a corrupção.
Luís Ricardo
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politica municipal
Pregando aos Peixes, como Santo António!
Os
textos que publicamos hoje, da autoria de Paul Degrauwe e Medina Carreira são
extraordinários.
Extraordinários
porquanto correspondem ao tipo de informação, séria, sustentada e desapaixonada
que a delicadeza e a profundidade da crise que atravessamos, Portugal e a
Europa, exigem, fazendo-o ainda com raras clareza e concisão, também por aí
exibindo contraste suficiente para qualquer cego, ver, o que só é atingível em
resultado de muita competência e trabalho.
Trata-se
também de informação estruturada e estruturante de que os cidadãos carecem para
melhor equacionarem o contexto que condiciona dramaticamente a sua existência.
Em
contraste com o “ruído” que caracteriza o essencial da informação que lhes é
oferecida ou instilada quer pelos interesses tácticos da classe política quer
pelos interesses comerciais dos órgãos de difusão publicitária também chamados,
impropriamente na maior parte das vezes, de comunicação social.
Remadores
contra a maré da comunicação sem conteúdo relevante, estes analistas merecem um
elogio expresso por parte dos cidadãos-eleitores-contribuintes, na certeza de
que são expoentes de uma intervenção/participação de que as comunidades carecem
e da qual não podem prescindir se se tratar de mudar de paradigma, coisa que
nos parece de uma inevitabilidade alucinante.
Infelizmente
pregam aos peixes, como Santo António!
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