segunda-feira, 2 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
Primeira medida drástica do FMI: o fim do Dolce Fare Niente, pela via da mudança do clima!
O FMI encontra-se profundamente empenhado em agir sobre as causas mais profundas do atraso português que se encontram na origem da crise nacional, hoje em dia mais evidente através do défice abissal do orçamento geral do estado e na descontrolada divida do Pais.
Uma das causas determinantes encontradas pelo FMI é o clima. As sociedades do Norte da Europa caracterizadas por um clima frio e hostil constituem o baluarte da eficiência, do trabalho e da riqueza, ao invés das sociedades do sul com um clima moderado e agradável propicio ao dolce fare niente.
Assim a primeira medida do FMI, inesperada por todos, foi implementada com uma eficiência cirúrgica e uma eficácia gélida e teve por objectivo a almejada alteração climática que transfigure radicalmente os portugueses convertendo-os em trabalhadores, eficientes e, a muito longo prazo, ricos!
Claro que o FMI arriscou muito ao ter executado esta medida sem a autorização da Assembleia da Republica e do Governo apesar das bondade das razões invocadas (o sigilo impossível de conservar com a classe política nacional e as intermináveis discussões acerca dos aspectos acessórios da questão que poderiam durar meses) pode constituir justa causa de expulsão do pais, caso os portugueses se transfigurem naquilo que a experiência visa. Mas só nesse caso.
Não fora a inconfundível 8ª Maravilha de Portugal (A Catedral da Luz) e poderíamos estar em Helsinki
Não se conseguiu apurar porém a razão da escolha da zona de Benfica e Amadora para a realização da medida experimental e os meios de comunicação, desta feita, não conseguiram atingir o grau de especulação habitual, dando-nos o produto da sua imaginação como se de informação se tratasse.
De parabéns está o FMI pelo sigilo que conseguiu manter na concepção, preparação e execução da referida medida.
No entanto, fontes habitualmente bem informadas referem que apesar de não ter contado o FMI, em qualquer das fases do seu plano, com o concurso de um cidadão nacional sequer, a operação foi considerada um verdadeiro insucesso uma vez que o microclima experimental objecto da “Operação Travesti” deveria ter tido a sua zona de impacte entre o Terreiro do Paço e Belém passando por São Bento e não na zona de Benfica e arredores.
Anteveem aquelas fontes, com base em informações obtidas na mesma origem, que irão certamente rolar cabeças no departamento do FMI, responsável pelos efeitos especiais, o qual, segundo se consta, encontra-se empestado por técnicos finlandeses e alemães (especialistas em causar arrepios).
O snr. Presidente da República, intramuros, considerou a experiência um êxito e a ideia interessante e, se tiver que ser, pois que seja, lamentando nunca ter-se lembrado desta solução.
O snr. Primeiro Ministro, entre correligionários, lamentou mais esta consequência desastrosa da não aprovação do PEC IV, evitável se têm "ido por ele" e o Dr. Passos Coelho congratulou-se por não ter visto o Estado envolvido na experiência fazendo do facto prova das potencialidades da iniciativa privada. Entretanto deu instruções à sua esposa para comprar imediatamente um casaco de peles, "nem que tenhas que de ir a Badajoz! - terá dito", pois não queria mais especulações dos opinion makers acerca da sua falta de preparação para o frio que aí vem.
Enquanto isto os principais banqueiros reuniam-se e preparavam um comunicado acerca dos prejuízos causados pelas inundações nas agências bancárias da zona, o que constitui lamentavelmente razão fundada para adiar o aumento de capital que estavam a prever realizar nos seus bancos, já a seguir, lá prá semana.
O snr. Zé Manel, soldador de Porto Brandão não achou graça nenhuma ao sucedido e muito menos às dificuldades que teve em chegar ao Centro Comercial Colombo, enquanto a dona Cátia, massagista de profissão, ficou possessa por ter rasgado o novo vestido primaveril durante o seu resgate do cabeleireiro, às costas de um bombeiro, por acaso muito giro e um gajo muita porreiro.
Na venda do Bulhocas, Arménio, trolha da Areosa, entre duas mines, questionava-se porque não tinha nevado no Dragão e sobre a sorte do Benfica que apesar do granizo se manteve majestaticamente de pé, quando muito bem poderia ter ficado subterrado (para sempre) para glória do FêCêPê.
Todos eles decidiram no seu íntimo, sem que dessa conclusão dessem noticia a ninguém para evitar a concorrência, que algo podia realmente mudar e que por isso tinham de passar a ser eficientes e sistemáticos a jogar no Euromilhões, coisa que, lamentavelmente, pouco tinham feito, por falta de tempo.
sábado, 30 de abril de 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Um pais de loucos (?)....

Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no jornal Público, de 2010-06-21
Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes.
Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade.
Enquanto o legislador se entretém maquinal mente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família.
Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade.
Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejada de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário.
Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso
Médico psiquiatra
“A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.” (Horácio)
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Esta gente(afinal) é do norte...
O assunto merece atenção e outros mais cuidados (designadamente o aproveitamento mediático que está a ser feito do mesmo pelos midea nacionais) mas aquela e aquele que o Embaixador lhe concedeu com delicadeza e acutilância merece, também pela forma, o nosso mais sincero aplauso. Por isso o publicamos.
Naturalmente que, das razões que nos colocam neste estado de necessidade, destacando as que nos dizem obviamente respeito ( o que não nos temos cansado de fazer e concernem, entre outras, à despesa descontrolada) não podemos deixar de destacar aquelas que decorrem da crise internacional, designadamente a financeira, o que só por si justifica outra solidariedade dos parceiros, sem prejuízo de carecer sobretudo de outras políticas bem mais adequadas, que tanto se impõem quanto tardam.
notas pouco diárias do embaixador português em França
terça-feira, 19 de abril de 2011
Carta a um diplomata finlandês
Caro Steinbroken
Por estes dias, recordo as noitadas em que nos cruzávamos nos salões dos Maias, no Ramalhete, às Janelas Verdes, nas tertúlias que o José Maria retratou no livro a que deu o nome daquela família. Lembro-me da generosidade com que você, diplomata finlandês, era recebido naquele cenáculo, onde, com carinho lusitano mas cosmopolita, entre mesas de whist ou numa ronda de bilhar, ou ouvindo-o a si como "barítono plenipotenciário", procurávamos atenuar a sua nórdica solidão.
Muita água passou sob as pontes. Você regressou aos gelos da sua Finlândia, eu por aqui fiquei, com a escassa fortuna que Celorico me deixou.
Há uns anos, caro Steinbroken, você escreveu-me para Lisboa, dizendo do agrado com que vira Portugal apoiar, com entusiasmo, a entrada do seu país na União Europeia. Elogiou o facto de, ao contrário de outros, não termos achado que a "finlandização" havia sido um imperdoável pecado histórico de agnosticismo estratégico, um genérico triste da "realpolitik". E recordar-se-á de eu lhe ter respondido, na volta do correio, que, conhecendo-o a si, nunca o tivera por seguidor do "better red than dead".
Noutra ocasião, você veio bater-me epistolarmente à porta, pedindo que deixasse cair uma palavra nas Necessidades, com vista a evitar que Portugal cedesse a um compreensível egoísmo, por mor dos fundos estruturais, a ponto de poder criar obstáculos aos Estados bálticos, “primos” da Escandinávia, que queriam então aceder à NATO e à União Europeia. A resposta da nossa diplomacia foi, reconheça, soberba: embora o alargamento fosse um passo que tinha em Portugal um dos países mais prejudicados, adoptávamos uma visão solidária da Europa, pelo que entendíamos que um mínimo de respeito histórico nos obrigava a acolher aqueles Estados no nosso seio. Da caixa de vodka que você me mandou, com um cartão catita, a agradecer a diligência, ainda me resta uma botelha.
Pensava partilhá-la consigo, Steinbroken, numa sua próxima vinda a Portugal, à cata de sol e de olho nos corpos morenos, Chiado abaixo. Passaríamos pelo Grémio, jantaríamos no Tavares e iríamos degustar o resto dos álcoois no meu terraço, Tejo à vista. Eu contar-lhe-ia a poética aventura eleitoral do Alencar, a carreira como banqueiro da besta do Dâmaso, o folhetim da venda da “Corneta do Diabo” à Prisa, a colaboração do Cruges com os “Deolinda”, a agitação do Gouvarinho e de outros tantos, nas lides que levam às Cortes.
Mas, agora, o que me chega? Que você foi ouvido, num dos últimos dias, passeando sob as árvores onde o verde já brota, ali na Promenade, no centro de Helsínquia, recém-saído do spa do vizinho Kämp, de braço dado com um alemão, com tiradas muito pouco simpáticas sobre Portugal e os portugueses. E que dizia você? Que, afinal, o compromisso político que a Finlândia havia dado à estabilidade do euro, que servira para a Grécia e para a Irlanda, poderia já não valer para Portugal. Ao seu lado, o alemão ecoava coisas parecidas, quiçá esquecido que o meu país, como todos os outros parceiros europeus, andou anos a pagar elevadas taxas de juro, para liquidar a fatura da reunificação da Alemanha, que hoje é, como sempre foi, o grande beneficiário do mercado interno europeu.
É triste, caro Steinbroken, é muito triste que a frieza do vosso egoísmo lhes faça esquecer que a solidariedade é uma estrada de dois sentidos. Aqui, por Portugal, estamos a atravessar uma conjuntura difícil. Outras já tivemos, todas ultrapassámos. Mais recentemente, cometemos alguns erros, revelámos fragilidades que a crise sublinhou. Pensávamos poder contar com os amigos. Ao longo dos tempos, aprendemos a ser gratos a quem nos ajuda, a ser-lhes leais quando de nós necessitam. Não somos rancorosos, porque alimentar ressentimentos mesquinhos não está na nossa maneira de ser. E sabe porquê? Porque, na vida internacional, mantemos alguns sólidos valores, os mesmos que nos permitiram sobreviver nove séculos como país, um dos mais antigos do mundo, sabia?
A vossa atitude, a vossa quebra de solidariedade, porque revela o conceito instrumental que têm da Europa, para utilizar uma frase que você repetia, entre outras platitudes árticas, pelas noites do Ramalhete, “c’est très grave, c'est excessivement grave…”.
Receba um abraço, ainda amigo, orgulhosamente (quase) mediterrânico do
João da Ega
Postado por Francisco Seixas da Costa
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quarta-feira, 27 de abril de 2011
Armação de Pêra: Obras da treta...
Colheita de Sangue em Armação de Pêra

Associação dos Dadores de Sangue do Barlavento do Algarve promove uma colheita de sangue no dia 24 de Maio em Armação de Pêra.
A recolha terá lugar na Escola Básica 2.3 António Contreiras das 10:30 às 14:00
terça-feira, 26 de abril de 2011
Em Armação de Pêra a CMS e JF oferece lixo a quem nos visita!
segunda-feira, 25 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
Mobiliário urbano: Reutilização sim, restauro também!
É o caso desta "geração" de bancos de jardim que também se encontravam no Largo da Igreja, os quais, não sendo uma obra prima, com o restauro adequado, (o que, pelos vistos, já ia para além do talento autárquico) poderiam ter sido repostos, para prazer dos mais velhos que não têm onde se encostar quando sentados nos blocos de granito.
Apesar da bondade do principio, nem sempre é assim: é o caso dos ecopontos que não mereceram o rejuvenescimento que se justificava numa Vila turística onde foi feito um enorme investimento.
A estética em matéria de ecopontos, em Armação, não mereceu um avo que fosse.É a força de atração do lixo que resiste a sair da cena pública armacenense !
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Obras: qualidade da treta...
quinta-feira, 21 de abril de 2011
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Património Natural