O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 27 de novembro de 2010

The Ocean mantêm estrela no guia Michelin

O Chef austríaco Hans Neuner e a sua equipa estão mais uma vez de parabéns



O ano passado noticiamos neste blog que O The Ocean tinha ganho uma estrela no Guia Michelin, este ano a estrela continua a pertencer-lhe enquanto outros a perderam. O The Ocean pertence ao restrito grupo dos 11 restaurantes portugueses premiados pelo Guia Michelin com uma 1 estrela.

Para um restaurante ostentar uma estrela Michelin não basta ter um grande chefe à frente da cozinha. Muitos tem-nos de excelente qualidade mas nem por isso têm estrelas Michelin. É preciso ter condições de trabalho excepcionais, bons produtos, uma boa equipa, tempo para testar novas receitas, uma boa carta de vinhos, e excelente serviço.

A propósito da economia, da confiança, da crise...

As estatísticas pretendem demonstrar que os Portugueses são dos povos mais desconfiados e menos cívicos da Europa...

25 de Outubro de 2007, 06:30
Por Sérgio Soares, da agência Lusa
Lisboa, 25 Out (Lusa) - Os portugueses são o povo mais desconfiado da Europa Ocidental e ocupam a 25ª posição entre 26 países num estudo da OCDE destinado a medir a amplitude da desconfiança e falta de civismo dos diferentes povos recenseados.

Os estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da "World Values Survey", citados no novo livro "A Sociedade da Desconfiança, por dois economistas franceses do Centro para a Pesquisa Económica e suas Aplicações (CEPREMAP), demonstram que esta "ausência de confiança generalizada nos outros e nas instituições é mensurável e afecta a economia e a sociedade em geral" em todos os países avaliados.

Os portugueses são, em média, os europeus mais desconfiados, à frente dos franceses (24º lugar) e da maioria dos outros povos desenvolvidos, de acordo com uma outra sondagem realizada entre 1990 e 2000 pela «World Values Survey» que inclui os países membros da OCDE, nomeadamente EUA, Japão, Austrália e Canadá. No último lugar, imediatamente depois de Portugal, apenas os turcos conseguem ser ainda mais desconfiados.Em resposta à pergunta "Regra geral, pensa que é possível confiar nos outros ou acha que a desconfiança nunca é suficiente?", os portugueses ficaram no último lugar, com menos de 18 por cento a responderem afirmativamente. Os franceses situam-se imediatamente a seguir em termos de desconfiança média relativamente aos demais e às instituições.

No outro extremo, 66 por cento dos suecos e 60 por cento dos dinamarqueses admitem por regra confiar nas outras pessoas e nas suas instituições.

Numa comparação entre pessoas com o mesmo nível escolar, sexo, situação familiar, religião e orientação política, face aos noruegueses que ocupam o primeiro lugar relativo aos que mais confiam, os portugueses só ficam à frente da França, Hungria, Turquia e Grécia.

O economista e professor universitário Mira Amaral disse à agência Lusa "não ter ficado surpreendido" com estas estatísticas. Para o antigo ministro da Indústria do primeiro governo de Aníbal Cavaco Silva, a desconfiança "afecta, obviamente, a economia" e indicia incapacidade das pessoas para trabalharem com outras em rede.

"A desconfiança mostra que não acreditamos nas outras pessoas e no País, e quando uma pessoa não confia no seu país não investe", sublinhou, acrescentando que os portugueses "são pouco liberais e muito estatistas".

Opinião semelhante tem o economista António Nogueira Leite para quem "a desconfiança social afecta, sem dúvida nenhuma, a competitividade" ao criar entropias que complicam as relações económicas e por implicarem o "falhanço de alternativas" válidas.

"É um indicador importante", afirmou, referindo-se às estatísticas recolhidas nestes estudos.

O também economista e professor universitário João César das Neves, embora só concorde em termos gerais, afirma-se "surpreendido" com a colocação de Portugal porque, apesar dos portugueses serem um "povo muito desconfiado há pior na Europa".

Graças aos franceses que, em regra, se situam nos estudos citados quase sempre pior colocados, os portugueses são os menos cívicos e apenas ultrapassados por mexicanos e franceses, ocupando também a terceira posição entre os povos que acham legítimo receber apoios estatais indevidos (baixas por doença, subsídios de desemprego etc.), adquirir bens roubados (14º lugar para os portugueses contra 20º lugar dos franceses) ou aceitar luvas no exercício das suas funções (12º lugar para os portugueses e 21º lugar para os franceses).

Para Mira Amaral, estas estatísticas tornam evidente também o problema do Estado providência que não suporta indefinidamente os abusos de pessoas sem escrúpulos que recebem apoios sociais indevidos através de métodos fraudulentos, por exemplo para conseguirem baixas médicas."Este comportamento não é atávico" nos portugueses, no sentido de que não possa ser remediado, mas é "uma grande pecha", afirma.

A maioria dos inquiridos nos estudos da OCDE e no livro diz, contudo, condenar a falta de civismo, qualquer que seja o país considerado. No entanto, os habitantes dos países nórdicos e anglo-saxónicos são maioritários em relação aos do Mediterrâneo ao considerarem que tais actos nunca se justificam.
Os autores dos diferentes estudos chegam à conclusão que a falta de civismo é transversal a todas as sociedades e não apenas às pessoas com menor nível escolar.

De acordo com o comportamento registado entre os diplomatas de 146 países nas Nações Unidas e nos consulados em Nova Iorque, no que respeita ao cumprimento das regras de trânsito, constata-se que entre 1997 e 2005 os diplomatas portugueses foram os que mais infracções cometeram mas beneficiando de imunidade, entre os ocidentais (68º lugar), bastante pior situados do que os espanhóis (52º) e só à frente dos franceses (78º).

Na longa lista de estatísticas sobre comportamento, o das empresas portuguesas no estrangeiro são as que menos envergonham ao situarem-se a meio da tabela, no 15º lugar, entre as que menos tentativas fazem para corromper nos mercados onde se instalam.
Segue-se uma lista decrescente integrada pela França, Espanha, EUA, Bélgica, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Áustria, Austrália, Suécia e Suiça.

As empresas que mais tentativas de corrupção fazem são as da Índia, China, Rússia, Turquia, Taiwan, Malásia, África do Sul, Brasil, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Itália, Israel, Hong Kong, e México.
Para quase 20 por cento dos portugueses e franceses "para se chegar ao topo, é necessário ser corrupto".

Neste aspecto, Mira Amaral faz questão de explicar que existem duas motivações. Uma assente na inveja dos que não suportam ver alguém triunfar e outra dimensão baseada na convicção justificada do povo de que a classe política, através de esquemas, promoções e "amiguismo", consegue obter mais privilégios do que os devidos.
"A promiscuidade entre grupos económicos e políticos leva as pessoas a terem alguma razão nessa sua desconfiança", constata Mira Amaral.
"Hoje em dia, não se é premiado por se ter tido uma boa carreira mas por amiguismo", sublinha o antigo governante que confirma ter constatado inúmeras vezes este fenómeno e o ter sofrido na pele.

O antigo ministro reconhece que "há um grande tráfico de influências e de amiguismo" que favorece indevidamente os círculos que disso beneficiam.
Belgas, franceses, italianos e portugueses são os povos europeus que menos confiam na sua administração da justiça, contra os dinamarqueses que ocupam o 1º lugar entre os que mais confiança depositam no respectivo sistema judicial.
Curiosamente, os portugueses são dos que mais confiam no seu parlamento (9º lugar), apenas atrás da Suíça, Espanha, Áustria, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Holanda e Noruega, e ocupam paradoxalmente o mesmo lugar no "ranking" dos que mais confiam nos sindicatos, apesar das elevadas taxas de desvinculação sindical.

Os mexicanos, seguidos dos turcos, checos, gregos e franceses são os que declaram não ter "nenhuma confiança" nos respectivos parlamentos.
No seu livro "A Sociedade da Desconfiança", Yann Algan e Pierre Cahuc consideram que a origem da desconfiança se baseia no corporativismo e no estatismo. Essa mistura criou em vários países um "círculo vicioso de desconfiança e de disfunções do modelo económico e social", liquidando a bandeira do universalismo que alguns povos gostam de apresentar.

O estudo dos dois economistas franceses revela que, se não existisse uma desconfiança tão elevada em relação às outras pessoas e às instituições (governo, parlamento, sindicatos), em média por habitante, os portugueses teriam aumentado em 18 por cento os seus rendimentos médios entre os anos 2000 e 2003 com efeitos idênticos sobre o PIB.
João César das Neves considera que a desconfiança é "sem dúvida" um elemento importante para a dinâmica económica mas que ela é, antes de mais, uma "terrível influência para a vida social e o equilíbrio pessoal e familiar". Para este economista, o efeito sobre o crescimento ainda é o menos importante.

Os autores do estudo dizem relativamente à França, citando os principais líderes políticos, entre os quais Francois Bayrou, que o país vive a "mais grave crise da sua história recente, e que esta é uma crise de confiança" nas instituições e nos diferentes órgãos do Estado.

Mira Amaral concorda e considera que, "genericamente, as estatísticas apresentadas também estão de acordo com as características dos portugueses como povo".
João César das Neves acha que esse elemento é importante mas secundário, sublinhando mais o facto de vivermos numa época de transição social, com enorme transformação das instituições, hábitos e costumes e a consequente crise cultural, que é particularmente visível na Europa.
"Além disso, a tradicional tendência portuguesa para a violação das regras também tem efeitos, junto com a má qualidade da classe política", destaca.
Pouco optimista, afirma que a desconfiança tem flutuado ligeiramente com as crises económicas e políticas. "Estamos hoje melhor que há três anos, mas pior que há dez. Mas trata-se de pequenas alterações à volta de um nível baixo", conclui.

O velho ditado com "um olho no burro e outro no cigano" parece continuar a guiar o comportamento quotidiano dos portugueses.
SRS.
Lusa/fim
( http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/EVfkRu9tdosxOzbGTJ7O1w.html)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Despudor na desconsideração de valores estruturantes num Estado de Direito

Portugal condenado por cobrança excessiva de custas judiciais.

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) condenou Portugal pela cobrança de custas judiciais acima do aceitável.



O processo custa ao Estado Português 190.000 euros, o valor da indemnização atribuída aos lesados que tiveram de pagar mais pelas custas de um processo do que o valor que receberam por via dele: uma indemnização pela expropriação dos seus terrenos para que a Brisa construísse uma auto-estrada.


Para o TEDH, Portugal viola o direito constitucional de propriedade e de justa indemnização pela sua perda. 



Refira-se que em Portugal, o pagamento de custas judiciais tem natureza fiscal e corresponde à contrapartida do fornecimento de um serviço de acesso à justiça.

Esta característica mantém-se com o novo Código das Custas, que entrou em vigor em Janeiro de 2009.

No entender daquele tribunal, não foi assegurado um equilíbrio justo entre os interesses em causa, ou seja, o direito dos proprietários receberem um valor pelos terrenos, e o interesse geral da sociedade na contrução da estrada.



O acórdão revê o caso de um terreno no Alentejo com cerca de 130 mil metros quadrados, que foi expropriado em 1995 aos proprietários, a favor da Brisa, para a construção de uma auto-estrada.

Não foi conseguido na altura acordo entre os expropriados e o expropriante, pelo que a indemnização veio a ser definida por uma comissão de arbitragem que avaliou o terreno em 177.000 euros.

Nem os proprietários nem a Brisa concordaram com o valor definido, iniciando-se uma série de recursos.

No final, o valor da indemnização pela expropriação foi fixado pelo tribunal em 197.236 euros, tendo o Tribunal da Relação confirmado essa decisão. 




As custas do processo a pagar pelos proprietários, foram fixadas em quase 500.000 euros. Foram alvo de reclamação, tendo o tribunal diminuindo as custas para cerca de 309 mil euros.

Este valor também alvo de recurso, que chegou até ao Tribunal Constitucional, mas esta instância não aceitou o caso.

A questão foi então levada ao TEDH (Tribunal Europeu dos Direitos do Homem) que decidiu a favor dos proprietários expropriados.

A taxa de justiça foi fixada em 15.000 euros e considerada paga, e a indemnização a receber em 190.000 euros.

O Estado tem até Fevereiro para pagar aos lesados.




A noticia justificaria um livro sobre Cidadania, Estado de Direito, Contrato Social e de como o Estado Português em muitos aspectos se encontra mais próximo do aparelho do Rei Soberano que de um verdadeiro Estado moderno e Social.

O acesso à justiça é gratis em muito paises europeus, a começar pela vizinha Espanha.

Em Portugal, pelo contrário, assiste-se já a inumeras violações dos direitos individuais, mormente em matéria fiscal, que ficam impunes, mas não só mas pior, porquanto se perpretam verdadeiras injustiças sem que ninguém ou qualquer direito possa acudir aos lesados.

Recorde-se apenas os números publicados pelo Provedor de Justiça que apontavam para um sucesso processual dos contribuintes em Tribunal na ordem dos 60%!

Desconheçemos é o número de processos que teriam o mesmo fim caso fossem impugnados por aqueles que não têm, hoje em dia, dinheiro para pagar os preparos judiciais, esquecendo já os honorários do advogado que por eles litigasse judicialmente!

Daqui também será lícito concluir acerca do valores que o Estado, despudoradamente, cobra nos processos que não são impugnados, mas que bem poderiam sê-lo caso o contribuinte tivesse dinheiro.

Isto para não falar do temor (ou pavor) de muitos outros contribuintes que continuam convencidos que pagar o que lhes pedem ainda é o que lhes fica mais barato, dando corpo à verdadeira aberração que constitui a renúncia objectiva ao exercício de direitos constitucionais por parte de cidadãos por virtude de uma memória remota que os retém na idade média interagindo com a Inquisição, ou mais recentemente, no consulado Salarazista interagindo com a P.I.D.E..

O verdadeiro, mais profundo e nobre fim da Revolução de Abril era, implicitamente, dizimar os efeitos destes atavismos decorrentes dessas memórias remotas nos cidadãos que despontavam para integrar uma nova, verdadeira e meritória República!

Trinta e seis anos depois, ainda não se encontram atingidos!

O Estado que se pretende social, alegando cumprir a sua natureza é bastas vezes anti-social!
E os seus cidadãos não "morrendo" da doença, morrem bastas vezes da cura!

Jorge Jesus ainda "acradita"...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coffee Break

Carpir é nosso, como os produtos nacionais. Não Esquecer!

Uma sugestão que nos veio pela Net e à qual não podemos(nem devemos...) deixar de ser sensíveis!


EM VEZ DE CARPIR, AJUDE!...
POR FAVOR, LER ATÉ AO FIM PARA AJUDARMOS PORTUGAL


Estima-se que se cada português consumir mais 150€ de produtos nacionais, por ano, a economia cresce acima de todas as estimativas e, ainda por cima, cria postos de trabalho.

Ponham o mail a circular. Pode ser que acorde alguém.
Dê preferência aos produtos de fabrico Português. Se não sabe quais são, verifique no código de barras.
Todos os produtos produzidos em Portugal começam por 560 ........

Reformas com tecto máximo de 1700 euros

Na Suíça, ao contrário de Portugal, não há reformas de luxo. Para evitar a ruína da Segurança Social, o governo helvético fixou que o máximo que um suíço pode receber de reforma é 1700 euros. E assim, sobra dinheiro para distribuir pelas pensões mais baixas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

No Algoz pais pedem segurança



Um grupo de encarregados de educação de alunos da Escola Básica nº 1 e Jardim-de-Infância (EB1+JI) de Algoz marcou para hoje de manhã um cordão humano à volta do estabelecimento de ensino, como forma de alertar a comunidade para a insegurança e falta de higiene. O grupo está a promover também um abaixo-assinado, que será entregue à presidente da Câmara de Silves.

O dinheiro para a educação tem dificuldades em aparecer, tanto aqui em Armação de Pêra como no Algoz, mas para festas, romarias e consultadoria jurídica Isabel Soares já sabe gastar à tripa forra.

Veja-se os exemplos dos ajustes directos:

Prestação de serviços contínuos de aluguer, montagem e desmontagem de stands e tendas 73000 euros
ALLTENDAS - Aluguer e Montagem de Equipamentos para Eventos, Lda

Aquisição de Prestação de Serviços Jurídicos 70000 Euros
Leonor Bentinho e Carla Bentinho - Sociedade de Advogados, RL


Fornecimento de T-shirts e Bonés para realização do evento Silves Tour 2010 5960 euros
Zero X, Lda

Prestação de serviços na área da comunicação e propaganda - Geração S - lançamento de imagem 7500 euros
Think Comunicação, Lda

5 ANOS DO PENEDO GRANDE

A tarefa do Penedo Grande e do seu criador Paulo Silva insere-se, em nosso entender, num contributo inestimável para a criação de uma opinião pública no concelho.

Quem nos conhece sabe ser nossa profunda convicção de que só uma opinião pública informada pode promover a edificação de uma sociedade melhor, diremos mesmo se tomarmos como ponto de partida a sociedade que temos, uma sociedade muito melhor!

De facto uma opinião pública esclarecida tenderá a deixar de atender ao folclore eleitoral e a exigir programas eleitorais e mandatários capazes cuja acção concreta fiscalizará com outra exigência e competência.

Com o devido respeito àqueles que o possam fazer sem nosso conhecimento, são já os blogues da iniciativa da sociedade civil do concelho, como o Penedo Grande, que antecipam virtualmente esses cidadãos do futuro!

E com resultados no condicionamento do comportamento da classe politica concelhia bem menos modestos que aqueles que o Paulo Silva refere no post alusivo.

Sobretudo pelo contributo do Penedo Grande para esse elevado objectivo, aqui deixamos uma sincero obrigado pelos cinco anos percorridos nesse caminho.

Pela iniciativa, qualidade, consistência e persistência do cidadão que participa gostaríamos de deixar o aplauso e a justa homenagem !

J.J.J.

E se Banksy “atacasse” a Fábrica do Inglês…

... a câmara de Silves não esbanjava o nosso dinheiro em estudos como o Plano de desenvolvimento estratégico para o turismo na cidade de Silves, integrando a Fábrica do Inglês, que só vai servir para Inglês ver!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

O Mercadinho disléxico, do Portugal dos pequeninos!

Os dias que correm são de crise económica. Tudo leva a crer que os vindouros assim permanecerão até que tudo se componha, se acreditarmos que este sistema de desenvolvimento irá encontrar forma de se reformular e encontrar novo fôlego.

Num pais como Portugal, apesar das medidas tomadas pelo governo, que se viu finalmente obrigado a autoflagelar-se reduzindo o peso salarial da função pública, medida que se impunha de há muito, à qual resistiu, como uma avestruz, enquanto foi possível e apesar da evidência sobre a sua inevitabilidade atentos os sistemáticos desmandos orçamentais dos sucessivos governos e o estado das contas públicas que motivaram, persiste-se numa atitude, agora chorosa, continuadamente desfocada sobre a realidade, quer por parte dos responsáveis políticos, quer por parte de muitos agentes económicos.

Vem tudo isto a propósito dos estigmas que as actividades especulativas, como a especulação imobiliária, que caracterizaram um certo tipo de desenvolvimento, de resto, como se vê, inconsequente, lavraram fundo no mercado.

Muitos agentes económicos, designadamente os senhorios, como se nada tivesse acontecido no mercado e na economia, teimam em reclamar pelas rendas dos seus imóveis, valores absolutamente incomportáveis para os negócios que nos mesmos escolhem instalar-se, tal como hoje correm.

É recorrente assistir a muitos desempregados, com iniciativa e saber, tentarem jogar mão de qualquer pequeno negócio, na busca de um pequeno lucro que lhes permita amenizar os seus défices.

Para tanto recorrem ao arrendamento com carácter permanente – uma loja – ou transitório – um espaço – numa superfície comercial tradicional ou esporádica ( do tipo Fatacil).

Invariavelmente concluem que a facturação realizada chegou, quando chegou, para a renda e para pagar a mercadoria transaccionada. O trabalho não foi remunerado porque o volume de negócios não chegou para mais.

Os senhorios ou promotores destas feiras (stockmarket , stock ligth ou equivalente, como agora se chama) continuam, indiferentes, a reclamar rendas que não tem nada que ver com a nossa economia, muito menos com o estado em que a mesma se encontra, permanecendo em “jogo” graças à procura dos incautos que arriscam resistir à adversidade com trabalho, iniciativa e empreendorismo.

As regras, ou a ausência das mesmas, estabelecidas pela especulação imobiliária continuam a caracterizar a actividade de grande parte deste sector de actividade!

As conclusões que retiram da crise é continuar a agir da mesma forma esperando o mesmo resultado. E enquanto o número de incautos continuar a aumentar, como é de esperar com o aumento do desemprego, continuarão a sobreviver com aquelas regras.

Há senhorios que mantêm as suas lojas para arrendar longos meses a fio, aguardando o tonto que as ocupe pela renda pedida.

Senhorios, muitas vezes em estado de necessidade, teimam em manter elevadas as suas pretensões, crentes que é a atitude mais sensata!

Sem fazer contas ao que perdem, aninham-se com os seus sonhos especulativos a somar as rendas que virão a receber quando o incauto aparecer.

Quando acordam, se não for na iminência de um despejo do seu inquilino, por falta do pagamento de rendas, é pela notificação de que o inquilino não suporta o seu custo, pretendendo fazer cessá-lo o mais rapidamente possivel.

A Lei da Oferta e da Procura é letra morta neste mercado. Esta não é uma economia de mercado.

A agiotagem caracteriza mais este sector que qualquer valor integrante do conceito de empresariado.

Razão talvez tivesse tido a lei das rendas salazarista que as congelava, talvez por conhecer bem a natureza ancestral daqueles que dão razão ao ditado "não sirvas a quem serviu"!

Desses direitos, por seu turno, muitos inquilinos usaram e abusaram, explorando o uso e habitação de exploradores e explorados, deixando aos interpretes vindouros desses mesmos papéis o "stress" de uma verdadeira luta de classes.

A inteligência da classe politica democrática nos sucessivos episódios governativos nunca querendo perder os votos dos protegidos pela lei das rendas salazarista ou seus sucedaneos nunca lidou o problema de frente, antes tentou contorná-lo pretendendo transformar, em verdadeiro passe de mágica, todos os inquilinos em proprietários, em vez de se preocupar mais em contribuir para o funcionamento eficiente do mercado.

Conservou votos, através de uma politica "social" à conta dos senhorios. Como é bonito ser-se generoso à custa alheia!

De resto, como tem feito com o produto dos nossos impostos, mantendo o emprego clientelar na administração pública e os privilégios sociais dos seus funcionários, face aos demais, na saude e na reforma.

Tudo isto enquanto em economias maduras, nada resiste à Lei da Oferta e da Procura. Mesmo o imobiliário e todos os contratos que ao sector dizem respeito.

Mas isso é outra estória! É a estória das especificidades portuguesas.

Mesmo a classe empresarial, na qual, qualquer economia de mercado, tem fundadas expectativas enquanto agentes do desenvolvimento, em Portugal, salvo honrosas excepções, quando ultrapassa a insignificância, gosta de viver paredes meias com o orçamento, não é seduzida pelo risco, nem pelo investimento, e, em boa verdade, nem sequer pelo mercado, permanece atavicamente a apreciar a especulação e o curto prazo.

Por outro lado, os sindicatos não dão melhor conta de si, permanecem envoltos na neblina Sebastianica, aguardando diferentes resultados, apesar de conservarem as mesmas práticas.

A juventude da democracia, o diletantismo da sua classe politica, a assepsia das elites politicas, culturais e económicas, a rejeição da realidade profunda do Portugal salazarista e da sua pobreza ancestral por um lado e os fundos estruturais europeus por outro, “acompanhados à viola” pela euforia do contributo inestimável do apelo ao consumo típico de uma sociedade desenvolvida, que parecíamos ser, criaram-nos uma ideia virtual de desenvolvimento, sem qualquer sustentação na economia real.

Disléxicos todos. Os senhorios são só um bom exemplo disso!

Que agilidade podemos esperar deste mercado paralítico, para aniquilar os condicionamentos que nos retraiem?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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