A câmara de Silves na ânsia de obter dinheiro fácil para a sua sobrevivência, sempre considerou esta freguesia como um bem inesgotável, nunca procurou criar os mecanismos para garantir o seu desenvolvimento sustentável, integrando o desenvolvimento económico, a qualidade de vida da sua população e o meio ambiente nas suas várias dimensões.

São inúmeras e facilmente verificáveis as disfunções existentes: aumento da dependência do automóvel particular, deterioração da qualidade do ar, expansão urbana em mancha de óleo ou destruição de zonas verdes e da faixa litoral.
O desenvolvimento de qualquer núcleo urbano deve respeitar os limites da sustentabilidade, ou seja, o desenvolvimento urbano deve ocorrer com “ordenação, sem caos e destruição, sem degradação, possibilitando uma vida urbana digna para todos”, desiderato que em Armação de Pêra não se verifica e, tudo indica que, por este caminho, nunca virá a verificar-se.
O “crescimento” do sector habitacional em Armação de Pêra apresenta padrões de desenvolvimento preocupantes.A expansão urbana, calculada através da análise da área impermeabilizada, teve um crescimento exponencial entre os anos 80 e 2000.
As decisões da administração tem ido num único sentido: arrecadar receita mesmo que para que isso se tenha de urbanizar todo o terreno disponível, ainda que esteja localizado em zonas ambientalmente sensíveis.
Esta administração tem cada vez maiores dificuldades em resolver os problemas mais básicos! Veja-se o que aconteceu este verão com as descargas dos esgotos na ribeira, cujas consequências todos conhecemos; da dificuldade em manter a vila limpa, ou da gestão ineficaz do estacionamento e mobilidade de quem cá habita ou nos visita ou, como a cereja no topo do bolo, a vergonhosa utilização do quadro eléctrico da Associação dos Pescadores com o único intuito de não pagar a energia consumida.
Nós, Armacenenses queremos que sejam adoptadas novas práticas, não queremos ser “governados” como objectos, queremos participar na escolha racional e colectiva de prioridades, na definição dos interesses públicos, que garantam a sustentabilidade para as gerações presentes e vindouras.
De facto, temos todos, o dever de preservar,senão melhorar, as condições de existência que recebemos. Este dever assenta no valor supremo que é a vida, é inegociável e insusceptível de interpretações ao bel prazer de interesses menores e conjunturais de políticos de pacotilha sem dimensão ou visão prospectiva ou empresários do risco nulo, da especulação e do lucro fácil!