O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Urnas para nados vivos, reinventam nados mortos...

Noticia de ultima hora!
Está em curso uma campanha eleitoral.
A oferta é banal, repetitiva à náusea, o discurso serôdio, o conteúdo desértico, aqui e acolá salpicado de humor negro. Fedem todos a naftalina democrática.

Os actores eleitorais representam uma fastidiosa pantomina perante um eleitor virtual, pois só para ele pode dirigir-se a sua verve.

O eleitor real, quando bem intencionado, arrasta a custo o corpo de uma alma muito pouco crente, até às urnas; Quando cúmplice, impulsiona o corpo de uma alma inexistente ou ausente ou adiada, até às urnas; Quando amorfo, descrente, reagente ou simplesmente marginal levita o corpo e a alma dentro de um microcosmos impenetrável, revestido de camadas sobre camadas sucessivas de discursos políticos eleitorais plenos de estultícia e de inconsequência, naturalmente sedimentadas pelo seu próprio peso, que aumenta a cada ocorrência pendular, garantindo a estanquicidade do casulo do seu isolamento.

Para todos eles, as urnas que foram concebidas para serem o principio de alguma coisa, converteram-se no fim de coisa alguma.

Para mudar de paradigma, urge regenerar a oferta política, caso contrário corremos o risco de cristalizar a insanidade em que a partidocracia converteu um sistema virtuoso.

De facto, em democracia, continuar a fazer o mesmo e esperar resultados diferentes é insano!

4 comentários:

Anónimo disse...

Que devemos fazer? Digo devemos porque depende de todos nós...

Anónimo disse...

Presidente da Câmara de Silves exorta próximo Governo a alterar lei autárquica


A presidente da Câmara de Silves (PSD) exortou hoje o próximo Governo a alterar a legislação que regulamenta as autarquias para permitir que o partido que vença as eleições detenha sempre maioria para não ser "boicotado" pela oposição.


"Espero que a partir de 5 de junho haja um governo com poder para alterar a lei das autarquias para que quem ganhe governe e não esteja nas mãos das oposições", defendeu Isabel Soares, em declarações à Lusa.

Há quase 14 anos a comandar a Câmara de Silves, Isabel Soares - a primeira e até agora única mulher a presidir uma autarquia no Algarve -, lamenta ver muitas vezes os seus projetos para o concelho "boicotados" pela oposição.

Atualmente sem maioria absoluta na Câmara Municipal - os vereadores do PS e da CDU (4) ultrapassam o número de vereadores sociais democratas (3) -, a autarca viu o orçamento que propôs para este ano chumbado três vezes.

"Por ser o último mandato eu gostaria e sempre pensei que fosse um mandato muito mais fácil, mas tem sido mais difícil", admite, lamentando que muita gente utilize a política "para fazer outros cavalos de batalha".

Apesar de nunca ter detido maioria na Assembleia Municipal, Isabel Soares já dispôs noutros mandatos de maioria absoluta na Câmara mas a situação atual tem-lhe trazido "muitos transtornos", revela.

A aprovação do orçamento para 2011 foi um deles, com a oposição a chumbar o documento por três vezes consecutivas numa situação que se arrastou por várias semanas e que, segundo a autarca, chegou a pôr em causa postos de trabalho.

"Fui sempre apologista de quem ganha poder constituir uma maioria confortável", reitera, queixando-se de não ter conseguido levar avante alguns objetivos a que se propôs por serem depois "boicotados".

Anónimo disse...

Em Silves vive-se uma autêntica Teatrocracia.

Anónimo disse...

Que pungente homilia!

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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