O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

CASINO DE ARMAÇÃO DE PÊRA : PASSADO DE FORTUNA, FUTURO DE AZAR?

Pela mão do industrial Gregório Nunes Mascarenhas Netto funcionou até meados da década de quarenta em Armação de Pêra o primeiro casino que se situava, grosseiramente, no actual quarteirão delimitado pela Av. Sá Carneiro e pelo Beco do Casino Velho.


Naturalmente criado para entretenimento dos que afortunadamente tinham possibilidades de veranearem, ou simplesmente dispor de férias para veraneio, podendo viajar e alojar-se em Armação de Pêra, os quais eram realmente muito poucos, constituiu expressão de uma visão turística de futuro e da dimensão de empreendedor do seu fundador.

O futuro chegaria porém aquela Armação de Pêra, de forma abrupta e tal como outros imóveis antigos, depositários de algum interesse histórico e arquitectónico para a Vila, veio aquele a dar lugar a edifícios de habitação incaracterísticos, sendo certo que neste caso, o imóvel, sem qualquer uso a quando da sua demolição, se encontrava em avançado estado de degradação e abandono absoluto.

Mas o bom exemplo não caiu em saco roto!
Na verdade o grupo de armacenenses que liderou o processo de consagração definitiva da vocação turística de Armação, traçando-lhe a nova dimensão e organização urbanas, não descurou a restauração de um espaço lúdico que repusesse as melhores vivências da sua juventude no Casino Velho, colocando-o no centro da sua obra de desenvolvimento, com a qualidade de uma aposta clara, dimensão para as necessidades que se anteviam, localização soberba e multidisciplinaridade que o entroncamento de uma economia em estádio de desenvolvimento pouco mais que medieval com o desenvolvimento europeu do pós guerra, aconselhava, frutos de uma politica que, nesta sede, foi esclarecidamente estratégica.

Casino Armação de Pêra

Foi assim, em 1958, inaugurado o novo casino, o qual funcionou sem interrupções até ao final da década de setenta.

Infelizmente o desenvolvimento do processo democrático não satisfez, então como ainda hoje, todas as necessidades da sociedade portuguesa, muitas delas com raízes ancestrais, na ignorância, no analfabetismo, na iliteracia, na miséria, e muito menos em prazo que evitasse um conjunto estonteante de asneiras grossas que ameaçaram e ameaçam o porvir de Armação.
O que foi facto foi que a entidade responsável pelo Casino, não sabendo, nem na altura, nem hoje, definir para esta infra-estrutura um destino consentâneo com os novos tempos, em razão da ausência total de uma estratégia consistente para o turismo e economias local e nacional, responsabilidade que bem pode partilhar com o executivo local como com o nacional, abandonou-o à progressiva degradação.

Apontamos a incompetência e a irresponsabilidade como tendo sido as principais razões do abandono. No entanto, para alguns armacenenses mais radicais a opinião é diversa. Para esses, depois de fechado, em ruínas, servindo de latrina pública e frequentado pela marginalidade, seria mais fácil justificar junto da população a sua transformação em mais um edifício de apartamentos como esteve na cabeça de muitos “patos bravos” que ajudaram a desvirtuar completamente esta vila.

Vamos lá saber quem terá razão? Certo é que não tivera sido a intervenção do Dr. Jorge Sampaio na altura Presidente da República e provavelmente hoje não estaríamos uma vez mais a escrever um post sobre o Casino de Armação de Pêra.

A intervenção daquele amigo de Armação de Pêra, voltou a colocar o Casino no mapa e motivou a que fossem efectuadas algumas adaptações, permitindo que ai funcionasse o GAT, um paliativo para tapar os olhos aos armanceneses e um adiamento criminoso de uma politica consistente para o turismo – o principal exportador português – e do desenvolvimento sustentado de Armação de Pe(d)ra.

(continua)

6 comentários:

Anónimo disse...

Na altura do casino velho os burgueses de Silves ainda vinham deixar algum em Armação de Pêra.
Nos dias de hoje só k vem buscar os impostos.

Anónimo disse...

Não se preocupem que a família soares é bem capaz de “agarrar” no casino agora que estão cheios da “massa” depois de terem vendido a fábrica do Inglês e a ALICOOP.
Podem constituir uma sociedade aqui por armação, para enganarem os pequenos accionistas que depois vão ficar a ver navios, ao que parece aqueles que investiram na fábrica do Inglês vão ficar a ver a serra por um canudo.

Anónimo disse...

Anónimo
Pareces o padre, o advogado ou lá o que és a escrever.

Anónimo disse...

Que o casino é cobiçado, disso ninguém tem duvidas. Para quê é que gostaria de saber.

Anónimo disse...

Para fazer uma casa-de-banho pùblica,ou um lar para os sem-abrigo!

...uma vez fui à cave do dito casino (em 1995) e vi "bostas" do tamanho de ratos,e ratos do tamanho de gatos...

Imagino como deve estar agora!

liquidificador disse...

ESTIVE NO CASSINO EM MAIO DE 2012 ESTE MES E GOSTARIA DE SABER O E-MAIL DO CASSINO PARA PODER ME COMUNICAR COM A GERENCIA, POIS TIVE O DISSABOR DE SER MALTRATADO POR UMA CAVALGADURA QUE NÃO SE IDENTIFICOU.
TINHAMOS DECIDIDO JOGAR E JANTAR NO CASSINO EM VIAGEM QUE FAZEMOS TODOS OS ANOS E FOMOS TRATADOS COMO MOLEQUES
QUEM TIVER O E-MAIL FAVOR ME ENVIAR
EMAQUA@GMAIL.COM

Correio para:

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