O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

PARQUEAMENTO AUTOMÓVEL PAGO

Contra a exploração, marchar, marchar!

Segundo o blog do Vereador haver-se-á realizado no passado dia 30 de Janeiro mais uma reunião do plenário municipal para deliberação sobre, entre outros, o projecto de Regulamento Municipal de Estacionamento na vila de Armação de Pêra, o qual prevê a concessão em exclusivo para fornecimento, instalação e exploração de parquímetros nas zonas de estacionamento de duração limitada previstas para aquelas localidades.

Não sabemos ainda o que pensa a autarquia sobre a “apropriação” da via pública para ordenar o estacionamento automóvel e, por via disso arrecadar receita. Menos sabemos ainda sobre o investidor que se abalizará a tão interessante negócio, esperando não vir a cair numa qualquer “bragaparques connection”!

Desconhecemos portanto o que por ai virá sobre o assunto e o mesmo se diga sobre o conteudo desse regulamento!

Infelizmente, a gestão da autarquia, sobretudo no que a Armação de Pêra concerne, não tem precedentes de bondade, qualidade, responsabilidade e competência que nos permita esperar boa coisa!

Dai que arrisquemos dar algumas opiniões sobre o assunto, mesmo desconhecendo o teor do que por aí vem.

O estabelecimento de zonas de parqueamento na via pública, tem, quanto a nós, algum sentido, quando estivermos perante um excesso de tráfego e de viaturas, como é patente, no caso das zonas centrais de Lisboa ou Porto.

Tem ainda sentido, sobretudo para, pela via do custo que o parqueamento nessas zonas implica, vir a obter-se uma utilização mais parcimoniosa por parte dos utentes, visando a permanente libertação de espaços que permitam uma utilização frequente durante o dia a todos os interessados, enfim a susceptibilidade de parqueamento em zonas de grande afluência de viaturas.

A afluência de viaturas é tanto maior quanto mais forem os serviços, públicos ou privados, sediados nessas zonas cuja susceptibilidade de estacionamento se visa proteger, no interesse da economia, da eficiência na actividade dos utentes e da harmonia e bem estar geral.

A via pública, como o próprio nome indica é pública, por conseguinte ao serviço de todos nós.
Qualquer limitação de acesso e utilização da via pública aos cidadãos automobilistas, carece de uma explicação convincente que apure razões sérias e válidas, mas também relevantes e evidentes.

É o caso das normas dos Código da Estrada que limitam a utilização de certas zonas sobretudo por razões de segurança rodoviária ou dos peões.
Por serem de uma evidência merediana e de interesse geral e público, não careçem de explicações e são resultado, na maior parte das vezes, do bom senso técnico.

O mesmo não podemos dizer da limitação do direito de acesso e utilização do espaço público com finalidade de dificil compreensão e ainda mais difícil aceitação!

Senão vejamos:

Armação de Pêra que é o caso que aqui nos motiva, tem, segundo o snr. presidente da junta de freguesia, em declarações recentes ao “Correio da Manhã”, cerca de seis mil habitantes, estendendo-se por algumas centenas de Km2.
Tudo o que mais sobra em Armação de Pêra são vias públicas livres para circular e estacionar, em cerca de dez meses por ano.
Por outro lado, tudo o que mais falta em Armação de Pêra são serviços públicos (com excepção para o mercado) ou privados que motivem a afluência de utentes motorizados ou não, durante cerca de dez meses por ano.

Que interesses visa atingir então uma medida como aquela que se anuncia?
Concluimos desde logo que a motivação só pode ser o acréscimo da receita gerada em Armação de Pêra. No entanto, fazendo que não percebemos e tentando esgotar a racionalidade de tal medida, podemos crer que se trata de uma medida que visa intervir e regular o estacionamento no periodo mais intenso de tráfego: o verão!

No pressuposto de que assim seja, sempre nos ocorre perguntar:
- Será que as medidas previstas se destinam a cobrar parqueamento exclusivamente nesses dois meses de verão, de intensa afluência?
- Será que as medidas previstas se destinam a proteger esteticamente as zonas centrais da Vila, concedendo melhores condições para os peões e usufruto de vistas para a via frente-mar, em obediência aos interesses do usufruto turistico?

Estas duas questões são centrais!
De facto, começando por responder à segunda questão, se o objectivo é esse, não cremos que seja obtido pela via do parqueamento oneroso, mas sim pela sua proibição, já agora em resultado da pedonização, tal como se encontra previsto “há séculos” e prometido “mil vezes” sobretudo no periodo eleitoral!
Por outro lado, a verificarem-se razões atendíveis, as quais ainda não conseguimos descortinar totalmente (só nos ocorrendo as necessidades de fluência no trafego automóvel para abastecimento ao comércio, à assistência médica, à segurança e pouco mais que só se atingem pela proibição de estacionamento), para se implementar tal medida, só seria aceitável nesse periodo de dois meses de verão!

Fora desse periodo (sem prejuizo de, mesmo nesse periodo, carecer tal medida de uma justificação séria) defendemos que não só não existem razões para o pagamento de parqueamento, como o consideramos mais uma ultrajante exploração do povo de Armação de Pêra e um autêntico, escancarado e descarado abuso de poder.

Compreendemos a necessidade de receita para o orçamento municipal, mas também sabemos que a responsabilidade de tal necessidade não cabe a Armação de Pêra, principal contribuinte do concelho, nem à sua população, ou aos seus investidores.

Cabe à má gestão da despesa, que é abundante e incontinente!
A solução para a saúde da receita, talvez deva começar por uma gestão parcimoniosa, competente, pacífica e transparente da despesa! Não será, Senhora Presidente da edilidade?

Ou será que a pretexto de um progresso bacoco sem qualquer materialidade, que é a marca que esta edil deixará para a história, apenas se pretende, hipocritamente esmifrar ainda mais o mexilhão?

Para já e pelo que nos toca, quanto a parqueamento pago: NÃO OBRIGADO!

10 comentários:

Anónimo disse...

A Senhora presidente ao apresentar para discusão e aprovação do regulamento, tem certamente como objectivo, que todos os que partilham a vida nesta vila, como residentes porque nela trabalham ou nos visitam, encontram um aqui um lugar para estacionar.

Acho infeliz a comparação feita com o Bragaparques, recordo que o silo para parqueamento de vituras foi construído pela câmara, é um investimento público que muito agradou a quem cá vive e nos visita.

Anónimo disse...

E os aumentos das águas, saneamento e residuos que vêem ai também são investimentos publicos para agradar a quem cá vive e compra casa?

Anónimo disse...

Caro am muito atento....

Sugeria desde já a feitura de uma lista "independente" para a C.M.Silves.
Isabel Soares, Adelina e vª. Exª.
Contem com o meu voto.....

Anónimo disse...

Era uma espécie de trio maravilha... cocó, ranheta e facada...

Anónimo disse...

A Rainha Isabel agora pretende estender o seu manto pela via pública, como lhe der na real gana!
E que se lixe a economia dos armacenenses que já gozam de muitos beneficios para usufruto publico: o sol, a praia e o mar. Não lhes chega? pergunta a Soberana.

Anónimo disse...

Tão amargos que estão estes comentaristas.
Nesta época do ano em que o divertimento é o rei da festa e por algum tempo como diz o nosso presidente da república devemos esquecer as patacuadas dste governo, lá vêm os do reviralho mais uma vez no bota a baixo ao trabalho da Dra Isabel Soares.
Para que exista realmente informação e reportagem séria de Armação de Pêra vou enviar umas fotos do adeus à Nossa Senhora de Fátima que espero as publique como faz com as outras de mal dizer.
Um bom carnaval a todos, não tenham medo da ventania venham ao carnaval trapalhão da nossa vila.

Anónimo disse...

O objectivo não é nenhum dos que JJJ refere.
O objectivo são as multas. No Verão quem estaciona não é para acorrer a um serviço. Paga para ir para a praia e depois esquecendo-se do prazo incorre-se em multas abundantes.
E depois não contem com 2 meses apenas para o pagamento. Vai ser é o ano inteiro. Para mal dos armacenenses que destes progressos só vêem o pagamento da respectiva factura!

Anónimo disse...

Os Armacenenses pagam e não bufam

Anónimo disse...

As concessões de estacionamento a entidades exteriores às autarquias não visam melhorar a vida dos cidadãos.
São uma forma de criação de receita, pelo caos que as cidades se tornaram pelos nossos hábitos de mobilidade individual.

A concessão vai criar novas formas de conflito com a (des)ordem até agora estabelecida.
Com a responsabilidade do assunto noutra entidade, a autarquia livra-se da gestão do assunto.

Anónimo disse...

é mais um disparate completo desta autarquia que apenas visa usar-se de armaçao como fonte de receitas (mas nunca de investimento) e o problema é que o Sr.Vereador Rogerio Pinto é residente na vila e nem isso o demove no apoio incondicional á gestao danosa da autarquia

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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