O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Uma ditadura perto de nós por Joaquim Letria

NÃO HÁ A CERTEZA de que uma ditadura corra perigo de morte quando lhe secam as fontes de rendimento. Do que há a certeza é que um ditador vive muito mais confortavelmente com fontes de rendimento a jorrar-lhe para os bolsos.

As razões são simples. A disponibilidade de dinheiro abundante permite ao ditador subornar as elites vinculadas ao regime, anestesiar a consciência crítica de sectores importantes da sociedade e, quando há ânsia de alargar o poder para além das próprias fronteiras do regime, manter estados vassalos e comprar as respectivas consciências mais convenientes no poder.

A ausência de dinheiro e de rendimentos confortáveis aumenta a necessidade de criar e manter um estado policial mais ou menos eficiente, cujo propósito mais importante é vigiar quem está perto do poder e agitar um forte aparelho de intimidação capaz de infligir um temor paralisante em todos os sectores da população.

Todas as ditaduras fazem isto ou algo parecido, compensando a sua própria incompetência repressiva com dinheiro para comprar lealdades e financiar o populismo redistributivo. Enfim, todos nós conhecemos este fenómeno e envolventes circunstâncias, mais perto ou mais longe de nós. Mas por que razão estou eu a pensar e a escrever isto, não me dizem?!

«24 horas» de 24 de Setembro de 2009

4 comentários:

Tânia Oliveira disse...

Muito adequado ao que vivemos no conselho de Silves,felizmente as coisas mudaram com a costrução da barraca maldita.

Acusam descaradamente, de invejosos,os que se manifestam contra a ocupação do património natural de Armação de Pêra.

Que outro motivo pode ter o concessionário, para a loucura que está a cometer, senão a inveja de quem está na primeira linha?

Desta vez foram realmente longe demais.
Daqui para a frente todo o cuidado é pouco,este abuso despertou consciências.

Bendita "barraca Maldita",tirou o concelho de Silves do regime de ditadura que tão selvaticamente tem conseguido administrar.

As consciências pouco convenientes ao poder cada vez são mais,são válidas,sabem do que falam e não estão à venda.

Que beleza!

Cumprimentos
Tânia Oliveira

adelina capelo disse...

Será que as cobras (certas pessoas) , , um dia, bebem mesmo do próprio veneno?

Tânia Oliveira disse...

É precisamente isso que se pretende,finalmente alguma lucidez.

Quando são cometidos crimes,que os criminosos sejam justamente responsabilizados, independentemente dos cargos que representam.
Certas pessoas julgam-se acima de tudo,podem roubar ,mentir,difamar,prejudicar, intimidar,que tudo lhes corre bem.

Como o sr. Adelina diz,um dia, inevitavelmente, bebem do próprio veneno.

Acreditamos todos na justiça,a que tarda, mas não falha.

Cumprimentos
Tânia Oliveira

Becas d'Ollho em tudo disse...

Apoiado Tania Oliveira. Continue a lutar pelos valores e por armação.

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