O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

CAMAPANHA ELEITORAL: A VERDADE É SUICIDÁRIA!

O periodo eleitoral, maugrado o ruido que produz, encerra sempre algumas virtualidades.
Na vertente, apesar de tudo mais “soft”, não deixa de constituir um exame, não à governação propriamente dita, mas à “performance” dos governos e suas “entourages” na comunicação com a comunidade. Daí a permanente sedução pressionante do poder politico junto dos média em geral.
Nesta conformidade, a imagem de “arrogante” e “hirto” de Sócrates poderá custar-lhe uma maioria confortável, senão mesmo a própria maioria.
Por outro lado, a comunidade, neste lapso de tempo em particular, espera da classe politica eleita um balanço sério do seu mandato e daquela que se pretende eleger, que difunda, de forma esclarecida e estruturada, os seus projectos de intervenção na sociedade e os resultados que visa atingir.
A classe politica por seu turno deveria fazê-lo de forma a que a grande maioria do eleitorado a entendesse.
Ora, não é isso que sucede...
Na verdade, grande parte das intervenções da classe politica não passam de afirmações genéricas de intenções dúbias, não fundamentadas, muitas delas falsas, todas ou quase todas devidamente coloridas com emoções, apelos patrióticos e outros instrumentos da retórica esvaziada de conteudo substâncial, sempre num contexto de sedução.
O resto do tempo, passa-o em acusações mutuas, espreitando, cinicamente, a atoarda ad hominem tão ao gosto telenovelesco de parte importante do eleitorado.
Tudo isso se deve sobretudo ao facto de todos os intervenientes deliberadamente se furtarem a tocar as questões essenciais para a comunidade porquanto a tocá-las teriam de tomar posições e tomando posição necessáriamente dividiriam o eleitorado, isto é, perderiam os votos que pretendem arrecadar.
Tomar posição por outro lado obrigaria ao conhecimento profundo das matérias o que raramente sucede, ou havendo-o, determinaria o mesmo que o discurso fosse claramente impopular logo nada sedutor e até repelente.
Daí que para a classe politica falar verdade em campanha eleitoral (e de resto quase sempre) constitua um autêntico harakiri!

Sem comentários:

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

Visite as Grutas
Património Natural

Algarve