O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele!

As comemorações da passagem do ano em Armação de Pêra, que já foram festejadas com fogo de artifício, este ano não foram animadas por este evento tão do agrado popular.

Este facto justifica de alguns comentários:

É patente que a nossa Vila tem capacidade de atracção de visitantes nesta época, o que não é novidade, dada a sua beleza natural e sobretudo a susceptibilidade de ser disfrutada em ambiente pacato e não massificado, como no periodo do Verão.
Pensamos no entanto que se justificaria uma maior preocupação com a economia da Vila, nos periodos fora do Verão, com susceptibilidade de atracção de turismo (Passagem do ano, Carnaval, Pascoa), mediante a organização de alguns eventos, como será para a passagem do ano o fogo de artificio, que permitam a esses consumidores gastar em Armação o que até aqui vão gastar a Albufeira ou Portimão.

Compreendemos que a crise financeira da autarquia é profunda e que se tenham de usar os dinheiros públicos com parcimónia. No entanto achamos que os cortes a existirem com maior radicalismo, não podem, nem devem, afectar àreas essenciais da economia da região, como é a qualidade mínima da oferta turistica.

Por outro lado e sem deixar a qualidade turistica de parte, acrescendo-lhe a qualidade de vida em geral em Armação de Pêra, não constatamos que a opção na poupança em eventos tenha como alternativa uma gestão responsável e competente das artérias, passeios ou lixo, a qual continua a dar mostras de abandono inqualificável.

Se por um lado constatamos que alguns veiculos abandonados na via pública se encontram devidamente notificados os seus proprietários do risco da remoção respectiva, apesar de só quatro meses depois da denúncia fotográfica neste blog, o que apesar de tudo, é merecedor da apreço público, por outro continuamos a assistir a verdadeiras ameaças à integridade fisica dos transeuntes, como sejam os entulhos e as “crateras” que estão “semadas” pelas ruas, por longos meses, sem que, quem quer que seja, Junta ou Câmara, ou ambas, faça o que quer que seja para tapá-los.

O risco em questão é para todos, residentes ou turistas, mas também para a economia da Vila e receita do Concelho. Qualquer um destes tão carenciados!

Ser responsável politico acarreta muito trabalho, pois é...
Mas quem não tem vida para isto, não se devia meter nisto!

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

2008 UM NOVO ANO!

2008, será certamente um novo ano, não temos tanta certeza se será um ano novo, de novas práticas e de esperança renovada em resultados diferentes.
Nos dias que correm o que é expectável são velhas práticas e mais do mesmo.
Resta-nos fazer votos por mais participação e resistência ao que é velho e não presta, ao que for novo e detestável, ao que, velho ou novo, colida com o interesse geral de um desenvolvimento sustentável pela via duma cidadania plena.
A equipa do Blog CIDADANIA!

sábado, 29 de dezembro de 2007

QUAL É A COISA, QUAL É ELA , QUE MAL SE DELIMITA DÁ MAIS BETÃO?

Foi colocada uma vedação ao longo da Avenida do Rio, acompanhando os limites da àrea ocupada pelo Club de Futebol os Armaceneses e da Ribeira.
SERÁ que esta vedação pretende vir a proteger e a valorizar os recursos hídricos, neste caso a Ribeira e o Sapal que marginam este espaço?
SERÁ que ali se vão realizar obras para regularização dos caudais pluviais prevenindo e protegendo esta zona de Armação de Pêra e não só contra o risco de cheias e inundações?
SERÁ que se vai proceder à remoção de entulhos e limpeza das margens por forma a garantir melhores condições de escoamento em situações hidrológicas normais ou extremas?
SERÁ que se vai proceder à renaturalização e valorização ambiental e paísagistica deste local para ser usufruida pelos que vivem e visitam Armação?
Será que será de esperar desta gestão Autárquica qualquer benefício ambiental para esta zona?

A resposta a todas e a qualquer uma destas questões parece-nos ser, invariavelmente, negativa!

Porque será que, se questionarmos qualquer Armacenense ou mesmo qualquer amigo de Armação, quanto ao futuro daquele espaço, todos eles responderiam, em únissono: Betão, betão e mais betão!!!!!

Porque sabemos bem, pelo histórico desta gestão autárquica, o que podemos esperar dela:

Mais operações urbanisticas que vem aumentar as já saturadas infraestruturas colocadas ao dispôr da população fixa e flutuante;
Mais pretenso “desenvolvimento” aberrante tendente à permanente deterioração paisagistica, ameaça à economia da Vila pela sistemática degradação do potencial turistico, e uma acção objectivamente dirigida à desvalorização do investimento imobiliário no mercado local;
Mais receita de I.M.I. e I.M.T.;
Menos margem para o futuro;

O espaço a que nos referimos está fora do Plano de Pormenor de Armação de Pêra, um instrumento que, presumivelmente, terá vindo regularizar a betonização nesta terra, outrora paisagisticamente diferenciada.

Mas naquele local para ser implementada mais uma urbanização é necessário entre outros o cumprimento da Lei nº 58/2005 de 29 de Dezembro que transpôs para a ordem juridica nacional a directiva nº 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro e estabeleceu as bases e o quadro institucionai para a gestão sustentável das àguas.
Essa lei define um conjunto de objectivos fundamentais, dos quais destacamos para o caso em análise, os seguintes: evitar a continuação da degradação, proteger e melhorar o estado dos ecosistemas aquáticos e também dos ecosistemas terrretres e zonas húmidas directamente dependentes dos ecosistemas aquáticos, no que respeita às suas necessidades de àgua, bem como mítigar os efeitos das inundações e das secas.

Por outro lado esta mesma lei veio introduzir um conjunto de principios dos quais destacamos os seguintes:

Princípio da gestão integrada das águas e dos ecosistemas aquáticos e terretres associados e zonas humidas deles directamente dependentes, por força do qual importa desenvolver uma actuação em que se atenda simultaneamente os aspectos quantitativos e qualitativos, condição para o desenvolvimento sustentável.
Princípio da prevenção nos termos do qual, as medidas destinadas a evitar o impacte negativo de uma acção sobre o ambiente devem ser adoptadas, mesmo na ausência de certezas cientificas de uma relação causa-efeito entre eles. Princípio da cooperação que assenta no reconhecimento de que a protecção das águas constitui atribuição do Estado e dever dos particulares.

No caso concreto e tratando-se aquele local de uma zona inundável ou ameaçada pelas cheias por estar contigua à margem de um curso de àgua e de uma vala de drenagem de acordo com a lei da àgua – artº 40º - estas zonas inundáveis ou ameaçadas de cheias devem ser objecto de classificação especifica e de medidas especiais de prevenção e protecção, delineando-se graficamente as àreas em que é proibida a edificação e aquela em que a edificação é condicionanda por segurança de pessoas e bens.
Mas como segundo sabemos esta zona ainda não foi objecto da referida delimitação nem foi aprovada fica por isso sujeito a parecer vinculativo da administração da região hidrográfica territorialmente competente, o licenciamento de operação de urbanização ou edificação quando se localizam dentro do limite de cheia com periodo de retorno de 100 anos ou de uma faixa de 100 metros para cada lado da linha de àgua quando se desconheça aquele limite.

Projectando-se para aquele espaço mais betão – o que se adivinha facilmente – esperamos que a legislação seja cumprida e o licenciamento seja denegado, a bem dos valores que aqueles sãos princípios visam proteger.
Apesar da voracidade da Câmara de Silves em ocupar todo o terreno livre independentemente da depreciação que gera nos mais diversos domínios dos interesses privados dos cidadãos e públicos de todos, a bem da arrecadação de mais receita como se o destino da mesma se encontrasse claramente acima de qualquer suspeita, dada a excelente, parcimoniosa e pacifica aplicação que tem tido neste concelho!
Não é verdade?

domingo, 23 de dezembro de 2007

VISÃO DE FUTURO EM SILVES:

PARA ALÉM DA BANALIDADE, UM ZERO ABSOLUTO!

Portugal aproxima-se do desastre demográfico, com 1,36 filhos por mulher, em 2006.

De 1983 para cá, os números estatisticos, vem descendo até 2006, ano que apresenta aquela evidência, a qual, segundo os entendidos, tem um caracter assustador.
Na verdade o número mágico de 2,1 filhos por mulher parece ser aquele que garante a substituição de gerações.

Mesmo sem sermos especialistas, e sabendo que o planeta já tem gente a mais, o que ”ameaça” o seu equilibrio, sobretudo a manter-se como modelo o nosso sistema de desenvolvimento, o qual, não o colocando em causa, permite compreendermos que a “sustentabilidade” da economia, tal como a conhecemos e do Estado social, tal como o temos, carece de cidadãos trabalhadores e contribuintes.

Os emigrantes podem ajudar a compôr os efeitos mais negativos deste défice, mas não constituem uma alternativa a um crescimento populacional que satisfaça as necessidades da sustentabilidade necessária.

Aceitando por conseguinte que importa fazer crescer o número de portugueses, trata-se de conhecer o que outros paises fizeram para inverter tendencias desta natureza e no que ao nosso concelho diz respeito, que poderia fazer-se no mesmo, para concorrer para aquele objectivo nacional.

Sociólogos suecos concluiram que as politicas favoráveis às mulheres (“woman.friendly”), e por natureza favoráveis às crianças (“child.friendly”) estão na base da subida da taxa de natalidade, naquele País.

O favorecimento de politicas neste sentido, parece ser incontornável se se pretender atingir uma alteração de paradigma.

Naturalmente que não sendo especialistas nestas matérias, não pretendemos ir muito além.

Mas, tendo nós quer na gestão de concelho, quer na liderança da sua oposição, entregues a mulheres, o que não sendo uma excepção na gestão autárquica nacional, ainda é uma raridade, não conseguimos deixar de reparar na ausência de qualquer medida ou sequer alusão, em sede orçamental, de qualquer medida, quer quanto a incentivos fiscais à natalidade, quer iniciativas em politicas que tendam para favorecer a mulher.

Não que esperássemos da Senhora Presidente grande originalidade, ou sequer mesmo apenas originalidade, ou, muito menos ainda, consistência politica e sensibilidade para as grandes questões que devem ocupar os politicos ao mais alto nivel, para que, quando decidem sobre pequenas coisas, as decisões obedeçam a uma lógica concertada com os grandes principios e preocupações e a harmonia com aqueles a bem do equilibrio e prevenção necessários.

Mas, pelo facto de ser mulher, contarmos, com sensibilidade para o incremento da natalidade e com politicas favoráveis à mulher, é o mesmo que acreditarmos no Pai Natal!

domingo, 16 de dezembro de 2007

A pedagogia do exemplo: uma candeia em Silves!

Não podemos deixar de dar nota de um facto politico concelhio que é merecedor de grande destaque.
Na verdade, caracterizado pela frequente crítica a condutas da classe politica em oposição com os deveres a que se deveriam manter adstritos, este blog não pode deixar de elogiar as condutas de elementos dessa mesma classe, que, quer pela sua raridade, quer pela sua utilidade, quer pela pedagogia do exemplo que encerrem, mereçam aplauso.

Uma vez mais o Vereador da CDU deu corpo a um direito de todos os cidadãos do concelho, através do seu Blog, para consumo público: o da informação, no caso concreto, sobre as Grandes Opções do Plano e Orçamento, antes deste documento fundamental vir a ser sujeito a escrutínio na Assembleia Municipal do próximo dia 20.

Uma vez mais cumpriu o seu dever de cidadão-eleito perante os cidadãos-eleitores, quer os que em si votaram, quer os que tiveram opção de voto diversa.
Satisfez as legítimas expectativas de todos.

Um bom exemplo de conduta politica no Concelho de Silves!

Dos restantes eleitos da oposição, nada consta que assegure o cumprimento deste dever, perante os cidadãos.
Em caso de estarmos enganados, apresentamos antecipadamente o nosso pedido de desculpas e a manifestação de total surpresa.

Ao invés, o governo do concelho, continua a resguardar-se na opacidade das suas práticas politicas.

Mais um péssimo exemplo de conduta política no Concelho de Silves!

domingo, 9 de dezembro de 2007

SILVES NA CORRIDA PARA SECAR O MEXILHÃO



O gráfico representa o crescimento exponencial do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) arrecado pelo Município de Silves nos últimos três anos.
Um dos objectivos da reforma do património era permitir uma maior harmonização entre os prédios velhos e novos e uma maior equidade fiscal, não se pretendia, alegadamente, que as câmaras viessem a arrecadar mais receita, mas ao fim de dois anos o que se verifica é que as câmaras arrecadam cada vez mais receitas e os cidadãos-contribuintes mais despesa.
Nesta frágil economia os únicos gráficos com evoluções desta natureza são os da cobrança de impostos.

Hoje, em tempos de profunda crise orçamental, a pressão excessiva da cobrança, tem sido habilmente instrumentalizada – quer pelo governo quer pelos sindicatos- no sentido de sustentar a opacidade da verdade, remetendo a solução do défice para a receita, e reelegendo, dos escombros, os autos de fé, tão facilmente ressuscitáveis neste pais tão profundamente moldado pela inquisição, precisamente na área de competência do Estado – a cobrança fiscal – onde a conflitualidade potencial do “jus imperi” com os direitos dos cidadãos é mais perene e, actualmente em desmesurado e conclusivo crescendo.

Sintomàticamente, o recurso aos tribunais fiscais, para defesa dos contribuintes face à voracidade da administração fiscal, tem “premiado” as “vitimas” daquela com, significativos, sessenta por cento de decisões favoráveis.
Mas se os excessos que chegam a Tribunal têm este resultado favorável aos contribuintes, o mesmo não se passa na grande maioria dos excessos, que muitas vezes ou “não têm dimensão” económica que justifique aos cidadãos o exercicio judicial dos seus direitos, ou ficam estes precludidos por insuficiência económica daqueles. O estudo da Provedoria de Justiça que incidiu sobre o funcionamento da DGCI, revela a todos, em Novembro de 2007, o que muitos já sabiam há alguns anos: os direitos dos cidadãos-contribuintes são abusados sem parcimónia, e sem qualquer má consciência oficial, pùblicamente reconhecida. Com excepção de um ou outro ex governante, como Manuela Ferreira Leite, curiosamente aquela que “industrialisou” esta actividade trilhante, ou alguns comentadores económicos que andaram distraidos, divagando sobre a economia virtual, durante toda esta conjuntura, até ao estudo da Provedoria cuja oportuna iniciativa e publicação confirmam o crédito de que esta instituição é merecedora.
Entretanto, a Senhora Presidente da Edilidade Silvense, profissionaliza o tratamento da sua imagem pública. Podera! ela lá sabe o que faz para a deteriorar e das reparações que carece.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

"ESPELHO MEU, ESPELHO MEU..."

Soubemos pelo candidato a candidato Carneiro Jacinto, através do último post no seu Bolg “Servir Silves”, que a Senhora Presidenta da Edilidade decidiu tratar profissionalmente da sua imagem pública.

Consideramos que qualquer um pode e deve tratar da sua imagem, tal como da saúde, como muito bem lhe aprouver.
Consideramos também que um politico é, regra geral, um personagem essencialmente preocupado com a imagem que dá de si, por razões òbvias.

A noticia que recebemos, com a credibilidade que reconhecemos ao seu autor, merece-nos total confiança. No entanto receamos que, sem querer, seja “branqueadora” da realidade.

Com efeito, se entendemos que a gestão da Senhora Presidenta tem sido esvaziada de conteúdo programático relevante e caracterizada essencialmente por obras para “inglês ver”, caracterizando deficiente e prejudicialmente o nosso concelho, o Algarve e o país, não podemos conceder que, só agora é que a dita Senhora se lembrou da importância do tratamento da sua imagem pública, quando, em boa verdade, não tem feito outra coisa…

Quanto a nós, por conseguinte, a Senhora Presidente, continuando a dar crédito à noticia, pretende “reforçar” a sua imagem pública, jogando mãos a meios profissionais para o efeito, o que, sendo legitimo – desde que a expensas próprias -, era de esperar face à intensificação da resistência da sociedade civil do concelho às consequências da sua gestão e omissões.

O suporte dos custos desse apoio profissional, para um politico que mantenha com o seu eleitorado uma relação de transparência, como é exigível ao mandatário, devia ser objecto de difusão pública, confirmando que ocorrem por conta da sua destinatária.

É certo que a sugestão dos amigos empresários, sugere também ela que serão estes a suportar tais custos. Mas sendo uma sugestão, não passa disso.
Não passando de uma especulação, não impede no entanto de comentar que, a ser assim, seria de elementar transparência democrática, informar o eleitorado sobre a identidade dos empresários.

A questão do financiamento dos partidos, um dia terá, sem prejuizo da já existente, uma legislação que a torne mais transparente como é exigível e necessário.
Sucede é que, entretanto, os politicos que tenham vocação para práticas com mais futuro, deveriam tomar a dianteira e anteciparem-se à legislação, exibindo demonstração de sãos princípios que muitas vezes apregoam no periodo eleitoral e raramente executam ou cumprem depois de sentados nas cadeiras do poder.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Alcoutim e Olhão

Recebemos um e-mail de um visitante frequente deste blog, assumido sportinguista, referindo que o autor do último post não necessitava de recorrer ao exemplo de Sintra, pois por cá, pelo Algarve, eram conhecidos exemplos de medidas de idêntica natureza, levadas a cabo por autarcas algarvios, as quais mereciam justificado destaque.

Desconhecemos as circunstâncias dos casos concretos de Olhão e Alcoutim. O que constatámos através da imprensa, foi que, no caso olhanense, em função da realidade social, o Presidente da edilidade decidiu prescindir de receitas que a nova lei das Finanças Locais lhe confere, em sede de IRS, o que vem a beneficiar a população do concelho no impacte desse imposto.
As autarquias até aqui não tinham consignada receita proveniente deste imposto sobre as pessoas singulares e o Presidente da Câmara de Olhão entendeu continuar como até aqui, não usufruindo de receita proveniente desse imposto, o que vem a redundar numa economia para o cidadão-contribuinte residente no concelho de Olhão.

Que dizer de uma medida desta natureza? Em primeiro lugar que, se a autarquia prescindiu desta nova receita será certamente por ter as suas contas arrumadas. Em segundo lugar que, as preocupações sociais da autarquia são louváveis, isto é, não carecendo dessa receita para cumprir o seu orçamento, não “caiu na esparrela” oportunistica de acrescer a receita para, por exemplo fazer e inaugurar uns quantos fontanários, na expectativa de recolher alguns favores eleitorais.
Esperando, para a economia do concelho novos residentes que, mais atentos à fiscalidade, possam tomar decisões com base nessas “boas vindas”.
Finalmente porque conhecerá bem a pressão a que os cidadãos-contribuintes estão e estarão sujeitos, sem que se veja uma economia a desenvolver-se que os compense, bem pelo contrário.

Por outro lado, o município de Alcoutim, também de acordo com o que resulta de imprensa, decidiu-se no mesmo sentido, prescindindo da sua quota parte do IRS dos cidadãos-contribuintes com residência fiscal no concelho, assumindo esta medida, no essencial, perspectivando atrair residentes que façam face ao patente despovoamento de que o concelho padece, dinamizando por conseguinte a sua economia.
De resto, esta medida de alcançe tão significativo face à conjuntura fiscal que se vive, pareçe resultar também de uma gestão suficientemente arrumada que a permitiu.

Tem, por conseguinte, toda a razão o nosso visitante habitual, não necessitávamos de recorrer ao exemplo de Sintra, para concluir tudo o que concluimos.

Curiosamente, sendo exemplos algarvios, se os tivéssemos usado, provavelmente faríamos até ressaltar mais obviamente, o contraste com a politica do município de Silves e sua Presidente Isabel Soares.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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Património Natural

Algarve