O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

...batendo as asas pela noite calada... vêm em bandos, com pés de veludo...» Os Vampiros do Século XXI:

Recebemos de um visitante um texto, com pedido de publicação, que merece divulgação:


A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos

seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer

corar de vergonha os administradores - principescamente

pagos - daquela instituição bancária.

A carta da CGD começa, como mandam as boas regras

de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em

oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço

qualidade em toda a gama de prestação de serviços,

incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas

contas à ordem.

As palavras de circunstância não chegam sequer a

suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo

parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de

contas, o estimado/a cliente é confrontado com a

informação de que, para continuar a usufruir da isenção da

comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada

trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito

de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à

respectiva conta.

Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente

de pensionistas e reformados, são abertas por imposição

legal.

É o caso de um reformado por invalidez e quase

septuagenário, que sobrevive com uma pensão de

243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário

de 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi

forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da

Segurança Social para receber a reforma.

Como se compreende, casos como este - e muitos são

os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza -

não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela

CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de

manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir

para acolher a sua miséria.

O mais escandaloso é que seja justamente uma

instituição bancária que, com 100% de capital público, isto é,

de todos nós, ano após ano apresenta lucros

fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo

quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar

Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver

que contribua para engordar os seus lautos proventos.

É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa,

como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a

pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.

Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos

servem sob a capa da democracia, em que até a esmola

paga taxa.

Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer

resquício de decência, com o único objectivo de acumular

mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.

Medita e divulga... Mas divulga mesmo por favor...

Cidadania é fazê-lo, é demonstrar esta pouca vergonha que

nos atira para a miserabilidade social.

Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e

rádios... Porque será???

Eu já fiz a minha parte. Faz a tua!

2 comentários:

Anónimo disse...

VAMOS BOICOTAR O PINGO DOCE DE ARMAÇÃO DE PÊRA.
MOÇAS E MOÇOS NÃO COMPREM LÁ NADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

marisa disse...

apoiado

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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