O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A CRISE, AS TERAPIAS E AS POUCAS CERTEZAS...


Vimos, com esperança, os jornais anunciarem um conjunto de medidas tendentes a diminuir o peso da crise nas estruturas empresariais, com vista a conter a inevitabilidade do desemprego.
Ouvimos falar também que as medidas tem um peso extraordinário no orçamento geral do estado, agravando o seu défice.

As falências sucedem-se às dez por dia, em Portugal. O desemprego sobe vertiginosamente. Aqui e lá fora. Os clientes de Portugal também se retraem e agravam o défice da balança comercial, o qual, com o colapso da nossa principal exportadora (Quimonda) poderá atingir níveis nunca antes esperados. O turismo, exportador número um de Portugal, encontra-se perante uma expectativa deprimida, a qual, a concretizar-se, agudizará a situação.

“Eu tenho uma empresa com cinco colaboradores com idades compreendidas entre os 36 e os 43 anos.
Nenhum deles se encontra contratado a termo.”, dizia-nos um amigo outro dia. E continuou:” Não vejo que vantagem me poderão trazer as recentes medidas criadas pelo governo, senão construir um puzzle, despedindo quem me interessa, com custos elevados de imediato e admitindo gente que não me dá garantias e de quem dificilmente precisarei nos próximos tempos, parta beneficiar a longo prazo de uma redução de custos fixos absolutamente recomendável e necessária.”

As medidas contra ciclo empreendidas pelo Governo ajudarão certamente alguma coisa e alguém mas, estamos crentes, que dificilmente poderão inverter os números que as insolvências atingem diariamente.


O governo, instado a agravar o seu défice por via da despesa forçada a que se encontra obrigado e pela redução da receita decorrente da recessão e do decesso de tantos contribuintes, tem uma certeza: a pressão fiscal não pode abrandar, sob pena de se agravarem todos os dados deste cenário.

Com esta, aceleram-se hoje as decisões dos dez empresários sobre o caminho da insolvência, que engrossarão aquele número no dia seguinte...

Não se encontram longe os dias em que as teses neoliberais sustentavam que um cenário deste tipo tinha virtualidades enormes: as empresas que soçobravam robusteciam as que se mantinham, agora mais fortes.

Nesta lógica simples assentaram outras “certezas” que atribuíram ao determinismo mecânico do mercado que relegava o actor humano para um papel de espectador passivo e cujo resultado se encontra bem à vista.

Os que são a favor da pressão na cobrança fiscal que conhecemos ( da esquerda à direita) e os que se opõem à pressão na cobrança fiscal nos termos a que temos assistido (da esquerda à direita) arrolam os seus argumentos, fazendo ressaltar, de acordo com a bondade das suas teses, os aspectos que mais as servem.

Um observador popular, pouco versado em receitas e despesas, assegura que ”Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.”.

Quem terá razão? Uns, outros, todos?
Algumas certezas porém, temos:

Portugal tem muito pouca economia. Um pequeno sopro lá fora é uma tempestade cá dentro. E lá de fora, hoje em dia, vêm tempestades enormes.
As medidas anticrise são bem vindas, são pesadas para o erário público, mas, infelizmente, pouco significativas.

A pressão da cobrança fiscal com base numa carga fiscal exagerada exauriram os reduzidos capitais prórpios das micro, pequenas e médias empresas e das pessoas.

E sem alguma recuperação nos principais clientes de Portugal, dificilmente veremos este cenário alterar-se.Isto é, sem uma perspectiva de produção e criação de riqueza muito dificilmente a veremos e, muito menos, distribuida.

Sem prejuízo da tese “ou há moral ou comem todos” em que assenta a pressão fiscal e os mais elevados princípios em que assenta a legitimidade e obrigatoriedade das contribuições de todos para a construção do Estado, a distribuição de riqueza e a solidariedade típicos de um estado de direito social, não prescindimos da opinião de que a carga fiscal não se encontra adequada à dimensão desta economia (portuguesa) e à sua natureza pouco desenvolvida e dependente e, por consequência a pressão da cobrança fiscal é exagerada.

Exagero reforçado pela ansiedade determinada pelas consequências dos défices sobre cuja origem poucos reflectem, menos interferem e tantos acentuam.


Como dirá o mesmo observador popular: "Não será melhor cuidar da galinha dos ovos de ouro, para que ela os continue a pôr, antes de lhe impôr a produção de uma determinada quantidade de ovos por dia?"

A economia, segundo alguns autores não deve ser acusada de se ter sobreposto à politica. Dizem estes que o politico continua a dominar a economia, mas encontrando-se aquela ao serviço de interesses específicos e particulares, coloca a economia que condiciona, não ao serviço de todos, mas tão só de alguns.


Mas concluem mais. O caminho para o desenvolvimento humano não está assim em instaurar o primado do politico sobre a economia, mas o primado dos cidadãos sobre a politica para que esta reflicta realmente os interesses gerais e democráticos e não os particulares de alguns.

8 comentários:

Anónimo disse...

Esta Nação aguentará como aguentou, ressuscitará e prosperará. Por isso, antes de mais, deixem-me afirmar a minha firme convicção de que a única coisa que devemos ter medo é do próprio medo - do terror sem nome, irracional, injustificado, que paralisa os esforços para converter a retirada num avanço

Anónimo disse...

Sabias palavras as do anónimo é bem verdade que após a tempestadde vem à costa o peixe mais graúdo

Anónimo disse...

Alguém já viu o capital a produzir? Imaginem dois coelhos numa cova, de certeza que vão sair coelhinhos, mas se puserem duas notas de cem euros, imaginam que vão sair notas de vinte? O capital nada faz. Agora é tempo de devolverem a quem deu a sua vida ao trabalho», defendeu Louçã.

Anónimo disse...

Este Concelho afundar-se-à, a única coisa de que tememos são as decisões da Isabelinha que gasta o dinheiro que é de todos com o único propósito a sua eleição.

Anónimo disse...

ASAE deteve sete por abate clandestino em Messines


Matadouro clandestino
Sete pessoas foram detidas pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), durante uma operação de combate ao abate clandestino de animais para consumo humano, que decorreu ontem, domingo, na zona de S. Bartolomeu de Messines.

Segundo a ASAE, a operação foi feita após diligências realizadas ao longo de um mês que envolveu investigação no terreno e vigilância de locais. Foram também apreendidos 290 caprinos e ovinos.

No momento da intervenção, verificou-se que estavam a ser abatidos vários caprinos e ovinos, com destino ao consumo público, acrescenta a ASAE em comunicado.

Foi ainda apreendido diverso material como facas, afiadores, peles e ainda três viaturas que estavam a ser utilizadas para o transporte dos animais.

Os detidos e diverso material foram presentes ao Tribunal de Silves, dado estar-se em presença de um crime público. O valor total dos bens apreendidos orça em 18.785 euros.

Anónimo disse...

Claro, fecharam o matadouro.

Anónimo disse...

Não temos onde cair mortos e só podemos comer de fraque. Este é o Portugal no seu melhor.

Anónimo disse...

GNR deteve dois jovens assaltantes
A Guarda Nacional Republicana (GNR) de Armação de Pêra deteve ontem dois jovens, de 19 e 20 anos, suspeitos de terem efectuado diversos furtos no interior de estabelecimentos comerciais e de restauração nesta vila.




Foram-lhes apreendidos diversos produtos supostamente provenientes dos furtos, que ocorreram desde o início deste ano, tendo sido ambos constituídos arguidos.

Foi o corolário de uma investigação empreendida pela GNR que já decorria há algum tempo. Iniciada devido a queixas de diversos comerciantes, que se queixavam do furto de bebidas, tabaco e equipamentos de som , entre outros materiais, a investigação culminou com a detenção destes dois jovens residentes na zona de Armação de Pêra.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

Visite as Grutas
Património Natural

Algarve