O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 12 de julho de 2025
Tudo se Pode em Armação de Pêra?
Armação de Pera, terra mágica onde tudo é possível. Hoje, sábado, assistimos a mais um episódio da série “Faz o que te der na real gana”, com o fecho da Avenida Beira-Mar por obra e graça de um empreiteiro iluminado.
Sim, leu bem: uma das principais vias da vila foi fechada sem polícia, sem sinalização, sem vergonha na cara — apenas porque, aparentemente, era mais cómodo para quem lá anda a martelar paredes.
Agora, sejamos justos: quem somos nós, meros cidadãos, para exigir respeito por regras básicas? Afinal, para que servem as autorizações da Câmara de Silves, a presença da GNR ou aquela coisa aborrecida chamada “licença de ruído”? Burocracias, claro. Impedimentos inúteis para os verdadeiros donos da vila.
E a fiscalização? Provavelmente a descansar depois de uma semana exaustiva a não fiscalizar coisa nenhuma.
Porque em Armação de Pera é assim: se tiveres uma obra, tens passe livre. Fecha ruas, incomoda os moradores, barulha o sábado inteiro — ninguém te chateia.
É um privilégio viver num local onde o espaço público pode ser transformado em estaleiro privado com um simples gesto de arrogância. Onde o interesse individual atropela o coletivo com a naturalidade de quem sabe que não vai acontecer… nada.
Parabéns à Câmara de Silves pelo novo modelo de gestão urbana: “cada um faz como quiser”. Funciona lindamente — para uns poucos. Os outros que desviem caminho e aprendam a conviver com o ruído e o desrespeito.
Afinal, é verão. Está sol. E tudo se pode em Armação de Pera.
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