28 DE SETEMBRO DE 2017, in DN
Espécie é considerada uma iguaria em muitos lados. Foi encontrada a mais de sete mil quilómetros do habitat original
Investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve descobriram no estuário do rio Guadiana exemplares de caranguejo-azul, uma espécie com alto valor comercial característica da América do Norte, foi esta quinta-feira divulgado.
A espécie (Callinectes sapidus), também conhecida como "siri" e considerada uma iguaria, é nativa da costa leste da América e foi encontrada pela primeira vez no Guadiana, a mais de sete mil quilómetros de distância do habitat original, em junho, o que surpreendeu os pescadores locais, revelou o CCMAR em comunicado.
Segundo o centro de investigação, há registo de outros exemplares da mesma espécie capturados anteriormente no estuário do Sado, o que indicia que "estará numa fase de expansão na nossa costa, depois de provavelmente ter navegado, enquanto larva, nas águas de lastro de um navio que cruzou o Atlântico".
O aparecimento de espécies invasoras no estuário do Guadiana tem vindo a aumentar nos últimos anos, com mais de uma dezena de espécies registadas, incluindo peixes, amêijoas, alforrecas, camarões, e mais recentemente este caranguejo, "o que pode ter consequências nefastas" para as espécies nativas, alerta o comunicado do CCMAR.
No entanto, as espécies invasoras com valor comercial, como é o caso do caranguejo azul ou da corvinata real (Cynoscion regalis), registada no ano anterior, "podem ser um exemplo de como uma ameaça se pode transformar numa oportunidade de exploração", refere o CCMAR.
Face à inexistência de predadores naturais destas espécies invasoras, "a sua pesca contribuirá para o controlo da sua densidade", aliviando a pressão de exploração dos recursos pesqueiros tradicionais, como a sardinha, acrescenta.
"Novas alternativas de consumo deste tipo de espécies estão também a ser estudadas com chefs de restaurantes algarvios", conclui o CCMAR, sublinhando que os seus investigadores estão disponíveis para desenvolver "parcerias tecnológicas e científicas com qualquer setor da indústria pesqueira".
O CCMAR desenvolve investigação nas áreas da oceanografia, biologia marinha, pescas, aquacultura, ecologia e biotecnologia e possui cerca de 250 membros, 110 dos quais doutorados.
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
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sábado, 30 de setembro de 2017
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
O Peixe "Português" não tem igual
Somos o país da Europa que
consome mais peixe. O fenómeno acentua-se com a chegada do bom tempo
Texto: Katya Delimbeuf
Infografia: Jaime Figueiredo
Mar azul no horizonte, pé
na areia e um peixe grelhado na brasa. Para muitos, a definição perfeita de um
almoço de férias. A trabalhar com este alimento há 30 anos, Miguel Reino,
proprietário do restaurante Aqui Há Peixe, tem clientes que o procuram o ano
inteiro, mas no verão, partilha, vêm sempre mais pessoas. “Pela maresia, pelo
contexto”, o peixe grelhado apetece mais com os ares estivais, quando o bom
tempo chega e pede uma ementa a combinar com a época balnear. Miguel tem uma
elevada percentagem de clientes regulares — alguns ainda do tempo do Aqui Há
Peixe na praia do Pêgo, antes de se ter mudado, há nove anos, para o
cosmopolita Chiado. Ali, regressam “clientes de Hong Kong, que vêm a Portugal
jogar golfe duas vezes por ano”, mas também há comensais “de Évora, do Porto e
do Algarve” que não se importam de se meter no carro e percorrer centenas de
quilómetros para comer “um cherne, um pregado grande, um imperador ou um robalo
bem fresco”.
Reino conhece bem o
apetite dos portugueses pelo peixe. Esse apetite tão voraz que, assegura a FAO
(a Organização da Alimentação e Agricultura das Nações Unidas), faz de nós o
terceiro consumidor mundial de peixe — apenas ultrapassados pela Islândia e
pelo Japão. Consumimos mais de 55 kg de peixe per capita num ano, mais do dobro
da média dos cidadãos europeus, que se fica pelos 22,3 kg. As espécies mais
consumidas são a sardinha, o carapau, o polvo, a pescada e o peixe-espada — e o
polvo destronou a sardinha pela primeira vez, o ano passado. Ao todo, são umas
impressionantes 600 mil toneladas de peixe que os portugueses consomem por ano,
entre peixe fresco e congelado. O que coloca um problema: o consumo nacional é
superior àquilo que a nossa frota pesca dentro da UE. E isso torna-nos
dependentes da importação. A partir de 1 de abril, deixámos de ter peixe
próprio para satisfazer os níveis de procura interna — facto agravado com o
aumento de turistas, que também veem no peixe grelhado um elemento de cultura
local.
A escassez de espécies
marinhas é um facto consumado a nível mundial. O estudo “The Sea Around Us”,
realizado entre 1950 e 2010 e publicado na revista “Nature”, em 2016, demonstra
que a captura de peixe decresceu à razão de 1,22 milhões de toneladas por ano
desde 1996. Miguel Reino sabe que trabalhar com peixe é hoje mais difícil e
mais caro, e que o futuro reserva desafios. “Usamos muito peixe novo dos
Açores, que tem mares mais limpos, como bicudas”, conta... “Em agosto, por
exemplo, é muito difícil arranjar peixe em Lisboa, porque vai todo para os
apoios de praia.” Também já se rendeu à evidência de que “a aquacultura é o
futuro”. Só esta poderá saciar o apetite mundial por peixe. Defende que, hoje
em dia, já não é linear “distinguir um peixe selvagem ou de aquacultura pelo
sabor, dependendo da sua origem e da forma como as espécies são alimentadas”.
“Zé Camarão”, como é conhecido em Sesimbra José Filipe Batalha Pinto, o dono do
restaurante O Velho e o Mar, concorda: “O nosso peixe de viveiro é muito bom, é
quase igual ao do mar”, no que toca o sabor. “Não tem nada a ver com o da
Grécia, que é muito mais barato”, e que inunda as grandes superfícies
nacionais. Só assim se pode fazer face à procura crescente de peixe, que
“aumenta cerca de 30% nos meses de verão, entre clientes nacionais e
estrangeiros”, considera.
Em 2013, a produção de
peixe de aquacultura totalizou qualquer coisa como dez mil toneladas em
Portugal. Mas poderia chegar facilmente às 100 mil, se “fossem aproveitados
seis mil hectares de salinas abandonadas”, garantia Fernando Gonçalves,
secretário-geral da Associação Portuguesa de Aquacultores (APA). A verdade,
contudo, é que um robalo ou uma dourada demoram um ano e meio a passarem dos 10
gramas com que chegam aos 400 gramas com que podem ser comidos no restaurante.
Ou seja, estamos muito longe da produtividade dos aviários...
Portugal acompanha a
tendência mundial de aumento do consumo de peixe. As vantagens nutricionais
deste alimento, sobretudo relativamente à carne, para isso contribuem. Lípidos,
proteínas e outros nutrientes como os ácidos gordos polinsaturados ómega-3 são
alguns dos seus benefícios. Contudo, em 2016 transacionou-se menos peixe nas
lotas nacionais — 104 mil toneladas — do que no ano anterior (118 mil
toneladas). Mas o valor das vendas aumentou, passando de €195 milhões de euros
para €202 milhões de euros. Come-se hoje em Portugal menos peixe do que em
2011, quando se consumiram 127 mil toneladas, mas a refeição é mais cara. E o
custo aumenta ainda mais no verão.
O MELHOR PEIXE DO MUNDO
Quando o gastrónomo José
Bento dos Santos coordenou o livro “O melhor peixe do mundo”, em 2012, fê-lo
por considerar que fazia falta registar um facto de exceção do nosso país, nem
sempre devidamente valorizado. Oceanógrafos e biólogos marinhos, dos Açores e
não só, discorreram sobre as condições naturais do nosso mar, que conjuga
“planura, profundidade, temperatura e biodiversidade”, para explicar a
qualidade do pescado português. Além disto, Bento dos Santos chama a atenção
para factos que comprovam a cunhagem desta expressão: uma, a de chefes de
renome internacional como Ferran Adriá que admitiram, em entrevista ao Expresso
em 2011, que “o peixe português é o melhor do mundo”; outra, a do melhor restaurante
de Nova Iorque, o Per Se, abastecer-se de peixe português, religiosamente
transportado de avião.
Nas “centenas de
restaurantes” onde comeu por este mundo fora, provando peixe de vários oceanos,
rios e lagos, garante “nunca” ter provado peixe “com músculo semelhante ao
nosso”. “Como é que sabemos que estamos a comer o melhor peixe do mundo?”,
questiona. “É como dizia aquele chefe: parece que temos o Oceano Atlântico a
entrar pela boca dentro. O nosso peixe é tão bom que nunca precisámos de criar
uma receita para ele. Basta grelhá-lo.”
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Aquecimento global multiplica polvos, chocos e lulas
24 DE MAIO DE 2016 - 07:20 (na TSF)
O número de polvos, chocos e lulas "aumentou significativamente nos últimos 60 anos", diz investigadora, que liga o aquecimento global à multiplicação destas espécies
O aquecimento global poderá estar a beneficiar cefalópodes como os polvos, os chocos e as lulas, cujas populações se têm multiplicado nos últimos decénios, indica um estudo publicado na segunda-feira.
Zoë Doubleday, investigadora do Instituto do Ambiente na Universidade de Adelaide, na Austrália, principal autora do estudo divulgado na revista Current Biology, considerou "notável o facto de se observar um aumento regular durante longos períodos em três grupos diferentes de cefalópodes em todos os oceanos do mundo".
O seu número "aumentou significativamente nos últimos 60 anos", precisou.
As tendências observadas nas pescas já tinham levado a uma crescente especulação sobre o facto de aqueles animais marinhos registarem uma forte proliferação devido a uma mudança no ambiente.
Os cefalópodes são conhecidos por terem um crescimento rápido, uma esperança de vida curta e fisiologias extrassensíveis, que poderiam permitir-lhes adaptarem-se mais rapidamente que outras espécies marinhas.
Para o estudo, Zoë Doubleday e outros investigadores reuniram e analisaram taxas de captura daqueles animais marinhos entre 1953 e 2013. Constataram que as populações de 35 espécies de cefalópodes aumentaram de modo contínuo.
Os cientistas consideram ser difícil prever a evolução do número de cefalópodes, sobretudo se continuar a aumentar a pressão ao nível da pesca.
O próximo objetivo dos investigadores é determinar os fatores responsáveis pela proliferação.
"Isso pode dar-nos uma visão mais clara e importante sobre o impacto das atividades humanas na alteração dos ecossistemas oceânicos", crê Zoë Doubleday.
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domingo, 30 de março de 2014
domingo, 26 de janeiro de 2014
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
La Palisse de visita às Grutas (reimpressão)!
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Um visitante do blog e apoiante de Paulo Vieira na sua candidatura à Junta de Freguesia de Armação de Pêra que preferiu não se identificar, solicitou-nos a republicação de um post de 17.08.2011, por considerá-lo de plena actualidade e, segundo o mesma fonte, assegura-nos encontrar-se no centro das preocupações e iniciativas a empreender por aquele candidato.
Por todas estas razões decidimos aceitar a republicação:
ALGUMAS VERDADES de LA PALISSE
A visita às grutas é uma actividade ancestral em Armação de Pêra, pelo menos desde que há pesca artesanal.
(melhor diriamos um passeio ancestral. De acordo com a informação de um visitante do blog, as visitas com caracter turistico, começaram com a aquisição do primeiro barco a motor, iniciativas esta e aquelas, da Junta de Turismo, de boa memória)
A pesca artesanal assegura a captura do pescado da melhor qualidade em Portugal.
O pescado de Portugal é disputado pelos melhores cozinheiros do mundo e viaja de avião para muitos dos melhores restaurantes do mundo.
O pescado português tem uma quota parte, inalienável, daquilo que constitui uma das principais atracções de Portugal: a sua gastronomia.
Armação de Pêra é uma estância turística importante no Algarve que atrai centenas de milhares de forasteiros, nacionais e estrangeiros.
O Algarve é um pólo de atracção turística dos mais importantes do pais.
O Turismo é a principal industria exportadora de Portugal, decisiva para a sua economia e a de todos nós sendo a que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial
Só com o desenvolvimento económico de Portugal poderemos ter um pais sustentável, uma carga fiscal e um nível de desemprego aceitáveis.
A dimensão da nossa economia e a incapacidade de investimento dos agentes económicos portugueses são de tal forma exíguos que carecem decisivamente de investimento estrangeiro para poder crescer por forma a fomentar a riqueza compaginável com os níveis de bem estar e de consumo que apaixonaram os portugueses nos últimos 25 anos.
A exiguidade da actividade económica e portanto da economia foi sendo substituida pela despesa do estado à conta da distribuição dos fundos europeus que praticamente esgotámos e do endividamento do estado que não é mais possível obter.
Portugal encontra-se, pela primeira vez na sua história, confrontado consigo próprio e com as suas limitações, esgotadas que se encontram todas as possibilidades de sustentar-se à conta de riqueza alheia (mais território, o açúcar, as especiarias, o ouro, as remessas dos emigrantes, os fundos europeus e por fim o crédito, esgotaram-se).
Restam-lhe os recursos próprios, com principal destaque, uma vez que outras riquezas naturais não beneficiaram o território dos portugueses, para aqueles que melhores mais valias poderão gerar: os recursos humanos.
ALGUMAS CONCLUSÕES de LA PALISSE
A Praia, as grutas, Armação de Pêra, os pescadores e a pesca artesanal são anteriores às concessões de Praia, à Policia Marítima e à lei que obriga as embarcações a, somente adentro dos corredores de navegação, poderem estar a menos de 300 metros da areia.
A pesca artesanal é uma actividade profissional que atraí cada vez menos interessados porquanto é uma profissão de risco, com custos certos e receitas incertas, condicionada pelas condições climatéricas como pela incapacidade dos
responsáveis para organizarem e implementarem formas mais eficientes tendentes à optimização do contributo para a economia desta actividade económica ancestral.
Sendo certa e sabida a importância da sua contribuição para o património que é a nossa gastronomia e a enormidade do défice comercial entre o pescado que consumimos, importado (só os japoneses consomem mais peixe per capita que os portugueses) e aquele que capturamos.
Profissionais liberais, os pescadores como outros, que são daqueles que, dentro do sistema (legal e fiscal) menos beneficiam do Estado social (não têm garantia de emprego, nem garantia no desemprego).
As visitas às grutas não são, economicamente, suficientemente interessantes para motivarem agentes económicos a empreenderem a sua exploração empresarial.
As visitas às grutas são provavelmente, a única oferta de interesse turístico de Armação de Pêra, para além do Sol e Praia.
Constituem por isso, durante um período muito curto em que gozam de alguma procura, uma garantia de emprego (actividade) para aqueles cuja actividade não passa de um subemprego (a pesca artesanal).
Sendo que o resultado desta prestação de serviços privada beneficia Armação de Pêra ajudando na paupérrima oferta turística de que dispõe e ajudando esta, ajuda o Algarve a continuar a ser um destino turístico importante que contribui decisivamente para a principal industria exportadora nacional a qual resiste estoicamente ao natural défice da balança comercial de Portugal com o exterior, dadas as profundas limitações da nossa economia, dos nossos agentes económicos e agora do estado muito mais limitado no apoio aos mesmos, em anulá-lo e, muito mais em invertê-lo em nosso favor.
Portugal só sairá do atoleiro em que se encontra com a optimização da soma dos contributos individuais na produção de mais riqueza para ter muito mais economia.
Para isso é importante produzir mais e melhor, mas tão importante quanto isso é haver sintonia criativa e cúmplice entre aqueles que produzem e querem produzir mais e aqueles que, dispondo de poderes públicos têm dos mesmos uma concepção exclusiva de poder que se afirma sobretudo pelo seu exercício e evidenciação repressiva e ou majestática, em vez de o assumirem como factor contributivo da facilitação na criação de riqueza, ao serviço da comunidade e também da economia.
Sem perderem os fins sociais para que foram criados, integrarem-se no aparelho produtivo, ao seu nível e no âmbito das suas funções.
É claro que o desenvolvimento económico, num estado de direito democrático, não é incompatível com a segurança das pessoas. Nem a lei é feita para ser pervertida. Mas a lei é também senão sobretudo, um instrumento de desenvolvimento que se cria na medida das necessidades na comunidade, alterando-se ou complementando-se as vezes que forem necessárias à sua adequação à realidade e às necessidades.
Ora, os corredores de nevegação foram criados para segurança dos banhistas protegendo-os sobretudo de embarcações de recreio perigosas como as motas de àgua, como é bem de ver e não para embarcações de pesca, bem visiveis, lentas e conduzidas com mestria por profissionais.
Mas, mesmo assim, é sempre possível criar mais corredores de navegação, onde os profissionais na condução das embarcações possam desenvolver a sua actividade económica de relevância com mais eficiência e eficácia.
E a Policia Marítima, em vez de ser parte do problema, porque é sustentada pela comunidade dos contribuintes, pode bem virar as suas peças de artilharia para atacar as soluções, empenhando-se por dar resposta, ou contribuir decisivamente para a resposta a estas necessidades. Afinal é também uma questão de segurança. Só que deste modo uma segurança preventiva e não um exercicio puro e duro de autoritarismo.
DE NOVO VERDADES de LA PALISSE
Os portugueses já são os contribuintes sujeitos à maior carga fiscal na Europa.
Só com mais economia poderemos ter melhor receita e, por essa via, uma carga fiscal aceitável.
Todos e cada um dos portugueses tem de fazer melhor a sua parte!
Não faças amanhã aquilo que podes fazer hoje!!!
A visita às grutas é uma actividade ancestral em Armação de Pêra, pelo menos desde que há pesca artesanal.
(melhor diriamos um passeio ancestral. De acordo com a informação de um visitante do blog, as visitas com caracter turistico, começaram com a aquisição do primeiro barco a motor, iniciativas esta e aquelas, da Junta de Turismo, de boa memória)
A pesca artesanal assegura a captura do pescado da melhor qualidade em Portugal.
O pescado de Portugal é disputado pelos melhores cozinheiros do mundo e viaja de avião para muitos dos melhores restaurantes do mundo.
O pescado português tem uma quota parte, inalienável, daquilo que constitui uma das principais atracções de Portugal: a sua gastronomia.
Armação de Pêra é uma estância turística importante no Algarve que atrai centenas de milhares de forasteiros, nacionais e estrangeiros.
O Algarve é um pólo de atracção turística dos mais importantes do pais.
O Turismo é a principal industria exportadora de Portugal, decisiva para a sua economia e a de todos nós sendo a que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial
Só com o desenvolvimento económico de Portugal poderemos ter um pais sustentável, uma carga fiscal e um nível de desemprego aceitáveis.
A dimensão da nossa economia e a incapacidade de investimento dos agentes económicos portugueses são de tal forma exíguos que carecem decisivamente de investimento estrangeiro para poder crescer por forma a fomentar a riqueza compaginável com os níveis de bem estar e de consumo que apaixonaram os portugueses nos últimos 25 anos.
A exiguidade da actividade económica e portanto da economia foi sendo substituida pela despesa do estado à conta da distribuição dos fundos europeus que praticamente esgotámos e do endividamento do estado que não é mais possível obter.
Portugal encontra-se, pela primeira vez na sua história, confrontado consigo próprio e com as suas limitações, esgotadas que se encontram todas as possibilidades de sustentar-se à conta de riqueza alheia (mais território, o açúcar, as especiarias, o ouro, as remessas dos emigrantes, os fundos europeus e por fim o crédito, esgotaram-se).
Restam-lhe os recursos próprios, com principal destaque, uma vez que outras riquezas naturais não beneficiaram o território dos portugueses, para aqueles que melhores mais valias poderão gerar: os recursos humanos.
ALGUMAS CONCLUSÕES de LA PALISSE
A Praia, as grutas, Armação de Pêra, os pescadores e a pesca artesanal são anteriores às concessões de Praia, à Policia Marítima e à lei que obriga as embarcações a, somente adentro dos corredores de navegação, poderem estar a menos de 300 metros da areia.
A pesca artesanal é uma actividade profissional que atraí cada vez menos interessados porquanto é uma profissão de risco, com custos certos e receitas incertas, condicionada pelas condições climatéricas como pela incapacidade dos
responsáveis para organizarem e implementarem formas mais eficientes tendentes à optimização do contributo para a economia desta actividade económica ancestral.
Sendo certa e sabida a importância da sua contribuição para o património que é a nossa gastronomia e a enormidade do défice comercial entre o pescado que consumimos, importado (só os japoneses consomem mais peixe per capita que os portugueses) e aquele que capturamos.
Profissionais liberais, os pescadores como outros, que são daqueles que, dentro do sistema (legal e fiscal) menos beneficiam do Estado social (não têm garantia de emprego, nem garantia no desemprego).
As visitas às grutas não são, economicamente, suficientemente interessantes para motivarem agentes económicos a empreenderem a sua exploração empresarial.
As visitas às grutas são provavelmente, a única oferta de interesse turístico de Armação de Pêra, para além do Sol e Praia.
Constituem por isso, durante um período muito curto em que gozam de alguma procura, uma garantia de emprego (actividade) para aqueles cuja actividade não passa de um subemprego (a pesca artesanal).
Sendo que o resultado desta prestação de serviços privada beneficia Armação de Pêra ajudando na paupérrima oferta turística de que dispõe e ajudando esta, ajuda o Algarve a continuar a ser um destino turístico importante que contribui decisivamente para a principal industria exportadora nacional a qual resiste estoicamente ao natural défice da balança comercial de Portugal com o exterior, dadas as profundas limitações da nossa economia, dos nossos agentes económicos e agora do estado muito mais limitado no apoio aos mesmos, em anulá-lo e, muito mais em invertê-lo em nosso favor.
Portugal só sairá do atoleiro em que se encontra com a optimização da soma dos contributos individuais na produção de mais riqueza para ter muito mais economia.
Para isso é importante produzir mais e melhor, mas tão importante quanto isso é haver sintonia criativa e cúmplice entre aqueles que produzem e querem produzir mais e aqueles que, dispondo de poderes públicos têm dos mesmos uma concepção exclusiva de poder que se afirma sobretudo pelo seu exercício e evidenciação repressiva e ou majestática, em vez de o assumirem como factor contributivo da facilitação na criação de riqueza, ao serviço da comunidade e também da economia.
Sem perderem os fins sociais para que foram criados, integrarem-se no aparelho produtivo, ao seu nível e no âmbito das suas funções.
É claro que o desenvolvimento económico, num estado de direito democrático, não é incompatível com a segurança das pessoas. Nem a lei é feita para ser pervertida. Mas a lei é também senão sobretudo, um instrumento de desenvolvimento que se cria na medida das necessidades na comunidade, alterando-se ou complementando-se as vezes que forem necessárias à sua adequação à realidade e às necessidades.
Ora, os corredores de nevegação foram criados para segurança dos banhistas protegendo-os sobretudo de embarcações de recreio perigosas como as motas de àgua, como é bem de ver e não para embarcações de pesca, bem visiveis, lentas e conduzidas com mestria por profissionais.
Mas, mesmo assim, é sempre possível criar mais corredores de navegação, onde os profissionais na condução das embarcações possam desenvolver a sua actividade económica de relevância com mais eficiência e eficácia.
E a Policia Marítima, em vez de ser parte do problema, porque é sustentada pela comunidade dos contribuintes, pode bem virar as suas peças de artilharia para atacar as soluções, empenhando-se por dar resposta, ou contribuir decisivamente para a resposta a estas necessidades. Afinal é também uma questão de segurança. Só que deste modo uma segurança preventiva e não um exercicio puro e duro de autoritarismo.
DE NOVO VERDADES de LA PALISSE
Os portugueses já são os contribuintes sujeitos à maior carga fiscal na Europa.
Só com mais economia poderemos ter melhor receita e, por essa via, uma carga fiscal aceitável.
Todos e cada um dos portugueses tem de fazer melhor a sua parte!
Não faças amanhã aquilo que podes fazer hoje!!!
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sexta-feira, 31 de maio de 2013
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Madrugada
Um leve tremor precede à madrugada
Quando mar e céu na mesma cor se azulam
E são mais claras as luzes dos barcos pescadores
E para além de insânias e rumores
A nossa vida se vê extasiada
O
poema é de Sophia de Mello Breyner Andresen, a foto de Ana Margarida Santos.
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Pescadores,
Poesia
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Os Pescadores de Armação, ensinam-nos qualquer coisa...
É bom saber e sobretudo
rapidamente o que vai mal. O que vai bem é ainda melhor embora, por isso mesmo,
possa até chegar mais lentamente apesar da urgência que
merece.
Não temos acompanhado
amiúde, neste Sitio e nos últimos tempos o movimento da antiga Lota de Armação
de Pêra, agora Posto de Recepção e Transporte de Pescado, reaberta por
iniciativa da Associação de Pescadores de Armação de Pêra.
Os dramas do quotidiano
nacional têm ocupado mais a prioridade da nossa atenção, dada a sua dimensão e
conseqüências generalizadas, as quais, como sabemos e sentimos, chegam
rapidamente a Armação.
Entretanto, pasmos com o que
assistimos, resistentes à miopia mas enleados nas malhas da política nacional
que insiste em render-se a um determinismo cerzido por gente poucochinha mas
poderosa, temos deixado de dar conta de soluções que se impõem no presente
contexto nacional.
Mas há quem resista a esta
tentação e se concentre na melhoria das condições de sobrevivência e com esta
participe activa e diariamente no desenho das soluções que se impõem pela sua
clarividência e, um dia que esperamos seja breve, se generalizarão para bem
desta economia; único antídoto para as conseqüências que o veneno das
concepções neo liberais e financeiras dos estertores finais deste sistema de
desenvolvimento caduco.
Mesmo contra resistências
que, se não se opõem frontalmente ao bom senso, continuam militantes activos da
mais profunda irresponsabilidade social: a letargia agravada pelas funções
públicas para as quais foram eleitos!
Gente que, apesar de tudo o
que se assiste e aprendeu, ainda não realizou que foi eleita para servir, as
pessoas e todos os interesses socialmente relevantes do seu concelho, de entre
os quais, hoje mais que nunca, a economia local se encontra e com esta, paredes
meias: o desemprego.
Meus Senhores, tomem
atenção: estão proibidos de falar em desemprego! Não têm moralidade para
invocarem o desemprego como objecto das vossas preocupações políticas!
De facto, quando pensam em
desemprego, pensam na conservação do emprego público em primeiro lugar...e em
último! Tão só!
Já o referimos outras vezes
que os pescadores, como de resto grande parte dos profissionais liberais,
constituem o menor encargo do Estado e, economicamente falando, o seu maior
contribuinte liquido.
Subalternizando esse facto a
classe política silvense não só é desleal ao mandantes que os elegeram como
revela incompetência nas e para as funções que desempenha; claro está que
também evidencia uma miopia insanável em matéria econômica.
Qual destes atributos o mais
prejudicial ao concelho e ao Pais? Para a economia (NACIONAL, REGIONAL ou
LOCAL) todos, isolada ou conjugadamente, são de uma erosão fatal
Pois bem façamos então o
balanço sobre os efeitos que “pequenas” medidas administrativas tiveram na
economia da Vila, em manifesta contracorrente:
Desde a abertura da Lota
pela associação, no dia 31 de Maio de 2012, até ao final do ano, foram
transportadas e entregues à Docapesca Portos e Lotas S.A., mais de 12 toneladas
de pescado. (Em média, quase duas toneladas mensais)
Há muitos anos que não se
verifica um movimento tão elevado, tudo reflexo de uma comunidade que
finalmente tem ao dispôr as melhores condições de trabalho desde a sua
existência, garantidas pelo trabalho voluntário de muitos armacenenses que dão
o devido valor à actividade dos HOMENS do MAR, e, claro está, em resultado do
trabalho desenvolvido Associação dos Pescadores.
Recorde-se que os pescadores
nunca tinham tido acesso à arca frigorifica nem ao gelo, pois a Docapesca
mantinha a Lota aberta duas horas por dia, aproximadamente, o que era
incompatível com a chegada das embarcações do mar, pois dependendo das artes
que estão a usar podem chegar desde as nove da manhã até ás onze da noite.
Este é o quadro de ECONOMIA
REAL que “os mangas de alpaca” não conhecem e insistem em não conhecer, apesar
de não desistirem de legislar, regulamentar, proibir e autorizar,
contemporizar, atrasar e, ainda por cima, opinar.
Portugal não irá a lugar
algum enquanto esta pequena excrescência da democracia não for colocada na
morada que lhe compete: O ESGOTO PÚBLICO!
Hoje os pescadores de A. de
Pêra tem acesso ao gelo e a arca frigorifica 24 horas por dia e tem garantido o
transporte do pescado também diariamente.
Um pequenissimo passo de
gigante, que já está a dinamizar todo o sector que, pelos volumes de pescado
transferidos no ano passado, deixa patente, mesmo a quem não quer ver, o
importante papel que tem na economia local.
Enquanto
cidadão-contribuinte e cidadão-consumidor desta comunidade nacional não
posso deixar de referenciar este pequeno exemplo cheio de potencial de
pedagogia e inovação (pasme-se) por conter nele vestígios suficientes do
antídoto para a crise que nos persegue.
É que, só a soma destas
pequenas actividades, tão mais eficientes quanto possível, pode concorrer para
o crescimento da economia e com ele, da diminuição do desemprego e com ela o
crecimento (salutar) da receita e a diminuição da despesa (subsidio de
desemprego).
Se é certo que mais
investimento contribui igualmente para o mesmo fim, não nos podemos esquecer
que as nano, micro, pequenas e medias empresas de Portugal, empregam cerca de
70%.
Não sendo menos certo que os
investimentos já realizados e as actividades em curso, dependendo
exclusivamente dos seus titulares e não da eventualidade de qualquer
investimento, devem ser, por imperativo nacional e pátriotico, objecto da maior
atenção, acompanhamento, cooperação, melhoramento, sobretudo quando tem a,
habitual, interferência da administração pública.
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domingo, 27 de janeiro de 2013
Transparência sim, mas sem nebelina!
"Realizou-se ontem, dia 23/01/2013, a reunião extraordinária da C.M.S., na sede do Armacenense Futebol Clube, que tinha sido requerida pela Vereação Socialista, de forma a permitir a participação dos principias interessados e a partilha da informação por parte do Executivo Permanente, tudo em nome da transparência.
Com a leitura dos documentos constantes do processo camarário, ficou patente, para todos os presentes que o executivo permanente conduziu mal o processo.
Pois, não obstante a Câmara Municipal ter deliberado em 15/07/2009, a compra do terreno (parte da praia) conjuntamente com a ARH Algarve, nada fez nesse sentido, nem respondeu à carta da Advogada dos Vendedores que em 26/01/2011 fixou um prazo até ao dia 30/11/2011 para que a escritura da compra fosse realizada. O que levou vários intervenientes na reunião a afirmar que tinham perdido a confiança no executivo permanente PPD/PSD.
Interpelado pela Vereação Socialista, o representante da Sociedade compradora, comprometeu-se logo que a Câmara Municipal assim o quisesse, a protocolar a cedência de todo o terreno, ao que os Vereadores Socialistas propuseram que tal situação fosse feita, de imediato, por escritura pública, tendo tal formalização sido aceite pelo actual proprietário.
Ou seja, o terreno será doado ao património público. Fazendo-se assim justiça ao devolver-se aos armacenenses o que deles é, e sempre foi.
Mais, foi assumido publicamente pelo comprador, que dispunha de uma verba a rondar os €300 000 para contribuir para a requalificação da zona nos termos definidos pela Autarquia, em troca de um apoio de Praia.
Ficou ainda decidido que a Vereação iria acompanhar a formalização das promessas."
Tanto quanto se alcança do post oportuno do Vereador Fernando Serpa, acerca da
“reunião extraordinária da C.M.S., na sede do Armacenense Futebol Clube, que tinha sido requerida pela Vereação Socialista, de forma a permitir a participação dos principias interessados e a partilha da informação por parte do Executivo Permanente, tudo em nome da transparência.” ficam por esclarecer alguns aspectos da questão, em nosso entender, absolutamente essenciais.
Naturalmente que esta reunião extraordinária foi muito oportunamente convocada pela Vereação Socialista, a qual denota uma vez mais, objectivamente, uma atenção muito mais focada nas vicissitudes da Vila e do eleitorado autóctone que noutros tempos, o que não só é legitimo, como é devido. É para isso que existe!
Sucede porém que, para além daquilo que a imprensa (Correio da Manhã) e a televisão (Sic)já tinham noticiado, pela voz do principal interessado ouvido em sucessivas entrevistas, e sem prejuízo da importância de nova promessa pública, em termos semelhantes, em reunião de Câmara, por parte do responsável da empresa interessada a instâncias da Vereação Socialista, pouco mais se adiantou para além da “vigilância” socialista à formalização das promessas, o que, convenhamos, não sendo pouco, não é suficiente!
Ficou sempre bem claro nas declarações do snr. Cabral, justiça lhe seja feita, que quer contrapartidas.
Esta atitude se num plano “inter pares” é de reconhecer como positivo, atenta a crise profunda em que o discurso transparente e leal, ainda que frontal, se encontra, em perca manifesta para o campeonato do cinismo e da prevaricação, num outro plano, o da relação de um particular, titular de interesses naturalmente egoísticos, na sua relação com a comunidade organizada em Estado de Direito, tratando-se de interesses públicos dessa mesma comunidade, é arrojada, mas sobretudo arrogante e nesse sentido desrespeitadora e portanto abusiva e inaceitável.
Por todo este conjunto de circunstâncias, atenuadas pela realização daquela reunião da Câmara, importará desembaciar a transparência que aquela visava prosseguir, a qual, lamentavelmente, não o terá atingido plenamente.
Na verdade, o que nesta novela é essencial, sendo práticos (o que já é um risco) é conhecer (em pormenor) as contrapartidas pretendidas pelo senhor Cabral, o tal que descobriu um novo caminho marítimo para lidar com o Estado!
Essas contrapartidas terão de ser objecto de proposta, a qual deve ser divulgada publicamente e discutida com TODOS os interesses em presença!
Só depois do imprescindível consenso entre a população, particularmente aqueles que ali se encontravam estabelecidos e deixarão (?) de o estar e especialmente aqueles que lá continuarão, e o arranjo proposto como contrapartidas, será, ou não, de aceitar o principio, depois de um detalhado plano de pormenor que assegure a “estabilidade” e sobretudo o seu futuro, na zona.
Ora, tanto quanto se conclui do post do Vereador, nada disto ficou aprovado ou sequer acautelado, o que é grave, diríamos mesmo inaceitável, porquanto a população de Armação não tem a mínima confiança nem na competência (vide os atentados acumulados ao longo de décadas na Vila), nem nos conceitos urbanísticos que pautam as decisões da CMS quanto a Armação, nem na capacidade negocial de uma Câmara falida, num Estado falido, face a interesses egoísticos de quem se assume com a arrogância bárbara que evidenciou publicamente em manifesto aproveitamento do tipo Cheque-Mate das debilidades financeiras e, por via destas, também psicológicas de um erário público agonizante.
Por fim, importará sempre ter presente e dar nota aos interesses que o snr. Cabral representa que a solução expropriação estará sempre em cima da mesa, para eles e para aqueles que “sempre tiveram a intenção de adquirir para o Estado aquela porção de praia”.
E, uma vez que o preço foi encontrado pela transacção(€200.000,00), sem prejuízo de uma avaliação por quem de direito, o custo da expropriação não o poderá ultrapassar.
Nenhum dos actores políticos no teatro da eleições que estão à porta ficará incólume se os interesses públicos em causa foram trilhados!
Com a leitura dos documentos constantes do processo camarário, ficou patente, para todos os presentes que o executivo permanente conduziu mal o processo.
Pois, não obstante a Câmara Municipal ter deliberado em 15/07/2009, a compra do terreno (parte da praia) conjuntamente com a ARH Algarve, nada fez nesse sentido, nem respondeu à carta da Advogada dos Vendedores que em 26/01/2011 fixou um prazo até ao dia 30/11/2011 para que a escritura da compra fosse realizada. O que levou vários intervenientes na reunião a afirmar que tinham perdido a confiança no executivo permanente PPD/PSD.
Interpelado pela Vereação Socialista, o representante da Sociedade compradora, comprometeu-se logo que a Câmara Municipal assim o quisesse, a protocolar a cedência de todo o terreno, ao que os Vereadores Socialistas propuseram que tal situação fosse feita, de imediato, por escritura pública, tendo tal formalização sido aceite pelo actual proprietário.
Ou seja, o terreno será doado ao património público. Fazendo-se assim justiça ao devolver-se aos armacenenses o que deles é, e sempre foi.
Mais, foi assumido publicamente pelo comprador, que dispunha de uma verba a rondar os €300 000 para contribuir para a requalificação da zona nos termos definidos pela Autarquia, em troca de um apoio de Praia.
Ficou ainda decidido que a Vereação iria acompanhar a formalização das promessas."
Tanto quanto se alcança do post oportuno do Vereador Fernando Serpa, acerca da
“reunião extraordinária da C.M.S., na sede do Armacenense Futebol Clube, que tinha sido requerida pela Vereação Socialista, de forma a permitir a participação dos principias interessados e a partilha da informação por parte do Executivo Permanente, tudo em nome da transparência.” ficam por esclarecer alguns aspectos da questão, em nosso entender, absolutamente essenciais.
Naturalmente que esta reunião extraordinária foi muito oportunamente convocada pela Vereação Socialista, a qual denota uma vez mais, objectivamente, uma atenção muito mais focada nas vicissitudes da Vila e do eleitorado autóctone que noutros tempos, o que não só é legitimo, como é devido. É para isso que existe!
Não manda a obrigação, mas manda a urbanidade que Armação de Pêra, uma vez mais, se compraza com tal atenção.
Sucede porém que, para além daquilo que a imprensa (Correio da Manhã) e a televisão (Sic)já tinham noticiado, pela voz do principal interessado ouvido em sucessivas entrevistas, e sem prejuízo da importância de nova promessa pública, em termos semelhantes, em reunião de Câmara, por parte do responsável da empresa interessada a instâncias da Vereação Socialista, pouco mais se adiantou para além da “vigilância” socialista à formalização das promessas, o que, convenhamos, não sendo pouco, não é suficiente!
Ficou sempre bem claro nas declarações do snr. Cabral, justiça lhe seja feita, que quer contrapartidas.
Esta atitude se num plano “inter pares” é de reconhecer como positivo, atenta a crise profunda em que o discurso transparente e leal, ainda que frontal, se encontra, em perca manifesta para o campeonato do cinismo e da prevaricação, num outro plano, o da relação de um particular, titular de interesses naturalmente egoísticos, na sua relação com a comunidade organizada em Estado de Direito, tratando-se de interesses públicos dessa mesma comunidade, é arrojada, mas sobretudo arrogante e nesse sentido desrespeitadora e portanto abusiva e inaceitável.
É certo que um Estado que se deixa tratar assim não é digno do maior respeito! Mas, seja este que Estado fôr, é o nosso e os seus executivos foram eleitos democraticamente, sem prejuízo do troco que merecerão, a seu tempo, por parte do eleitorado.
Por todo este conjunto de circunstâncias, atenuadas pela realização daquela reunião da Câmara, importará desembaciar a transparência que aquela visava prosseguir, a qual, lamentavelmente, não o terá atingido plenamente.
Na verdade, o que nesta novela é essencial, sendo práticos (o que já é um risco) é conhecer (em pormenor) as contrapartidas pretendidas pelo senhor Cabral, o tal que descobriu um novo caminho marítimo para lidar com o Estado!
Essas contrapartidas terão de ser objecto de proposta, a qual deve ser divulgada publicamente e discutida com TODOS os interesses em presença!
Só depois do imprescindível consenso entre a população, particularmente aqueles que ali se encontravam estabelecidos e deixarão (?) de o estar e especialmente aqueles que lá continuarão, e o arranjo proposto como contrapartidas, será, ou não, de aceitar o principio, depois de um detalhado plano de pormenor que assegure a “estabilidade” e sobretudo o seu futuro, na zona.
Ora, tanto quanto se conclui do post do Vereador, nada disto ficou aprovado ou sequer acautelado, o que é grave, diríamos mesmo inaceitável, porquanto a população de Armação não tem a mínima confiança nem na competência (vide os atentados acumulados ao longo de décadas na Vila), nem nos conceitos urbanísticos que pautam as decisões da CMS quanto a Armação, nem na capacidade negocial de uma Câmara falida, num Estado falido, face a interesses egoísticos de quem se assume com a arrogância bárbara que evidenciou publicamente em manifesto aproveitamento do tipo Cheque-Mate das debilidades financeiras e, por via destas, também psicológicas de um erário público agonizante.
Por fim, importará sempre ter presente e dar nota aos interesses que o snr. Cabral representa que a solução expropriação estará sempre em cima da mesa, para eles e para aqueles que “sempre tiveram a intenção de adquirir para o Estado aquela porção de praia”.
E, uma vez que o preço foi encontrado pela transacção(€200.000,00), sem prejuízo de uma avaliação por quem de direito, o custo da expropriação não o poderá ultrapassar.
Nas mãos da Vereação Socialista, e de quem mais se lhe quiser juntar, fica a incumbência da vigilância dos procedimentos que Armação, o bom senso e o verdadeiro dever de transparência, exigem!
Nenhum dos actores políticos no teatro da eleições que estão à porta ficará incólume se os interesses públicos em causa foram trilhados!
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domingo, 9 de dezembro de 2012
O mar é grande. Mas às vezes não é assim tão grande
Barcos de pesca colidem no Algarve em águas abertas. Houve 118 naufrágios este ano
Texto Ricardo Marques Foto Luiz Carvalho
A noite de segunda-feira chegou com vento fraco e mar calmo ao largo de Monte Gordo. Para os quatro homens a bordo do “Herança do Mar”, que navegava devagar para nascente, a única preocupação era mesmo deitar os covos à água e rezar para que, daí a dias, viessem cheios de polvos. Pouco depois das três da manhã, com mar calmo e sem vento, o arrastão “Peixe de Ouro”, com quatro tripulantes, saiu do porto de Vila Real de Santo António e rumou a sul para pescar tamboril. Pelas 3h30, a duas milhas de terra, em condições boas para a navegação e com o oceano inteiro à sua volta, as duas embarcações chocaram.
Não há nenhuma maneira fácil de explicar o que leva dois barcos a colidir em alto mar. A maioria das teorias faz parte de teses de mestrado e de doutoramento, contempla dezenas de variáveis e de fórmulas matemáticas e, por regra, abrange áreas marítimas específicas ou momentos determinados da navegação. António Serafim, o mestre do “Herança do Mar”, no entanto, precisa apenas de uma frase. “Quando ouvi o barulho deles e vi aquela coisa branca à minha frente, ainda dei à ré com toda a força que tinha o barco, mas já não foi a tempo”, conta.
Na noite do acidente, o “Peixe de Ouro”, de 14 metros, conseguiu voltar ao porto, mas os quatro tripulantes do “Herança do Mar” tiveram de saltar para uma balsa e esperar que a lancha semirrígida da Polícia Marítima os salvasse. “Estas coisas acontecem, mas não se deixam as pessoas sem auxílio”, lamenta António Serafim. “Depois de batermos, o ‘Peixe de Ouro’ só voltou para trás porque eu lhes disse no rádio que estávamos a meter água, e ficaram sempre à distância”, assegura o mestre do “Herança do Mar”. O Expresso tentou ouvir também o armador do “Peixe de Ouro”, mas João Afonso não quis prestar declarações.
O acidente em águas algarvias está a ser investigado pela Marinha. Os armadores do “Herança do Mar” e do “Peixe de Ouro” já entregaram os respetivos protestos de mar (relatórios do acidente), e as peritagens aos navios deverão ser feitas nas próximas semanas. O trabalho começou na quarta-feira à tarde, quando o “Herança do Mar”, de 12 metros, foi retirado do fundo do mar e rebocado para terra para avaliação. “Por isso”, refere o comandante do porto de Vila Real de Santo António, Ventura Borges, “é prematuro atribuir responsabilidades ou avançar quaisquer hipóteses”.
Raridade marítima
As colisões entre navios são raras. O próprio comandante Ventura Borges admite não se lembrar de alguma vez ter de elaborar um relatório semelhante. Por isso, esta semana é ainda mais atípica. Na quinta-feira à tarde, no Mar do Norte, num dos canais de navegação mais usados para chegar ao porto de Roterdão, na Holanda, deu-se outra colisão em alto mar, entre dois enormes cargueiros com mais de 100 metros. Um dos navios foi ao fundo e, além de seis desaparecidos, o acidente provocou cinco mortos.
Em Portugal, de acordo com dados cedidos pela Marinha, houve cinco colisões nos últimos dois anos. E apenas no caso do Algarve se verificou o afundamento de um dos navios envolvidos. No mesmo período, registaram-se 243 acidentes, 49 afundamentos, 9 mortos e 39 feridos. Nos últimos cinco anos, o número de mortos sobe para 19 e o de feridos para 77.
Ao largo de Monte Gordo não foi preciso contar vítimas. Os estragos mais visíveis estão no casco do “Herança do Mar” e são também o melhor ponto de partida para a investigação. O resto, por agora, é um mar de dúvidas. Os barcos tinham as luzes ligadas? Havia homens ao leme? Os radares funcionavam? As regras foram respeitadas? Era impossível alterar a rota? De acordo com uma fonte da Marinha, os acidentes devem-se muitas vezes a uma sucessão de vários pequenos erros, mais do que a um único erro.
São essas sequências que os modelos procuram reproduzir, introduzindo toda o género de variáveis: umas relacionadas com comportamentos humanos, outras ligadas à resposta dos equipamentos, à dimensão dos navios, à sua configuração, número de motores... Há dois anos, numa tese de mestrado em Engenharia e Arquitetura Naval, Pedro Monteiro calculou que o valor esperado de colisões entre embarcações no continente é de 1,8 por ano.
Para chegar a este resultado, entre outras variáveis, o investigador levou em conta os dados históricos de navegação dos navios seguidos através do equipamento de identificação automática - obrigatórios nos navios de maior porte. Até maio de 2014, essa obrigatoriedade vai alargar-se a todas as embarcações de pesca de comprimento igual ou superior a 15 metros.
António Serafim não sabe onde estará nessa altura. Agora é difícil fazer contas. As consequências mais graves do acidente no mar vão sentir-se em terra. Ele e os três tripulantes ficaram sem barco e sem trabalho. As famílias ficaram sem rendimento. “Agora? Não sei o que vamos fazer.”
in "Expresso" de 08.12.2012
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Lagoa da bosta
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quarta-feira, 13 de junho de 2012
Os ajustes directos revistos e actualizados para YESMAN ver...
ou a saga dos descamisados na ponta da espada dos Barbarossa deste concelho


O erudito Captain Barbosso fez um comentário ao ultimo post, levantando a questão do manifesto erro constante da ultima frase do texto, quanto a ajustes directos. De facto o milhão de euros de limite anual para um fornecedor é exclusivo das empreitadas. No fornecimento e aquisição de bens e serviços que um tractor constituiria, o limite efectivamente é de € 206.000,00, contrariamente ao que o snr. Captain Barbosso pretende ensinar.
Não somos juristas, como parece ser o Captain Barbossa, sendo por conseguinte possível o erro quando navegamos por águas, para nós, turvas..., no entanto, como sabemos ler ainda nos podemos dar ao luxo de corrigir alguns aprendizes de feiticeiro.
Porém, adeptos solidários com os Cantinflas da história, lamentamos que o Captain, provavelmente “marinheiro de água doce” tenha posto a tónica na sua erudição jurídica, de duvidosa actualidade, desprezando o essencial que é o teor politico do assunto, o qual, provavelmente fere a sua Dama.
Teor politico este que consistiu em evidenciar o verdadeiro DESERTO POLITICO em que o poder concelhio se move, absolutamente alheio ao essencial dos seus atributos e competências, perdido pelos corredores do poderzinho dos tiranetes.
Talvez não saiba que a proposta aquisição de um tractor consistia num dispêndio de €11.000,00, já que se sugeriu a compra de um tractor, para não destoar, usado, desde que existisse a retoma do existente.
O problema principal, contrariamente ao que o esclarecido Captain pensa, antes de ser de dinheiro é de atitude.
Na verdade a senhora Presidente da Câmara de Silves não imprime moeda, mas também não se reduz à condicção de tesoureira!
Espera-se mais de uma cidadã eleita pelo povo com a incumbência de administrar uma autarquia, melhor: exige-se mais de uma cidadã que se propôs a administrar uma autarquia!
Do que se sabe de antemão, mas nunca se deve esperar é que tal cidadã ou cidadão se candidate para se pavonear, beneficiar de um estatuto de respeitabilidade que não se preocupa em justificar, usufruir de benesses à conta do erário público, cultivar ódios locais de estimação e almejar, acima de tudo um novo patamar na escala da carreira politica, tratando a autarquia como local de passagem, sendo certo que também aqui se deverá enganar pois mais certo é ser esta a estação do fim da linha que percorre.
Sempre sem uma ideia politica e pior que isso, com uma permanente indisponibilidade para intervir quando o seu contributo poderia ser facilitador, ser proactiva quando se trata de questões efectivamente relevantes do concelho, independentemente da sua dimensão e não quando meramente mediáticas, diletantes ou abjectamente insignificantes politicamente falando.
A falta de dinheiro, independentemente de avaliarmos a sua origem, o que já constitui uma concessão enorme, não justifica a omissão, a incorrecção e o desprezo pelas
reais razões, para curar das quais com dedicação e competência, foi eleita!
Os desvalores que promoveu a valores e pautaram a sua gestão serão o que relevará no epitáfio da sua campa politica.

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terça-feira, 12 de junho de 2012
Querem um tractor? Deêm-lhes o Código da Contratação Pùblica!

Um tractor é um instrumento de trabalho e dificilmente pode ser retirado dele qualquer outro beneficio que não seja o de “burro de carga”.
Esta verdade que é meredianamente pacifica para a generalidade das pessoas, não é, para a intelligentzia da Câmara Silves, tomada como tal.
Quem é esta inteligentzia?
Diz a Wikipedia que o termo intelligentsia ou intelligentzia usualmente refere-se a uma categoria ou grupo de pessoas engajadas em trabalho intelectual complexo e criativo direccionado ao desenvolvimento e disseminação da cultura, abrangendo trabalhadores intelectuais.
Ora, no caso concreto, os trabalhadores intelectuais da Câmara de Silves, a saber: a classe política liderada por Isabel Soares.
Ora a classe política, sobretudo quando no poder, diz a estatística, que corre o risco, alto, da esquizofrenia [alterações do pensamento, alucinações, delírios (alterações do contacto com a realidade)]a qual hoje encarada não como doença, no sentido clássico do termo, mas sim como um transtorno mental, verdadeiramente democrático, uma vez que pode atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais, homens ou mulheres em qualquer idade.
Demonstração histórica desse facto é a conhecida frase proferida por Maria Antonieta perante uma das suas camareiras, enquanto a população faminta, frente aos portões de seu palácio, gritava por algo para comer: " Se não têm pão, sirvam brioches".
Esta frase, tornada famosa por ter sido proferida por Maria Antonieta, é bem representativa do desfasamento total da realidade, por parte daquela Soberana.
Desfasamento este que continua característico de muitos titulares dos Orgãos de Soberania, mesmo hoje, na era da sociedade da comunicação e da informação.
O Governo do concelho, pela omissão do tratamento e satisfação de interesses vitais das populações, ou de interesses económicos sérios das mesmas, do concelho e do País, ou pelo mau tratamento dos mesmos, são expressão actual daquela sobranceria esquizóide, pelos vistos tão comum às Monarquias como às Repúblicas, aos executivos nacionais como locais, ao passado como ao presente, às Rainhas por vontade de Deus como às "Rainhas" por adulteração da vontade do Povo.
O que tem isto que ver com tractores? É simples:
Como é sabido, a associação de Pescadores de Armação de Pêra interpelou a Câmara, pessoalmente e por escrito, dando conta da obsolescência do tractor (usado)que a Câmara colocou, provisoriamente ao seu serviço há um ano e meio.
Serviço este imprescindível à sua faina, isto é, ao desenvolvimento regular da actividade piscatória, isto é, imprescindível à actividade económica que desenvolvem num sector altamente deficitário da nossa economia (recorde-se que Portugal é o segundo maior consumidor de peixe per capita e despende milhões e milhões de euros em importação de pescado), pescadores estes que não são um encargo para os cofres do Estado porque correm o risco da fome mas não correm o risco de sobrecarregar a segurança social com subsídios de desemprego, para conforto dos funcionários públicos que não vêm naqueles o perigo da diminuição do pecúlio do orçamento geral do estado que lhes garante o salário.
Ora, se estivéssemos a tratar com gente racional e razoável, seria natural esperar uma resposta pronta por parte das instancias políticas do concelho face ao prejuízo social e económico que representa o impedimento objectivo do desenvolvimento normal da actividade piscatória que a imobilização do tractor obsoleto existente determina de facto.
Na verdade, a impossibilidade de ir ao mar, para além da ausência de receita na economia pessoal daqueles que dependem da actividade piscatória, o que incomodaria, em qualquer parte do mundo, qualquer governo em exercício racional de funções, determinará certamente, numa economia ofegante como a nossa, redução da oferta alimentar nacional, teoricamente aumento de importações, redução da receita fiscal, etc., etc., em suma, na situação de crise económica e social em que se encontra este pais e o Algarve, onde a mesma é particularmente agravada, constitui um verdadeiro desastre, perante o qual só uma classe politica esquizoide pode manter-se impávida e serena!
Evidências disso?
A resposta que a associação teve ao pedido de troca do tractor por outro, usado, que permitisse desenvolver a sua actividade, foi que:
1) A venda do tractor obsoleto carece de hasta pública;
2) A aquisição de um tractor do modelo adequado aos fins em vista deve obediência às regras da contratação pública;
3)O tratamento contabilístico da venda do tractor obsoleto e a aquisição do seu substituto tem regras contabilísticas distintas.
Isto é, perante uma população faminta e sabendo da ausência de pão suficiente no palácio, Maria Antonieta sugere à sua camareira que forneça brioches, como se o problema fosse a falta ocasional de pão suficiente e a fome estrutural do povo se resolvesse com os brioches que existiriam na sua despensa real.
A nossa Rainha perante a impossibilidade dos pescadores irem ao mar, responde com uma lição de direito público!
Só pode ser esquizofrenia, porque outra coisa constitui crime de deslealdade perante os seus mandantes!
Curioso não deixa de ser ter-se esquecido que a contratação pública permite o ajuste directo com qualquer fornecedor até um milhão de euros num exercício!

segunda-feira, 4 de junho de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
Armação de Pêra: «Ciclo de Conversas à Beira Mar»

Dia 12 de Maio, vai realizar-se a primeira conversa do "Ciclo de Conversas à Beira Mar", um espaço de debate informal com o objetivo de discutir temáticas relacionadas com a valorização dos nossos oceanos.
O primeiro tema é o "Cabaz do Peixe" um projeto de comercialização de peixe da pesca artesanal, que tem como objetivo a venda de peixe fresquíssimo, da pesca local, a preços mais económicos e diretamente aos consumidores, melhorando os rendimentos dos pescadores e permitindo a comercialização de espécies usualmente rejeitadas (cavala, etc.).
Nesta primeira conversa é convidada Catarina Grilo coordenadora do grupo-Oceanos da LPN que lançou o conceito em Portugal em parceria com entidades ligadas à pesca artesanal em Sesimbra. Neste projeto-piloto em Sesimbra, são parceiros do Projeto Cabaz do Peixe a Associação dos Armadores da Pesca Artesanal Local do Centro e Sul, a Câmara Municipal de Sesimbra, o IPIMAR e o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
O objetivo da LPN é estender o conceito a outras comunidades piscatórias portuguesas, onde este procedimento possa trazer vantagens à pesca local. Venha conhecer esta iniciativa e partilhar as suas ideias!
O "Ciclo de Conversas à Beira Mar" é uma iniciativa conjunta do CCMAR (Centro de Ciências do Mar), LPN (Liga para a Proteção da Natureza), Associação de Pescadores de Armação de Pêra, Clube de Futebol "Os Armacenenses", Junta de Freguesia de Armação de Pêra, da empresa Divespot e tem como media-partner o jornal SulInformação.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Ahhhh!!!! O que a nossa economia beneficiaria se Portugal tivesse Mar!

"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores portugueses."
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de frescos dos supermercados parece uns jogos sem fronteiras de pescado e marisco. Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico.
Por alto, vi: camarão do Equador, burrié da Irlanda, perca egípcia, sapateira de Madagáscar, polvo marroquino, berbigão das Fidji, abrótea do Haiti? Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado que nós. Eu não tenho vontade de comer uma abrótea que veio do Haiti ou um berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso, tenho vontade de falar com o berbigão, tenho curiosidade de saber como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.
Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo. Não é saudável ter inveja de uma gamba. Uma dona de casa vai fazer compras e fica a chorar junto do linguado de Cuba, porque se lembra que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o tamboril (da Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer durante todo o ano. Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras? fica estranho. Perca egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras. Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.
Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem polvo marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria um quilo de polvo marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e rouca. Acabei por optar por meio quilito de bacalhau da Noruega, assim como assim, já estamos habituados. Eu, às vezes penso: o que poupávamos se Portugal tivesse mar!!!!!!!!!
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domingo, 5 de fevereiro de 2012
Corredor de Pesca: A excepção que confirma a regra?
A tristemente celebre telenovela do Bar da Lota que obstrui o Corredor de Pesca e que agora não só ocupa parte do Balneário, como aparentemente vai passar a explorá-lo, promete continuar a dar que falar...
A dar que falar pela opacidade de métodos e processos em que a Junta e a Câmara são useiras e vezeiras.
Os seus titulares usam os seus poderes como se decidissem sobre propriedade sua, sem a mais pequena noção de que não passam de meros detentores de bens alheios cuja administração lhes foi temporariamente confiada para, dentro dos limites da lei a que se encontram adstritos, agirem no interesse da comunidade que os elege.
Esquecem com uma frequência frenética a elementaridade deste principio estruturante de qualquer democracia.
Esta gente abusa, maltrata a coisa pública, contribui decisiva e aceleradamente para o excesso de despesa, por acção e omissão, e nessa medida tem contribuído para a situação desesperada em que se encontram as contas públicas e, por via disso, o pais.
Impunes...continuam diletante, tranquila e incompetentemente a usurpar os poderes que não têm nos cargos que desempenham com legitimidade formal, mas com absoluto vazio substancial.
Estes pigmeus da classe politica nacional, fazem parte dela em tudo o que de mais negativo caracteriza a mesma, designadamente o extraordinário contributo para o acelerado delapidar do erário público, conseguindo eleger-se graças ao verdadeiro divórcio existente entre os cidadãos e os seus representantes, patente no peso habitual da abstenção, para o qual contribuem mediante a imoralidade da sua prática politica, instilando o alheamento na generalidade dos cidadãos, e ao sistemático pagamento dos favores políticos consubstanciados no voto, através da disposição de bens, direitos, concessões, subvenções e empregos públicos.
Com o conhecimento que temos de todos estes ingredientes e dos seus interpretes dificilmente a telenovela do Corredor de Pesca junto à Lota motivará grande expectativa, uma vez que ninguém espera surpresas.
No entanto quanto às surpresas, tal como quanto às bruxas cuja existência todos negam, há quem garanta que os espectadores podem aguardá-las....
A dar que falar pela opacidade de métodos e processos em que a Junta e a Câmara são useiras e vezeiras.
Os seus titulares usam os seus poderes como se decidissem sobre propriedade sua, sem a mais pequena noção de que não passam de meros detentores de bens alheios cuja administração lhes foi temporariamente confiada para, dentro dos limites da lei a que se encontram adstritos, agirem no interesse da comunidade que os elege.
Esquecem com uma frequência frenética a elementaridade deste principio estruturante de qualquer democracia.
Esta gente abusa, maltrata a coisa pública, contribui decisiva e aceleradamente para o excesso de despesa, por acção e omissão, e nessa medida tem contribuído para a situação desesperada em que se encontram as contas públicas e, por via disso, o pais.
Impunes...continuam diletante, tranquila e incompetentemente a usurpar os poderes que não têm nos cargos que desempenham com legitimidade formal, mas com absoluto vazio substancial.
Estes pigmeus da classe politica nacional, fazem parte dela em tudo o que de mais negativo caracteriza a mesma, designadamente o extraordinário contributo para o acelerado delapidar do erário público, conseguindo eleger-se graças ao verdadeiro divórcio existente entre os cidadãos e os seus representantes, patente no peso habitual da abstenção, para o qual contribuem mediante a imoralidade da sua prática politica, instilando o alheamento na generalidade dos cidadãos, e ao sistemático pagamento dos favores políticos consubstanciados no voto, através da disposição de bens, direitos, concessões, subvenções e empregos públicos.
Com o conhecimento que temos de todos estes ingredientes e dos seus interpretes dificilmente a telenovela do Corredor de Pesca junto à Lota motivará grande expectativa, uma vez que ninguém espera surpresas.
No entanto quanto às surpresas, tal como quanto às bruxas cuja existência todos negam, há quem garanta que os espectadores podem aguardá-las....
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sábado, 8 de outubro de 2011
Armação de Pêra: Carta aberta a Assunção Cristas

Exm.ª Senhora
Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território
Muito recentemente tive conhecimento da resposta de V.Ex.ª a uma pergunta que lhe foi dirigida, a propósito do problema existente na lota de Armação de Pêra. Achei algo curiosa esta vossa resposta sobre um problema tão sensível que afecta a vida profissional dos pescadores e armadores daquela localidade. Naquela resposta, mistura V.Ex.ª o problema existente naquela lota, com a questão dos combustíveis, como o GPL, e a problemática da primeira venda do pescado em lota. Questões de não somenos importância as quais fazem parte das preocupações diárias dos armadores e pescadores de Armação de Pêra, mas não só.
Não me surpreendeu absolutamente nada, confesso, a paixão manifestada por V.Ex.ª pelos mercados, bem como por uma economia aberta. Sei que é vossa profunda convicção que a formação dos preços está dependente dos mercados, que em sua opinião tudo parecem regular. Pura ilusão sua senhora ministra, no que à primeira venda do pescado em lota diz respeito.
Claro que V.Ex.ª nesta matéria da venda do pescado em lota, fala do que eventualmente não conhece, e naturalmente que quem fala do que desconhece, certamente que desconcerta, para além de não sentir, como nós, os problemas com que se defrontam os pescadores e armadores na sequência do problema existente na lota de Armação de Pêra.
Contrariamente ao que V.Ex.ª afirma, que a sugestão de uma taxa máxima de lucro na comercialização em nada beneficiaria os pescadores, eu dir-lhe-ei que o mercado não regula nada, antes desregula. E isso tem vindo a ser provado desde que se liberalizaram as taxas máximas de lucro na comercialização do pescado, o que veio beneficiar os comerciantes de pescado, e prejudicar fortemente a produção (armadores e pescadores).
Sabe V.Ex.ª em que ano se pode encontrar paralelo com os preços médios do pescado hoje praticados em lota. Só com os preços médios do pescado praticados em lota no ano 2000. Pode V.Ex.ª imaginar quanto aumentaram os custos de produção neste período de 11 anos?
Saiba pois V.Ex.ª que o sector da pesca defende unanimemente, há muito tempo, a tomada de medidas visando a valorização do pescado na primeira venda em lota e a criação de uma margem máxima de lucro para os intermediários. Em minha opinião o que o mercado veio provocar, contrariamente ao que defende V.Ex.ª, não foi favorecer a formação dos preços, mas sim a sua deformação.
Sabe V.Ex.ª, por acaso, como se processa a venda de pescado em lota? Não sabe? Não fique triste por isso. O último secretário de Estado Adjunto da Agricultura e Pescas Luís Vieira, do ultimo governo, também não sabia. Confessou-me esta sua ignorância, imagine V.Ex.ª, numa sessão comemorativa do dia Nacional do Pescador, 31 de Maio.
A venda de pescado em lota é feita através de um leilão, velho, caduco e obsoleto, de ordem decrescente, à espera de quem ofereça menos e não de quem ofereça mais. E são os comerciantes de pescado, os tais que vêm beneficiando da liberalização da margem máxima de lucro, que de manhã chegam às lotas com um telemóvel numa das mãos e um comando electrónico na outra, que decidem quanto vale o produto da pescaria feita pelos pescadores, fruto de um trabalho de elevado desgaste físico. Para além deste handicap, têm ainda os pescadores um sistema remuneratório perverso que resulta da incerteza da existência de boas condições climatéricas para o exercício da faina da pesca, da sorte de uma boa pescaria e da sorte de obter um bom valor em lota do pescado capturado. É muita sorte junta para que tudo dê certo, para que o pescador possa ter, não diria, uma justa remuneração, mas sim um salário minimamente razoável.
É todo este quadro que passa a leste de V.Ex.ª, e assim sendo falta-lhe a sensibilidade necessária para melhor compreender os problemas, muito específicos, que rodeiam o sector da pesca. Espero pois que, um dia, tenha a humildade de descer ao terreno para melhorar os seus conhecimentos e assim poder desempenhar, com mais eficácia e saber, o cargo de que está investida, Ministra do Mar, e não das Pescas.
Para terminar, sempre lhe quero dar a conhecer a pessoa que redigiu o presente texto, para que da parte de V.Ex.ª haja uma melhor compreensão para o eventual mau português deste meu texto e eventualmente para a existência de algumas agressões à nossa gramática. Essa pessoa é apenas formada em saber ler e escrever. Tem apenas o canudo - melhor dizendo - o diploma da 4.ª classe obtido na escola primária do Largo da Feira, em Olhão, no distante ano de 1954. A seguir inscreveu-se na Universidade Prática da Vida na disciplina do trabalho, onde começou a frequentar na prática a cadeira da pesca que frequentei durante mais de 40 anos. Com o passar destes 40 anos, cheguei à conclusão de que não iria sair formado, academicamente falando, claro está, mas sim reformado.
Um pescador reformado
Josué Tavares Marques
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