quarta-feira, 18 de julho de 2018
"No melhor pano, cai a nódoa”! A privatização de bens públicos não é só apanágio do PSD, é também do PCP!
Pois é, caros amigos, o Casino está à venda! Vide: http://invest.turismodeportugal.pt
A Câmara Municipal de Silves, confessando implicitamente não estar à altura de dar ao Casino qualquer serventia, prefere o “encaixe” do “vil metal” resultante de uma privatização, a conceber uma estratégia sintonizada com o interesse da população e do turismo que a sustenta, isto é a promover e contribuir para a sustentabilidade económica e social a economia da Vila e do Concelho.
Não podemos deixar de chamar à colação as insistentes críticas da força política a que pertence a actual gestão municipal, às privatizações do governo Passos Coelho, as quais não podiam estar em maior coerência com o que aquela mesma força política faz quando governa um município, pelo menos no caso de Silves.
Lamentavelmente se constata, através desta decisão municipal, que, o que realmente conta para o Município é a receita que de Armação de Pêra é possivel extrair!Qual mina a céu aberto...
Investir na Vila conferindo-lhe valências de que não dispõe, contribuindo para a sustentabilidade da sua economia, logo da sua receita, não faz parte dos planos desta gestão autárquica, tal como não fez a anterior de má memória.
Não há tempo para fazer bem. Os ciclos eleitorais são muito curtos!
Convenhamos que, da óptica do Senhor Feudal, é bem melhor recolher receita de uma Vila que “alguém” decidiu ser “zona de luxo”, com impostos (IMI) mais agravados, e nada ou pouco mais que isso ali investir, que tornar a Vila mais apetrechada fazendo jus à tal qualificação de “Zona de luxo” com os impostos na taxa, então sim, adequada, a sua economia mais sólida e a respectiva receita melhorada à custa do seu próprio desenvolvimento.
O epiteto de que a tese da “Vaca Leiteira” é expoente, de que goza a Vila de Armação de Pêra, continua, infelizmente, totalmente apropriada, a bem do investimento do município nas regiões do concelho onde o resultado eleitoral pode ser mais reprodutivo para o partido do executivo, em boa medida à custa da receita gerada em Armação de Pêra.
Assim não vamos lá, meu Portugal dos pequeninos!
Voltaremos ao tema, pois este edifício classificado de interesse municipal justifica-o plenamente.
domingo, 29 de maio de 2016
Morreu Vicente da Câmara, um amigo de Armação de Pêra que a prestigiou com a fidelidade duma opção sistemática para gozo das suas férias de verão
Faleceu ontem um amigo de Armação de Pêra,desbotando-se um pouco mais, com este desaparecimento, uma memória viva de um certo período da história de Armação de Pêra - o periodo pioneiro da Armação de Pêra do turismo e da modernidade -.
Veraneante persistente e decano da época balnear, não resistia aos convites, renovados anualmente, de actuar no Casino, para deleite do público estival e local.
Amante e pioneiro da pesca submarina em Armação de Pêra, quase diariamente, durante o periodo estival, demonstrava o resultado da sua mestria na arte de pescar à sua basta prole e a todos os que frequentavam a praia frente à antiga estalagem Algar.
"O fadista Vicente da Câmara morreu este sábado de manhã, em Lisboa, disse à Lusa o filho, José da Câmara.
Vicente da Câmara, sobrinho da fadista Maria Teresa de Noronha, tornou-se conhecido, entre outros êxitos, pelo fado “Moda das tranças pretas”.
O velório do fadista realiza-se este sábado a partir das 16:00, na Igreja da Graça, onde será celebrada missa, disse a mesma fonte.
O funeral sai no domingo às 15:30 da Igreja da Graça em direção ao cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Entre outros prémios, Vicente da Câmara foi distinguido com o prémio “Amália Carreira” e tinha um percurso artístico com mais de 60 anos, que iniciou na extinta Emissora Nacional.
Em 1948, incentivado pela tia, concorreu a um concurso da então Emissora Nacional. A vitória no concurso radiofónico, que no ano anterior tinha sido conquistada por Júlia Barroso, deu-lhe o passaporte para atuar aos microfones da rádio oficial em programas de grande popularidade, como "Serão para trabalhadores".
O fado "A moda das tranças pretas" que o celebrizou foi composto na década de 1950, quando assinou o primeiro contrato discográfico para a Valentim de Carvalho. Gravou, em 78 rpm, temas como "Fado das Caldas", "Uma oração", "Varina" (de sua autoria) ou "Os teus olhos", com uma letra sua.
Do seu repertório constam ainda temas como "Sino", de sua autoria, "As cordas de uma guitarra" ou "Outono", com letra de seu pai, "Triste mar", "Maldição" e "Menina de uma só trança".
O seu percurso inclui outros fados como "Fado Lopes", "Era mais que simpatia", "Milagre de St.º António", "Fado do Pão-de-Ló", ou "Fado do João", "Guitarra soluçante", "O fado antigo é meu amigo" e "Há saudades toda a vida".
Em 1964 estreou-se no cinema, em "A última pega", de Constantino Esteves, protagonizado por Fernando Farinha, no apogeu da carreira, e contracenando com Leónia Mendes, Júlia Buisel e José Ganhão.
Voltou ao cinema em 2007, sob a direção de Carlos Saura, em "Fados", e ao lado de Carminho, Ricardo Ribeiro, Mariza, Camané e Carlos do Carmo, entre outros.
O fadista, um dos fundadores da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF), integrou o elenco do espetáculo de inauguração do Museu do Fado, em 1998. Atuou na Alemanha, Luxemburgo, França, Espanha, Países Baixos, Canadá, África do Sul, Macau, Hong Kong, Coreia do Sul, Malásia, Brasil, Moçambique e Angola.
Em 1993, gravou com José da Câmara e Nuno da Câmara Pereira o CD "Tradição" (EMI/VC), em homenagem à tia Maria Teresa de Noronha.
"O rio que nos viu nascer" (2006) é o mais recente álbum de Vicente da Câmara.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou este sábado, em Lisboa, que o fado de Vicente da Câmara, falecido aos 88 anos, "ficará na nossa memória pela sua nobreza e fidelidade".
Na página da Presidência da República na Internet foi colocada uma mensagem de condolências à família do fadista, falecido na manhã de hoje em Lisboa.
Poucos intérpretes souberam conjugar tão bem as raízes populares e o cunho aristocrático do fado", salienta Marcelo Rebelo de Sousa, recordando que Vicente da Câmara era sobrinho da fadista Maria Teresa de Noronha, primo e pai de fadistas.
"O seu fado, castiço, bem timbrado, ficará na nossa memória pela sua nobreza e fidelidade", destaca o Presidente da República, na mensagem.
O funeral do fadista sai da Igreja da Graça, no domingo, às 15:30, em direção ao cemitério dos Prazeres, em Lisboa."
In: “TVI 24” de 29.05.2016
domingo, 27 de dezembro de 2015
Em Armação aprendeu-se a lição!
Longe vão os dias em que o Casino caminhava a passos largos para uma verdadeira lixeira.
Por iniciativa conjunta deste blog e de um extenso "abaixo-assinado" de amigos do Casino, foi o mesmo justamente considerado PATRIMÓNIO MUNICIPAL(Imóvel declarado de interesse municipal).
Longe vão os dias em que o imóvel se encontrava patentemente abandonado servindo para pichagens múltiplas e de gosto duvidoso, para colagens de posters-anúncios de corridas de touros apoiadas pela junta de freguesia e câmara municipal.
Hoje, sem que tenha deixado de merecer um tratamento muito mais adequado (o que é possível e desejável), já foi destinatário de uma pintura que permite concluir que a Junta ou a Câmara ou ambas, olham o imóvel com outros olhos e aprenderam a lição, com os meios disponiveis que não serão muitos.
Hoje, é também portador de uma mensagem de evidente pedagogia, que o dignifica e protege:"O Património é de todos. Ajude a preservá-lo!"
Bem hajam os novos dirigentes autárquicos que evidenciam deste modo uma outra sensibilidade para esta parte do que de relevante lhes incumbe zelar!
Bem haja ainda mais um futuro para o Casino à altura do melhor do seu passado!
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Câmara promove auscultação pública sobre requalificação do antigo Casino de Armação de Pêra
A Câmara Municipal de Silves promove, até ao final do próximo mês de fevereiro, uma auscultação pública sobre a requalificação do antigo Casino de Armação de Pêra, de modo a «recolher a opinião dos munícipes sobre o futuro» do edifício.
Para isso disponibilizou, para consulta, através do seu portal autárquico, a memória justificativa da proposta de projeto e a respetiva planta.
A partir daqui, e tendo em vista a recolha de contributos e sugestões, os munícipes poderão preencher o formulário que se encontra online (clique aqui) ou, em alternativa, dirigirem-se à Junta de Freguesia de Armação de Pêra, onde se encontram disponíveis todos os documentos anteriormente referidos, assim como o formulário em suporte papel.
Todos devemos estar envolvidos e participar no debate público.
domingo, 10 de novembro de 2013
Casino: Perfil de vitima de um neo liberalismo de pacotilha?
Corre por aí, à boca pequena, que uma das iniciativas que o snr. Presidente da Junta de Armação se prepara para desencadear é a revitalização do Casino...
Na proposta do candidato vencido sobre o Casino, reconhecia-se implicitamente que a Vila carece de iniciativas sociais em geral e culturais em particular. Tudo aquilo que os critérios de qualquer tesouraria pública põem “à borda do prato”.
domingo, 6 de janeiro de 2013
domingo, 5 de agosto de 2012
Armação de Pêra: Casino Património de Interesse Municipal, pode muito MAIS!
O Casino de Armação de Pêra foi, há pouco, justamente classificado como património municipal.
Tal classificação vale por dizer que o município, em face das suas características e importância relativa considerou e decidiu protegê-lo de um destino perverso e da prevaricação em nome da conservação da memória colectiva e da sua significação.
Torna-se estranho, melhor, tornar-se-ia estranho, não fora conhecermos de “gingeira” as suas omissões sistemáticas perante Armação de Pêra, o município agir desde logo em conformidade, isto é, e para já, preservar o espaço, permitindo-lhe alguma valência social ainda antes do seu restauro, naturalmente, embora com algumas limitações.
Designadamente vedar-lhe o destino de bazar desordenado onde tudo se vende desde o relógio chinês à mercadoria contrafeita, como se do Roque Santeiro se tratasse!
Designadamente privilegiando uma discriminação positiva ao comércio dos produtos nacionais e, particularmente regionais, como a excelente e quasi exclusiva doçaria algarvia!
quarta-feira, 6 de junho de 2012
CASINO:Imóvel de Interesse Municipal em resultado de uma acção EXEMPLAR!
“Por proposta dos Autarcas Socialistas, a Câmara deliberou na passada Segunda atribuir o interesse Municipal ao edifício designado por “Casino de Armação de Pêra” e remeter o dossier para a Assembleia Municipal.
Quero aqui reconhecer a longa e decisiva batalha travada pelos Armacenenses. O empenho do Luís Ricardo na elaboração e apresentação das sucessivas propostas, abaixo assinados … notas de imprensa, idas às reuniões públicas camarárias… As brilhantes e decisivas intervenções da Ana Cristina Santos na Assembleia Municipal, na defesa intransigente deste valioso património, sendo a porta voz de todos nós. A teimosia persistente dos responsáveis do Blog da Cidadania que sempre mantiveram a chama acesa, e o seu alerta para o apetite voraz de quem apenas vê naquele espaço euros, esquecendo que ali também reside a memória de uma comunidade que importa preservar. Aqui fica o meu singelo reconhecimento. Bem hajam! Proposta que a Vereação Socialista levou à Câmara Municipal.”
Fernando Serpa, Vereador da CMSilves, in Blog: “Verador c. m. Silves”
O imóvel conhecido por “Casino de Armação de Pêra” foi finalmente declarado como IMÓVEL DE INTERESSE MUNICIPAL.
Num post de 14 de Janeiro de 2007 com o titulo “Casino de Armação de Pêra: a roleta russa”, o blog Cidadania iniciou uma intervenção pública em defesa do imóvel e da sua conservação ao serviço da economia da Vila, dentro da sua vocação inicial, tentando resgatá-lo de um destino a que já tinha sido votado de há muito: a exclusão e a acelerada degradação até ao abate.
Mantendo a chama acesa entre Janeiro de 2007 e Janeiro de 2011, nesta data demos os primeiros passos no sentido do lançamento de uma Petição Pública que conduzisse à classificação do edifício como de interesse Municipal, visando por este intermédio a sua patrimonialização e com esta uma garantia adicional para a sua conservação e futuro mais cuidado.
Em resultado dos valores em causa e da total identificação da população com a preservação e conservação do imóvel, o interesse generalizado das forças vivas da Vila e do seu primeiro subscritor Luís Ricardo foram imediatos.
Sem embargo das muitas batalhas que a Vila tem, ora em curso, ora por travar, a classificação do Casino com imóvel de interesse Municipal é justa e constitui uma vitória da vontade do povo de Armação, que, desta vez, fez por isso!
A Vereação socialista cumpriu o que da mesma se esperava, isto é, que representasse a vontade do povo de Armação. Assim acontecesse sempre (o povo com uma causa justa, pela qual pugna com empenho e dedicação; uma classe política que se assumiu efectivamente como mandatária do povo que representa)e este concelho não apresentaria, certamente, todos os inúmeros défices que exibe!
O mesmo se diga quanto a todos os restantes concelhos do Pais e, por maioria de razão, quanto ao próprio Pais!
Neste sentido, Armação de Pêra, se não por outras razões que não invocando não queremos diminuir, por virtude desta iniciativa, da participação que motivou e teve, e da boa execução do mandato político, constitui um EXEMPLO!
Nos tempos que correm não é coisa pouca!
domingo, 11 de março de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Casino de Armação de Pêra: Seiscentos assinam petição em defesa do património

Luís Ricardo, o primeiro dos seiscentos subscritores, entregou ontem na reunião da câmara de Silves a petição, que solicita à câmara de Silves a classificação do edifício do “Casino” a património Municipal.
A imprensa divulga, que apetição irá ser debatida em ponto prévio na reunião de câmara, que se realiza amanhã. Mas este ponto não foi colocado na ordem de trabalhos.
Quere isto dizer, que Isabel Soares dá mais uma vez o dito por não dito?
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Casino de Armação de Pêra: Armacenenses defendem o que é seu!
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Casino: Proposta manhosa?
O assunto, como é sabido, tem sido objecto de muitos posts neste blog e a defesa do edifício do Casino através da sua qualificação como imóvel de interesse municipal constitui, designadamente através da iniciativa da petição, uma batalha que travamos com empenho.
Pretendemos comentar aquele documento e sobretudo a sua motivação, com o detalhe que merece.
Por agora e para não perder tempo em dar “resposta” à verdadeira “provocação” que aquele constitui, quedamo-nos por referir, sinteticamente:
As principais motivações apresentadas para a proposta de venda do Casino, vem especialmente referidas nas primeiras três linhas da página três do referido documento, a saber:
1.-“Uma vez que não há possibilidade de candidatar a requalificação do Casino de Armação de Pêra a fundos comunitários...”
2.-“...e os procedimentos abertos têm vindo a ficar, sempre, desertos (duas hastas públicas, em 16/08/2005 e 03/11/2005; e um concurso público datado 29/05/2006).
Independentemente de outras considerações que o assunto merece e que oportunamente viremos a fazer, sem prejuízo de todas aquelas que os visitantes considerem oportunas fazer, justifica-se desde já, face às motivações apresentadas, alguns comentários liminares. Um de natureza “cirúrgica” e outro de natureza “lógica”.
Começando pelo primeiro:
Não corresponde à verdade a motivação referida em “1.-“.
O Município de Silves tem o dever de conhecer a Deliberação aprovada por consulta escrita em 16 de Junho de 2011, que aprova o Regulamento Especifico “Reabilitação Urbana”, que produziu efeitos 30 dias após a sua data de aprovação.
Com efeito reza o artigo primeiro desse Regulamento definindo o seu objecto, o seguinte:
O presente regulamento define o regime de acesso aos apoios concedidos pelos Programas Operacionais Regionais do Continente (POR) no âmbito do Instrumento de Politica “Reabilitação Urbana”, relativamente às operações financiadas pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER):
a)...
b)...
c)...
d)...
e) POR Algarve: Eixo prioritário III”Valorização Territorial e Desenvolvimento Urbano”.
Deste modo é cirúrgica a conclusão de que o Município só não irá reabilitar o edifício do Casino, se não quiser!
Prosseguindo para a segunda motivação, aquela de natureza “lógica” (da batata, dizemos nós):
O Município já tentou vender o Casino, através dos mecanismos legais (hasta pública e concurso público), em 2005 e 2006 (três e dois anos antes da crise da bolha do imobiliário que se arrasta até hoje e continuará até ver...) tendo todos eles ficado desertos, isto é, sem interessados, POR ISSO pretende decidir VENDER o Casino!!!!????).
A lógica, ao caso, da insanidade está presente a “olhos vistos”, isto é: continua o Município a fazer o mesmo, esperando novos resultados.
No entanto, outro comentário se justifica.
No caso da definição de Insanidade a que deitamos a mão, cuja autoria pertence a Albert Einstein, há um pressuposto inerente: a mera teimosia do agente, na melhor versão, a imbecilidade do mesmo, na pior.
Sucede que, não tendo sobre a inteligência da liderança da autarquia a melhor das opiniões, também não a temos por imbecil.
Em que ficar então? Aceitam-se especulações!
Será que os factos (frustração dos concursos públicos) aqui arrolados para, gramaticalmente, se apresentarem como motivação da venda, ainda que aberrante, se destinam a motivar outros factos futuros, em data incerta, mas de ocorrência certa?
Será que esta constitui uma forma de prever como natural uma nova praça deserta (mais que certa) que venha a justificar uma descida do preço, dentro do limite do ajuste directo?
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Petição pela Classificação do CASINO: O Seguro morreu de Velho!
Independentemente das matérias gerais que enfoca e sobre as quais não temos competência para avaliar e desse modo formular uma opinião, outras há que contemplam assuntos mais próximos do conhecimento comum. Falamos naturalmente de Património Cultural (artº 43º), no qual segundo o Plano de Pormenor de Armação de Pêra (PPAP), se compreendem os Imóveis Classificados e os Imóveis de interesse Não Classificados.
Mais adiante, no artº 45º do mesmo instrumento legal, o legislador (CMSilves) define expressamente “O Casino da Praia (Av. Beira Mar)”, como imóvel de interesse Não Classificado.
Esta “classificação” ( “imóvel de interesse Não Classificado”) por via Regulamentar já protege o edifício do Casino, impedindo intervenções que não respeitem os materiais e pormenores construtivos representativos da sua linguagem
arquitectónica e época de construção, assim como a sua composição
volumétrica, o que nos confere, aprioristicamente, alguma tranquilidade...
Mas “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte”, como dita a sabedoria popular, é à Câmara Municipal de Silves que cabe pronunciar-se sobre as intervenções propostas para estes imóveis, com vista à sua salvaguarda e valorização, o que, justificadamente, não nos deixa ficar tranquilos por muito tempo, mas, pelo contrário, permanentemente alerta...
As recentes noticias que relatam que o Casino está inscrito na verba das receitas do Orçamento Municipal ou equivalente, é bem demonstrativo sobre a tranquilidade a que temos direito, a qual é, naturalmente, nenhuma!
Alguns, bem intencionados ou só ingénuos, ainda pensam tratar-se de um mero expediente, artificial, para equilibrar o depauperado Orçamento Municipal, visando obter por essa via entre outras, o logro das autoridades e dos cidadãos mais atentos e, ou, preocupados, sem grande risco da venda se vir a concretizar.
No entanto, num Pais onde a Lei cede a qualquer dificuldade financeira, legitima ou menos legitima, adaptando-se, quer pela violação simples, quer complexa, quer por outras vias mais formais que as legitimem, à posteriori, não podemos deixar à lei, sobretudo sobre estes interesses, o zelo pela nossa tranquilidade.
E o mesmo, infelizmente, se pode dizer quanto à aplicação da mesma pelos tribunais, que são constituídos por homens e mulheres não poucas vezes mais obedientes à sua agenda política ou aos interesses conjunturais do Governo que lhes paga o ordenado que aos mais sãos valores integrantes da constituição material de um Estado de Direito, o que também adverte os cidadãos interessados a conservarem os olhos bem abertos perante o exercício do poder de disposição por parte daqueles que efectivamente o detêm, ao caso a senhora presidenta da edilidade: Isabel Soares e seus seguidores.
Daqui que se deva partir, agora, depois do conhecimento do regulamento e das suas disposições protectoras do futuro do Casino, ainda mais sustentadamente, até à CLASSIFICAÇÃO DO CASINO COMO IMÓVEL DE INTERESSE MUNICIPAL, porque “todos os cuidados são poucos” na presente conjuntura que agrava todas as características estruturais da nossa Classe Política.
Razão acrescida, para além das já citadas, para a concretização da iniciativa da petição pela classificação do Casino como imóvel de interesse Municipal é o envolvimento da população, nativa ou não, mas amiga da Vila, a qual por esta via é chamada a participar e a defender aquilo em que acredita e que ama, reduzindo a margem de manipulação que o poder municipal usa e abusa frequentemente, tratando os cidadãos da Vila como se de fantoches abúlicos se tratassem.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
PETIÇÃO PELO CASINO A PATRIMÓNIO MUNICIPAL
Recordando....
Procurando à margem em ETIQUETAS e fazendo um clik duplo em CASINO, poderá percorrer os vários textos até ao de 13.01.2011:"PETIÇÃO CASINO IMÓVEL DE INTERESSE MUNICIPAL: LOGISTICA E OPERACIONALIDADE", da qual constam algumas indicações importantes sobre a logistica da petição e, de entre elas a seguinte:
3. Enviar o original do pdf. POR CORREIO (há quanto tempo não passamos por lá?) ao cuidado do primeiro subscritor, e para o seguinte endereço:
Luís Patrício Pereira Ricardo
Rua Coronel Santos Gomes, 23 3º C
8365-113 Armação de Pêra
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Para salvar o casino de Armação de Pêra
sábado, 26 de novembro de 2011
CASINO: Na encruzilhada de um Orçamento devorador, vale tudo menos tirar olhos!

O senhor Vereador Fernando Serpa denunciou através do seu blog, no passado dia 24.11, um facto recente, aquele de ter tido conhecimento, directamente da Dra Isabel Soares, ser intenção da edil vir a propôr à respectiva Câmara, a venda do ANTIGO CASINO DE ARMAÇÃO DE PÊRA.
Mais tornou público que, quanto a si, reconhece que tal espaço é pertença dos Armacenenses!
Ainda manifestou a expectativa de que a Junta de Freguesia venha, oportunamente, a defender essa “propriedade” perante o município, antes que aquela senhora se encarregue de, sem mais, pôr em marcha aquela venda.
Tais afirmações constituem uma promessa pública de apoio à conservação do edifício no domínio público dado o seu relevante INTERESSE MUNICIPAL, e mais especificamente à consagração do seu destino à vontade dos armacenenses, valendo por isso dizer que, dada a integração, significado e simbolismo do imóvel, o seu empenho enquanto Vereador irá no sentido de conservar a vocação inicial, embora reorientada de acordo com uma consulta pública, para a utilidade pública.
Tomamos nota, com agrado e não esqueceremos!
Mas não só, é também um desafio sério à Junta de Freguesia para que “se mexa” se tem amor ao Casino e sobretudo que o comunique formal e urgentemente à Câmara!
Esperamos sinceramente que o Vereador Fernando Serpa não reduza a vontade dos armacenenses aquilo que a Junta de Freguesia expressa perante a Câmara. Se assim for padecerá de miopia grave uma vez que armação não se reduz a tão fraca representação e o que aqui se passa e releva excede largamente a capacidade de apreensão e, ou, atenção do senhor Presidente da referida Junta.
No entanto não esquecemos que a Junta e o seu Presidente existem e têm as suas atribuições e competências!
Daí que daqui apelemos ao primeiro subscritor da Petição para a classificação do imóvel como de INTERESSE MUNICIPAL, LUIS PATRICIO RICARDO, para que, enquanto membro da ASSEMBLEIA DE FREGUESIA, promova nessa instância, a análise e discussão desta matéria, em ordem a que a Junta tome uma posição quanto ao futuro do Casino e a comunique à Câmara com a maior brevidade.
Ainda apelamos ao mandato politico do Vereador Fernando Serpa, que com os votos de Armação de Pêra também foi eleito e que os tem justificado na atenção que à Vila tem dado, designadamente no que ao caso concreto diz respeito, no qual tem sido singular (com o pedido de desculpas a qualquer outro Vereador que o tenha feito sem que disso tenhamos registo), para se conservar atento e fiel à promessa pública que registámos e agradecemos.
Por nós, vamos coligir as listas de assinaturas recolhidas, sem que se dê conclusão ao processo de recolha em curso, porquanto, face aquela ameaça da Madame VALE TUDO, todos nunca seremos demais!
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
ESCÂNDALO em Armação de Pêra: Casino à Venda!



Enquadramento histórico do edifício conhecido por Antigo Casino de Armação de Pêra
As décadas de 50 e 60 em Portugal foram um período de grande construção e do ordenamento do território.
Planos, projectos, modernismo, experimentalismo, abertura ao exterior, deram lugar à edificação dos novos pólos turísticos, equipamentos, como os casinos de segunda geração, os hotéis, grande hotéis, as piscinas, etc., foi a era dos equipamentos, das infra-estruturas, e do turismo de massas cujo desenvolvimento se acentuava na Europa do pós-guerra e do qual se anteviu poder o pais vir a beneficiar, justificando pesado investimento relativo no urbanismo balnear.
Armação de Pêra pelas extraordinárias condições naturais de que dispunha foi objecto de um, entre esse grande número de planos para a costa portuguesa então levados a cabo o que, tendo apetrechado a povoação com outros meios de sustentabilidade e desenvolvimento económico, fê-la suportar, a prazo, um pesado custo: o da completa descaracterização!
De pequena aldeia no inicio do seu desenvolvimento turístico, passou a ter dois pólos bem distintos: a aldeia propriamente dita, dos pescadores, e o bairro novo balnear.
Com eles, outros tantos pólos de sustentabilidade e fixação da população: a actividade piscatória e o turismo.
A massificação da procura que durante a década de 70 e as seguintes se foi progressivamente acentuando determinou a descaracterização definitiva quer do pólo primitivo, a aldeia dos pescadores, quer do pólo constituído pelo bairro novo balnear, por via da proliferação generalizada da construção em altura, implantada de forma desordenada.
Esta explosão de fogos para habitação poupou alguns, poucos, ex libris da Vila, dos quais merece destaque o Antigo Casino, o qual simboliza uma época, caracterizada pelo desenvolvimento e ordenamento do território, criação de infra estruturas, concepção e implementação do urbanismo balnear e concomitante abertura ao exterior, e o fim de um ciclo de vários séculos de existência da pacata e tranquila povoação de Armação de Pêra.
Uma referência integrante do ambiente cultural da Vila
Porém, em resultado do primeiro enxerto que recebeu esta primitiva povoação de pescadores, foi-lhe legado um edifício excêntrico na sua relação com os demais, ontem, como, por outras razões, hoje, de arquitectura revivalista, que foi implantado em localização que lhe atribuiu a vocação patente de cómodo e retém de um esplêndido desfrute da singular beleza natural da baía de Armação de Pêra.
E foi nessa vocação que a povoação primeiramente se reviu porquanto, nas demais que também caracterizaram a oferta do Casino, as diferenças sociais, culturais, os hábitos e os afazeres não permitiram, durante os primeiros anos da sua actividade, que delas, a grande generalidade dos autóctones, tivesse serventia, sem que tenha alguma vez renunciado à noção de pertença que a natureza pública da construção do implante no seio da sua Baía, que constituiu o pólo do desenvolvimento que se lhe seguiu, sempre justificou e legitimou.
O edifício constitui assim desde a data da sua inauguração, em 1958, para a população da Vila, uma autêntica referência.
Uma referência do reconhecimento público da beleza da sua paisagem natural e da modernidade, reportados à época da sua instalação.
Uma referencia enquanto bem cultural, gerador de valores de civilização e de cultura, numa povoação num estádio de desenvolvimento pouco mais que rural.
Uma referência de abertura e desenvolvimento que contribuiu para fixar os seus naturais no seu meio próprio, reduzindo as necessidades de recurso à emigração e generalizando a sustentabilidade da comunidade.
Uma referência de acolhimento e serviço que caracterizou a abertura da povoação ao turismo de massas, o qual se veio a constituir como a sua actividade económica por excelência.
Uma referência de desenvolvimento, harmonioso, proporcionado em coexistência pacífica com a caracterização original da povoação.
Uma referência de pausa e serenidade em alto contraste com os restantes elementos construídos da paisagem urbana da Vila, que lhe foram sendo adicionados posteriormente, e por isso,
Uma referência do ciclo que aí se concluiu, o qual se confinou ao longo de séculos à aldeia piscatória e à ruralidade envolvente.
Uma referência de recuperação intra-psíquica, prazer estético, conforto decorrente de um ambiente limpo e despoluído, de espaço público disponível, de visão do equipamento público disponível.
Referências estas que constituem claramente contornos definidores do facto de estarmos perante um imóvel que constitui elemento do chamado meio ambiente cultural, de Armação de Pêra, conceito já autonomizado há muito pelos especialistas, mas ainda um pouco arredado do conhecimento comum.
A “patrimonialização” devida, pela vontade do povo de Armação, em razão da relação estabelecida com o edifício, pela simbologia histórica do mesmo e pelos seus atributos arquitectónicos e paisagísticos.
As sociedades contemporâneas, em resultado da tendência de homogeneização cultural, carecem de uma ligação afectiva às referências do passado, uma vez que padecem do que alguns especialistas designam como “amnésia colectiva”, em virtude do seu distanciamento e alheamento relativamente ao passado.
Perante tal circunstancialismo, é tão comum quanto legitimo pretender-se que não só o passado seja recuperado, como também sejam sublimadas todas as actividades e expressões que se possam transformar num instrumento ao serviço do fortalecimento da identidade de uma comunidade.
As acções em que tais pretensões resultam, verdadeiros resgates do passado mediante a “patrimonialização” dos elementos culturais locais, assumem para além de uma vertente identitária, um carácter instrumental, pois permitem a oferta de bens e actividades culturais, as quais respondem aos anseios de uma população carente de vínculos de identificação, para com o território, com o passado e com a comunidade dos seus concidadãos.
Na verdade, a herança cultural contribuí para uma certa estabilidade, permanência e continuidade dos pertences culturais que, ao mesmo tempo que permitem estabelecer uma simbologia entre o passado, o presente e o futuro, promovem um sentimento de pertença por parte de todos nós.
É sabido que o Património não é só o legado que é herdado, mas o legado que, através de uma selecção consciente, um grupo significativo da população deseja legar ao futuro.
Como ensina Ballard, a noção de património surge “quando um indivíduo ou um grupo de indivíduos identifica como seus um objecto ou um conjunto de objectos” (Ballard, 1997:17). E falar de património pressupõe, por tudo o que preteritamente vem referido, falar de identidades, na medida em que pode ser definido como uma síntese simbólica de valores identitários (Santana, 1998:37-49), que contribuem para um sentimento de pertença e de identificação de um colectivo social.
Mas se é certo que o património, enquanto operação simbólica, não deve ser confundido com a cultura, constituída esta pela acumulação da experiência cultural humana em toda a sua profundidade e diversidade, não é menos certo que, enquanto síntese simbólica, o património fornece elementos de significação cultural, particularmente relevantes num contexto de globalização onde coexistem leituras diferenciadas, permitindo situar-nos em relação ao passado quando, muitas vezes, já nada resta dele.
Não esquecendo que, as acções de patrimonialização e a criação de produtos turístico-patrimoniais, permitem configurar as opções estratégicas em torno de uma politica de turismo, a qual integra, em Portugal, qualquer politica de desenvolvimento e afirmar o respectivo território simbólico, nas escalas de prestigio dos destinos turísticos, o que, de algum modo, conservará activamente o edifício ao serviço da sua vocação original depois da mesma lhe ter sido subtraída, em razão de indefinições a que importa pôr fim.
(Fundamentação da petição:
PETIÇÃO
CASINO DE ARMAÇÃO DE PÊRA BEM CULTURAL DE INTERESSE MUNICIPAL)
Correio para:
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Património Natural