O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Portugal vai investir mil milhões na Defesa – mas quem protege quem está cá dentro?

Nos últimos dias, o Primeiro-Ministro Luís Montenegro anunciou um reforço de cerca de mil milhões de euros para a Defesa Nacional até ao final de 2025. O objetivo é acelerar aquisições de equipamento militar, modernizar infraestruturas e valorizar os recursos humanos das Forças Armadas, antecipando o que já estava previsto na Lei de Programação Militar. É, sem dúvida, um passo estratégico no atual contexto internacional. A Europa vive tempos de incerteza, a guerra na Ucrânia não dá sinais de trégua, e o reforço da capacidade militar nacional é visto como uma necessidade. Mas há uma questão que não pode continuar a ser ignorada: Onde entra a segurança interna nesta equação? A defesa nacional começa dentro de portas É fácil pensar em Defesa como sinónimo de tanques, caças ou submarinos. Mas a defesa de um país começa no seu próprio território, todos os dias, através das forças de segurança que patrulham ruas, protegem populações, combatem o tráfico e mantêm a ordem. A GNR, por exemplo, é uma peça-chave desta segurança. E, no entanto, os seus postos por todo o país contam com efetivos reduzidos, viaturas obsoletas e instalações degradadas. Um exemplo claro é o posto da GNR de Armação de Pêra. Uma vila que recebe milhares de pessoas no verão e que, ainda assim, conta com poucos militares e um parque automóvel que envergonha qualquer país desenvolvido. Há viaturas a "cair de podre", que precisam de cobrir dezenas de quilómetros quadrados. Situação parecida ocorre em várias regiões do país, especialmente no interior e no litoral fora dos grandes centros. Dependência da União Europeia: um alerta vermelho O que é ainda mais preocupante é que a aquisição de viaturas e outros equipamentos básicos tem sido feita, muitas vezes, com fundos da União Europeia. As últimas viaturas entregues às forças de segurança, em 2025, vieram quase todas de projetos financiados por Bruxelas. Isto levanta uma pergunta fundamental: Se a nossa segurança interna depende da aprovação de fundos europeus, o que acontece quando esses fundos não estão disponíveis? Esta dependência não é sinal de uma gestão eficaz — é sinal de um problema estrutural. O risco de esquecer quem está cá dentro Enquanto os olhos do Governo estão postos na aquisição de novos sistemas para a Defesa Nacional, milhares de militares da GNR, da PSP e outros agentes enfrentam desafios diários com meios que envergonhariam qualquer força europeia moderna. É importante reforçar as Forças Armadas, claro. Mas não podemos esquecer que a segurança começa no território nacional, nas vilas, nas aldeias, nas cidades. Sem uma base sólida de segurança interna, qualquer esforço de defesa externa fica incompleto — ou até ineficaz. A conclusão é simples: Portugal precisa investir, sim, mas de forma equilibrada. Não há Defesa Nacional sem segurança interna forte, presente, bem equipada e devidamente valorizada. É hora de olhar para dentro. Porque proteger o país também é proteger quem está cá dentro.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Armação de Pêra em Alerta: A Insegurança Aumenta e a Junta Continua em Silêncio

No dia 26 de junho, publicámos aqui um alerta sob o título “Chega de promessas: Armação de Pêra precisa de segurança”. Infelizmente, desde então, em vez de vermos medidas concretas, o que assistimos é a uma escalada preocupante de criminalidade na nossa terra — e à indiferença total por parte dos responsáveis. A população está alarmada e com razão. Só na última semana, tivemos conhecimento de um espancamento brutal na Rua Álvaro Gomes, junto ao restaurante Tinirose. A vítima ficou em coma, com sequelas gravíssimas. É uma situação que ultrapassa todos os limites da tolerância. Também nos chegaram relatos de assaltos a estabelecimentos comerciais, como a loja do cidadão chinês na Rua Vasco da Gama, n.º 30, e ainda o roubo de dinheiro e jóias num apartamento do Edifício Vilamar I. Esta sucessão de crimes está a gerar medo e revolta entre os armacenenses. Enquanto isso, os responsáveis pela Junta de Freguesia mantêm-se “impávidos e serenos”, como se tudo estivesse bem. O atual tesoureiro e candidato à presidência da Junta parece mais empenhado em subir a palcos como apresentador de espetáculos do que em enfrentar a realidade dura que se vive nas ruas. Armação de Pêra não precisa de mais show — precisa de ação, liderança e segurança. A pergunta que se impõe é: quantos casos mais terão de acontecer até que algo seja feito? Estamos a tempo de mudar este rumo. A segurança não pode continuar a ser tratada como um tema secundário. O povo armacenense e os muitos turistas que nos visitam merecem respeito, tranquilidade e proteção. Chegou a hora de exigir mais de quem tem responsabilidades públicas. Não queremos um animador cultural à frente da Junta. Queremos um verdadeiro líder — alguém com coragem, visão e compromisso com a segurança de todos. Chega de silêncio. Chega de omissões. Armação de Pêra exige respostas. E exige já.

Emigrantes, integração e a defesa da nossa gastronomia

Quando se fala de emigração e integração, o debate costuma concentrar-se na língua, nos costumes, ou no respeito pelas leis e valores do país de acolhimento. Mas raramente se fala da integração ao contrário: do impacto da falta de integração do próprio país — neste caso, Portugal — no seu quotidiano, na sua identidade, e, em particular, na sua gastronomia. Em Armação de Pêra, como em muitos outros destinos turísticos do país, os restaurantes enfrentam uma escassez gritante de cozinheiros portugueses. A resposta tem sido recorrer a trabalhadores emigrantes, muitas vezes sem formação na cozinha tradicional portuguesa. Fazem o melhor que podem — e devem ser reconhecidos por isso — mas a verdade é que a nossa cozinha sofre com esta ausência de continuidade. A Dieta Mediterrânica, de que tanto nos orgulhamos e que é reconhecida como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, está a ser lentamente diluída. Em vez do filete de pescada com arroz de tomate, clássico das casas portuguesas, servem-se pratos de peixe indefinido com batatas fritas congeladas. A ditadura da batata frita tomou conta dos menus, como se Portugal tivesse aderido em massa ao “fish and chips”. E não, sardinhas assadas e lulinhas fritas não combinam com batatas fritas. Outro sintoma desta aculturação é a invasão das “tapas” nos menus. Em Portugal sempre se petiscou — com identidade própria, com produtos e receitas únicas. Temos salada de polvo, carapaus alimados, ovas de pescada com cebola e salsa, entre tantos outros. Para que nos serve adotar termos e conceitos de outras culturas, quando a nossa é tão rica e, muitas vezes, ignorada? É importante esclarecer: não se trata de rejeitar a presença de cozinhas internacionais, muito menos dos imigrantes que vivem e trabalham entre nós. Pelo contrário, a diversidade é bem-vinda. Mas há uma linha entre promover essa diversidade e permitir que ela substitua aquilo que é nosso, sobretudo em restaurantes que se apresentam como “tradicionais portugueses”. O turismo é, sem dúvida, um motor económico essencial para Armação de Pêra. Mas ele deve apoiar — e não apagar — a autenticidade local. Os turistas não nos visitam para comer o que já conhecem dos seus países, mas para experimentar o que nos torna únicos. Se deixarmos de ser nós próprios, se destruirmos o nosso património gastronómico, perdemos uma das nossas maiores riquezas. É urgente investir, de forma consistente, na formação dos trabalhadores das nossas cozinhas. Se não temos portugueses suficientes para estas funções, então cabe-nos formar os que cá estão. Integrar também é ensinar. E transmitir a cultura gastronómica local é uma forma poderosa de preservar a identidade. A defesa da nossa gastronomia não se pode limitar a festivais sazonais ou campanhas pontuais. Precisa de uma estratégia a longo prazo, de políticas públicas locais, de envolvimento da comunidade e, acima de tudo, de orgulho no que somos. Porque se não formos nós a cuidar da nossa identidade, ninguém o fará por nós.

domingo, 6 de julho de 2025

12 de Outubro: O Dia em Que Armação de Pêra Pode Mudar de Rumo

Chegou o momento de decidir. No próximo 12 de outubro, os mais de 5.000 eleitores de Armação de Pêra têm uma missão essencial: votar. Não é apenas mais uma eleição. É a oportunidade de pôr fim à estagnação e abrir caminho a uma nova visão para a nossa terra. Armação de Pêra merece mais. Merece liderança, ação e compromisso com as pessoas. Merece uma freguesia cuidada, viva, com oportunidades reais para quem cá vive e trabalha. Merece escutar os seus cidadãos – não apenas em tempos de campanha, mas todos os dias. 🚨 Chega de promessas vazias. Chega de mais do mesmo. 📅 Marque esta data: 12 de outubro. Este é o dia em que pode virar a página e dizer: basta! É tempo de mudança. Cada voto conta. Cada escolha tem peso. E é com a força de todos que podemos devolver esperança, dignidade e progresso a Armação de Pêra. 🔁 Está na hora de mudar. Está na hora de fazer história. Está na hora de escolher um novo rumo.

sábado, 5 de julho de 2025

"Mais no fim do mês, menos no fim do ano: o efeito perverso da nova retenção de IRS"

O governo anunciou com pompa e circunstância a descida do IRS e a alteração das tabelas de retenção na fonte, uma medida que, à primeira vista, agradou a muitos portugueses. Com mais dinheiro disponível todos os meses, muitos celebraram o alívio imediato no orçamento familiar. Mas agora, passados os meses de euforia silenciosa, chega a ressaca: milhares de portugueses estão a descobrir que deixaram de receber o tão esperado reembolso de IRS — e, em muitos casos, ainda têm de pagar. Durante anos, os reembolsos foram vistos como uma espécie de “subsídio de férias involuntário” — um balão de oxigénio para despesas imprevistas, para a poupança, ou para aquela escapadinha de verão. Ora, com as novas regras, esse dinheiro deixou de ser “retido em excesso” ao longo do ano, o que significa que os contribuintes o receberam antecipadamente... e gastaram-no. Resultado: agora que o fisco faz as contas finais, o reembolso desapareceu e, para muitos, deu lugar a uma fatura inesperada. A maioria dos portugueses não tem formação fiscal e não acompanha as alterações técnicas às tabelas de retenção. Não é por ignorância, é porque não tem de ser obrigação de cada cidadão ser especialista em impostos. Cabe ao Estado — neste caso, ao Governo — comunicar de forma clara, transparente e pedagógica as consequências destas mudanças. Isso não aconteceu. Em termos macroeconómicos, é verdade que o consumo privado não desceu. O dinheiro que antes era retido pelo Estado foi usado ao longo do ano. Mas, ironicamente, regiões como o Algarve — particularmente zonas como Armação de Pêra, que dependem do consumo sazonal e do turismo interno — estão agora a sentir o impacto. Se as famílias gastaram mais no dia a dia, há menos margem para férias e escapadinhas. A medida que dava a sensação de “dinheiro extra” acabou por minar o próprio setor que mais beneficia do rendimento disponível no verão. Mais preocupante ainda é o desequilíbrio psicológico que esta alteração criou: muitas famílias fizeram planos com base no hábito — “no IRS recebo sempre uns trocos” — e agora veem-se a braços com contas por pagar ou férias por cancelar. Isto não é apenas um problema económico, é uma questão de confiança entre o Estado e o cidadão. Sim, a lógica da nova retenção é tecnicamente mais justa — paga-se o imposto mais próximo do que se deve realmente — mas é essencial que mudanças deste tipo venham acompanhadas de informação clara, campanhas públicas e até simuladores acessíveis. Porque mais de 50% da população portuguesa, segundo os dados, tem dificuldades em compreender conceitos básicos da fiscalidade. E não podemos legislar como se todos fossem especialistas. Uma boa política fiscal não é só aquela que alivia o bolso. É a que protege o contribuinte da surpresa — e o informa com verdade. Mais do que baixar impostos, é preciso não baixar os braços no dever de explicar.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Não Aconteceu no Algarve, Mas Podia Ter Acontecido: Um Espelho Trágico do SNS

Quando a burocracia e a frieza substituem o cuidado e a empatia, morrem mais do que vidas — morre a confiança. Não aconteceu no Algarve. Mas podia. E, com o estado a que chegou o Serviço Nacional de Saúde, é quase certo que voltará a acontecer — em qualquer ponto do país. Uma mulher grávida andou mais de três horas à procura de uma urgência que a recebesse. No final, o bebé morreu. E o que ouvimos da boca da responsável governamental? Que a assistência foi "adequada" e que os procedimentos foram "cumpridos". Dizer isto já seria grave na boca de qualquer político. Mas ouvir tais palavras frias e burocráticas de uma mulher, uma mãe — alguém que se presume compreender o drama de outra mulher em desespero — é profundamente monstruoso. A resposta desumaniza, não só o caso concreto, mas todos os que enfrentam diariamente um sistema que já não responde, já não protege, já não cuida. Não costumo escrever sobre política nacional. Mas há momentos que transcendem a política. Há respostas que não podem passar em branco. Há omissões que são, por si só, atos de violência. A política de saúde não pode ser uma máquina de desculpas. Quando um bebé morre por falta de resposta do Estado, não há relatório que justifique. Não há protocolo que conforte. O mínimo que se exige é empatia. O mínimo. Quando governar se torna uma questão de gerir danos de imagem e não de cuidar das pessoas, o problema não é só do SNS. É um problema de humanidade. E, honestamente, alguém que responde a uma tragédia destas com frieza técnica e frases ensaiadas não merece continuar a ocupar um cargo de responsabilidade pública. Não por vingança. Mas por justiça. Por dignidade. Por respeito às vidas que se perderam — e às que ainda se podem perder.

Armação de Pera: De olhos postos na areia: esgotos de terraços continuam a correr para a praia – agora através de um tubo enterrado

Depois das denúncias públicas feitas nos dias 14, 22 e 28 de junho sobre os esgotos provenientes da limpeza de terraços a correr diretamente para a praia, verificámos recentemente uma "solução" que mais parece uma tentativa de encobrimento do problema: os resíduos continuam a ser descarregados, mas agora através de um tubo discretamente enterrado na areia. A situação, longe de estar resolvida, levanta ainda mais preocupações ambientais e legais. A aparente tentativa de esconder o escoamento de águas residuais não resolve a questão da contaminação do solo e da orla costeira – apenas a dissimula. Recorde-se que qualquer solução que envolva a infiltração de esgotos nos terrenos arenosos junto à praia poderá estar sujeita à aprovação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), especialmente tratando-se de zona costeira e de eventual contaminação de águas subterrâneas. Coloca-se agora uma nova questão: Estão a Câmara Municipal de Silves e a Junta de Freguesia informadas desta alteração? E, se sim, concordam com esta solução subterrânea que apenas desvia o problema da vista, sem o eliminar? Os cidadãos têm o direito de exigir respostas. É fundamental garantir que práticas deste tipo não se tornem norma e que o ambiente costeiro seja devidamente protegido. Pedimos esclarecimentos às autoridades competentes e apelamos à intervenção da APA para avaliar a legalidade da solução implementada.

"Obras Milionárias e Tesourinhos Infinitos: Crónica de um Casino que nunca mais é inaugurado"

O emblemático Casino de Armação de Pêra era anunciado a 15 de janeiro de 2024, no sempre otimista site do Município de Silves que anunciava, em tom triunfante, o arranque da reabilitação do edifício, com um custo superior a dois milhões de euros. Dois milhões. Prometiam que em 10 meses estaria tudo pronto. Pois bem: estamos em julho de 2025, os 10 meses já foram, voltaram e até já trouxeram lanche — e o Casino continua fechado, envolto em silêncio e tapumes. Que se passou? O tempo passa mais devagar em Armação? Os meses por aqui têm 60 dias? Ou será que os prazos em obras públicas servem apenas para dar um ar de seriedade aos comunicados de imprensa? É claro que há quem se ofenda por denunciarmos estas situações. Mas como não o fazer? Pedem-nos que sejamos brandos, que sejamos compreensivos, que sejamos… cúmplices? Não, obrigado. Enquanto as promessas forem feitas com tinta dourada e cumpridas com tinta invisível, cá estaremos. Tal como Joana Marques com os Anjos: nós não inventamos o conteúdo — limitamo-nos a comentá-lo. E para quem acha que “não temos mais nada que fazer”, deixamos o convite: resolvam os problemas, cumpram os prazos, ponham o Casino ao serviço da comunidade — e prometemos calar-nos por um dia ou dois. Talvez até elogiemos. Mas até lá… bem-vindos ao Cassino da Desilusão, aberto 24 horas no coração de Armação. Entrada livre. Saída, só com paciência.

"Armação, esse paraíso intocável (de críticas)"

Fomos recentemente brindados com uma mensagem inflamável (e um tanto inflamada) de um armacenense muito ofendido, que, julgando ser um assíduo leitor do blogue Cidadania, decidiu fazer justiça com as próprias palavras — chamando-nos nomes que, por pudor e bom gosto, optamos por não reproduzir aqui. Afinal, há crianças que podem estar a ler. Aparentemente, este nosso leitor considera que não temos mais nada que fazer do que apontar o dedo a tudo o que vai mal em Armação de Pêra. Como se isso fosse um problema! Ora bolas, se há coisa que esta terra não nos deixa, é falta de material. Armação é o Netflix dos "tesourinhos deprimentes": há sempre um novo episódio, uma nova personagem secundária que se julga protagonista, ou um cenário decrépito que ainda assim leva orçamento camarário para figurar como "melhoria urbana". Dirão: “Mas porquê tanto azedume?” Não é azedume, é realismo com sabor a limão — ácido, sim, mas refrescante. À semelhança de Joana Marques com os Anjos, também nós não saímos à caça de polémicas: elas aparecem, vestem-se mal, estacionam em cima do passeio e fazem selfies junto a rotundas artisticamente duvidosas. Se há quem se ponha a jeito, não somos nós que vamos virar a cara. Seria uma indelicadeza jornalística. A verdade, caro armacenense indignado, é que enquanto os verdadeiros problemas desta vila continuarem a ser tratados com a mesma eficácia com que se limpa uma sarjeta em agosto, nós cá estaremos, de lupa na mão e ironia na ponta dos dedos. No dia em que Armação for um exemplo de boa gestão, civismo e visão urbana… prometemos dedicar-nos a atividades menos espinhosas. Tipo sudoku. Ou origami. Ou até, imagine-se, elogiar! Até lá, estimado leitor, o melhor que tem a fazer é preparar-se: o verão ainda agora começou, e Armação ainda tem muito para nos oferecer — nem que seja mais um “tesourinho” para a coleção. Com estima e um leve sarcasmo, Os chatos do costume

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Em Armação de Pera: "Compre Local, Ignore o Local!"

As eleições estão à porta — ou talvez à soleira, com um pé já lá dentro — e eis que os senhores da Junta de Freguesia decidem lembrar-se que Armação de Pêra existe. A vila, até então esquecida em modo sesta prolongada desde o verão passado, reaparece como palco de slogans fresquinhos, diretos do departamento de marketing de última hora: “Em Armação de Pêra? O comércio é local!” Ah, que maravilha. Afinal, bastava atravessar a Rua do Comércio para salvar a economia, o ambiente, a identidade cultural, o planeta Terra e, quem sabe, a alma do comércio tradicional. Sim, é reconfortante saber que, ao comprar um café aguado ou uma t-shirt "I ❤ AP" por 18€, estamos, segundo a Junta, “a contribuir para a sustentabilidade” — ignorando, claro, o lixo a esvoaçar nas ruas, os passeios esburacados dignos de trilhos de montanha, e as passadeiras tão gastas que já são praticamente um teste de visão. E não se preocupe se não encontrar estacionamento no verão. É só mais uma forma criativa da freguesia promover o turismo de aventura. Afinal, quem precisa de um parque ordenado quando pode ter emoção grátis a cada manobra? E é agora, quando o outono eleitoral se aproxima, que o comércio local volta a ser “o coração da vila”, mesmo que o resto do corpo esteja com falta de pulso. É bonito ver tanto amor... sazonal. Sim, compre local. Valorize quem cá está o ano inteiro. Mas exija mais do que frases feitas e sorrisos em época de votos. Porque Armação de Pêra merece mais do que uma boa campanha publicitária: merece investimento, dinamismo e respeito contínuo. Resumindo um novo rumo.

Calçadas Degradadas em Armação de Pêra Colocam Segurança dos Peões em Risco






A degradação crescente das calçadas em Armação de Pêra está a levantar sérias preocupações entre moradores, comerciantes e turistas. Buracos, pedras soltas e desníveis visíveis marcam diversas zonas pedonais da vila, tornando o simples ato de caminhar num verdadeiro desafio e colocando em causa a segurança de todos. Vários residentes relatam que os problemas nas calçadas não são recentes. “Há buracos que estão ali há anos e nunca ninguém fez nada”, desabafa uma moradora da zona central. “Já vi pessoas tropeçarem, caírem, e até ambulâncias a serem chamadas por causa de quedas”. A situação é particularmente preocupante em zonas de maior circulação, como junto à marginal, às praias e nos acessos a serviços públicos. A falta de manutenção adequada agrava-se ainda mais durante o verão, altura em que a população aumenta significativamente devido ao turismo. “É inadmissível que uma vila que vive do turismo ofereça estas condições aos visitantes. Estamos completamente abandonados”, afirma um comerciante local. Apesar dos apelos constantes da população, não se verificam intervenções visíveis por parte da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal para reparar os pavimentos danificados. Muitos temem que apenas um acidente mais grave leve, finalmente, à ação das autoridades. A população apela a uma resposta urgente e eficaz, com um plano de reabilitação das calçadas e espaços públicos que garanta a segurança de todos e preserve a imagem de Armação de Pêra como destino turístico de qualidade. “Manter as calçadas em bom estado não é só uma questão estética – é uma questão de dignidade e segurança”, reforça uma residente.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Bem-vindos a Armação de Pêra: Estacione Como um Magnata, Pague Como um Sheik

É oficial: Armação de Pêra entrou para a elite das grandes metrópoles mundiais. Não, não foi pelo número de museus, pelo sistema de transportes ou pela oferta cultural – foi pelo preço do parque de estacionamento. Sim, leram bem. A pequena vila piscatória que outrora se orgulhava do seu peixe fresco e dos veraneantes em chinelos agora tem um parque privado com preços que fariam corar de vergonha os estacionamentos do Chiado em Lisboa. Mas, sejamos justos: este parque não é um simples monte de betão. Não, senhor. Estamos a falar de um local junto à praia, onde o cheiro a maresia vem incluído no preço da tarifa. Um luxo que, pelos vistos, só deve estar ao alcance de quem estaciona um Tesla com matrícula estrangeira. Porque, claro, como se sabe, o verdadeiro charme da praia está em não ter de partilhar a areia com gente de toalha do Continente ou geleira de tampas amarelas. E aqui entra o toque de génio: a Vila Vita – esse império de requinte que controla concessões como quem coleciona selos – não quer pés descalços a incomodar a paz dos seus clientes exclusivos. A areia é para quem a pode pagar, tal como o estacionamento. O resto? Que estacione nos arrabaldes da vila e vá a pé, de chinelo e alma penada, sonhando com um lugar ao sol… e à sombra, claro, da elite. Agora, cabe perguntar: e a junta de freguesia? E a câmara municipal? Estavam todos de férias quando autorizaram esta maravilha de engenharia financeira? Ou talvez achassem que o melhor para o turismo local era afastar o povinho e apostar num nicho de mercado mais… gourmet? Porque, convenhamos, o que Armação de Pêra precisava mesmo não era de acessibilidade, de ordenamento ou de bom senso. Era de um parque onde se pagam preços de boutique para se estacionar entre um Fiat descapotável e um Range Rover com vidro fumado. Parabéns aos envolvidos. Armação de Pêra já não é um destino balnear. É um conceito. Uma experiência. Uma espécie de Saint-Tropez à portuguesa… mas com percebes a 50€/kg e estacionamento a preço de renda em Lisboa.

Limpeza dos Esgotos em Armação de Pêra: “Trabalho que Devia Ser Feito na Época Baixa”

Os moradores e visitantes de Armação de Pêra têm manifestado o seu desagrado com os trabalhos de limpeza da rede de esgotos que estão atualmente a decorrer nas principais artérias da vila. O cheiro intenso a esgoto que se faz sentir em algumas zonas tem levantado preocupações, especialmente em plena época alta, quando a localidade recebe milhares de turistas. Segundo relatos de comerciantes e residentes, o mau odor tem sido persistente, afetando o bem-estar de quem vive e trabalha na zona, bem como a experiência dos visitantes que escolhem Armação de Pêra como destino de férias. “É incompreensível que este tipo de intervenção não tenha sido planeado para os meses de inverno, quando há muito menos movimento”, refere um comerciante local. “Agora, em plena época turística, dá uma péssima imagem e afasta clientes”. Os trabalhos, que visam garantir o bom funcionamento do sistema de saneamento e prevenir problemas mais graves no futuro, são considerados necessários, mas a sua calendarização tem sido alvo de críticas. A Junta de Freguesia e a Câmara Municipal ainda não se pronunciaram publicamente sobre os motivos da escolha desta altura do ano para realizar a intervenção. No entanto, várias vozes da comunidade apelam a uma melhor coordenação e planeamento futuro, de modo a minimizar os impactos negativos na economia local e na qualidade de vida da população. Este episódio serve como lembrete da importância da gestão estratégica de obras públicas em zonas turísticas, onde o timing é essencial para garantir que as melhorias não se traduzam em prejuízos a curto prazo.

As papeleiras são inteligentes. Mas quem manda nelas… nem por isso.

Em Armação de Pêra, há papeleiras com sensores, compactadoras e tudo. Supostamente “inteligentes”. Mas basta dar uma volta pela marginal ou perto da praia para ver o oposto: lixo a sair por todos os lados, sacos no chão, cheiro desagradável. E ainda há quem diga: “A culpa é das pessoas que não usam as papeleiras como deve ser.” Mas espera lá… Se as papeleiras são inteligentes e avisam quando estão cheias, por que é que continuam a deitar lixo por fora? O problema não é a tecnologia. É quem devia estar a cuidar disto e não está. Investem em papeleiras high-tech, mas depois ninguém aparece para as esvaziar. Resultado? A tecnologia avisa, mas ninguém responde. E quem paga é a imagem da vila e quem cá vive ou visita. Armação de Pêra merece mais do que promessas bonitas. Merece uma gestão que funcione — não só para as selfies, mas para a realidade do dia a dia. Se queremos uma vila limpa, moderna e bem cuidada, temos de exigir mais de quem manda. Porque as papeleiras até podem ser inteligentes… mas isso de nada serve se quem devia fazer o trabalho estiver a dormir.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Em Armação de Pera ...O Lixo Está no Lixo… Mas os Contentores Estão um Lixo!

Quem anda por Armação de Pêra já deve ter reparado: muitos dos contentores de lixo estão num estado vergonhoso. Tampas partidas, puxadores que já eram, lixo à vista e até moscas a fazerem a festa. Dá mesmo vontade de evitar usar, não é? A verdade é que, quando os próprios contentores estão sujos e danificados, é mais difícil manter a vila limpa. E a culpa não é das pessoas que tentam reciclar e colocar o lixo no sítio certo — é de quem devia cuidar desses equipamentos e simplesmente não o faz. Será que custa assim tanto arranjar as tampas, lavar os contentores e fazer uma manutenção decente? Parece que quem devia tratar disso está a dormir, ou então acha que ninguém repara. Mas nós reparamos. E importa falar sobre isto. Manter os contentores em bom estado é básico. É uma questão de respeito pela vila, pelas pessoas que aqui vivem e também por quem nos visita. Armação de Pêra é linda — mas com os contentores neste estado, perde pontos. Está na hora de exigir mais. De partilhar fotos, de falar do assunto, de pressionar quem manda. Porque cuidar da nossa terra também é responsabilidade nossa.

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