O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

"Armação, esse paraíso intocável (de críticas)"

Fomos recentemente brindados com uma mensagem inflamável (e um tanto inflamada) de um armacenense muito ofendido, que, julgando ser um assíduo leitor do blogue Cidadania, decidiu fazer justiça com as próprias palavras — chamando-nos nomes que, por pudor e bom gosto, optamos por não reproduzir aqui. Afinal, há crianças que podem estar a ler. Aparentemente, este nosso leitor considera que não temos mais nada que fazer do que apontar o dedo a tudo o que vai mal em Armação de Pêra. Como se isso fosse um problema! Ora bolas, se há coisa que esta terra não nos deixa, é falta de material. Armação é o Netflix dos "tesourinhos deprimentes": há sempre um novo episódio, uma nova personagem secundária que se julga protagonista, ou um cenário decrépito que ainda assim leva orçamento camarário para figurar como "melhoria urbana". Dirão: “Mas porquê tanto azedume?” Não é azedume, é realismo com sabor a limão — ácido, sim, mas refrescante. À semelhança de Joana Marques com os Anjos, também nós não saímos à caça de polémicas: elas aparecem, vestem-se mal, estacionam em cima do passeio e fazem selfies junto a rotundas artisticamente duvidosas. Se há quem se ponha a jeito, não somos nós que vamos virar a cara. Seria uma indelicadeza jornalística. A verdade, caro armacenense indignado, é que enquanto os verdadeiros problemas desta vila continuarem a ser tratados com a mesma eficácia com que se limpa uma sarjeta em agosto, nós cá estaremos, de lupa na mão e ironia na ponta dos dedos. No dia em que Armação for um exemplo de boa gestão, civismo e visão urbana… prometemos dedicar-nos a atividades menos espinhosas. Tipo sudoku. Ou origami. Ou até, imagine-se, elogiar! Até lá, estimado leitor, o melhor que tem a fazer é preparar-se: o verão ainda agora começou, e Armação ainda tem muito para nos oferecer — nem que seja mais um “tesourinho” para a coleção. Com estima e um leve sarcasmo, Os chatos do costume

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