O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Armação:A Luz e o Breu!




A iluminação pública em Armação de Pêra, apesar de estarmos em crer que vai melhorar bastante, a avaliar pelos candeeiros que vamos vendo plantados ao longo das vias que são objecto da intervenção em curso, permanecerá até à conclusão das obras,a verdadeira lástima que conhecemos!

Apesar da esperança que temos nos novos candeeiros pagos pelo contribuinte europeu, não podemos deixar de chamar, uma vez mais, "os bois pelos nomes".
Na verdade o estatuto de zona de luxo que a nossa Vila tem, muito por obra e graça da Presidente da edilidade, vê na sua iluminação, bem expressa a verdadeira incongruência e inconsistência quer do luxo, quer mais ainda da sua qualificação enquanto tal.

Aproximando-se o acto eleitoral, os cidadãos deverão ter bem presente no acto do voto, o balanço desta administração, fazendo a separação entre o trigo e o joio.

O trigo que hoje vemos é resultado da receita que a Europa nos concedeu e não obra de um qualquer mágico ou salvador. O joio é aquilo que, apesar do esforço do contribuinte de Armação, continuamos a não ter!

É que para a Europa somos cidadãos. Para Silves nem tanto!

Pense nisto!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O PÉ DESCALÇO AQUI TÃO PERTO !

Os dias parecem querer reter o sol e a praia vai sendo cada vez mais procurada. Estamos à porta de Maio e os feriados e pontes por certo irão trazer visitantes que procuram antecipar o verão, espraiando-se na Baía de Armação de Pêra.

Entretanto, as obras cuja utilidade, é bom que se reafirme, face à procura que a nossa Vila tem e ao essencial da sua economia, não está em causa, mas cuja implementação administrativa e execução deixam muito a desejar e muito mais a criticar, criam péssimas condições de locomoção em geral e de acesso à praia, em particular.

Geradoras de riscos múltiplos e variados as obras constituem um verdadeiro perigo para a circulação.

Apesar de estarmos no século XXI, no continente mais desenvolvido do mundo, num país cujos números o colocam entre os trinta mais ricos do mundo, onde a segurança se encontra consagrada como uma das grandes preocupações dos governos, continua a ser oportuno recordar um cartaz de outros tempos, dos tempos em que grande parte dos portugueses não tinha rendimento que lhes permitisse usar calçado.

A mensagem do governo civil do Porto, preocupado em evitar danos irreparáveis aos pés descalços, comuns à época, continua cheia de actualidade e utilidade, pelo menos nesta Armação Estaleiro onde os riscos de acidente se encontram generalizados por via da ausência de controlo e fiscalização da obra, cujo orçamento terá contemplado muitos milhares de euros para segurança (como é imposto pela lei) e não obstante serem pagos (mais cedo ou mais tarde) não beneficiam os transeuntes com condições mínimas de deslocação.


Neste concelho, em Armação de Pêra, em muito parece, não estarmos assim tão longe dos tempos do pé descalço.

sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril de 1974-2009 : 35 Anos de Liberdade!


Decorridos trinta e cinco anos sobre o vinte e cinco de Abril, os portugueses em geral, mas os que tiveram consciência politica antes de Abril, em particular, não se encontram revistos no sistema politico vigente, não se consideram representados pelos seus pretensos mandatários políticos, não reconhecem responsabilidade com dimensão histórica, competência, visão e acção prospectivas, na gestão dos seus dirigentes, nem assistem a contrapontos regeneradores ou sequer inspiradores por parte das suas alegadas elites.

Por outro lado, o desenvolvimento que a democracia permitiu, se se pode saldar num extraordinário saneamento dos índices que nos esmagavam contra a porta de acesso à paz, à liberdade, ao direito, à instrução, à saúde, à comunicação, à dignidade plena enquanto cidadãos, não susteve o progresso de um conjunto de desvalores que habitam as sociedades actuais na sua metamorfose da “modernidade”, até ao absurdo.

Os portugueses, recentemente, ainda interiorizaram definitivamente que, para além do seu voto legitimador do poder politico que gere a res publica, são as contribuições que lhe são impostas que sustentam aquela e que, quanto mais mal geridas forem as suas contas, maiores serão as suas contribuições, até ao absurdo, se necessário.

Por outro lado ainda, constatam os portugueses que, apesar da queda de um conjunto de protecções à pouco desenvolvida economia doméstica, do condicionamento industrial às pautas aduaneiras, determinadas pelo fim do Salazarismo e pelo acesso ao maior mercado do mundo – a, então, comunidade económica europeia - que visavam o crescimento da sua economia e o desenvolvimento em moldes europeus, mais de vinte anos depois, os seus índices continuam atávicos, não gerando receita que sustente a despesa.

Os défices, democrático, orçamental e da economia, exibem hoje, a frustração de tantos quantos ousaram o voluntarismo, a participação, o sonho e atendem a eloquência do vazio dos cínicos dos cépticos e dos reaccionários.

Este cenário, emocional e historicamente inesperado em Abril, deverá, segundo o nosso entendimento, constituir um desafio à participação, à cidadania militante, à mobilização da sociedade civil, a qual, por preceder o Estado, é a única titular de todos os direitos que legitimamente o edificaram e sustentam, e também daqueles que o podem conformar, adequar e reformar.


quinta-feira, 23 de abril de 2009

DIA MUNDIAL DO LIVRO

23 de Abril é Dia Mundial do Livro.

Comemora-se desde 1996 e por decisão da UNESCO.

A esta data está também ligado um costume Catalão de os homens oferecerem rosas às mulheres e receberem em troca livros.

Shakespeare e Cervantes, faleceram a 23 de Abril de 1616.
Dizem as estatísticas que os inquiridos que afirmam ler livros eram em 1983 de 41,7%. O número subiu em 1995 para 53,9%. Mas infelizmente em 2000 os que se afirmam leitores já são menos de metade dos portugueses (44,3%).

Ou as estatísticas mudaram de método ou o esforço que andamos a fazer para promover a leitura não anda a resultar.

E dessa população que diz ler, só pouco mais de metade (58%) estava a ler no momento em que foi inquirida.

Em números redondos só cerca de um em cada cinco portugueses é que anda a ler.

Esta é a pura e dura realidade.

Mas o tempo dedicado à leitura também tem vindo a baixar.

Deste já tão reduzido número de leitores, os que dedicam à leitura 3 ou menos horas por semana, eram 62% no ano de 2004 e baixaram para 60,9 no ano de 2005.

O número médio de livros lidos no ano de 2004 foi de 8,5 livros. Comparando com a média de livros comprados que também é de 8, ficamos com um problema a resolver.

Será possível que as bibliotecas só tenham sido responsáveis por 0,5% da leitura?

Sabemos das margens de erro das sondagens e até se compreende alguma incorrecção nas respostas que tenderão a valorizar a leitura e até a afirmação de compra.

Nesta suposição também deve estar alguma parte da explicação.

Mas mesmo assim a quota parte das bibliotecas na leitura é muito pequena.

Temos que assumir que há mais algo a fazer para além do muito que já vem sendo feito.

Por exemplo, uma biblioteca em Armação de Pêra. O Casino tem espaço de sobra para isso!

Fontes:

http://www.iplb.pt/pls/diplb/!main_page?levelid=234

http://www.apel.pt/default.asp?s=12159&ctd=1436

quarta-feira, 22 de abril de 2009

domingo, 19 de abril de 2009

Carlos Drummond de Andrade


Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.


1974, ABRIL:A LAVA DO VULCÃO DA LIBERDADE É IMPARÁVEL E ELES NÃO SABIAM...


(Autor desconhecido, in:http://images.google.pt/)


Até certa altura, ainda alguns serventuários do poder em queda abrupta, pensavam que seria possivel suster o curso inexorável da lava do vulcão da liberdade!

sábado, 18 de abril de 2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009

AVE CAESER MORITURI TE SALUTANT

Os armacenenses raramente se indignam em conjunto e menos vezes em público.
A apatia, esse estado de indiferença ou de falta de interesse face ao processo de participação politica é, digamos, relativamente comum.

No entanto, algo surpreendentemente (para alguns) os armacenenses decidiram participar massivamente na sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Silves onde foi discutida a edificação do apoio de praia a que nos referimos recentemente, frente ao antigo restaurante Miramar.

Esta movimentação segue-se ao abaixo-assinado entretanto remetido para o Ministério do Ambiente e à Câmara de Silves, contestando veementemente a desproporção e a despropositada localização daquele “emplastro” plantado na Praia dos Pescadores.



Quanto a nós e acerca dos factos, consideramos quer a agressão estética, natural, numa Vila completamente subjugada à tirania da ditadura do mau-gosto imposta pela vontade imperial da Autarquia de Silves e sua Presidente, quer a reacção da população cuja indignação é legitima e compreensível e portanto igualmente natural, em função da sistemática violação estética a que se encontra sujeita.

O que nos faz voltar ao assunto, desta feita foram as declarações, quanto a nós deprimentes da Dra Isabel Soares, que são um primor de falta de sentido politico e de franca revelação sobre a sua dessintonia absoluta com as funções que desempenha, com aquelas para que se confessou candidata, com os valores e propósitos que pautam a conduta de um mandatário do povo do seu concelho.


O Correio da Manhã registou daquela senhora o seguinte:”A presidente da Câmara de Silves, Isabel Soares, disse ao CM entender o desgosto da população e frisou que a autarquia "tentou, sem sucesso, desde 2003, encontrar outra localização" para o equipamento. Mas, referiu, "a Administração da Região Hidrográfica do Algarve já disse que a estrutura é legal e a sua localização obteve o parecer favorável de todas as entidades com voto na matéria".”


Isto é, Pôncio Pilatos, não teria feito melhor!


Este procurador da província romana da Judeia entre os anos 26 e 36 d.c., período durante o qual Jesus Cristo foi condenado à morte, sem razão que o justificasse, pelos judeus, os quais preferiram libertar Barrabás, um “inimigo público”, criminoso de delito comum, a manter J.Cristo vivo, ficou célebre por ter publicamente pedido um lavatório e passado as suas mãos por água, face à decisão popular, em sinal de purificação, leia-se irresponsabilização.

De facto, esse triste senhor era mandatário do Imperador de Roma, mandante a quem servia em exclusividade e perante quem incumbia manter a paz social, leia-se a subjugação do povo dominado, o que pretendia perpetuar em favor da pax romana na região. Para tanto satisfez a vontade dos locais uma vez que a mesma não ameaçava os verdadeiros interesses de Roma, nem punha em causa o seu domínio. Isto é, perante o acessório, não hesitava em fazer a vontade ao povo, ainda que tirânica e sem, expressamente, comungar da decisão popular, já que nada de essencial aos seus propósitos imperiais tal decisão ameaçaria.

Com a lavagem de mãos declarava-se discordante, mas, tendo o poder de contrariar uma decisão com a qual se afirmava em desacordo, condescendia tolerantemente à vontade popular, capitalizado as boas graças em que ficava perante o gentio e daí (e das respectivas consequências), lavava as suas mãos, isto é irresponsabilizava-se.

Com o decurso dos tempos este episódio da história do cristianismo, sobretudo nos países de raízes culturais cristãs, é vulgarmente citado, fazendo-se reviver o exemplo de Pôncio Pilatos quando estamos perante uma situação de idêntica natureza.

Dai a oportunidade da sua citação!

Porquê? Porque Isabel Soares com aquelas declarações projectou desresponsabilizar-se ... apesar de não ter obtido qualquer sucesso !

Impõe-se ainda registar algumas diferenças entre estes dois exemplos do mesmo fenómeno da irresponsabilização perpetrado por pessoas investidas de poderes que, num caso podiam ser exercidos e noutro deviam ser exercidos.

No primeiro caso a omissão foi secularmente avaliada à luz dum código moral que condenou o seu autor para a eternidade, no segundo a omissão deverá ser avaliada à luz dos princípios enformadores de um estado de direito, os quais condenam inequivocamente aquela senhora, caracterizando-a como incapaz de prosseguir com competência democrática um mandato conferido pelos cidadãos.

Porque, ignorando a expressão do patente descontentamento popular, assente na violação evidente do seu direito à estética e dos interesses económicos gerais subjacentes, esqueceu quem é o seu mandante na Vila – o povo de Armação -.

Porque, tentando fazer o povo de idiota, afirma que a “localização obteve o parecer favorável de todas as entidades com voto na matéria", pensando que o povo desconhece que a Câmara a que Preside é uma dessas entidades, que nada fez em desabono da solução aberrante, podendo fazê-lo, e atribuindo à Administração da Região Hidrográfica do Algarve, o poder de César, esquece que César, hoje em dia e num estado democrático, é o povo!

E se o Cesár desta Senhora não é o povo, quem o será?



Que razões ainda restam para acreditar que entende o desgosto da população?

Que razões então terá a abstenção do concelho para não acorrer às urnas em ordem a pôr esta senhora de uma vez por todas, fora da Presidência da Câmara de Silves?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

ESTA BANCA QUE EU AMO!

Como veículo despertador de consciências a internet é muito eficaz.
Desta feita recebemos por aquela via uma carta que terá sido remetida à Administração do BES (Banco Espirito Santo) por um cliente fleumaticamente enfurecido por ser destinatário de um sem numero de débitos administrativos.

Dada a assertividade com que foi redigida, bem poderia ser direccionada a todas as instituições financeiras.


Exmos. Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria desta forma: todos os senhores e todos os usuários pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto adquirido (um pão, um remédio, uns litro de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.

Que tal?

Pois, ontem saí do BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além disso impõe: uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.
Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.

Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.
Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de crédito"-equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar
Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de conta".

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura de padaria", pois só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.

Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".

Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa de existência da padaria na esquina da rua".
A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".
Mas os senhores são insaciáveis.


A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.
Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de v/. Banco.

Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?
Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc., etc., etc. e que apesar de lamentarem muito e de nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso, como sei também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.

Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vais acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.

terça-feira, 14 de abril de 2009

ESTACIONAMENTO RESOLVIDO SE I. SOARES FOR ELEITA!

Com a visão de futuro que lhe é reconhecida internacionalmente a Senhora Presidente foi a Marrocos, não para mais uma deslocação lúdica que a exuberância das finanças do concelho permitiriam, mas em trabalho efectivo em prol da busca de soluções inovadoras para problemas locais graves e presentes.

Desta feita, não se poupando a esforços, procurou uma solução para as dificuldades de estacionamento que se adivinham para Armação, não só no verão, mas, agora, depois da requalificação da frente mar, em qualquer fim de semana prolongado ou em épocas festivas.

E não é que conseguiu!Quem porfia ( e Isabel Soares porfia por Armação como ninguém), mata caça, diz o ditado e no caso concreto, com inteira justiça lhe é aplicável!

Na verdade tivemos acesso a um filme-apresentação que exibe um protótipo de um sistema de estacionamento à prova de qualquer exiguidade de espaço, produto de aturada investigação cientifica da engenharia mecânica Marroquina, mundialmente famosa pela soluções ímpares que engendra para a indústria automóvel.

De facto, no parque industrial de Silves a lançar pela Senhora Presidente Isabel Soares, condicionado o seu inicio ao resultado das próximas eleições, irá nascer a futura fábrica de adaptação mecânica dos automóveis ao estacionamento em qualquer espaço.

Para tanto a autarquia já celebrou um contrato de transferência de tecnologia e know-how, com efeitos a partir da data em que for eleita a Dra Isabel Soares, que conduzirá à deslocação de vários técnicos marroquinos para Silves visando dar formação profissional aos mecânicos moldavos e ucranianos do concelho.

Tudo isto, compreensivelmente, se e quando a Senhora Presidente Candidata Isabel Soares vier a ser eleita.

Os eleitores que votarem em Isabel Soares e queiram proceder à alteração das suas viaturas terão uma redução de 10% no valor da adaptação mecânica que um dia, se a Senhora Presidente for eleita, será produzida em Silves, no parque industrial a construir se a Senhora Presidente for eleita, o qual criará imensos postos de trabalho, assim se venha a verificar a eleição da Senhora Presidente.

No contrato celebrado, a autarquia fica também com a patente reservada para a Guiné-Bissau, onde poderá desenvolver o projecto em conjunto com as autoridades locais, as quais se encontram muito preocupadas com as dificuldades de estacionamento que virão a ter num futuro próximo, lá para o ano 2080, segundo o Banco Mundial.

Desta forma fica bem evidenciado o quão promissor é o futuro do concelho (caso a Senhora Presidente venha a ser eleita) e de como são bem aplicadas as receitas dos contribuintes.

Bem haja Senhora Presidente! O que seria deste concelho sem a Senhora, a sua iniciativa e visão prospectivas!

domingo, 12 de abril de 2009

CRISE: ELES E NÓS, AFINAL TÃO PARECIDOS


O Diário Económico falando sobre Portugal diz que o nosso pais se encontra, de entre as economias mais endividadas, em 20º lugar, o que é preocupante!

Este titulo sugere um dramatismo grande que sabemos ter alguma justificação. No entanto, lendo o artigo, ressaltam-nos informações comparativas que não deixam de ser curiosas:
Portugal encontra-se com uma dívida equivalente a 65% do PIB.
Este nível é equivalente ao da Alemanha que se encontra em 21º lugar!

Na União Europeia, por exemplo, os piores são a Irlanda (ex-milagre económico), e Grécia que se encontram quase na bancarrota (dívida externa acima dos 100% do PIB) estando a União Europeia a estudar um pacote específico de estímulo para estes dois países a fim defender a estabilidade do euro!

Ainda piores que Portugal, para além da Alemanha, Irlanda e Grécia estão ainda os países de leste, França, Itália e Espanha (os tais que nos davam 10 a zero!), para não falar do Japão (com 170% !!! do Pib) e ainda os EUA !!

Por outro lado os países escandinavos (que se julgavam o paraíso na terra), estão com uma recessão económica 1,5% acima da de Portugal!

Afinal temos vivido de mitos!
Todas estas economias eram uma maravilha porque viviam na economia virtual criada pelos activos financeiros tóxicos e criativos que agora deram o berro!

Ou seja, nem eles são tão espertos como pensávamos, nem nós éramos tão estúpidos como pensávamos !

Em qualquer dos casos, a coisa está preta e o turismo Algarvio bem pode deitar contas à vida!

sábado, 11 de abril de 2009

ARMAÇÃO: A CÂMARA E AS OBRAS SÃO O CABO DOS TRABALHOS...

Em Armação, o decurso das obras de requalificação da Frente Mar, é uma equação de muitas incógnitas, que nos põe a "cabeça em água"!

O atraso nas obras, as quais começaram em Dezembro quando estavam programadas para se iniciarem em Outubro, denunciava um descalabro para o período de veraneio, quer para os turistas, quer para a actividade económica, quer para os naturais da terra.

Compreendendo a inevitabilidade do descalabro das obras atravessarem os meses da salvação económica da Vila: Junho, Julho, Agosto e Setembro, os responsáveis: empreiteiros, Câmara, engenheiro e capatazes, dizem o que lhes vem à cabeça, como se estivessem combinados para desorientar a população, difundindo informação contraditória e dispare, que mantém os interessados em perfeita ignorância quanto ao seu futuro próximo e das suas actividades.

Há mesmo quem não se surpreenda e diga saber que o objectivo da Câmara é resultado da conta de idiotas em que nos tem a todos!

Mas,assim sendo que dizer da Câmara de Silves que não consegue reunir competência suficiente para criar um gabinete de informações sobre a obra, seu andamento e implicações, que as coordene e difunda com precisão e anterioridade elementares?

As obras vão parar? Quando? O que vai ficar concluído a quando da paragem? Quando recomeçam? são algumas das perguntas legitimas por parte dos comerciantes!

Nem para tão pouco a autarquia serve! Quanto mais para a governação eficiente do conselho!

A população não pode esquecer a omissão e ineficiência desta prestação elementar no dia das eleições!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

ARMAÇÃO COM A ABERRAÇÃO SEMPRE À ESPREITA...

A nossa Vila, inserida num enquadramento natural de rara beleza, é pródiga em exemplos de mau gosto.

Os mamarrachos reproduzem-se como se de cogumelos se tratassem. Por muito que se diga, proteste, reclame ou amaldiçoe, o mamarracho sobrevive, renasce e reproduz-se a uma cadência estonteante como se fossem baratas.

Os responsáveis são uma mescla de mau-gosto por parte dos proponentes de certas edificações combinado com a ausência total de politicas de preservação estética da Vila, de recuperação e correcção do resultado das atrocidades urbanísticas, enfim de uma vontade inequívoca e prioritária de inversão dos caminhos da degradação que tem caracterizado as ultimas décadas.

Pelo contrário, para os responsáveis, do ponto de vista estético, urbanístico e económico, Armação de Pêra não passa de um prostíbulo... de segunda categoria...inserido numa lógica de exploração típica da fase selvagem do capitalismo.

A esta gente não assiste uma ideia que seja, para Armação! É o estatuto máximo a que podem ter direito.

Absortos ainda com as obras da frente-mar (que a UE com os meios que o contribuinte europeu abastece e que para Armação constituirão um alívio significativo à carga de mau-gosto que a sobrecarrega à exaustão), os armacenenses deram-se conta que os responsáveis primeiros pelas verdadeiras atrocidades urbanísticas, os quais, sempre à espreita, não dormem, aproveitavam-se do seu estado de enebriamento, para atacarem de novo com uma nova ode à aberração, desta vez através de um apoio de praia entre a Lota e a Fortaleza!

Prontamente as reacções populares não se fizeram esperar e avançaram para a Câmara de Silves. De pouco lhes valeu...até ver!

Consta-se que Isabel Soares não acreditou no que via, crente no facto de, tratando-se do primeiro de Abril, se trataria de uma mentira, já que nunca vira tantos manifestantes de Armação à sua porta!

As explicações oficiais da entidade competente chegou mesmo a afirmar, preto no branco, tratar-se de uma remodelação.

Não estão a falar para Armação certamente, pois qualquer um sabe que a barraca que ali existiu, esfumou-se há mais de trinta anos...

São burocratas que se justificam perante os seus pares (que desconhecem a realidade local) mal vejam uma decisão asneática ser afrontada por uma reacção popular que ponha em causa, publicamente, a estabilidade da paz fúnebre das suas funções.

Sem nunca se terem preocupado com o cumprimento do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Burgau/Vilamoura, no que em Armação diz respeito, como oportunamente denunciámos, vêm agora invocar o cumprimento daquele Plano. Este Plano é lei quando lhes interessa, caso contrário "fecham-se em copas"!


Com mais de cinco desproporcionados metros de altura encontra-se em edificação um novo atentado ao bom gosto e á harmonia, apodado de apoio (?) de praia, para o que der e vier...


As responsáveis licenciadas no mau-gosto e licenciadoras do mesmo, têm nome: Administração da Região Hidrográfica do Algarve, Administração Regional de Saúde, Capitania, Associação dos Indutriais de Hotelaria e a Câmara Municipal de Silves!

Tudo boa gente, sem qualquer ligação ou preocupação com Armação de Pêra!

Correm ainda rumores acerca dos interesses duma personagem privada que faz um lobbing eficaz dos seus objectivos de vir a monopolizar o espaço de praia entre a Fortaleza e o Rio!

Os interesses particulares que servem são patentes, só não se vislumbram que interesses públicos prosseguem?

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Ranço Salazarista, por Baptista Bastos

Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver.
Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos.
Nem interessados estamos em o saber.
Os dias deixaram de ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina do viver português e do existir em Portugal.

Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos na futilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o sedativo das nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d'alma: são, também, dores físicas.

Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz - os que lêem.
As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação.

Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos, deixou Portugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e dorido: 'Que se passa com a nossa terra? Parece um país morto. A garra portuguesa foi aparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos os sectores da vida nacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em massa, como dizia o Soares.

Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria. Enquanto dois milhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram lucros de 7,9 milhões por dia.
Há qualquer coisa de podre e de inquietantemente injusto nestes números. Dir-se-á que não há relação de causa e efeito. Há, claro que há. Qualquer economista sério encontrará associações entre os abismos da pobreza e da fome e os cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezes não se sabe como.

Prepara-se (preparam os 'socialistas modernos' de Sócrates) a privatização de quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível.

E o primeiro-ministro, naquela despudorada 'entrevista' à SIC, declama que está a defender o SNS! O desemprego atinge picos elevadíssimos. Sócrates diz exactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um desporto particularmente requintado. É impossível ver qualquer membro deste Governo sem ser assaltado por uma repugnância visceral. O carácter desta gente é inexistente. Nenhum deles vai aos jornais, às Televisões e às Rádios falar verdade, contar a evidência. E a evidência é a fome, a miséria, a tristeza do nosso amargo viver; os nossos velhos a morrer nos jardins, com reformas de não chegam para comer quanto mais para adquirir remédios; os nossos jovens a tentar a sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; a iliteracia, a ignorância, o túnel negro sem fim.

Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar. Diz-se que a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz um general que recebe pressões constantes para encabeçar um movimento de indignação. Diz-se que, um dia destes, rebenta uma explosão social com imprevisíveis consequências. Diz a SEDES, com alguns anos de atraso, como, aliás, é seu timbre, que a crise é muito má. Diz-se, diz-se.

Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut, Manuel Alegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque socialistas, socialistas, poucos há) acerca deste descalabro.

Não é só dizer: é fazer, é agir. O facto, meramente circunstancial, de este PS ter conquistado a maioria absoluta não legitima as atrocidades governamentais, que sobem em
escalada. O paliativo da substituição do sinistro Correia de Campos pela dr.ª Ana Jorge não passa de isso mesmo: paliativo. Apenas para toldar os olhos de quem ainda deseja ver, porque há outros que não vêem porque não querem.

A aceitação acrítica das decisões governamentais está coligada com a cumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante os relatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe devia dizer para ter vergonha. Não se resolve este magno problema com a distribuição de umas migalhas, que possuem sempre o aspecto da caridadezinha fascista. Um socialista a sério jamais procedia daquele modo. E há soluções adequadas. O acréscimo do desemprego está na base deste atroz retrocesso.

Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás, penso,seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero, posso e mando de José Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado em Cavaco, significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existe nos políticos portugueses.

Há um ranço salazarista nesta gente. E, com a passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta.


Baptista Bastos

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