O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
domingo, 13 de julho de 2025
Governo recua: Bolas de Berlim mantêm cotação livre nos areais do país
Ministério do Ambiente confirma que, apesar da especulação, a economia das bolas continuará a ser regulada pelo “mercado e pelo calor”.
Depois de meses de debate aceso entre consumidores, concessionários e um grupo informal de senhores de chapéu de palha e geleira azul, o Governo decidiu não tabelar o preço das bolas de Berlim vendidas nas praias portuguesas. O Ministério do Ambiente declarou que “a liberdade de preço das bolas é um pilar do nosso modelo costeiro-liberal”.
A proposta, que chegou a ser discutida em círculos internos como "PLBB" (Plano de Limitação da Bolacha com Berlim), foi abandonada após um estudo indicar que tabelar bolas de Berlim podia provocar “instabilidade térmica e açucarada” nos areais.
“Se o calor está nos 35ºC e a bola vem com creme fresco, isso é um luxo — e o luxo paga-se”, afirmou um vendedor de bolas com 20 anos de experiência e uma tendinite crónica no ombro. “Além disso, é o único produto que resiste ao sol sem derreter a dignidade.”
Medidas corretivas: sim, mas com moderação
O Governo confirmou, no entanto, que irá avançar com medidas corretivas para garantir que as praias cumprem requisitos básicos: segurança balnear, casas de banho funcionais, limpeza do areal, e a mítica presença de um gabinete de primeiros socorros onde ninguém nunca foi visto, mas cuja existência é reconfortante.
No meio destas exigências, há quem questione: e as bolas de Berlim? Estão incluídas na categoria de “bens essenciais”? Para já, o Ministério é cauteloso. “Estamos a analisar o papel da bola de Berlim na dieta estival do cidadão médio. Não descartamos integrá-la no cabaz de calorias públicas”, declarou fonte oficial.
A reação da oposição
A oposição acusou o Governo de “inércia açucarada” e exige uma “estratégia nacional para a bolaria balnear”. “Não podemos continuar a viver num país onde uma bola custa 1,50€ em Espinho e 3,20€ em Carcavelos”, disse um deputado entre duas lambidelas num gelado de morango.
Mercado livre, cintura apertada
Enquanto isso, os banhistas continuam a ser surpreendidos pela economia de mercado comestível. “Aceito pagar o que for pela bola — mas exijo que venha com a areia incluída”, diz uma veraneante resignada, já habituada ao crocante extra entre os dentes.
Etiquetas:
economia
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