O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 19 de julho de 2025
Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes: Tradição, Fé e o Desejo de um Regresso ao Mar
De 7 a 10 de agosto, Armação de Pêra volta a vestir-se de fé e tradição com as celebrações em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos homens do mar. Este evento, que há décadas une a comunidade local, emigrantes e visitantes, culmina no dia 10 com a procissão solene, ponto alto de um programa carregado de simbolismo e devoção.
Mas há um sentimento partilhado por muitos armacenenses: a saudade da procissão marítima. Durante anos, foi pelo mar que a imagem da Senhora dos Navegantes percorria a enseada, acompanhada por embarcações engalanadas e centenas de fiéis em terra, numa cena de rara beleza e emoção. Porque terá deixado de se realizar no mar?
Segundo vozes da comunidade, a mudança coincidiu com a entrada de uma nova equipa na gestão da Junta de Freguesia. Embora não haja uma explicação oficial clara, alguns apontam para questões logísticas, de segurança marítima, ou até de custos associados à organização de uma procissão no mar.
A verdade é que, para muitos, a alma desta celebração parece incompleta sem o mar como pano de fundo. A ligação entre a fé e a vida piscatória de Armação de Pêra é inegável, e a imagem da Santa sobre as águas era, para muitos, uma expressão máxima dessa união.
Será possível o regresso da procissão ao mar?
A resposta dependerá, certamente, de vários fatores — desde o envolvimento das autoridades marítimas até à vontade política local e, acima de tudo, da mobilização da própria comunidade. O desejo existe, está bem vivo nas conversas de rua e nas partilhas nas redes sociais. Talvez seja hora de abrir o diálogo.
Porque as tradições só vivem se forem cuidadas — e adaptadas com respeito ao seu passado — talvez seja tempo de perguntar:
Nossa Senhora dos Navegantes voltará um dia a navegar sobre as águas de Armação de Pêra?
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Festividades Locais
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