O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
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terça-feira, 7 de agosto de 2012

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

As conchas de Armação e as de Pablo Neruda


Com cerca de vinte milímetros de comprimento e oito de diâmetro, o minúsculo Fusinus albacarinoides foi encontrado, entre as zonas marítimas de Albufeira e Armação de Pêra, durante um trabalho de campo em 2009 o qual tinha como objectivo traçar um mapa da biodiversidade da costa algarvia, por Carlos Afonso, um biólogo do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve.

Foi a primeira vez que este gastrópode foi identificado e registado a nível mundial, embora o género Fusinus seja bastante comum e exista um pouco por todo o mundo. O que é facto é que a nova espécie foi, para já, apenas identificada na costa algarvia, acreditando o biólogo tratar-se de uma espécie endémica na nossa costa.

Concluímos nós que, apesar de conviver com outras espécies na zona, este gastrópode, que também habita outras paragens, será típico de Armação de Pêra.

Bem procurámos ao longo de anos características típicas nos habitantes desta Vila que justificassem o destino que o seu património natural levou. Nunca as encontrámos tão distintas que pudessem ser autonomizadas. Daí a grande curiosidade pela descoberta cientifica do biólogo que garante que, pelo menos no mundo dos gastrópodes, o género armacenense tem as suas especificidades que o distinguem dos outros que povoam os mares por esse mundo fora.

Nalguma coisa haveríamos de ser exclusivos...

Os gastrópodes e outros quejandos, procurados tradicionalmente na nossa praia pelos banhistas, são objecto de colecções, mais ou menos completas e variadas, no propósito da recolha e conservação de verdadeiras obras de arte natural, resultado do desenvolvimento de certas espécies da vida animal, despertando a sensibilidade até de grandes criadores artísticos.

Do facto, recolhemos um post de Carla Romualdo no site www.aventar.eu que, revelando-nos a este propósito informação singular, transcrevemos:

Pablo Neruda, o grande poeta chileno, colecionava conchas e búzios. Fê-lo ao longo de décadas, recolhendo exemplares um pouco por todo o mundo. Doou a sua coleção à Universidade do Chile, mas durante décadas, e por dificuldades várias, essa coleção ficou semi-oculta, estando apenas uma pequena parte em exibição. Recentemente, e com a colaboração de instituições espanholas, a coleção foi reorganizada, e mostra-se agora em Madrid, na sede do Instituto Cervantes, sob o título "Amor al mar".

São perto de quatro centenas de exemplares, que Neruda recolheu e preservou ao longo de vários anos, desde os seus quinze anos, quando viu pela primeira vez o mar, até cerca de 35 anos depois, quando decidiu oferecer a sua coleção à Universidade, em conjunto com a sua vastíssima biblioteca, dizendo:“El esplendor de estos libros, la gloria oceánica de estas caracolas, cuanto conseguí a lo largo de la vida, a pesar de la pobreza y en el ejercicio constante del trabajo, lo entrego a la Universidad, es decir, la doy a todos.

Sem ter ainda cumprido o que recomendo, atrevo-me a dizer que vale a pena ir de propósito a Madrid apenas para descobrir a coleção de conchas e búzios que Pablo Neruda resgatou aos mares do mundo inteiro, e, deixando-se perder na perfeição geométrica das suas curvas, escutar a voz do poeta:

"Hermano, ésta es mi casa, entra en el mundo
de flor marina y piedra constelada
que levanté luchando en mi pobreza.
Aquí nació el sonido en mi ventana
como en una creciente caracola
y luego estableció sus latitudes
en mi desordenada geología."

“Testamento (I)”
"Canto general"

domingo, 17 de janeiro de 2010

Do nada se fez Arte! Por muito bizarra que tenha sido a via da criação...







Tim Noble e Sue Webster são dois artistas ingleses cujos trabalhos são tão peculiares quanto dignos de elogio.

Com materiais comuns tirados das ruas de Londres compõem amontoados que, vistos isoladamente, poderiam localizar-se num qualquer aterro sanitário, mas que iluminados com uma fonte de iluminação estrategicamente colocada projectam sombras que impressionam pelo seu realismo e detalhe.

As duas últimas imagens são da obra do Japonês Shigeo Fukuda, recentemente falecido, e que foi um dos primeiros criadores que cultivaram esta surpreendente forma de arte (a sombra do motociclo procede de um sarilho de garfos, facas e colheres).

Fica-nos a curiosidade sobre as imagens que obteriamos em Armação de Pêra, se se projectasse um feixe de luz sobre os inúmeros amontoados de lixo que proliferam na Vila nos fins de semana prolongados e habitualmente durante todo o Verão. Talvez por fim, a Câmara de Silves e a sua gestão diletante encontrassem uma razão subliminar que justificasse pela "veia artística", a negligência dos serviços respectivos!

quarta-feira, 18 de março de 2009

A TIRANIA DA BELEZA INDUSTRIAL E O REVIRALHO


A autêntica tirania que os conceitos cinematográficos e publicitários de beleza objectivamente representam, justifica uma profunda reflexão sobre o fenómeno, atenta a influência que determina em todos nós.

Contra a corrente remam muitos livres-pensadores, por esse mundo fora. Outras ópticas que merecem ponderação, e sobretudo divulgação...

Na verdade, as indústrias que definem os padrões físicos que condicionam e influenciam, milhões de mulheres e homens, contam com biliões de dollares para o efeito, enquanto que as vozes que apelam por outras concepções mais profundas da beleza e os valores subjacentes, se limitam a pregar aos peixes...

Paulo Coelho é, nesta matéria, um dos que remam contra a maré. Só por isso, já merece a nossa simpatia e a divulgação neste sitio.

Conheçamos a sua opinião:


Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor ideia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheiinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fracção de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem.
Suas modas são rectas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.


É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulémica e nervosa logo procura uma amante cheiinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.


Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objectiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboreia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa's... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto.


Paulo Coelho

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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