O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
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quarta-feira, 1 de junho de 2016

sábado, 21 de maio de 2016

sábado, 20 de junho de 2015

Poema aos homens constipados - Lobo Antunes


Pachos na testa, terço na mão,

Uma botija, chá de limão,

Zaragatoas, vinho com mel,

Três aspirinas, creme na pele

Grito de medo, chamo a mulher.

Ai Lurdes que vou morrer.

Mede-me a febre, olha-me a goela,

Cala os miúdos, fecha a janela,

Não quero canja, nem a salada,

Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.

Se tu sonhasses como me sinto,

Já vejo a morte nunca te minto,

Já vejo o inferno, chamas, diabos,

Anjos estranhos, cornos e rabos,

Vejo demónios nas suas danças

Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo

Ai Lurdes, Lurdes fica comigo

Não é o pingo de uma torneira,

Põe-me a Santinha à cabeceira,

Compõe-me a colcha,

Fala ao prior,

Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,

Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.

Faz-me tisana e pão de ló,

Não te levantes que fico só,

Aqui sozinho a apodrecer,

Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer


António Lobo Antunes –
(Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)










quarta-feira, 21 de maio de 2014

"O momento mais belo da vida" por A. Marinho e Pinto, publicado em 2013-05-27

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A única coisa perfeita que existe é a Natureza; a única coisa verdadeiramente harmoniosa é a forma como a Natureza ordenou as coisas e os seres; a única coisa verdadeiramente bela é a Ordem com que a Natureza se rege. Ao contemplar a Natureza, fico sempre deslumbrado, inebriado, e nunca me canso de exaltar a sua beleza, a sua harmonia, a sua perfeição. Por isso respeito religiosamente a Ordem por que se rege o mundo natural.

Não se trata de uma ordem fixada por uma qualquer divindade ou demiurgo, mas sim de uma ordenação que resulta da evolução da matéria ao longo de milhares de milhões de anos. Sim, essa matéria de que é feito tudo o que existe, incluindo os próprios seres humanos. Nessa Ordem tudo está meticulosamente organizado e nada foi deixado ao acaso. No mundo natural faz-se tudo o que é necessário fazer e nada se improvisa. A sua harmonia deve-se afinal a um sentido, a uma estratégia, que preside a esse movimento evolutivo. Na terra, como no universo, a evolução da matéria faz-se sempre no sentido da perfeição (complexidade). A matéria evolui sempre para níveis cada vez mais complexos de organização. A vida, tal como existe neste minúsculo ponto perdido nas imensidões cósmicas, é, desde as primeiras moléculas de aminoácidos até hoje, o resultado dessa evolução, ou melhor, corresponde a uma fase dessa evolução. O ser humano é a expressão mais avançada (complexa) de organização da matéria. O grau mais complexo (perfeito) de organização da matéria que se conhece em todo o Universo está no cérebro humano. Em nenhum outro ponto do cosmos a matéria atingiu - que se saiba - um nível tão perfeito, tão harmonioso, tão complexo de organização como na cabeça do ser humano.

No mundo natural, a evolução dos seres vivos faz-se de acordo com estratégias específicas de sobrevivência, visando a continuação das espécies através da reprodução dos seus espécimes. As regras terríveis da seleção natural existem para, eliminando os espécimes mais fracos, fortalecer cada espécie. Como demonstrou Charles Darwin, a vida é a luta pela vida. A sobrevivência de cada ser vivo, como de cada espécie, impõe métodos que, por vezes, nos impressionavam pela sua aparente crueldade.

O astrofísico Hubert Reeves escreveu, em "Um pouco mais de azul" (livro cujo título homenageia Mário de Sá Carneiro), um texto maravilhoso que cito de memória: uma mulher belíssima está deitada na cama com o corpo nu envolvido parcialmente por lençóis de cetim branco. A janela meio aberta deixa entrar uma brisa ligeira que agita levemente as cortinas. A um canto, um disco esquecido solta os acordes maravilhosos de uma sinfonia de Mozart. Uma luz difusa inunda suavemente todo aquele ambiente de paz e de tranquilidade. O rosto da mulher é a imagem do amor e da felicidade. Porém, dentro dela, no interior do seu corpo, alheios a tudo isso, mais de 200 milhões de seres lutam desesperadamente pela sobrevivência que só um poderá alcançar. Ela acabara de fazer amor.

Como diz Reeves, a vida implica todos os níveis do real e, por isso, é que o momento mais belo na vida de qualquer ser humano é aquele em que ele é retirado todo sujo da vagina ensanguentada de uma mulher ou então arrancado da sua barriga esventrada por uma cesariana e é exibido triunfantemente à mãe que o pariu. E esse momento é belo porque é nesse instante que aquele monstrinho sujo, enrugado, roxo e disforme passa de feto a pessoa, ou seja, adquire personalidade jurídica e torna-se sujeito de direitos e de deveres ou, se quisermos, passa a ser um centro autónomo de imputações. É assim que nasce um ser humano. E esse momento é belo também porque a mulher que berrava de dores passa a rir-se de alegria e beija pela primeira vez esse filho (em outras espécies animais, as mães são ainda mais autênticas pois lambem demoradamente os recém-nascidos). Esse momento é belo, sobretudo, porque é o instante em que as dores da vida se metamorfoseiam na felicidade apoteótica da maternidade e da paternidade.

Eu lembro-me bem desse momento. Nunca esquecerei o momento em que nasci e, sobretudo, nunca esquecerei o primeiro beijo que a minha mãe me deu - quase moribunda por me ter parido.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O TOQUE FEMININO


Aviso de antemão que esta crónica pode perturbar almas sensíveis, pelo que não é recomendável àquelas e àqueles que, na senda de Edite Estrela, acreditam tão piamente que “haverá mais paz no mundo com mais mulheres em altos cargos políticos” quanto as as senhoras do MNF tinham a crença inabalável no slogan “Angola é nossa!” Começo por uma adivinha: o que têm em comum Margaret Thatcher, Angela Merkel e Christine Lagarde? Em 1º lugar, são mulheres; em 2º lugar, têm poder; em 3º lugar, são reacionárias, se me é permitido ainda usar o termo. Recorde-se que Thatcher, autora do “no such thing as society”, é, das gtrês, embora retirada, a única com pensamento politico

articulado. Merkel limita-se a empurrar(-nos)com a barriga e Lagarde administra dinheiro alheio enquanto nos ameaça com a antiquíssima tirada de Paul Fével, “Si tu ne viens pas à Lagardère, Lagardère ira à toi!”

Entrevejo já algumas das almas sensíveis – femininas, masculinas e/ou “transgéneras” – correndo a diagnosticar-me o mal da misoginia, versão

jewish self-hatred adaptada “ao segundo sexo”. Antes que me condenem a ler de fio a pavio o livro de Cavalcanti Filho onde a “putativa homossexualidade” de Pessoa terá sido finalmente revelada, invoco em minha defesa:onde está o feminine touch de Merkel quando o Ministério da Economia do seu governo chega a propor, como solução para a crise, a formação de “zonas económicas especiais”, variante update do modelo esclavagista em exercício na China? E que dizer das declarações de Lagarde (logo ela que, enquanto funcionária internacional do FMI, não paga impostos) sobre gregos e pretinhos esfomeados do Níger que lhe partem o coração? Desculpem-me o fr

ancês: feminine touch, my ass.

Ana Cristina Leonardo, in Expresso de 02.06.012

quinta-feira, 8 de março de 2012

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Crónica: Um segredo de um casamento feliz.

por Miguel Esteves Cardoso, in: Jornal Público, de 25-10-2010

Desde que a Maria João e eu fizemos dez anos de casados que estou para escrever sobre o casamento. Depois caí na asneira de ler uns livros profissionais sobre o casamento e percebi que eu não percebo nada sobre o casamento.

Confesso que a minha ambição era a mais louca de todas: revelar os segredos de um casamento feliz. Tendo descoberto que são desaconselháveis os conselhos que ia dar, sou forçado a avisar que, quase de certeza, só funcionam no nosso casamento.

Mas vou dá-los à mesma, porque nunca se sabe e porque todos nós somos muito mais parecidos do que gostamos de pensar.

O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam.

O nosso casamento é um filho. É um filho inteiramente dependente de nós. Se nós nos separarmos, ele morre. Mas não deixa de ser uma terceira entidade.

Quando esse filho é amado por ambos os casados - que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo -, o casamento é feliz. Não basta que os casados se amem um ao outro. Têm também de amar o casamento que criaram.

O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação. Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais.

Foram concordados, são desenvolvidos, são revistos, são alterados, esquecidos e discutidos. Mas um casamento feliz com dez anos, tal como um filho de dez anos, tem uma personalidade mais rica e mais bem sustentada, expressa e divertida do que um bebé com um ano de idade.

Eu só vivo desta maneira - que é o nosso casamento - vivendo com a Maria João, da maneira como estamos um com o outro, casados. Nada é exportável. Não há bocados do nosso casamento que eu possa levar comigo, caso ele acabe.

O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho. Dá-se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento.

Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas.

Se calhar, os casais apaixonados que têm filhos também ganhariam em pensar no primeiro filho que têm como sendo o segundo. O filho mais velho é o casamento deles. É irmão mais velho do que nasce e ajuda a tratar dele. O bebé idealmente é amado e cuidado pela mãe, pelo pai e pelo casamento feliz dos pais.

Se o primeiro filho que nasce é considerado o primeiro, pode apagar o casamento ou substitui-lo. Os pais jovens - os homens e as mulheres - têm de tomar conta de ambos os filhos. Se a mãe está a tratar do filho em carne e osso, o pai, em vez de queixar-se da falta de atenção, deve tratar do mais velho: do casamento deles, mantendo-o romântico e atencioso.

Ao contrário dos outros filhos, o primeiro nunca sai de casa, está sempre lá. Vale a pena tratar dele. Em contrapartida, ao contrário dos outros filhos, desaparece para sempre com a maior das facilidades e as mais pequenas desatenções. O casamento feliz faz parte da família e faz bem a todos os que também fazem parte dela.

Os livros que li dão a ideia de que os casamentos felizes dão muito trabalho. Mas se dão muito trabalho como é que podem ser felizes? Os livros que li vêem o casamento como uma relação entre duas pessoas em que ambas transigem e transaccionam para continuarem juntas sem serem infelizes. Que grande chatice!

Quando vemos o trabalho que os filhos pequenos dão aos pais, parece-nos muito e mal pago, porque não estamos a receber nada em troca. Só vemos a despesa: o miúdo aos berros e a mãe aflita, a desfazer-se em mimos.

É a mesma coisa com os casamentos felizes. Os pais felizes reconhecem o trabalho que os filhos dão mas, regra geral, acham que vale a pena. Isto é, que ficaram a ganhar, por muito que tenham perdido. O que recebem do filho compensa o que lhe deram. E mais: também pensam que fizeram bem ao filho. Sacrificam-se mas sentem-se recompensados.Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro, caso o casamento desapareça. Sente que, se isso acontecer, fica sem nada. É do amor. Só perdeu o casamento deles, que eles criaram, mas sente que perdeu tudo: ela, o casamento deles e ele próprio, por já não se reconhecer sozinho, por já não saber quem é - ou querer estar com essa pessoa que ele é.

Se o casamento for pensado e vivido como uma troca vantajosa - tu dás-me isto e eu dou-te aquilo e ambos ficamos melhores do que se estivéssemos sozinhos -, até pode ser feliz, mas não é um casamento de amor.

Quando se ama, não se consegue pensar assim. E agora vem a parte em que se percebe que estes conselhos de nada valem - porque quando se ama e se é amado, é fácil ser-se feliz. É uma sorte estar-se casado com a pessoa que se ama, mesmo que ela não nos ame.

Ouvir um casado feliz a falar dos segredos de um casamento feliz é como ouvir um bilionário a explicar como é que se deve tomar conta de uma frota de aviões particulares - quantos e quais se devem comprar e quais as garrafas que se deve ter no bar, para agradar aos convidados.

Dirijo-me então às únicas pessoas que poderão aproveitar os meus conselhos: homens apaixonados pelas mulheres com quem estão casados.

E às mulheres apaixonadas pelos homens com quem estão casadas? Não tenho nada a dizer. Até porque a minha mulher continua a ser um mistério para mim. É um mistério que adoro, mas constitui uma ignorância especulativa quase total.

Assim chego ao primeiro conselho: os homens são homens e as mulheres são mulheres. A mulher pode ser muito amiga, mas não é um gajo. O marido pode ser muito amigo, mas não é uma amiga.

Nos livros profissionais, dizem que a única grande diferença entre homens e mulheres é a maneira como "lidam com o conflito": os homens evitam mais do que as mulheres. Fogem. Recolhem-se, preferem ficar calados.

Por acaso é verdade. Os livros podem ser da treta mas os homens são mais fugidios.

Em vez de lutar contra isso, o marido deve ceder a essa cobardia e recolher-se sempre que a discussão der para o torto. Não pode ser é de repente. Tem de discutir (dizê-las e ouvi-las) um bocadinho antes de fugir.

Não pode é sair de casa ou ir ter com outra pessoa. Deve ficar sozinho, calado, a fumegar e a sofrer. Ele prende-se ali para não dizer coisas más.

As más coisas ditas não se podem desdizer. Ficam ditas. São inesquecíveis. Ou, pior ainda, de se repetirem tanto, banalizam-se. Perdem força e, com essa força, perde-se muito mais.

As zangas passam porque são substituídas pela saudade. No momento da zanga, a solidão protege-nos de nós mesmos e das nossas mulheres. Mas pouco - ou muito - depois, a saudade e a solidão tornam-se insuportáveis e zangamo-nos com a própria zanga. Dantes estávamos apenas magoados. Agora continuamos magoados mas também estamos um bocadinho arrependidos e esperamos que ela também esteja um bocadinho.

Nunca podemos esconder os nossos sentimentos mas podemos esconder-nos até poder mostrá-los com gentileza e mágoa que queira mimo e não proclamação.

Consiste este segredo em esperar que o nosso amor por ela nos puxe e nos conduza. A tempestade passa, fica o orgulho mas, mesmo com o orgulho, lá aparece a saudade e a vontade de estar com ela e, sobretudo, empurrador, o tamanho do amor que lhe temos comparado com as dimensões tacanhas daquela raivinha ou mágoa. Ou comparando o que ganhamos em permanecer ali sozinhos com o que perdemos por não estar com ela.

Mas não se pode condescender ou disfarçar. Para haver respeito, temos de nos fazer respeitar. Tem de ficar tudo dito, exprimido com o devido amuo de parte a parte, até se tornar na conversa abençoada acerca de quem é que gosta menos do outro.Há conflitos irresolúveis que chegam para ginasticar qualquer casal apaixonado sem ter de inventar outros. Assim como o primeiro dever do médico é não fazer mal ao doente, o primeiro cuidado de um casamento feliz é não inventar e acrescentar conflitos desnecessários.

No dia-a-dia, é preciso haver arenas designadas onde possamos marrar uns com os outros à vontade. No nosso caso, é a cozinha. Discutimos cada garfo, cada pitada de sal, cada lugar no frigorífico com desabrida selvajaria.

Carregamos a cozinha de significados substituídos - violentos mas saudáveis e, com um bocadinho de boa vontade, irreconhecíveis. Não sabemos o que representam as cores dos pratos nas discussões que desencadeiam. Alguma coisa má - competitiva, agressiva - há-de ser. Poderíamos saber, se nos déssemos ao trabalho, mas preferimos assim.

A cozinha está encarregada de representar os nossos conflitos profundos, permanentes e, se calhar, irresolúveis. Não interessa. Ela fornece-nos uma solução superficial e temporária - mas altamente satisfatória e renovável. Passando a porta da cozinha para irmos jantar, é como se o diabo tivesse ficado lá dentro.

Outro coliseu de carnificina autorizada, que mesmo os casais que não podem um com o outro têm prazer em frequentar, é o automóvel. Aí representamos, através da comodidade dos mapas e das estradas mesmo ali aos nossos pés, as nossas brigas primais acerca das nossas autonomias, direcções e autoridades para tomar decisões que nos afectam aos dois, blá blá blá.

Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes. Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A hegemonia dos homens em vias de extinsão!

Para Avivah Wittenberg-Cox, uma das pensadoras mais influentes do novo feminismo na gestão, a crise abriu a porta à entrada das mulheres para os lugares de topo



Avivah Wittenberg-Cox tem os números todos na cabeça e os argumentos bem oleados: as mulheres dominam nas universidades (60%), mas são ainda caso raro (menos de 20%) na liderança de governos e organizações. Defender hoje o acesso das mulheres à liderança não é uma questão de direitos, mas de boa gestão pública e privada, defende esta consultora, apontada pela revista "The Economist" em 2010 como um dos expoentes do "novo feminismo" no mercado de trabalho. A mudança já está em curso e os homens não têm nada que temer - "o fim do monopólio dos homens sobre a liderança na gestão vai libertá-los da camisa-de-forças da responsabilidade", ironiza Wittenberg-Cox.

O i entrevistou-a em Paris, à margem da conferência anual da OCDE sobre recuperação económica e emprego - era uma de duas mulheres num painel de oito pessoas.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

Nós? Complicadas?

O tema mulher dá "pano para mangas". Uma visitante que se diz assidua pediu-nos para publicar a resposta de uma mulher a muito do que se diz sobre a mulher. Escusado será dizer que o texto é da responsabilidade de quem o subscreve.

Nós? Complicadas?

Se a gente se insinua, é atiçada;
Se fica na nossa, está dando uma de difícil;
Se aceita transar no início do relacionamento, é mulher fácil;
Se não quer ainda, está a fazer-se virgem;
Se põe limitações no namoro, é autoritária;
Se concorda com o que o namorado diz, é sem opinião;
Se batalha por estudos e profissões, é uma ambiciosa;
Se não está nem aí pra isso, é dondoca;
Se adora falar em política e economia, é feminista;
Se não se liga nesses assuntos, é desinformada;
Se corre pra matar uma barata, não é feminina;
Se corre de uma barata, é medrosa;
Se ganha menos que o homem, é pra ser sustentada;
Se ganha mais que o homem, é pra jogar na cara deles;
Se adora roupas e cosméticos, é narcisista;
Se não gosta, é desleixada;
Se sai mais cedo do trabalho, é abusadora;
Se faz hora extra, é gananciosa;
Se se chateia com alguma atitude dele, é uma mulher mimada;
Se aceita tudo o que ele faz, é submissa;
Se quer ter 4 filhos, é uma louca inconsequente;
Se só quer ter 1, é uma egoísta que não tem senso maternal;
Se gosta de rock, é uma doida;
Se gosta de música romântica, é fora-de-moda;
Se gosta de música eletrónica, é maluca;
Se usa saia curta, é vulgar;
Se usa saia comprida, é crente;
Se está branca, eles dizem pra gente apanhar uma corzinha;
Se está bem bronzeada, eles dizem que preferem as mais clarinhas;
Se faz cena de ciúme, é uma neurótica;
Se não faz, não sabe defender seu amor;
Se fala mais alto que ele, é uma descontrolada;
Se fala mais baixo, é subserviente.

E depois vem dizer que mulher é que é complicada...

Mulheres existem para serem amadas, não para serem entendidas.

Fátima Nazareth

terça-feira, 6 de abril de 2010

A mulher em Portugal batalhou com a "Moral" e a "Legalidade" até para usar calças...

Enquanto Neil Alden Armstrong pisava o solo lunar e tinha lugar em Woodstock aquele que viria a ser o histórico festival de musica rock, ainda se discutia em Portugal se seria moral e, ou mesmo, legal o uso das calças pela mulher. Decorria então o ano de 1969!

Por cá “sentíamos” o maior sismo que ocorreu em Portugal desde 1755, que podia ter feito desaparecer o Algarve do mapa, não tivesse o epicentro ocorrido no mar. Foi ano de eleições em Portugal, numa altura em que ganhavam sempre os mesmos!

Era assim a sociedade portuguesa há 41 anos.



***

Entretanto, ainda hoje no Sudão: 20 chicotadas por vestir calças de ganga

Um tribunal sudanês condenou duas mulheres a 20 chicotadas cada uma, por vestirem calças de ganga e não cobrirem o cabelo.

Fontes oficiais explicaram que os advogados das duas condenadas recorreram da sentença emitida pelo Tribunal de Kartum Este, que também condenou as mulheres a uma multa de 250 libras sudanesas (66 euros).

As duas mulheres tinham sido detidas juntamente com a jornalista Lubna Husein, em Julho, cujo caso se tornou famoso dentro e fora do Sudão.
Depois da sentença de quinta-feira, Lubna Husein explicou aos jornalistas que, quando foi detida num café em Kartum, estava com outras 12 mulheres.

Dez dessas mulheres foram castigadas com chicotadas no local e as restantes foram levadas a tribunal.

Lubna Husein for presa a 07 de Setembro por se ter negado a pagar a multa de 200 dólares (133 euros) por ter usado calças, o que é considerado "imoral" pela lei sudanesa.

Um dia depois foi libertada, porque a Federação de Jornalistas Sudaneses pagou aquele montante, um gesto com que a jornalista se mostrou em desacordo, uma vez que ninguém lhe pediu permissão para o fazer.

Lubna Husein foi julgada ao abrigo da cláusula 152 de uma norma que estipula que "toda a pessoa que se comporte com conduta imoral ou se apresente em público com um vestuário contrário à decência será castigado com 40 chicotadas e o pagamento de uma multa".

A jornalista trabalhava no gabinete de imprensa da missão das Nações Unidas em Kartum mas decidiu renunciar ao seu emprego e à imunidade de que gozava para enfrentar a Justiça do seu país e conseguir a revogação dessa lei.
Jornal de Noticias, 23.10.09

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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