Prometida com veemência desde há muitos anos e por diversas ocasiões, sobretudo em períodos pré eleitorais ou eleitorais, a requalificação da Frente de Mar de Armação de Pêra tem sido uma obra aguardada, em vão, por todos nós Armacenenses.
Esta perspectiva de obra tem servido, por conseguinte, de “pau para toda a obra” em sede de demagogia eleitoral, ou melhor de verdadeira trapaça eleitoralista de baixo coturno.
Hoje, parece que, finalmente, a miragem e a realidade se aproximam e talvez se encontrem.
Mas, será mesmo assim?
Como é do conhecimento geral foram lançados dois concursos públicos: um que contemplou a requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Poente, ao qual concorreram cinco empresas, tendo ficado em primeiro lugar, se atendermos ao preço apresentado, o consórcio constituído por Visabeira SA/Mota-Engil, SA com um valor de 2 274 682,86 euros e um outro concurso, referente à requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Nascente, ao qual concorreram seis empresas, tendo ficado em primeiro lugar, se atendermos ao preço apresentado, o consórcio constituído por Visabeira, SA/Mota-Engil, SA, com um valor de 2 493 595,52 euros.
A imprensa regional, mais concretamente o Jornal Barlavento, publicou uma notícia com o titulo “O pequeno Polis de Armação de Pêra”, no âmbito da qual, ouvida a Presidente da Câmara Isabel Soares, esta informava que o projecto viu aprovada a sua candidatura ao Programa Operacional Algarve 21 sendo o montante de investimento elegível na candidatura ao PO Algarve 21 cerca 1,4 milhões de euros, dos quais 841 mil virão do FEDER.
O candidato assumido à Câmara Municipal de Silves, Carneiro Jacinto, por seu lado, no blog http://servirsilves.blogspot.com/, publicou recentemente um post sobre este mesmo assunto, informando-nos da adjudicação. No entanto, em face dos valores por ele referidos, quanto a nós a adjudicação só corresponderá a metade da área a requalificar!
O que, objectivamente, não seria de estranhar porquanto os apoios referidos pela Presidente somam 1,4 milhões e em cada um dos concursos foram orçadas obras de, grosso modo, 2,4 milhões, sobretudo sendo certo e sabido que a Câmara não tem meios para “mandar cantar um cego”!
Será que a adjudicação da requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Nascente não será efectuada nesta “lingada” e requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Poente, avançará, mesmo sem meios, para se ir pagando?
Mas, ainda que a requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Nascente avance nestas condições (o que atenta a especialização da C.M. de Silves na dilação de longos anos para o pagamento das suas obrigações, não será de estranhar completamente) não podemos deixar de evidenciar a nossa grande apreensão.
De facto, se assim for, o objectivo, sem prejuízo do beneficio que Armação mesmo assim colherá, será só “embelezar”, “para inglês ver”, quedando-se a integralidade das obras para as calendas, pois sempre poderão render para as eleições seguintes.
Mesmo que assim seja, já deveríamos ficar contentes, diria a fundamentalista soarista Adelina Capelo...
Pois, se assim for, não ficaremos nada contentes Dra Isabel Soares. Disso não tenha qualquer dúvida!
Os múltiplos anúncios, que pela sua própria boca, fez acerca da realização destas obras – tantas vezes frustradas quantas as anunciadas - de importância estrutural impar para a Vila, obrigam-na a, hoje, depois dos concursos públicos, a realizá-las integralmente, sob pena de verdadeira burla pré eleitoral!
A ver vamos, como diria o cego? Esperemos que não!
Sucede que, a politica de maquilhagem tão típica da Dra Isabel Soares, em campanha permanente, a qual ficou patente na intervenção já referida: o investimento deve servir para dar uma «visão mais limpa» da orla costeira aos residentes e visitantes, apressou-se a clarificar a Sr.ª Presidente, naquela notícia ao Barlavento, deixam-nos sempre “a pulga atrás da orelha”.
A expressão utilizada ainda constitui um verdadeiro “tiro no pé”, pois a visão limpa que aparentemente a preocupa, já teria sido alcançada se tivesse mérito suficiente para impor uma gestão eficiente da recolha do lixo, e se realmente se tivesse proposto a tanto, a qual, apesar de ter revelado nos últimos tempos, algumas melhoras, permanece ABSOLUTAMENTE TERCEIROMUNDISTA, quando, sabemos bem, a receita que arrecada da Vila é ABSOLUTAMENTE DESPROPORCIONADA PARA A QUALIDADE DOS SERVIÇOS QUE (NÃO) PRESTA!
Por estas e por outras, não temos razão para ter qualquer admiração pela obra politica da Dra Isabel Soares, mas mesmo que o quiséssemos, ela encarrega-se sempre de nos desmotivar pelo teor de cada intervenção pública que tem a oportunidade de arranjar.
Isso sim, é obra!
(Continua)
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
OBRAS ESTRUTURAIS EM ARMAÇÃO: MIRAGEM OU REALIDADE? (I)
Etiquetas:
Eleições Autárquicas,
obras,
politica municipal
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2 comentários:
Belinha
Cuida-te com a Sofia.
A VIDA É MESMO ASSIM E TUDO O RESTO SÃO NÚMEROS!!!!!
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