Uma bela Senhora, distintérrima, estava num avião vindo da Suíça.
Vendo que estava sentada ao lado de um padre simpático, perguntou:
- Desculpe-me, padre, posso pedir -lhe um favor?
- Claro, minha filha, o que posso fazer por si?
- É que eu comprei um novo secador de cabelo, sofisticadíssimo, muito caro.
Realmente ultrapassei os limites da declaração e estou preocupada com a
Alfândega. Será que o Senhor o poderia levar debaixo de sua batina?
- Claro que posso, minha filha, mas certamente sabe que eu não posso mentir!
- O Senhor tem um rosto tão honesto, Padre, que estou certa que eles não lhe
farão nenhuma pergunta.
E deu-lhe o secador.
O avião chegou a seu destino. Quando o padre chegou à Alfândega,
perguntaram-lhe:
- Padre, o senhor tem algo a declarar?
O padre prontamente respondeu:
- Do alto da minha cabeça até a faixa na minha cintura, não tenho nada a
declarar, meu filho.
Achando a resposta estranha, o fiscal da Alfândega perguntou:
- E da cintura para baixo?
- Eu tenho um equipamento maravilhoso, destinado a uso doméstico, em
especial para as mulheres, mas que nunca foi usado.
Soltando uma sonora gargalhada, o fiscal exclamou:
- Pode passar, Padre! O próximo...
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
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