O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 13 de janeiro de 2013

A requalificação do Cabral sob mira (telescópica)! Contrapartidas também, sem nunca esquecer os prejudicados!

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O “escândalo” da compra da praia em Armação teve honras de telejornal.

Entrevistado o snr. Cabral revelou-se incrédulo acerca do facto de ter conseguido adquirir a tal praia (pasme-se!) e reafirmou a intenção de a doar ao Estado, de onde nunca devia ter saído dizemos nós, mediante certas contrapartidas, o mais rapidamente possível.

O presidente, emprestado, da Câmara, nada adiantou de novo, guardando de Conrado o prudente silêncio, no que ao essencial diz respeito, reafirmando a regularidade do sucedido e o final feliz que espera.

Um pescador, reformado, em síntese, revela a utilidade do sucedido pleno de “ses”. Se o homem comprou sem oposição de ninguém, se se propõe requalificar a zona e nada põe em causa quanto aos interesses instalados, designadamente os dos pescadores, se o homem até se propõe garantir um tractor, se...., se..., se...

Restam as “más línguas” que afinal, iguais a si próprias, resumem-se a isso mesmo, o mal dizer, em prejuízo de quem “só quer o bem de todos “e até se dispõe a pagar, pesado, por isso, mesmo tende de debater-se com a incompreensão de muitos.

Como já dissemos antes, admiramos a inteligência, sobretudo quando conjugada com o trabalho ou com qualquer espécie de avanço empresarial, cientifico, social, cultural, do qual, qualquer um, assim o possa, retire ilação proveitosa.

A humanidade tem evoluído por essa via! Não há razão lógica para militar contra a “metodologia” da evolução!

Entretanto, a propósito deste episódio, contactámos um arquitecto, pessoa de qualificação e isenção, com experiência de muitos anos na maior Câmara do Pais e nenhuma ligação a Armação de Pêra, com vista a recolher uma opinião independente.

Percebemos que uma vida profissional de frustração de expectativas, fundada ora na irracionalidade da gestão dos recursos, ora nos desvalores que o investimento público objectiva e frequentemente salvaguarda, condicionou a opinião desse técnico respeitado, dando corpo a um realismo pragmático.

Concentrando-se no objecto principal das suas preocupações e habituado a estas lides, focou-se: a requalificação de uma zona pouco mais que abandonada, passando pela inevitabilidade do retorno do “lote” à propriedade pública, salvaguardados que estejam os direitos que na mesma se encontram enraizados (caso dos pescadores), considerou que nos devemos concentrar no projecto propriamente dito, pois é aí que poderá haver matéria de controvérsia que poderá justificar oposição frontal.

Curiosamente, sem a mesma qualificação técnica, os pescadores entrevistados, de algum modo, ao expressarem a sua opinião, foram tão práticos quanto o nosso qualificado amigo arquitecto. Se..., se...., se...., então muito bem!

Que concluir então?

1º.- A perversidade da gestão politica e institucional e a opacidade dos procedimentos, de que Silves é um expoente, é um dado de tal forma instituído que já não faz parte da metodologia de abordagem de um qualquer facto público, por parte, quer de cidadão comum, quer de um cidadão com especial qualificação técnica e cultural;

2º.- Certamente em resultado das constantes violações dos princípios elementares conformantes de uma comunidade organizada em Estado de Direito, os quais caíram em desuso, se é que alguma vez estruturaram a sociedade portuguesa.

3º.- A adopção da postura “do mal o menos” impera, denotando que no confronto dos princípios com a correlação de forças que caracteriza a realidade, vivemos já, se é que alguma vez deixamos de viver, numa sociedade do “salve-se quem puder”.

4º.- Nesta conformidade, a forma mais eficaz de salvaguardar o essencial, é precisamente fazer sair da toca o projecto que o snr. Cabral tem certamente em carteira, de há muito, para ampla discussão pública.  
Sem nunca esquecer a expropriação como fiel da balança!




5º.- Sem perder de vista os interesses específicos em presença e a salvaguarda dos mesmos, designadamente os interesses da pesca artesanal, ou a Kubata, a qual deve poder prosseguir a sua exploração, ainda que adaptadamente, isto é, podendo ser deslocada no âmbito de uma arranjo urbanístico que mereça a aprovação pública, permitindo que a oferta se mantenha na sua especificidade e mercado, os quais são um activo da oferta turística armacenense, quer o snr Cabral assim o entenda, quer não, o que pouco importará deste ponto de vista.

6.- A luta pela transparência e pelas praticas típicas de uma comunidade organizada democraticamente são imperativas, tanto mais quanto as ameaças à mesma forem tão escandalosamente opacas como esta!

7.- Importa assim dar curso a toda a indignação que tal moscambilha motiva, sob pena de perdermos o Norte enquanto comunidade.
E uma comunidade sem Norte, não é uma Comunidade, é um conjunto de animais tresmalhados sujeitos a um destino para o qual em nada contribuem.

8 comentários:

Anónimo disse...

Câmara de Silves refuta críticas do PS sobre autarquia não ter garantido compra de praia privada
O presidente da Câmara de Silves, Rogério Pinto, refutou hoje as críticas do PS sobre a autarquia não ter garantido o interesse público com a compra de uma praia privada, sublinhando que foi o Estado a não exercer o direito de compra.

“Não vejo sentido nisso”, afirmou Rogério Pinto em declarações à Lusa, referindo-se às críticas do PS de Silves, que disse que a autarquia não teria assegurado o interesse público ao não garantir a compra da praia.

O que o PS fez, disse o autarca, foi uma “análise cronológica da situação”, ao lembrar como decorreu o processo que levou à compra de cerca de três quilómetros de praia em Armação de Pêra, por parte de um privado a outro.

O presidente da Câmara de Silves afirmou que “o Estado poderia ter exercido esse direito de preferência e não o fez, porque não teve condições com certeza para o fazer”, e considerou que o privado que adquiriu a praia, proprietário de uma unidade hoteleira em Porches, concelho de Lagoa, já disse na comunicação social que pretende requalificar a zona.

“Desde 1913 que a praia é de um privado e foi adquirida por outro privado, que, segundo o disse na comunicação, estará disponível para fazer a cedência de todo aquele espaço para equipamento público”, referiu o autarca.

Rogério Pinto recusou, no entanto, a hipótese de haver contrapartidas por parte da câmara em benefício do novo proprietário do espaço, situado em domínio público marítimo, porque a autarquia não negoceia contrapartidas “com ninguém”.

“Não pode haver contrapartidas. Esse privado fala de contrapartidas, nomeadamente o licenciamento de uma instalação que está na praia, que está completamente degradada, e relativamente à praia da Vila Vita, que não está no nosso concelho, mas no concelho de Lagoa”, frisou.

O presidente da Câmara de Silves assegurou que a câmara irá “sempre fazer a defesa das populações, nomeadamente da população da freguesia de Armação de Pêra e daquelas instituições que têm alguns equipamentos instalados há anos nessa zona”, como a lota, a associação dos pescadores e o Clube de Futebol Os Armacenenses.

“Já me reuni com todos e eles veem com agrado a situação, desde que sejam acautelados os seus interesses, que não podem ser postos em causa. Aquilo que foi manifestado pela entidade privada é que eles estavam acautelados, vamos esperar o que vai acontecer”, afirmou.

O autarca lembrou que o processo para aquisição da praia por parte do Estado “estava a ser liderado pela Administração da Região Hidrográfica” do Algarve, que apresentou uma proposta à autarquia que previa a divisão dos cerca de 200 mil euros a pagar pelo terreno.

De acordo com Rogério Pinto, “a câmara sempre teve disponível para pagar a sua parte” desta verba.

“Tirando a parte das contrapartidas, isto será uma boa oportunidade para os armacenenses, porque é uma zona que precisa de uma intervenção e de uma requalificação e esse privado está disposto a fazê-la”, disse, frisando que os responsáveis do grupo Vila Vita, os novos proprietários, “são pessoas sérias, com provas dadas”.

Maria da Luz disse...

A adopção da postura "do mal o menos" não será a dos pescadores, seguramente.

Quanto às afirmações que o sr. Cabral tem trazido a público, só se pode concluir que, de facto, o homem está deslumbrado, pois acredita que comprou uma praia.

Estranho que o grupo Vila Vita tenha um cargo administrativo de tanta responsabilidade entregue a uma pessoa que tem a insensatez de fazer este tipo de declarações para a imprensa.

Não foi uma praia que o sr. Cabral comprou, foi um terreno que abrange uma faixa de praia, com todos os constrangimentos legais e condicionantes que, naturalmente terá de respeitar.

O sr. Rogério Pinto, é mesmo isso tudo, um projecto de presidente, que, para o bem de todos nós, espero que fique pelo esboço!

Se todo este "escândalo" passa para a imprensa alemã, vamos ver de que fibra são feitos estes sres.

Cumprimentos J.J.J., pela intervenção, desta gostei...

Anónimo disse...

É mesmo, o homem disse que comprou a praia, que comédia!
É o sr. Cabral, no seu melhor, está apresentado o homem ao país!

Anónimo disse...

Qual é a solução?
A praia era privada, o Plano não podia ser aplicado, porque o mesmo está falido, todos sabemos quem nos levou à situação!
Agora foi comprada por outro privado que:

propõe doar a praia ao estado e reabilitar a zona.

Só quer o que outros já tinham, mas funcionando como toda a gente sabe e a ASE confirmou!

E ai JESUS não pode!

Então qual é a solução?
Porque não fazem um peditório pelos comerciantes?
São capazes de arranjar 20 euros.


Deixem quem sabe e pode desenvolver aquela zona!

Anónimo disse...

A única coisa que está falida é a credibilidade da C.M.Silves, que abandonou a defesa dos interesses da população ao permitir que este negócio fosse concretizado.
Agora de nada nos serve a câmara, o assunto está nas "mãos" do governo.
Tudo o que a C.M.Silves está a fazer é propaganda politica, suja e desonesta.
Aguardemos que a escritura possa ser anulada e reposta a ordem natural das coisas, quanto ao sr. Cabral querer ajuda, será?
O Armacenense já é ajudado há alguns anos e já se fala na concretização do novo campo pela Vila Vita há alguns anos, o reto, é conversa...
Os mamões são sempre os mesmos, os pescadores, coitados, tem sido sempre os massacrados.
Perguntem lá aos pescadores que ajuda tem recebido da Vila Vita, durante todos estes anos e depois contem ao pessoal...

Anónimo disse...

Se o Sr. Projeto de presidente da Câmara tivesse vergonha fugia, se fosse no NORTE já tinha menos dentes na cara!!!
VENDAM-SE TODOS.... E JÁ AGORA VENDA O CASTELO DE SILVES... E TUDO O RESTO!!

Anónimo disse...

Alguma luz sobre o assunto:

http://amigosarmacao.blogspot.pt/2013/01/armacao-de-pera-vende-se.html

Anónimo disse...

Mas e afinal,constatar os genes resquícios do regateio e regateiredo....por favor ativem a lota e ou assumiremos os genes magrebinos..afinal parece-me que das duas uma, quem desdenha quer comprar ou há aspetos psicológicos de fundo comprometidos.sei lá eu.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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