O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ahhhh!!!! O que a nossa economia beneficiaria se Portugal tivesse Mar!


"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores portugueses."
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de frescos dos supermercados parece uns jogos sem fronteiras de pescado e marisco. Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico.

Por alto, vi: camarão do Equador, burrié da Irlanda, perca egípcia, sapateira de Madagáscar, polvo marroquino, berbigão das Fidji, abrótea do Haiti? Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado que nós. Eu não tenho vontade de comer uma abrótea que veio do Haiti ou um berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso, tenho vontade de falar com o berbigão, tenho curiosidade de saber como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.

Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo. Não é saudável ter inveja de uma gamba. Uma dona de casa vai fazer compras e fica a chorar junto do linguado de Cuba, porque se lembra que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o tamboril (da Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer durante todo o ano. Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras? fica estranho. Perca egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras. Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.

Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem polvo marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria um quilo de polvo marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e rouca. Acabei por optar por meio quilito de bacalhau da Noruega, assim como assim, já estamos habituados. Eu, às vezes penso: o que poupávamos se Portugal tivesse mar!!!!!!!!!

4 comentários:

Paula Bravo disse...

muito bom ! :))

Anónimo disse...

Silves: PSD satisfeito com arquivamento de processo contra presidente da Câmara
A Distrital do Algarve do PSD congratulou-se hoje com o arquivamento do processo contra a presidente da Câmara de Silves (PSD) e dois vereadores, suspeitos de terem adjudicado por ajuste direto obras à empresa Viga d'Ouro.

O caso remonta a factos ocorridos entre 2004 e 2006, quando a autarquia alegadamente adjudicou, sem realização de concurso público, obras de água e esgotos àquela empresa, o que motivou um inquérito por parte do Ministério Público.

Segundo um comunicado do PSD/Algarve, apesar de o caso que ficou conhecido como Viga d'Ouro já ter prescrito, a decisão "agora emitida pelo Tribunal de Portimão deve servir para silenciar todas as suspeitas".

A decisão, afirmam os social-democratas, prova a idoneidade de Isabel Soares, presidente da autarquia há quinze anos e que cumpre agora o seu último mandato, demarcando igualmente o município de qualquer suspeita.

"A acusação deduzida pelo Ministério Público a Isabel Soares derivou apenas do facto de a sua assinatura estar aposta nos documentos de autorização de pagamento de trabalhos fraccionados à empresa Viga d’Ouro", lê-se no comunicado.

Para o PSD, tal "não significou nunca a concretização de pagamentos por parte da edilidade", tendo a autarca pedido inclusivamente a abertura de um inquérito para esclarecer por que razão algumas obras não tinham tido concurso público.

"É de destacar a requisição feita pela própria presidente da Câmara de Silves no sentido de ser desencadeada uma intervenção hierárquica junto do Ministério Público para aprofundar a investigação associada ao processo Viga d’Ouro", conclui.

Corre Costas disse...

Deviam era estar calados e terem vergonha! Mais uma vez jogou a "justiça para os corruptos" deixou-se ultrapassar os prazos, tal como ao Isltino Morais, Dias Loureiro, Valentim Loureiros e outros que nos têm expoliado e vivem à tripa forra à nossa custa. Quem vai pagar os milhões de € de juros que os processos ilegais de factoring nos deixaram na banca? e que são da responsabilidade de quem assinou os contratos? Com Isabel Soares à cabeça em todos. Quem vai pagar os 5 milhões de € em dívida e facturados a 500% a mais? Vamos ser todos nós através da Câmara de Silves. Tenham vergonha e assumam as vossas responsabilidades. Triste Portugal que tem uma "Justiça" destas e uns "governantes" cuja a única ambição é se governarem. E nós deixamos que ainda se riam nas nossas carar, vindo a terreiro fazer o papel de "sérios e impulutos" Até qualquer dia.

Toninho disse...

Satisfeitos pela prescrição do processo, quem foge à verdade procede assim.

Mais uma vez fica envergonhada a justiça Portuguesa, ou não...

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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