O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Armação de Pêra Vila Piscatória e Turistica (II)


A história da fundação da Vila de Armação, seus agentes e actividade económica principal, constituem deste modo objecto da cultura da localidade.

E, para ambicionar um destino diverso daquele que um certo tipo de desenvolvimento nos trouxe, haverá que partir necessariamente do enquadramento da cultura local.

Foi aliás o abandono ou falta de consciência dessa perspectiva que conduziu a Vila àquilo que é hoje, uma urbe completamente incaracterística que poderia estar situada em qualquer região do país.

O modelo de cultura suburbana venceu e generalizou-se, para o mal de todos.

As raízes culturais e históricas da Vila são por isso para ter permanentemente presentes quer seja para empreender, quer seja para reparar ou atenuar os males já feitos.

Daí a importância de qualquer motivo ou intervenção pública que as celebre. Daí que sejam bandeira deste sítio!


Mas a actividade turística da Vila por seu lado, mais recente que a actividade principal que caracterizou o período da fundação, pela sua já longevidade, pela importância económica que atingiu na terra e por ser “contribuinte liquido” para uma opção estrutural da economia nacional, ganhou já há décadas foros de actividade económica principal, dela dependendo directa ou indirectamente a grande maioria dos locais. Por isso deveria ter por parte de todos também uma atenção redobrada.

Todos, são os particulares e as entidades públicas que sobre a Vila têm uma palavra a dizer.

Aqui residem aliás a maior parte das “porras” que temos com a C.M. de Silves que nunca levou em devida conta a dimensão das suas responsabilidades as quais, objectivamente, descura, contribuindo decisivamente para o espectro suburbano que caracteriza actualmente a nossa Vila.

É claro que tudo isto só foi possível em resultado da sofreguidão da especulação imobiliária por um lado e da irresponsabilidade, incompetência e sofreguidão da receita orçamental de Silves a qualquer preço, por outro.

Mas também uma certa cultura suburbana de muitos de nós... que vêm desenvolvimento em qualquer paralelepípedo de betão armado, só porque se servem algumas refeições a umas dúzias de operários da construção civil, durante o inverno.

Por todas essas razões estamos, todos, a pagar com “língua de palmo” a sofreguidão pelos tostões que não nos deixam ganhar milhões!

Contingências da miséria estrutural e histórica da nossa economia, concedamos, mas opções que nos mantêm cada vez mais distantes do desenvolvimento e da riqueza, que um dia não muito longínquo, julgámos estarem próximos.

Em qualquer dos casos, dada a dependência estrutural do turismo, deveríamos ambicionar ir um pouco mais longe, corrigindo aqui, empreendendo acolá, sobretudo naquilo que sendo óbvio, não conseguir reunir vontades suficientes para fazer diferente.

Já dizia o snr. Albert Einstein, de cuja inteligência ninguém duvidará, que, continuar a fazer o que temos feito e esperar resultados diferentes é sinonimo de insanidade.

Estamos, obviamente, com ele. Mas estaremos todos? Vejamos:

Se o turismo é a actividade económica essencial em Armação, não serão os empresários de Armação os principais interessados no seu desenvolvimento?

Se a generalidade das empresas de Armação ou são micro ou pequenas empresas, não será da mais elementar racionalidade, associarem-se para serem ouvidos nas instâncias que decidem administrativamente sobre os destinos da Vila, na maior parte das vezes, sem curarem da saber das consequências económicas das suas decisões para as empresas e empregadores locais?

Se a facturação dessas empresas resulta do turismo no essencial, ser-lhes-á indiferente que as condições da remoção dos lixos sejam desastrosas?

Se a facturação dessas empresas resulta do turismo no essencial, ser-lhes-á indiferente que a politica urbanística da CMS preserve ou não o património edificado? Ou que permita ou não mais construção a eito que não respeite património natural?

Lutar por taxas adequadas para as esplanadas é importante. Mas é o menos importante que uma associação de comerciantes pode atingir!

A já por várias vezes sugerida UNIÃO COMERCIAL DE ARMAÇÃO DE PÊRA (ou de ARMAÇÃO, PÊRA E ALCANTARILHA) urge de facto.

Todas as facturações juntas, todos os empregos somados, todas as derramas pagas, todo o IRC pago, são muito mais importantes que qualquer um destes elementos individualmente considerados.

Individualmente considerados são um nada que não se ouve e se manobra a bel-prazer. Todos juntos têm um peso e uma voz que os torna e às suas posições, absolutamente incontornáveis!

Sabemos que a mobilização das pessoas, mesmo para defesa dos seus interesses egoísticos não é fácil.

E também sabemos que a maior parte das vezes tal se deve à ocupação absorvente que têm com o seu sustento!

Nada de novo a estibordo! Continua a ser assim, como durante séculos aconteceu!

Mas também sabemos que a credibilidade e o respeito não se pede a ninguém. Conquista-se!
E qualquer conquista constitui um desafio!
Seria bom reflectirmos sobre isto!

Canção de Madrugar

Susana Félix

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Armação de Pêra: Vila Piscatória Per omni seculum seculorum!

Resulta de alguns comentários a noção que poderá ter ficado de que o entendimento que temos da Vila de Armação se resume à sua origem, ou à sua história, mormente ao facto de ter sido fundada por pescadores e ter sido mantida por uma actividade principal que foi a pesca.

Sendo verdade que esse é o nosso entendimento sobre o seu passado, não é nesse mesmo passado que, obviamente, nos encontramos, nem seria a esse passado que gostaríamos que a Vila voltasse, até por ser uma perspectiva impossível de realizar.

O passado, que foi caracterizado por muitas coisas boas, cuja conservação ou reposição seria de bom gosto e de uma extraordinária utilidade, mesmo, ou sobretudo, numa conjuntura de globalização, mas também é caracterizado por muita coisa má que, de todo, queremos ver reposta ou revivida.

Alguma atenção aos pescadores foi e será sempre dada por este sítio, em função da sua importância relativa na economia da Vila e sempre sem esquecer o seu papel fundador, o que veio a ser adicionalmente tratado por via do Dia Nacional do Pescador, o qual cumpriu e muito bem na nossa Vila, a finalidade para que foi criado.

Sucede que a invocação do passado, numa Vila que o pretenso desenvolvimento descaracterizou é não só importante como absolutamente imprescindível ao reencontro da sua originalidade e identidade, tão ameaçadas entre milhões de tijolos, toneladas de betão e léguas de ferro.

Ouvimos recentemente uma estória acerca de uma criança que vendo uma galinha não reconheceu o animal. Confrontado com o esclarecimento de que se tratava de uma galinha, mostrou grande surpresa uma vez que identificava a galinha com aquilo que vê e no estado em que vê, no supermercado ou em casa, não sonhando por exemplo que o animal tivesse penas ou asas.

Em Armação, salvaguardadas as devidas distancias, corre-se o risco de qualquer criança pensar que a Vila foi sempre um estaleiro de construção e que tudo terá começado com o lançamento da primeira pedra!

A identidade de Armação é assim um bem precioso a preservar e a pesca e os pescadores, factores incontornáveis da sua fundação e história, têm aqui um lugar cativo per omni seculum seculorum!

(Continua...)

domingo, 6 de junho de 2010

A Matemática faz o Mundo ter sentido

Danmeyer explica como

Em vez de resolver problemas, as nossas crianças devem formulá-los.
Provavelmente, o estímulo será maior e a aprendizagem também.

sábado, 5 de junho de 2010

ESTADO DE DIREITO: Prevalência dos Principios sobre as oportunidades e do bem público sobre o crime público!


“O principio da retroactividade protegido na constituição não é um princípio absoluto que se sobreponha ao bem público” Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças.


A leviandade, extrema leveza e até convicção, com que um alto responsável faz uma afirmação desta natureza – de lesa constituição - é deveras preocupante.

É preocupante porquanto, em primeiro lugar, evidencia escandalosa falta de formação democrática para o exercício de um cargo de tamanha responsabilidade, ainda por cima com as tremendas atribuições e competências de que goza.

É preocupante porquanto, em segundo lugar, este senhor foi eleito – por conseguinte mandatado – com especiais incumbências, de entre as quais se conta o pressuposto de que iria cumprir a constituição que jurou cumprir e não o pretendendo fazer deveria ter a seriedade de se demitir; ou uma vez mais, pretendendo insistir na violação da constituição, deveria ser responsabilizado por quem de direito, designadamente pelo crime de deslealdade, sendo-lhe cassado o mandato de imediato.

É preocupante porquanto, em terceiro lugar, acreditamos que a pressão das dificuldades financeiras do estado, o terão conduzido a tamanho dislate, conduzindo-se pelo caminho mais fácil, o da receita, em detrimento de outras opção bem mais trabalhosas, as da eficiência e racionalidade dos serviços e despesa publicas.

Optando pelo caminho mais fácil, este senhor ministro e o seu governo, para além de revelarem não se encontrarem à altura dos desafios, dão um péssimo exemplo a todos os cidadãos, ao pautarem as suas opções pela oportunidade em claro detrimento dos princípios. Não hesitando entre a oportunidade mais mediocre em face do principio dos mais edificantes e estruturantes de um estado de Direito. Fazendo-o com total impudor e absoluto desplante.

Querendo fazer crer, com total insucesso, que o fez em nome de interesses superiores de todos os cidadãos, invocando para tanto o bem público.

Antes porém de sobre este destilarmos o nosso entendimento, seria bom lembrar esse senhor de que o ser humano carrega dentro de si as energias vitais em busca da liberdade e da salvaguarda de valores eternos e universais, como corolário e em homenagem e respeito à segurança jurídica e à segurança da sociedade.

A constituição material do Estado de direito é um legado civilizacional pelo qual muitos se bateram, trabalharam e até morreram.

Merece, por todas as razões e também por essas, o respeito, mas também obediência devida por todos os que exercem poderes públicos.

E, no âmbito daqueles valores, há que distinguir o princípio da não retroatividade das leis que acompanha o homem desde o início de sua história jurídica e está profundamente incrustado na consciência de todos os povos, desde a mais remota antiguidade como um monumento perene e universal.

O princípio da não retroatividade da lei, especialmente no âmbito do Direito Fiscal, é a regra geral, significando que deve-se aplicar a lei vigente no momento da ocorrência do facto gerador.

Tratando-se, assim, de aumento de um tributo, o princípio da não retroatividade da lei deve ser cumprido rigorosamente, não sendo possível conceber que num Estado de direito democrático se pretenda exigir o pagamento de tributos relativamente a actos jurídicos já realizados.

Um bem público, conceito que foi invocado pelo senhor ministro na busca de uma legitimação abstrusa, esgrimido como valor hierarquicamente superior, não reúne porém o peso que lhe quis atribuir porquanto é um bem cuja abrangência resulta habitualmente do entendimento que cada governante lhe dá.

A Constituição da República Portuguesa enuncia, no art. 84.º, as categorias principais de bens que pertencem ao domínio público, tais como as águas territoriais, lagos, lagoas, rios, o espaço aéreo, os recursos naturais, as águas minerais extraídas do solo, estradas e linhas férreas. Além destes bens também pertencem ao domínio público outros bens classificados como tal, pela lei.

Será a estes bens que o senhor ministro se queria referir quando invocou o conceito para justificar a sua prevalência sobre um principio ínsito na constituição material do Estado de Direito?

Que bem público quis então o senhor ministro invocar que justificasse atropelar principio tão fundamental?

O da continuidade de uma administração da despesa do OGE diletante, incompetente, irresponsável e sobretudo ineficiente que nos conduziu a este estado de necessidade?

Será que a administração aberrante da despesa constitui um bem público?Será que satisfazer a qualquer preço os desmandos de uma despesa selvagem e sem controlo constitui um bem público?

Por nós pensamos que a administração da despesa tal como vem sendo exercida trata-se não de um bem público, mas sim de um crime público!

Seria bom que este senhor ministro e todos os outros que lhe pretendam seguir as pisadas reflectissem um pouco nisto.

E, já agora, que obtivessem uma formação democrática sólida antes de se apresentarem ao eleitorado pedindo-lhe um mandato para sua representação!

Missing You - Armação de Pêra

Decorria a década de 60 e os Sheiks brindavam-nos com belas melodias




Em Armação de Pêra o Casino novo já tinha sido construído enquanto a Estalagem Algar se erguia



Na época balnear as festas sucediam-se



A eleição da Miss praia era, como outros, um evento muito apreciado



O Almirante Américo Tomaz veio inaugurar o Casino

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pelo futuro das nossas crianças!

Criar as condições na escola para que o talento natural das crianças possa florescer.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A hegemonia dos homens em vias de extinsão!

Para Avivah Wittenberg-Cox, uma das pensadoras mais influentes do novo feminismo na gestão, a crise abriu a porta à entrada das mulheres para os lugares de topo



Avivah Wittenberg-Cox tem os números todos na cabeça e os argumentos bem oleados: as mulheres dominam nas universidades (60%), mas são ainda caso raro (menos de 20%) na liderança de governos e organizações. Defender hoje o acesso das mulheres à liderança não é uma questão de direitos, mas de boa gestão pública e privada, defende esta consultora, apontada pela revista "The Economist" em 2010 como um dos expoentes do "novo feminismo" no mercado de trabalho. A mudança já está em curso e os homens não têm nada que temer - "o fim do monopólio dos homens sobre a liderança na gestão vai libertá-los da camisa-de-forças da responsabilidade", ironiza Wittenberg-Cox.

O i entrevistou-a em Paris, à margem da conferência anual da OCDE sobre recuperação económica e emprego - era uma de duas mulheres num painel de oito pessoas.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Uma Morada para o Sonho!...

Por um espaço de retém da memória colectiva

Hoje em dia, vivendo os atribulados tempos da sociedade da comunicação, que não é, infelizmente, sinónimo de sociedade da informação e muito menos de sociedade do conhecimento, vemos de grande utilidade veicular, a generalização da instituição dos “inúmeros” “Dias nacionais” ou “Dias mundiais” .

Um dos seus méritos é o de trazer de forma sintética – como de resto, nos meios de comunicação de massa, só assim é possível - ao consciente das pessoas uma informação, um facto, uma mensagem, um alerta, visando: sensibilizar, estimular, motivar, participar, agir, progredir, rejeitar, consagrar, respeitar, numa palavra, melhorar as atitudes em geral no sentido socialmente correcto ou generalizadamente aceite como tal.

Tudo à laia de uma mensagem curta mas impactante que concorra, tão eficazmente quanto possível, com os cardumes das mensagens publicitárias que nos crivam diariamente, como se de um fuzilamento permanente se tratasse.

As efemérides ainda comportam outras virtualidades. Elas despertam muitas consciências fazendo-as trazer, outras tantas vezes da sub cave de cada uma, a emersão de muitos astros que se eclipsam durante o seu percurso pelas rotas do seu universozinho.

As celebrações, por seu lado, desde que concretizadas, constituem factores de dinamização social, verdadeiros cursos de participação e, nesse sentido, antecâmaras pedagógicas de cidadania activa. Sobretudo, pela importância relativa que assumem, em pequenas Vilas, como a nossa.

A exposição que decorre até ao dia 9 de Junho na Escola E.B. 2,3 Dr. António da Costa Contreiras, motivada pelas celebrações do Dia Nacional do Pescador, tem recebido dos visitantes os mais rasgados elogios, aliás muito justamente e constitui um bom exemplo do que preteritamente referimos.

Constitui ainda um bom exemplo de uma concepção de escola menos míope que aquele que se encontra, mais ou menos generalizadamente, arreigado nos cidadãos.
A miopia é um defeito de refracção que causa má visão ao longe

Uma escola não é só um local, de preferência com as melhores instalações e cómodos, onde podemos deixar os filhos vigiados, de preferência com um policia à porta ou no mínimo a rondar a zona, durante uma boa parte do dia, de preferência até à hora do jantar, onde entretanto recebem informação, cuja recepção deverá ser avaliada com tolerância e rapidamente certificada, porquanto o educando tem mais que fazer depois disso.

Uma escola terá necessariamente de ser muito mais que isso e, nalguns casos muito menos que isso, se quisermos ter cidadãos que alicercem um país muito melhor que aquele que diariamente criticamos.

Conhecemos muito pouco acerca da Escola E.B. 2,3 Dr. António da Costa Contreiras, mas ficámos a saber, a pretexto do Dia Nacional do Pescador que, em algum lugar do seu conceito de Escola, se encontra a integração interactiva na Comunidade que serve, a contribuição para a dignificação da memoria da fundação da Vila onde se insere e a ambição de fazer mais que aquilo que, hoje em dia,se espera de um estabelecimento de ensino oficial.

Mas, a pretexto do Dia Nacional do Pescador e da exposição em causa, ainda fica mais desnudado o eterno confronto entre o que é a nossa Vila e o que poderia ser!
Ouvimos, sentimos e sonhámos com a ideia de conservar esta evocação da memória em lugar próprio que permita uma visita permanente aos saudosos, aos curiosos, a todos enfim.

Ouvimos, sentimos e sonhámos que é possível ampliar este espólio pela generosidade de alguns, meticulosos guardadores de memórias.

Do antigo posto da Guarda Fiscal ao Casino, passando pela praça velha, várias foram as sugestões que ouvimos para morada do sonho e retém da memória.


Vimos e sentimos que Armação de Pêra tem raízes, tem povo, tem memória, tem história e gostaria de zelar por ela.

Temos razões de sobra para agradecer a todos os que, a pretexto de uma comemoração, evidenciaram iniciativa, mobilização e realização e revelaram que Armação de Pêra, afinal resistiu.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pescadores de Armação de Pêra













31 de Maio:DIA NACIONAL DO PESCADOR



Decorridos – comprovadamente – pelo menos cinquenta mil anos de existência da actividade piscatória, um decreto governamental de 1997 decidiu instituir a comemoração nacional do “Dia Nacional do Pescador”.

Tardiamente, mas em boa hora!

Sensibilidades de outras magnitudes porem, foram “tocadas” há muito mais tempo, deixando-nos vestígios seguros da sua admiração por esta nobre profissão, como foi o caso da de Almeida Garrett:

Pescador da barca bela,
Onde vás pescar com ela,
Que é tão bela,
Ó pescador?

Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Ó pescador!

Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela ...
Mas cautela,
Ó pescador!

Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Ó pescador.

Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela,
Foge dela,
Ó pescador!

domingo, 30 de maio de 2010

A imbecilização


Há uma expressão em inglês que vai direita ao nó do problema:”dumb down” um jornal ou uma coluna. “Dumb down” significa “imbecilizar” ou “estupidificar”.

Um jornal, ou uma coluna, que se torna voluntariamente “imbecil” é um “jornal”, ou uma “coluna”, que trata a sério assuntos sem importância e dá importância a personagens sem consequência. Os grandes jornais de Inglaterra, do Times ao Daily Telegraph, já estão larga e generosamente “imbecilizados”; as colunas não. Em Portugal quase nenhum jornal resistiu; e diminui o número de colunas que resistem.

A ideia do exercício, da “imbecilização”, consiste naturalmente em conservar e atrair leitores. Partindo da permissa de que o leitor evoluiu para um estado critico de irracionalidade e grosseria, a oferta trabalha para se fazer, pelo menos, tão irracional e grosseira como a procura. Quem aceite esta lógica acaba fatalmente a escrever sobre o lixo do mundo e, muito pior, a “moralizar” sobre ele.
...
Verdade que a plebe gosta do que gosta. Mas não se pode aceitar passivamente o gosto da plebe. A democracia não exige a “imbecilização” colectiva do pais. Nem sequer o “sucesso” de uma coluna ou um jornal. Ainda existem ilhas de inteleigência e sanidade. A prazo, não compensa ir atrás desta maré, em nome de um “modernismo” apatetado e espúrio. Uma incondicional rendição à vulgaridade não serve ninguém. Abundam imbecis para fornecer o mercado de imbecilidades. E não sobra geste que ajude a conservar uns restos de uma sociedade civilizada e simpática.

Vasco Pulido Valente, in DN, 07-05-2004

Perfect Day

Lou Reed & Bono & Dr. John & Elton John & D. Bowie & Duran Duran

sábado, 29 de maio de 2010

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

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Património Natural

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