O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

40.000 VISITAS E MOTIVOS PARA CELEBRAÇÃO



A equipa do blog CIDADANIA abaixo "apanhada" em plena celebração da dobragem do cabo das 40.000 visitas, vem brindar consigo este pequeno feito !
A todos o nosso muito obrigado por nos aturarem!

sábado, 13 de junho de 2009

CIDADÃOS PLENOS: UM CAMINHO LENTO MAS SEGURO!

Um dia, deslocando-me pela Rua Augusta - já lá irão uns quinze anos - puxando daquele Marlboro pela derradeira vez visando consumir o ultimo cigarro, em acto reflexo, amachuquei a embalagem com a mão direita e abandonei-a no chão!

Passados alguns segundos fui abordado por uma adolescente que se cruzava comigo, a qual com um ar simultaneamente educado e simpático, abordando-me com a postura genuína de quem me está a surpreender com a boa noticia que se dá a quem, desatento, perdeu um objecto pessoal de valor, disse:
- O Senhor deixou cair isto!
Exibindo-me na sua mão o maço Marlboro amachucado.

O significado que este pequeno episódio teve na minha disciplina ecológica, e do qual me recordo sempre que me ocorre o tema da cidadania, acrescida da sua própria pedagogia, e ao caso concreto, em poesia, não é mensurável!

Na verdade, surtiu o efeito, condensado, de mil lugares comuns, acerca da importância da preservação do ambiente. Considerei a intervenção de que fui destinatário, em primeiro lugar, duma oportunidade extraordinária e no caso concreto, de uma eficácia exemplar. Enfim um veiculo pedagógico único!

Alertou-me, por outro lado, e naquilo que aqui mais interessa, para as vantagens do ensino enquanto veiculo transmissor de instrução, educação e valores da comunidade e sobretudo do efeito indutor que tal veiculo pode atingir, na melhor idade para certas aprendizagens.

Com a generalização do ensino básico, o analfabetismo foi significativamente reduzido em Portugal, mas a iliteracia atinge cerca de oitenta por cento da população. A democracia instalou-se, mas a educação cívica e a cidadania constituem horizontes longínquos que não integram ainda a realidade do português médio, quanto a nós, em percentagem superior à da iliteracia.
Para a construção do País que os de boa fé procuram, quanto a nós, a educação pública deveria preocupar-se tanto com disciplinas como o Português e a Matemática, como com a disciplina da Cidadania.

De facto a história politica do País justifica, desde Abril, a implementação acelerada da generalização da educação democrática de todos, com a dignidade de integrar todos os curriculum do ensino público e privado, como disciplina tão nuclear quanto o Português e a Matemática, do primeiro ano de escolaridade obrigatória ao último ano do ensino superior.
Incorporando matérias tão aparentemente distantes como o código da estrada e a administração de um condomínio, os direitos dos consumidores e a fiscalidade e os direitos do contribuinte, os direitos de personalidade e a ecologia, do associativismo e do cooperativismo, do ambiente ao planeamento familiar, ao sistema politico, a serem devidamente organizadas e leccionadas ao longo da carreira escolar do cidadão.

Em Portugal nunca houve democracia digna desse nome, não existem portanto sequer avós que expliquem aos seus netos como foi a sua experiência numa sociedade democrática em tempos idos e que agora voltaram.



Esperar placidamente que os portugueses se auto eduquem democraticamente é cinismo se não for intencional para conservá-los abstencionistas e não participativos.

Disseram-nos há dias que na Noruega todos os meses as crianças ocupam uma fracção do seu horário escolar em acções práticas de natureza ambiental na sua Vila ou cidade. É natural esperar que fiquem educadas nesta sede e preparadas para lidar com a coexistência pacifica com o meio e os elementos.
Estamos convictos que muito da distância, da irresponsabilidade e do autoritarismo que ainda caracteriza as relações do Estado e de muitos dos seus órgãos, com os cidadãos, se esbateria por passar a realmente compreender-se, quer do lado de dentro, quer do lado de fora do balcão respectivo, que ambos os interlocutores se encontram perante um membro da comunidade, um cidadão com direitos e deveres e informado dos mesmos, designadamente do dever dos cidadãos ao serviço da administração do Estado, de conviver e respeitar os direitos dos seus pares com a responsabilidade que lhes pode ser exigida, a eficiência, o civismo e a urbanidade e que o exercício de um direito por parte dos mesmos não pode ser tido como um atrevimento, um desafio, ou um enfado.

Um Estado pode ter recursos limitados e as elites económicas também, ao ponto de não conseguirem dinamizar uma economia sustentável que propicie uma existência economicamente digna aos seus cidadãos. Não tem é razões sustentáveis para não promover e assegurar uma educação para a cidadania e dignidade civil dos seus cidadãos para que o sejam de corpo inteiro, como pares e não como súbditos.
Suprir o défice de cidadania, por esta via (haverá outra?), poderá ser demorado, mas também pode constituir o caminho mais curto para suprir todos(muitos) os outros défices da sociedade portuguesa.

O mínimo que se poderá dizer acerca do contributo da gestão democrática do pais para uma reestruturação da escala dos valores comuns típicos da democracia, é de que foi muito reduzido. O mesmo não se poderá dizer da influência que a prática politica democrática tem desencadeado ao nível do incremento de muitos desvalores, em sede politica e também social.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

ISABEL SOARES: UM MAL MUITO ANTIGO E DESDE SEMPRE IDENTIFICADO!

Durante este fim de semana prolongado, pudemos ter uma perspectiva do que vai ser esta época balnear em Armação de Pêra.

Este estaleiro sobrelotado de veraneantes permite-nos algumas conclusões.

Por um lado a confirmação do que se esperava: um verdadeiro atoleiro onde as pessoas se passeiam, aparentemente indiferentes às barreiras geradas pelo estado do chão, às dificuldades e riscos na deslocação, à poeira, enfim dispostas a verdadeiros crosses, pés torcidos e lesões musculares.

Mas só aparentemente! Na verdade, quem veio na busca de um cheirinho de verão e praia, desde que possa, pela certa não vai voltar...

A Isabel Soares por seu turno está-se bem borrifando para isso... À sua maneira, se a questionarem, adiantará que está bem de ver que o atraso nas obras, pela afluência que se vê, não constituiu qualquer prejuízo para a terra sua economia e futuro.

Existem no entanto práticas dos utentes que parecem justificar a politica de Isabel Soares.

Surpreendidos com as limitações no estacionamento não hesitaram em invadir as futuras zonas de não circulação, parqueando os automóveis, onde sempre o fizeram, indiferentes às novas limitações em estado de incubação.
Agindo como predadores de espaço para estacionamento das suas viaturas, contribuem para integrar a anarquia do estaleiro, como se estivessem em harmonia com a desordem em que toda a frente mar se encontra.

Se fosse possível levar o automóvel para a praia, fá-lo-iam sem qualquer remorso. Basta dar-se uma oportunidade ao selvagem que existe em qualquer de nós, para o selvagem de muitos de nós aparecer exuberante, à superfície.

É para esta gente que Isabel Soares faz a sua gestão e é ela que sustenta o seu sucesso eleitoral. É do seio desta gente que recolhe, por acção e muito mais por omissão, os votos favoráveis e a abstenção perante as medidas aberrantes que toma ou as obrigações que não cumpre ou não empreende.

Ela conhece muito bem a sua base de apoio, melhor: ela conhece muito bem a maioria silenciosa e indiferente que, por omissão, permitiu que fosse eleita duas vezes.
Por isso, como dizia Eça de Queirós: “Este governo não cairá porque não é um edifício; sai com benzina porque é uma nódoa." , já que, segundo o mesmo autor:
"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão."

Algo nos diz que de duas, uma, ou Eça de Queirós conheceu Isabel Soares ou conheceu muito bem exemplares do mesmo mal...

E deixou-nos um alerta cheio de oportunidade:
«Suas Excelências estão contemplando ou estão simplesmente dormindo?
Seria talvez tempo de sairmos desta dúvida, apoderando-nos dos narizes das classes dirigentes, e sacudindo-lhes por algum tempo com o respeito vigoroso, profundo e tenaz que todos os narizes altamente colocados devem merecer à crítica e à opinião das massas»
Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, in As Farpas.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Não guarde os seus telemóveis velhos, tinteiros e toners usados.


AMI apela à reutilização de consumíveis informáticos e de telemóveis. A reutilização destes equipamentos permite poupar matérias-primas e energia, ao mesmo tempo que reduz o volume de resíduos produzido

A actual produção de resíduos e o consumo de matérias-primas e de energia não são comportáveis com as capacidades do planeta para os regenerar, e este problema torna-se ainda mais insustentável à medida que novos países se juntam ao grupo dos industrializados e consumistas, como é o caso actual da China e da Índia.
A solução para este problema pode passar por acções tão simples como reencher os seus tinteiros e toners vazios ou como enviar o seu telemóvel velho para países menos desenvolvidos, onde este será reutilizado.
A AMI desenvolveu um projecto que serve de exemplo àquilo que pode ser feito. O encaminhamento de 440 mil consumíveis informáticos e telemóveis para reutilização permitiu angariar 220 mil euros, mostrando assim que este problema pode ao mesmo tempo ser uma oportunidade. Estes fundos foram utilizados no financiamento das Equipas de Rua da AMI, que prestam apoio social e psicológico aos sem-abrigo com o objectivo de melhorar a sua qualidade de vida.
Para além de 6.000 empresas que participam neste projecto através dos seus escritórios, vários estabelecimentos e juntas de freguesia já se disponibilizaram para ajudar a AMI na recolha dos equipamentos:

Assista aqui à reportagem da RTP <http://www.youtube.com/watch?v=w8ToFZEV3EQ>
Encaminhe este e-mail, divulgue no seu site ou blog, distribua os nossos folhetos e cartazes.
Para saber como reutilizar os seus consumíveis informáticos e telemóveis, contacte: reciclagem@ami.org.pt.

Fundação AMI
Rua José do Patrocínio, 49 | 1949-008 Lisboa | Tel. 218 362 100 | Fax 218 362 199
E-Mail: reciclagem@ami.org.pt | Internet: www.ami.org.pt

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O mistério do despacho que ninguém conhecia e revela tudo o que já sabiamos!

A vida de advogado deve ser, muitas vezes, bem difícil. E no caso dos advogados da PLMJ, ainda mais.

Ser advogado de banqueiros (nos dias que correm) e de políticos (sempre) deve ser tarefa árdua e complexa. Sobram é certo boas remunerações e, com os anos até talvez, um talento para escritor.

Isto a propósito do teor da Resolução Fundamentada de 25 de Maio de 2009, assinada por Isabel Soares, visando sustentar a continuidade da execução da obra do famigerado Apoio de Praia, depois da mesma ter sido suspensa por ordem do Tribunal em consequência da providência cautelar requerida pela associação Amigos de Armação.

É que a quantidade de argumentos alinhavados naquela Resolução, tendentes a convencer o Tribunal do interesse público na continuidade da obra, na boca de Isabel Soares, parecem coisa de um autor de textos humorísticos do tipo Nuno Markl, dos gatos fedorentos.

As preocupações evidenciadas a propósito da iminência do inicio da época alta balnear e os riscos para Armação, o seu turismo, os seus comércios e até para o pais, todos eles ameaçados pela suspensão da obra aberrante, depois de ter transformado Armação num mega estaleiro em toda a época balnear de 2009, por irresponsabilidade patente, geradora do atraso no inicio das obras da requalificação da frente mar, constituem um verdadeiro e sublime monumento...

Um monumento à distorção voluntária dos factos e seu impacte, à desconsideração pela inteligência dos cidadãos em geral e dos juízes em particular, à perfeita consciência dos valores que a administração de Silves realmente deveria prosseguir e não prossegue!


Com este documento fica patente, caso ainda subsistissem dúvidas, que Isabel Soares sabe ou tem quem saiba, quais os caminhos que a sua politica deveria percorrer e não percorre.

Deles só deita mão para contrariar a única reação séria (legitima e legal) conhecida da população do concelho a uma das suas mais inoportunas asneiras: o licenciamento do apoio de praia em causa, a poucos meses das eleições.

Concluí esgrimindo a “régua dos cinco olhos” à boa maneira da professora de outros tempos que Isabel Soares nunca deixou de ser, ameaçando responsabilizar quem exerceu legitimamente um direito, o qual, para ela se trata “do uso indevido e abusivo de meios judiciais”.

É que o respeitinho é muito bonito e quem não o tiver leva pela medida grossa!
Não é que a senhora não se enxerga mesmo!

“Em claro detrimento dos interesses da população local” termina, sem qualquer remorso por todos os interesses da população local que tem ignorado, uns conscientemente, por incompetência, outros inconscientemente, por mera ignorância.

27º Almoço Convivio

segunda-feira, 25 de maio de 2009

EM POLITICA, O QUE PARECE... É! (Oliveira Salazar)


Diário da República nº 255 de 6 de Novembro 2008

O Diário da República, chato de ler, em letra miudinha, esconde muitas vezes aquilo que visa expor a toda a gente e por isso mesmo a lei obriga a ser público.
Tem mesmo de ser um jornal que não motive a sua leitura. Caso contrário, se fosse um diário de leitura fácil e comunicação eficiente, uma boa parte dos males desta República, seriam do conhecimento geral e, nessas circunstâncias, “outro galo cantaria”, porquanto, habitualmente, o “Rei vai nu”...

Na verdade o DR existe para que sejam públicas as leis, regulamentos, concursos e outras publicações obrigatórias. Isto é, para que se cumpra uma obrigação dos eleitos que é aquela de comunicarem a todos, mediante instrumento de fácil e generalizado acesso, o que decidem em nossa representação e como gerem a coisa pública.

Isto é, havendo um instrumento que visa a transparência, apesar de não a prosseguir, a transparência na administração existe!

Como diria António de Oliveira Salazar:” Em politica, o que parece...é!

EXEMPLO 1

No aviso nº 11 466/2008 (2ª Série), declara-se aberto concurso no I.P.J. para um cargo de "ASSESSOR", cujo vencimento anda à roda de 3500 EUR (700 contos). Na alínea 7:...
"Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na ... Apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."

EXEMPLO 2

No aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso externo de ingresso para COVEIRO, cujo vencimento anda à roda de 450EUR (90 contos) mensais.

Método de selecção:

Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração de 90 minutos. A prova consiste no seguinte:

1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças;
3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.

Depois vem a prova de conhecimentos técnicos: Inumações, cremações, exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.
Por fim, o homem tem que perceber de transporte e remoção de restos mortais.
Os cemitérios fornecem documentação para estudo. Para rematar, se o candidato tiver:

- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.

No final haverá um exame médico para aferimento das capacidades físicas e psíquicas do candidato.

ISTO TUDO PARA UM VENCIMENTO DE 450 EUROS MENSAIS!

Enquanto o outro, com 3.500!!! Só precisa de uma cunha.

POR ESTAS E POR OUTRAS, É QUE EXISTEM COVEIROS CULTOS E ASSESSORES INCOMPETENTES.

POR ESTAS E POR OUTRAS É QUE O 25 DE ABRIL CONTINUA COM MUITO POR REALIZAR.

(Recebido por e-mail)

sábado, 23 de maio de 2009

COISAS DO DIABO...(Que os carregue!!!)



04/28/2009
"Ditador" para os soviéticos, "exemplo" para os russos António de Oliveira Salazar era, na época soviética, um símbolo da opressão fascista, colocado ao lado de ditadores como Franco, Hitler ou Mussolini, mas, na Rússia actual, é visto por alguns como um político exemplar para os actuais dirigentes do país.
Em 1950, Salazar “teve a honra” de figurar numa canção de protesto contra o imperialismo norte-americano, com música do grande compositor Serguei Prokofiev. No poema heróico sobre os operários americanos que afundavam os navios com bombas enviadas “para Angola e para Seul, para a Escócia e Saigão”, lê-se: “Não conseguirão transportar mais bombas/ com as mãos operárias/ Levai-as vós, com Salazar e Franco!”
Num cartaz soviético podia-se ver um mapa de Portugal com pessoas pequenas martirizadas por um falcão com um rosto humano tenebroso. E uma quadra, que alguns dizem ser da autoria de Serguei Mikhailkov, o autor da letra do hino soviético: “Sob um Sol tórrido, meridional/Tremendo de medo jovens e velhos/Transformou tudo em morte/ O carrasco e déspota Salazar”.
Depois do fim do comunismo, em 1991, as discussões sobre a figura e obra de Salazar em Portugal surgem nos momentos em que a Rússia escolhe a sua via de desenvolvimento.
Em 1993, Eduard Limonov, dirigente do Partido Nacional-Bolchevique da Rússia, um dos líderes da actual oposição radical ao Kremlin, defendia o corporativismo do “Estado Novo” como melhor regime político.
“...O corporativismo, a meu ver, é o melhor modelo. Ele permite a existência do patrão, do trabalhador e do engenheiro. Todos eles se encontram em diferentes níveis da hierarquia social, mas unidos pelos interesses da corporação. Este é um sistema ideal. Para um país como a Rússia, é a variante mais aceitável”, declarou Limonov.
“Sem criar um Estado fascista, mas, utilizando a ideia do nacional-sindicalismo, o Governo de Salazar conseguiu resultados significativos nas esferas económica, política e social. A utilização inteligente, ponderada e sábia das ideias populares na sociedade portuguesa distinguia favoravelmente o Governo “académico” de Salazar dos governos de outros regimes ditatoriais”, considera o historiador Dmitri Loguinov.
Segundo ele, “não obstante todas as consequências do regime, a conservação dos seus traços sensatos permitiu a Portugal tornar-se de forma suficientemente rápida uma parte moderna da Europa.
A figura de Salazar voltou a ser abordada quando Vladimir Putin entregou o cargo de Presidente da Rússia a Dmitri Medvedev (Março de 2008) e alguns viram nisso uma tentativa da transformação do primeiro em “pai da nação”.
Iúri Karguniuk escrevia então no jornal electrónico gazeta.ru : “Putin parece mesmo considerar-se um criador da história, pai dos povos e criador de um novo Estado, alguém semelhante a Den Xiao Ping na China e a Salazar em Portugal, estadistas cuja influência não estava de forma alguma ligada ao seu estatuto formal”.
“Aos olhos não só da população atascada de propaganda, mas também da elite cínica, Den Xiao Ping e Salazar eram Hércules que souberam mover montanhas: Den Xiao Ping, pai reconhecido das reformas chinesas que limpou os estábulos das consequências da experiência socialista. Salazar, que conseguiu para si poderes extraordinários no controlo do cumprimento do Orçamento, arrancou, em dois anos, de 1928 a 1930, a economia de Portugal de uma crise profundíssima. E isso quando a crise mundial estava a ganhar força”, conclui.
José Milhazes
In http://www.darussia.blogspot.com/

sexta-feira, 22 de maio de 2009

With a Little Help From My Friends

Armação de Pêra tem amigos desde sempre. A sua baía cativa, de há muito, inúmeros amantes do património natural, os quais, justificadamente, se sensibilizam com a sua dimensão, harmonia e beleza, determinando afectos que se conservam na arrumação das melhores memórias de cada um.

Serão no entanto, provavelmente, as agressões que a vitimizam, que a conservam mais vincadamente nessas mesmas memorias.

É recorrente ouvir-se, imediatamente após uma primeira avaliação estética muito positiva que a invocação de Armação de Pêra suscita, a denúncia das atrocidades urbanísticas que a diminuem e aos responsáveis por tais desmandos.

É também habitual assistir-se aos consumidores do Algarve, invocando os mesmos argumentos, repudiar Armação de Pêra como destino turístico...

Curiosamente, como que indiferente a tudo isto, a beleza da Baía de Armação de Pêra, permanece majestática e inesgotável, suave e intensa, natural e original, como no primeiro dia...

À sua beira, o casario dos primeiros residentes que geraria a futura urbe, coexistia delicadamente e em harmonia com a grandeza da obra da natureza. O homem, como que temente, convivia com a dimensão sobrenatural da obra originária.

Hoje, como em qualquer concerto de Rock de qualidade, a assistência de betão acumula-se junto ao palco deste espectáculo permanente que a Baía teima em continuar a ser.
Os organizadores do concerto, indiferentes às condições dos espectadores, vendem bilhetes como se a sala comportasse todo o mundo e este acabasse amanhã.

O betão, como a lava de um vulcão, preenche perversamente todo o espaço disponível.
A antiga harmonia entre a obra do homem e a da natureza perdeu-se para nunca mais ser encontrada.

Depois do deslumbramento inicial da população, face à procura dos banhistas de fora, que haveriam de transfigurar a economia local e com ela as expectativas individuais de ascender economicamente a níveis de consumo jamais imaginados, as novas gerações, menos condicionadas por um passado de profundas limitações de toda a natureza, reproduziram modelos de comportamento típicos dos autóctones de sociedades mais desenvolvidas economicamente, em férias, convencidos de que tais comportamentos eram comuns ao longo de todo o ano, nessas mesmas sociedades, adoptando-os como bons provincianos que, uns mais outros menos, todos somos.

Gerações mais recentes, menos deslumbradas com modelos inexistentes ou menos sintonizadas com aspectos mais supérfluos ou cinematográficos dessas influências, assumem motivações diversas e bem mais integradas com os tempos que correm, em qualquer parte do mundo.

A elementaridade dos valores é global e, em Armação, pelo menos para alguns, isso já não é novidade.

Amigos, Armação sempre teve! Amigos associados, em interacção com os valores globais porque se pautam os cidadãos, com vista a pôr alguma ordem democrática nesta desordem, é que só agora se vê !
Quando a “assistência” quis saltar para o “palco”, como no caso do apoio de Praia, a Associação dos Amigos de Armação não hesitou: promoveu uma providência cautelar com vista a suspender tal aberração e avaliar-se da sua legalidade!

Exerceu os seus poderes de cidadania, prosseguindo o interesse público!

Isabel Soares, chefe à laia do antigamente, uma pérola do tempo da outra senhora, completamente dessincronizada com os tempos, a época e os cidadãos, tem-se revelado de uma geração deslumbrada com um modelo de desenvolvimento espúrio, fútil e suicidário.

Em coerência com o vazio que a caracteriza terá afirmado que, uma vez que tinha dez dias para contestar a providência cautelar, a suspensão da obra não estava em vigor!

Ignorância, desobediência a um órgão de soberania, sobranceria face a interesses legítimos e ao exercício de direitos de Armação e dos armacenenses, foi o que teve para evidenciar. Uma vez mais!

Isabel Soares pode já ter tido dois sucessos eleitorais mas, tal como um relógio parado está certo duas vezes por dia, algumas vezes poderá ter tomado medidas sensatas. Por esse caminho, decorridos estes anos, pode bem vangloriar-se de uma longa série de sucessos.

Mas, como ensinava Albert Einstein:"O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer."

A associação dos amigos de Armação é por tudo isto bem vinda pois "Quando alguém evolui, evolui tudo o que está à sua volta."

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O POVO SEGUNDO ADELINA CAPELO...



Hesitámos quanto à publicação deste video...

Desde logo por nos ter sido remetido pela já famosa visitante habitual deste sítio a senhora Adelina Capelo, essa tão controversa personagem, cujo posicionamento politico tem sido, por estas bandas, exuberantemente evidenciado mas, por fim, decidimos publicá-lo.

Afinal é isto que a senhora pensa dos cidadãos e, só por isso é útil!

A sua visão redutora dos direitos de cidadania e do papel que cabe aos cidadãos no tabuleiro da politica era já bem evidente em inumeros comentários a posts neste blog.

Hoje a tristeza das suas opiniões é acompanhada por um trabalho musical bem superior à mediocridade do seu conteúdo politico.

A bem do esclarecimento do vazio do seu posicionamento, seja bem vinda Adelina...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

CLASSE POLITICA BRASILEIRA: O FRUTO NUNCA CAI LONGE DA ÁRVORE!




As realidades politicas brasileira e portuguesa, de alguma forma, tiveram na história recente uma evolução paralela. Ambas as sociedades sofreram os horrores da ditadura, uma militar outra civil. Ambas evoluiram para democracias parlamentares porém com alguns anos de diferença. Enquanto em Portugal se viviam os "anos loucos" da liberdade, ainda no Brasil se viviam os estrutores finais da ditadura.A censura continuava a fazer as suas vitimas no Brasil enquanto, em Portugal, era enterrada.

Francisco Buarque de Holanda, homenageava a liberdade portuguesa, em Portugal, já que no Brasil lhe foi vedada a palavra.

A democracia portuguesa entretanto consolidava-se e a liberdade ganhou "juizo"...Chico Buarque de Holanda fez também evoluir a letra da mesma canção de acordo com a sua avaliação do caminho percorrido por essa evolução.

Hoje, ambas as democracias asseguram a abolição da censura, embora, convenhamos que a liberdade de expressão, a avaliar pelo excerto do programa televisivo que aqui deixamos, é bem mais musculada no Brasil que em Portugal...

Na verdade, face a um problema comum: os extraordinários benefícios de que as respectivas classes politicas auferem, na relação com a parquez da sobriedade económica dos respectivos estados e a conservação da exclusão social de partes importantes dos seus cidadãos, justifica legitima e justificada indignação por parte dos cidadãos-contribuintes.

Afinal, lá como cá, a classe politica consolida os seus privilégios e apesar de eleita para representar os cidadãos-eleitores no aparelho do estado-dos-cidadãos, representa-se a si própria como se não tivesse de prestar contas aos seus mandantes, e detivesse o poder por direito natural.

A poesia de Chico Buarque de Holanda:" TANTO MAR" que tinha uma razão histórica e politica pertinente, continua pertinente, mas agora podendo ser cantada em qualquer das margens deste mar que tanto nos afasta quanto aproxima.

TANTO MAR

1975
(primeira versão)*

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim

Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim

* Letra original,vetada pela censura; gravação editada apenas em Portugal, em 1975.



1978
(segunda versão)



Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

sábado, 9 de maio de 2009

Armação das Lixeiras curtas

As obras de requalificação vão avançando sendo possível adivinhar que algumas coisas não vão mudar...

É possível constatar que alguns depósitos de lixo não vão mudar, nem na localização, nem na sua capacidade.

É verdade! Apesar de se terem revelado, há muito, desadequados às necessidades, depois deste investimento, para a dimensão do investimento público em Armação, verdadeiramente gigantesco, as lixeiras principais, vão ficar na mesma...como a lesma!

A exiguidade das suas capacidades conduz ao depósito dos lixos por parte da população, em torno dos equipamentos, compondo lenta e paulatinamente uma verdadeira lixeira em cada um dos ecopontos.

Para além da exalação de odores nauseabundos, tal cenário obriga os utentes mais conscienciosos a enorme ginástica para continuarem a proceder á desejável e necessária separação de lixos. Os utentes menos conscientes, mais apressados ou conformados, limitam-se a lançar o seu lixo para o esterco, sobrepondo-se o mesmo, camada em cima de camada.Movimentam-se no meio da lixeira como se de “homeless” se tratassem! Deprimente cenário em qualquer circunstância. Numa Vila que paga impostos como se se tratasse da Quinta do Lago, uma zona de luxo, o caso muda de figura, pois não só continua deprimente como é tão violento quanto injusto e impróprio de um Estado de direito dos cidadãos, como o entendemos e de uma administração de cidadãos, eleita democraticamente por cidadãos.

Higiene pública, separação de lixos e estética são valores do século XXI e são completamente vilipendiados neste concelho no século XXI.

O que tem Silves para recolher de Armação sabemos nós bem! Mas o que tem Silves para dar a Armação?

O que Isabel Soares tem a retirar de Armação sabemos nós bem! Mas o que tem Isabel Soares para dar a Armação?

Que exemplo tem esta administração para dar aos cidadãos, nestes tempos conturbados que caminham para uma mudança de paradigma?

Mais do mesmo!
Pense nisto!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

TRISTE SINA A DE ARMAÇÃO, COM ESTA ADMINISTRAÇÃO!


PROMESSA PÚBLICA: DAMOS UM DOCE A QUEM ENCONTRAR ARMAÇÃO DE PÊRA no elenco da totalidade das praias algarvias que este ano vão ter a Bandeira Azul, as quais são, por concelho, as seguintes:

Aljezur: Odeceixe-Mar, Monte Clérigo e Arrifana;
Lagos: Luz, D. Ana e Meia Praia;
Portimão: Alvor, Três Castelos, Alvor Nascente, e Rocha;
Lagoa: Caneiros, Vale de Centeanes e Sr.ª da Rocha;
Albufeira: Galé - Leste, Manuel Lourenço, Evaristo, São Rafael, Stª Eulália, Oura, Oura Leste, Aveiros, Maria Luísa, Olhos d’Água, Falésia Alfamar, Rocha Baixinha Oeste, Rocha Baixinha Leste, Falésia e Belharucas;
Loulé: Garrão Nascente, Vilamoura, Quarteira, Vale de Lobo, Garrão Poente, Ancão e Quinta do Lago;
Faro: Faro-Mar, Barreta, Ilha do Farol-Mar e Culatra-Mar;
Olhão: Armona Mar;
Tavira: Barril, Ilha de Tavira - Mar, Cabanas -Mar e Terra Estreita;
V. R. de St. António: Manta Rota, Monte Gordo, Lota e Santo António.

A bandeira azul é uma distinção atribuída anualmente pela Fundação para a Educação Ambiental (FEE) a praias (marítimas e fluviais) e marinas que cumpram um conjunto de requisitos de qualidade ambiental, segurança, bem-estar, infra-estruturas de apoio, informação aos utentes e sensibilização ambiental. As praias e marinas distinguidas ficam autorizadas a ostentar a bandeira oferecida pela FEE durante a época balnear. Pode, portanto, ser considerada um símbolo de garantia de qualidade de uma praia ou marina.
Portugal é um dos países que ostenta mais bandeiras azuis em todo o mundo, resultado do investimento realizado pelo governo e autarquias na manutenção e melhoria das condições das praias.

Em 1987 apenas setenta e uma praias portuguesas ostentavam a bandeira azul, em 2004 cerca de cento e sessenta e cinco praias foram galardoadas com a bandeira azul, e em 2009 um total de 226 zonas balneares, um número recorde em Portugal, o qual corresponde a cerca de metade das praias oficialmente classificadas.
O fim das obras associadas aos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), a melhoria das infra-estruturas de saneamento e a aplicação da directiva comunitária sobre a qualidade das águas balneares foram outros factores decisivos para o aumento de 20% do número de bandeiras atribuídas, salientou José Archer.

Este ano vão hastear a bandeira 20 novas praias, destacando-se igualmente a reentrada de 25 zonas balneares e a saída de 15, distribuídas por 68 municípios. Actualmente, Portugal é o segundo país com mais Bandeiras Azuis atribuídas, num conjunto de 47, ficando apenas atrás da Irlanda.

"Comparativamente aos outros países do Sul, como a Espanha, Itália e Grécia, Portugal está muito mais à frente", sublinhou José Archer, justificando que parte do sucesso se deve ao facto de a costa ser banhada pelo Oceano Atlântico, cuja constante renovação oferece mais garantias da qualidade.

A melhoria do tratamento de esgotos tem tido também influência no aumento da qualidade, o que se reflecte no maior número de praias galardoadas perto dos grandes centros urbanos, "o que seria impensável há uns anos".

ISABEL SOARES e o concelho de Silves, não só não fazem parte, aquela, do lote dos autarcas que zelam pelas suas praias em reconhecimento dos imperativos de natureza ambiental, este, dos concelhos que entendem a importância para as suas receitas da atribuição daquele galardão para a dinamização das suas economias locais.

Há nesta distinção, pela negativa, uma só vantagem: A evidência sobre a qualidade da administração que gere o concelho!
Uma autarca e uma autarquia assim também merecem um galardão, pelo menos tão popular como aquela bandeira: As orelhas de burro!

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