O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 5 de janeiro de 2013
AS REFLEXÕES DE UM MILITANTE … DO PSD!
"A situação geral do país em vez de melhorar, como o Governo promete e todos desejaríamos, tem vindo a degradar-se e basta ter os olhos abertos para comprovar o alastramento de uma verdadeira catástrofe"
"Enorme aumento de impostos" determinado para 2013 vai "reduzir contribuintes à insolvência, fazer falir muitas empresas e aumentar o desemprego"
"Parece-me ter sido um erro a voluntariosa opção por ir além da 'Troika', quando a mais elementar prudência - que, como ensinam os clássicos, é a principal virtude requerida aos governantes - aconselhava a ater-se ao conteúdo programático do memorando de entendimento.
"A persistente apresentação de previsões erradas e constantes anúncios de recuos de novos gravames arrastam no mesmo sentido".
Sem comentários!
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Resistir, nunca desistir, por Baptista Bastos
Entrámos
no ano de todos os perigos e de todos os medos. Ninguém ameniza as
perspectivas, e o primeiro-ministro acentuou a nossa angústia afirmando que
nunca as coisas, depois do 25 de Abril de 74, tinham estado tão escuras. Os
seus apaniguados, contentíssimos, aplaudiram as declarações, considerando-as
sinal de honrada "transparência". Esqueceram-se, evidentemente, de
que, à esquerda e à direita, gente altamente qualificada e sensata já advertira
da tragédia próxima. E Passos Coelho continua a não reconhecer, claramente, o
que a aplicação da ideologia neoliberal nos tem feito. Nem o que essa ideologia
significa de risco para a própria democracia, cada vez mais acanhada até ao
ponto de constituir uma humilhação e um desespero intoleráveis para quem nela
acredita.
O
ano traz, portanto, malvados prenúncios. E, embora sabedor da nociva sorte que
nos aguarda, Passos Coelho não move uma palha para inverter a funesta
tendência. Não move ou não sabe mover. A representação do poder demonstra
enorme desprezo pelos protestos de rua, pelos movimentos de massas (o 15 de
Setembro testemunhou a recusa da apatia e da resignação, pelas razões que em si
mesmo comportava), pelos depoimentos e pelas declarações veementes de
economistas, sociólogos, políticos, alarmados com o caminho para o desastre a
que o País é impelido. Interpelado sobre se a população aguenta o caudal de
restrições, impostos e constrangimentos, o banqueiro sr. Ulrich admitiu:
"Aguenta! Aguenta!", num escabroso convencimento, a roçar o insulto e
o impudor. É em criaturas deste jaez e estilo que o primeiro-ministro se apoia,
pois elas mesmas caracterizam um dos pilares em que assenta a ideologia que
defende.
A
ideologia. Eis a questão capital. E o novo paradigma político e social, que nos
tem sido imposto, inscreve--se nessa nova experiência do capitalismo, como
emergência de sair da crise por si criada.
A
regressão a que Pedro Passos Coelho nos obrigou contém uma incerteza dramática,
que o atinge, atingindo-nos cruelmente. Ele abriu a caixa de Pandora e, agora, não
sabe como fechá-la. É um tonto perigosíssimo. Arruinou a pátria, não somente a
pátria política, social e económica mas, sobretudo, a pátria moral. Nem daqui a
duas ou três décadas o desastre será remediado, diz quem sabe. O nefasto
"rotativismo" ocultará ou dissimulará os erros e os crimes cometidos.
Ninguém vai parar à cadeia, porque eles protegem-se uns aos outros, com o
impudor de quem se reconhece acima de deus e do diabo.
É
pungente assistir-se às torções do PS, como aos embustes, ao vazio de sentido
dos discursos do PSD. Não desejo referir-me, neste texto, ao dr. Cavaco, por
nojo e estrito resguardo mental. Desejo, isso sim, demonstrar o orgulho e a
vaidade que sinto por pertencer a um povo como este, sofrido, cercado, mas
decente e indomável.
Baptista
Bastos, in “DN”, 2.1.2013
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Não há uma árvore que resista a Rogério Pinto...
Rogério Pinto, não sabe que a função de uma árvore vai mais além do que embelezar. Uma árvore permite o equilíbrio ecológico. Num ano, uma espécie de tamanho médio absorve 12 quilos de dióxido de carbono e produz oxigénio para uma família de 4 pessoas.
Por isso plantar árvores em Armação de Pêra devia ser o apanágio de um autarca, mas como todos sabemos a queda do Rogério é mais betão e alcatrão!
E lá se foram mais duas árvores, como podem ver na foto.
Mas noutros locais a música é outra, plantar e replantar é o modelo
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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Desabafos de um Armacenense indignado!
Nós, os “Armacenenses”, somos uma comunidade quase residual numa imensa população que habita Armação de Pêra. Dai, talvez a explicação para a fraca expressão de bairrismo e amor pela dignidade, história e património de Armação de Pêra. Somos poucos; muitas vezes mal informados e na maioria das vezes conformados com a rapinagem, degradação e roubo, a que os bens públicos em Armação de Pêra são submetidos. Umas vezes por indiferença, outras por egoísmo, outras ainda, por incapacidade e submissão…ai vão as parcelas da praia, do rio, dos bens da Junta de Turismo, das cedências urbanísticas, das ruas, dos passeios, da beleza e do pitoresco públicos…a passarem, como que por artifícios de gente maquiavélica, de Armação de Pêra e usufruto público, para propriedade e exploração de interesses particulares!
Somos os responsáveis pela guarda, preservação e melhoria, de um património inestimável, que nos foi legado p’los nossos antepassados e que temos a obrigação moral: de descendentes de “Armacenenses”,de defender e o entregar incólume às gerações que nos precedem.
É pois, como “Armacenense” indignado que lanço um apelo às consciências adormecidas, para que se insurjam com veemência contra mais um atentado que “os vampiros” estão a engendrar para se apossarem de parte da praia de Armação de Pêra!
Por erro, ou vazio legal sobre a delimitação do Domínio Público Marítimo, uma faixa da praia foi revindicada como propriedade particular por herdeiros de uma antiga família de proprietários de prédios confinantes com a praia. O tribunal Administrativo julgou procedente a sua acção e deu-lhes posse de uma faixa da praia que vai desde a Lota até à margem da ribeira. A ARH- Administração Regional Hidráulica do Algarve e a Câmara Municipal de Silves negociaram com os “novos proprietários da praia” a cedência da parcela atribuída pelo tribunal, de forma que a praia voltasse à sua propriedade original: propriedade púbica!
Acordaram os valores da transacção e anunciaram à comunicação social a boa-nova e a bondade das instituições públicas na defesa do património de todos. Já havia dinheiro do Estado, disponível para a escritura! A escritura não chegou a ser feita!
Agora aparece-nos uma “eminência parda” que em nome de um grupo hoteleiro com interesses na referida faixa da praia – negociou lá uma concessão de ensino de surf, com cerca de 10 m2 onde instalou um restaurante, “apoio balnear” com algumas centenas de m2, – a dizer que a praia é sua, que os Apoios de Pesca estão na sua propriedade! Que o campo de futebol – ocupado há mais de 40 anos pelo Clube de Futebol “Os Armacenenses”- também é seu!
Nós sabemos que essa “eminência parda” e os seus tentáculos familiares e outros têm hipotecado vários espaços da Praia de Armação de Pêra a interesses privados! Por este andar qualquer dia cobrem-nas entrada para pisar a areia, tomar banho no mar e os pescadores serão afastados para nascente da boca do rio.
A escritura desta tramóia ainda não foi feita, mas poderá estar eminente.
As entidades que deveriam defender os interesses de Armação de Pêra – Câmara Municipal de Silves, Junta de Freguesia, ARH-Algarve e Clube de Futebol “Os Armacenenses”- não o fazem: por cumplicidade, defesa de interesses obscuros, incompetência ou desconhecimento, não mexem uma palha em defesa do património que lhes foi entregue para guarda, preservação, melhoria e dignificação.
A intrujice que nos querem fazer engolir, vem travestida de “melhorias para o desporto, nas condições dos apoios de pesca e até no ambiente” não passam de ilusões para nos enganar e tomar de assalto a Nossa Praia! A Camara de Silves e a ARH-Algarve que cumpram o que se comprometeram! Façam a escritura da posse da Praia e entregam-na a Armação de Pêra! Já chega de sermos usurpados!
O orgulho “Armacenense” já por diversas vezes soube responder à chamada quando a dignidade e os interesses de Armação de Pêra estão ameaçados. É pois chegada a hora de fazermos ouvir a voz da nossa indignação!
Luís Ricardo
Somos os responsáveis pela guarda, preservação e melhoria, de um património inestimável, que nos foi legado p’los nossos antepassados e que temos a obrigação moral: de descendentes de “Armacenenses”,de defender e o entregar incólume às gerações que nos precedem.
É pois, como “Armacenense” indignado que lanço um apelo às consciências adormecidas, para que se insurjam com veemência contra mais um atentado que “os vampiros” estão a engendrar para se apossarem de parte da praia de Armação de Pêra!
Por erro, ou vazio legal sobre a delimitação do Domínio Público Marítimo, uma faixa da praia foi revindicada como propriedade particular por herdeiros de uma antiga família de proprietários de prédios confinantes com a praia. O tribunal Administrativo julgou procedente a sua acção e deu-lhes posse de uma faixa da praia que vai desde a Lota até à margem da ribeira. A ARH- Administração Regional Hidráulica do Algarve e a Câmara Municipal de Silves negociaram com os “novos proprietários da praia” a cedência da parcela atribuída pelo tribunal, de forma que a praia voltasse à sua propriedade original: propriedade púbica!
Acordaram os valores da transacção e anunciaram à comunicação social a boa-nova e a bondade das instituições públicas na defesa do património de todos. Já havia dinheiro do Estado, disponível para a escritura! A escritura não chegou a ser feita!
Agora aparece-nos uma “eminência parda” que em nome de um grupo hoteleiro com interesses na referida faixa da praia – negociou lá uma concessão de ensino de surf, com cerca de 10 m2 onde instalou um restaurante, “apoio balnear” com algumas centenas de m2, – a dizer que a praia é sua, que os Apoios de Pesca estão na sua propriedade! Que o campo de futebol – ocupado há mais de 40 anos pelo Clube de Futebol “Os Armacenenses”- também é seu!
Nós sabemos que essa “eminência parda” e os seus tentáculos familiares e outros têm hipotecado vários espaços da Praia de Armação de Pêra a interesses privados! Por este andar qualquer dia cobrem-nas entrada para pisar a areia, tomar banho no mar e os pescadores serão afastados para nascente da boca do rio.
A escritura desta tramóia ainda não foi feita, mas poderá estar eminente.
As entidades que deveriam defender os interesses de Armação de Pêra – Câmara Municipal de Silves, Junta de Freguesia, ARH-Algarve e Clube de Futebol “Os Armacenenses”- não o fazem: por cumplicidade, defesa de interesses obscuros, incompetência ou desconhecimento, não mexem uma palha em defesa do património que lhes foi entregue para guarda, preservação, melhoria e dignificação.
A intrujice que nos querem fazer engolir, vem travestida de “melhorias para o desporto, nas condições dos apoios de pesca e até no ambiente” não passam de ilusões para nos enganar e tomar de assalto a Nossa Praia! A Camara de Silves e a ARH-Algarve que cumpram o que se comprometeram! Façam a escritura da posse da Praia e entregam-na a Armação de Pêra! Já chega de sermos usurpados!
O orgulho “Armacenense” já por diversas vezes soube responder à chamada quando a dignidade e os interesses de Armação de Pêra estão ameaçados. É pois chegada a hora de fazermos ouvir a voz da nossa indignação!
Luís Ricardo
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Segundo o Nobel da Economia Joseph Stiglitz a "Europa é o principal risco para a economia mundial"
Diário de noticias
por France Press,
A Europa constitui o principal risco para a economia mundial em 2013, estimou o prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, num artigo de opinião publicado esta quarta-feira no jornal alemão Handelsblatt.
"O verdadeiro risco para a economia mundial encontra-se na Europa", escreve Stiglitz, apontando nesse sentido para as dificuldades económicas da Espanha e da Grécia. Segundo o prémio Nobel da Economia, esses países " econtram-se numa recessão de onde não se vê maneira de sairem", afirmou.
Para sair da crise que se abate sobre a zona euro há meses, o economista norte-americano rejeita a ideia de um pacto orçamental, que "não será uma solução", afirmando que a compra de dívida dos estados pelo Banco Central Europeu não passa de um "paliativo temporário".
"Se o Banco Central Europeu continuar a fazer das políticas de austeridade uma condição para os seus financiamentos, isso só irá agravar o estado da doença", diz. acrescentando que será necessário que os responsáveis políticos europeus "ponham em prática um verdadeiro pacto de crescimento para os países periféricos da zona euro", não excluindo novos problemas na Europa.
Também ele, provavelmente cheio de boas intenções e "torcendo" para evitar o pior, acreditava que fazendo concessões a Hitler seria possível evitar uma nova guerra entre a Alemanha e o Reino Unido. Em Londres, logo após chegar da Alemanha, declarou sobre o recém-assinado Acordo de Munique: "I believe it is peace in our time" ("Acredito que ele é a paz em nosso tempo").
por France Press,
A Europa constitui o principal risco para a economia mundial em 2013, estimou o prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, num artigo de opinião publicado esta quarta-feira no jornal alemão Handelsblatt.
"O verdadeiro risco para a economia mundial encontra-se na Europa", escreve Stiglitz, apontando nesse sentido para as dificuldades económicas da Espanha e da Grécia. Segundo o prémio Nobel da Economia, esses países " econtram-se numa recessão de onde não se vê maneira de sairem", afirmou.
Para sair da crise que se abate sobre a zona euro há meses, o economista norte-americano rejeita a ideia de um pacto orçamental, que "não será uma solução", afirmando que a compra de dívida dos estados pelo Banco Central Europeu não passa de um "paliativo temporário".
"Se o Banco Central Europeu continuar a fazer das políticas de austeridade uma condição para os seus financiamentos, isso só irá agravar o estado da doença", diz. acrescentando que será necessário que os responsáveis políticos europeus "ponham em prática um verdadeiro pacto de crescimento para os países periféricos da zona euro", não excluindo novos problemas na Europa.
Ou a Academia de Estocolmo anda completamente obnubilada ou parece-nos que são já vários os Nobeis da Economia a chumbar a politica economica e financeira da Europa.
Porque será que a Europa nos parece governada por um Neville Chamberlain (Primeiro Ministro Britanico durante o periodo que antecedeu e marcou o inicio da segunda guerra mundial)?
Também ele, provavelmente cheio de boas intenções e "torcendo" para evitar o pior, acreditava que fazendo concessões a Hitler seria possível evitar uma nova guerra entre a Alemanha e o Reino Unido. Em Londres, logo após chegar da Alemanha, declarou sobre o recém-assinado Acordo de Munique: "I believe it is peace in our time" ("Acredito que ele é a paz em nosso tempo").
Enganou-se, como todos sabemos e o resultado ficou à vista de todo o mundo.
Não antevemos um desastre bélico em sequência da total desfocagem dos responsáveis europeus quanto às politicas que adoptam para atacar a crise, mas consideramos de muito provável uma ecatombe económica e social em resultado da teimosia de muitos lideres europeus e com ela o risco sério de ir o bébé (projecto europeu, o politicamente mais avançado que o homem alcançou) com a água do banho (austeridade).
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Armação de Pêra: Nadar por sapatos - 1 janeiro 2013
Com muita vontade de ajudar, água a 20º, um Sol maravilhoso, e muita simpatia, só mesmo em Armação de Pêra, o primeiro banho do ano.
OPS! Não queria ir ao banho, mas lá molhou os pés...
OPS! Não queria ir ao banho, mas lá molhou os pés...
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Festividades Locais
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
domingo, 30 de dezembro de 2012
Requiem pela KUBATA do Ricardo e pelo acesso público a qualquer Praia!
Grupo compra praia por 200 mil euros notícia do CM
Duzentos mil euros foi o preço que uma sociedade ligada ao grupo alemão Vila Vita Hotels pagou por cerca de três hectares de praia privada, em Armação de Pêra.
“O negócio, ao que o CM apurou, foi efectivado no dia 18 de Dezembro e a parcela de terreno será agora cedida ao Estado, depois de ser assinado, no próximo ano, um protocolo de permuta com o representante do grupo alemão, que entre vários investimentos em Portugal é proprietário do luxuoso resort Vila Vita Parc, na Senhora da Rocha, em Lagoa.
A extensa parcela de terreno, em plena praia dos pescadores, pertencia aos herdeiros da família Santana Leite. "Assumimos o papel do Estado, que ia avançar para a expropriação, e comprámos o terreno. Agora estamos dispostos a cedê--lo a favor da comunidade", confirmou ao CM Manuel Cabral, administrador do grupo Vila Vita. Além dos 200 mil euros, o investidor está ainda disponível a oferecer mais 300 mil para " requalificar a zona envolvente à praia, com a construção de um jardim ou um parque de estacionamento, e ajudar à transferência do clube Armacenenses para o novo campo", explicou o mesmo responsável.
Em contrapartida, apenas exige a concessão do restaurante de praia Kubata e o reconhecimento da praia da Vila Vita, junto ao resort de luxo.
POSSE PRIVADA FOI RECONHECIDA HÁ 99 ANOS
O terreno, com três hectares, está no Domínio Público Marítimo, mas a sua propriedade foi reconhecida a um privado em 1913. Mais tarde, um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão. Indiferentes a todo este imbróglio, os banhistas continuaram a encher a praia todos os anos. Em 2011, o Estado equacionou a expropriação do terreno, com o pagamento de 200 mil euros ao proprietário, de forma a efectuar a requalificação da zona, prevista no Plano de Ordenamento da Orla Costeira. Mas a intenção nunca se concretizou.”
Esta noticia publicada hoje no Correio da Manhã deixa-nos perplexos.
Ocorrem-nos desde logo algumas questões:
Por que carga de água uma empresa do grupo Vila Vita “Assume o papel do Estado”?
Quem lhe encomendou tal sermão? Como se pode, lucidamente, arrogar a tal pretensão? Por ser Alemã e o nosso Estado Português?
Se a parcela de terreno iria ser objecto de expropriação, porque razão um grupo privado se antecipa ao Estado para de seguida o ceder em favor da comunidade?
Em mera benfeitoria?
E, naturalmente, um conjunto de comentários:
O objecto de qualquer sociedade comercial tem por fim a obtenção do lucro ou o crescimento. Em que fim empresarial assentará esta “doação”?
Peculiar é também o facto de vir o administrador daquela empresa afirmar publicamente que está disponível para oferecer ainda mais 300 mil euros, para além dos 200 mil euros dispendidos na aquisição do terreno, com vista à requalificação da zona envolvente, à construção de um parque de estacionamento ou um jardim e ajudar à transferência do campo de jogos do Armacenense.
Mais peculiar ainda é o facto de, através desta promessa pública, exigir (sic) a concessão do restaurante Kubata e o “reconhecimento” da praia da Vila Vita, junto ao Resort de luxo.
Acrescentando um “APENAS” o administrador da benemérita empresa quer fazer crer que as contrapartidas exigidas constituem um bom negocio para o Estado, tentando gerar no público a ideia que este Estado paupérrimo “só pode” aproveitar.
Se o “APENAS” é da responsabilidade do jornalista, este tenta fazer crer que as contrapartidas exigidas são aceitáveis, tentando gerar no público a ideia de que este Estado paupérrimo “só pode” aproveitar.
Em qualquer dos casos, quer tenha origem no interessado, quer tenha origem no jornalista o caso é grave e no mínimo indecoroso.
O negocio é, pelo menos, incomum, convenhamos.
Alguém que visa o lucro ou o crescimento, sabendo de antemão que o terreno vai ser objecto de expropriação, intromete-se no meio adquirindo o terreno, propagando desde logo a intenção de o ceder a favor da comunidade.
Ora, as acções beneméritas ou mecenáticas são sempre bem vindas na comunidade.
Mas tratar-se-á esta de uma acção verdadeiramente benemérita ou mecenática?
Estamos seguros que não!
Sabendo de antemão que o terreno iria ser expropriado, aproveitando-se das dificuldades financeiras do Estado cujos meios têm hoje outras prioridades, razão do atraso na aquisição pública, investiu 200 mil euros na mira de ver satisfeitas dois objectivos que persegue há longos anos:
1.- a “ privatização” da praia já chamada da Vila Vita, este sim o seu objectivo primeiro e
2.- a concessão da Kubata, (cujo edificio, tanto quanto se sabe é propriedade do Ricardo que a tem explorado com competência nos últimos anos dando-lhe uma vocação que reúne a preferência da procura da generalidade do visitante de Armação: a sardinha assada ao ar livre).
Enquanto a concessão da Kubata parece a todos coisa pouca ( se nos esquecermos momentaneamente dos direitos e legitimas expectativas do seu actual possuidor, Ricardo, que estão a ser trilhados há muitos meses por formas diversas), o mesmo não se pode dizer da privatização (uso exclusivo, acesso impedido a não convidados, reserva do direito de admissão, ou qualquer outra designação mais traiçoeira como: reconhecimento) da Praia da Vila Vita.
O objectivo subjacente não é por conseguinte benemérito mas visa a prossecução dos fins empresariais que a Vila Vita prossegue de há muito.
Sucede que isso, apesar de ínvio como é patente, não nos causa particular comoção.
O que realmente aqui estará em causa é saber se o Estado se vai pôr a jeito para mais uma desconsideração, a exemplo de outras noutros palcos europeus.
Se tal inimaginável propósito vier a suceder terá certamente a oposição firme da população e a nossa!
Estamos convencidos que o Estado não se deixará enredar nesta teia de interesses egoísticos que, tudo indica, estão a tecer à roda de objectivos indesejáveis (privatização da praia dita da Vila Vita) e ilegais, por meios que denotam verdadeira afronta ao Estado Português.
Somos amigos do investimento virtuoso. Admiramos a inteligência, a perseverança, o crescimento sustentável. Mas todos eles sujeitos à regra da transparência e às demais que se impõem num Estado de Direito.
Defendemos este conjunto de princípios quer nos negócios públicos ou com intervenção pública, quer, na medida em que forem aplicáveis, nos negócios privados.
Na verdade, enquanto cidadãos temos esse direito inalienável que nos confere tal legitimidade, porquanto nos primeiros e segundos há sempre intervenção indirecta do cidadão contribuinte, nos últimos a intervenção directa do cidadão consumidor.
Qualquer investidor tem a nossa admiração directamente proporcional à qualidade da sua oferta, ao emprego que gera e mantém, ao activo regional ou nacional que representar, à riqueza que produzir, à receita publica que motivar.
Sucede é que qualquer empresa inserida no mercado nacional não pode nem deve comportar-se socialmente como certos poderes económicos típicos dos Westerns de Holywood, no Farwest, do final do sec. XIX.
É que Portugal, declaradamente em crise, revelando pouca perícia no zelo pela sua sustentabilidade e futuro, e muito pouco orgulhoso da sua classe politica, apesar de tudo isso não é o Farwest, nem está à venda, mesmo que muitos dos seus “amigos” assim o entendam.
Enganam-se!
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Opacidade inimiga viral da democracia e do desenvolvimento
Somos amigos do investimento virtuoso. Admiramos a inteligência, a perseverança, o crescimento sustentável. Todos eles sujeitos à regra da transparência e às demais que se impõem num Estado de Direito.
Defendemos este conjunto de princípios quer nos negócios públicos ou com intervenção pública, quer, na medida em que forem aplicáveis, nos negócios privados.
Na verdade temos esse direito inalienável que nos confere tal legitimidade, porquanto nos primeiros e segundos há sempre intervenção indirecta do cidadão contribuinte, nos últimos a intervenção directa do cidadão consumidor.
Vivemos um período difícil caracterizado por uma crise financeira profunda que percorre esta economia débil que não gera a receita necessária ao Estado Social que temos tido e não suporta o emprego e a tranquilidade dos portugueses.
São historicamente conhecidas as oportunidades que tempos destes podem propiciar a quem, “contra a corrente”, tiver uma invejável situação financeira.
Apesar de conhecermos a máxima popular de que “atrás de uma grande fortuna há sempre um grande crime”, não consideramos que os bons negócios sejam necessariamente resultado de uma actividade ilícita.
Todas estas afirmações, isoladas, são relativamente consensuais. No entanto, se as fizermos entrecruzar num caso concreto e consoante o ponto de observação em que nos encontremos, daremos com uma disparidade de opiniões, habitualmente conflituais e conclusões raramente pacificas.
Há porém uma verdade insuperável que se impõe em qualquer situação complexa: havendo regras e transparência em qualquer negocio, as opiniões podem ser tendencialmente consensuais ou, pelo contrário tendencialmente dissonantes, mas tendem a ser fundamentadas!
Esta questão não é de somenos. Na verdade a opacidade nos negócios públicos ou com intervenção pública é absolutamente condenável, execrável e indesejável. Para além ilegal e até inconstitucional !
Na verdade, um negocio público ou com participação pública, opaco, é duplamente atentatório das mais elementares práticas democráticas, designadamente daquela que é a superação, imprescindível, do défice de participação dos cidadãos.
Um negocio opaco começa por cercear a informação ao cidadão comum, necessária à formulação de um juízo de prognose acerca dos factos, motivações e fins em vista com tal negocio.
A informação a que o cidadão acede, habitualmente através da imprensa, quando não previamente “criteriosamente selecionada”, é invariavelmente curta, não deixando ao destinatários elementos suficientes para o tal juízo minimamente fundado.
A informação obtida por esta via e nestes termos, deixa os destinatários ou sugestionados ou desinformados. Sugestionados frequentemente pelo acessório em detrimento do essencial, ou meramente apáticos.
Em qualquer dos casos obstaculadores da formação da opinião pública, em favor da opinião publicada.
Para além de, por esta via, se contribuir decisivamente para o amorfismo social em prejuízo da participação, gera-se a convicção generalizada de que o que é importante é decidido sempre nas costa do povo. Pior estigmatiza a ideia de que é assim que as coisas se passam, como sempre se passaram e de que não merece a pena revoltar-se contra tal desígnio. Pior ainda: o melhor é resignar-se e tratar da sua vida!
Por isso é um péssimo serviço aquele que a opacidade nos negócios públicos ou com participação publica e os seus cultores prestam à comunidade dos cidadãos, à democracia e ao desenvolvimento sustentável.
Factores a que uma administração participativa tenta obviar, razões pelas quais esta tarda em se implementar!
Defendemos este conjunto de princípios quer nos negócios públicos ou com intervenção pública, quer, na medida em que forem aplicáveis, nos negócios privados.
Na verdade temos esse direito inalienável que nos confere tal legitimidade, porquanto nos primeiros e segundos há sempre intervenção indirecta do cidadão contribuinte, nos últimos a intervenção directa do cidadão consumidor.
Vivemos um período difícil caracterizado por uma crise financeira profunda que percorre esta economia débil que não gera a receita necessária ao Estado Social que temos tido e não suporta o emprego e a tranquilidade dos portugueses.
São historicamente conhecidas as oportunidades que tempos destes podem propiciar a quem, “contra a corrente”, tiver uma invejável situação financeira.
Apesar de conhecermos a máxima popular de que “atrás de uma grande fortuna há sempre um grande crime”, não consideramos que os bons negócios sejam necessariamente resultado de uma actividade ilícita.
Todas estas afirmações, isoladas, são relativamente consensuais. No entanto, se as fizermos entrecruzar num caso concreto e consoante o ponto de observação em que nos encontremos, daremos com uma disparidade de opiniões, habitualmente conflituais e conclusões raramente pacificas.
Há porém uma verdade insuperável que se impõe em qualquer situação complexa: havendo regras e transparência em qualquer negocio, as opiniões podem ser tendencialmente consensuais ou, pelo contrário tendencialmente dissonantes, mas tendem a ser fundamentadas!
Esta questão não é de somenos. Na verdade a opacidade nos negócios públicos ou com intervenção pública é absolutamente condenável, execrável e indesejável. Para além ilegal e até inconstitucional !
Na verdade, um negocio público ou com participação pública, opaco, é duplamente atentatório das mais elementares práticas democráticas, designadamente daquela que é a superação, imprescindível, do défice de participação dos cidadãos.
Um negocio opaco começa por cercear a informação ao cidadão comum, necessária à formulação de um juízo de prognose acerca dos factos, motivações e fins em vista com tal negocio.
A informação a que o cidadão acede, habitualmente através da imprensa, quando não previamente “criteriosamente selecionada”, é invariavelmente curta, não deixando ao destinatários elementos suficientes para o tal juízo minimamente fundado.
A informação obtida por esta via e nestes termos, deixa os destinatários ou sugestionados ou desinformados. Sugestionados frequentemente pelo acessório em detrimento do essencial, ou meramente apáticos.
Em qualquer dos casos obstaculadores da formação da opinião pública, em favor da opinião publicada.
Para além de, por esta via, se contribuir decisivamente para o amorfismo social em prejuízo da participação, gera-se a convicção generalizada de que o que é importante é decidido sempre nas costa do povo. Pior estigmatiza a ideia de que é assim que as coisas se passam, como sempre se passaram e de que não merece a pena revoltar-se contra tal desígnio. Pior ainda: o melhor é resignar-se e tratar da sua vida!
Por isso é um péssimo serviço aquele que a opacidade nos negócios públicos ou com participação publica e os seus cultores prestam à comunidade dos cidadãos, à democracia e ao desenvolvimento sustentável.
Factores a que uma administração participativa tenta obviar, razões pelas quais esta tarda em se implementar!
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sábado, 29 de dezembro de 2012
Sem lei nem roque
A primeira linha da portaria “426-C/2012”, publicada nesta sexta-feira em Diário da República, denuncia logo que algo de errado se passa. É que começa assim: “A Lei n.º […]/2012, de 31 de Dezembro, que aprovou o Orçamento do Estado para 2013, alterou o artigo 119.º do Código do IRS…”
Essa lei é o Orçamento do Estado para 2013, que aguarda ainda promulgação do Presidente da República, antes de poder ser publicado em Diário da República.
A requalificação da Ribeira de Alcantarilha à espera de quê, Senhora Ministra?
As populações de Pêra, Armação de Pêra e Alcantarilha sabem bem como é urgente requalificar a ribeira de Alcantarilha, como forma de salvaguardar uma importante maternidade piscícola, pôr fim a um canal pestilento e readquirir o equilíbrio ambiental de um ecossistema natural que caracterizou, em tempos não muito distantes, a ribeira e sua foz, na praia de Armação de Pêra
Numa carta aberta dirigida à ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Território, Assunção Cristas, os socialistas do concelho apelaram a uma "intervenção urgente do Governo para evitar danos ambientais irreversíveis para as gerações futuras", fazendo-se legitimamente porta vozes destas populações.
De acordo com aquele documento no qual participou o armacenense Luis Ricardo, a ribeira de Alcantarilha, "outrora uma pujante maternidade piscícola" que gerava anualmente milhares de juvenis, quase se transformou "num canal pestilento devido à insensatez dos homens e à incúria das autoridades".
"Em vez de revigorar de nutrientes e vida, transportava poluição, mortandade e miséria", denuncia aquele documento, trazendo à luz do dia uma realidade preocupante que só costuma vir ao conhecimento público na altura do Verão, designadamente neste sitio.
Numa carta aberta dirigida à ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Território, Assunção Cristas, os socialistas do concelho apelaram a uma "intervenção urgente do Governo para evitar danos ambientais irreversíveis para as gerações futuras", fazendo-se legitimamente porta vozes destas populações.
De acordo com aquele documento no qual participou o armacenense Luis Ricardo, a ribeira de Alcantarilha, "outrora uma pujante maternidade piscícola" que gerava anualmente milhares de juvenis, quase se transformou "num canal pestilento devido à insensatez dos homens e à incúria das autoridades".
"Em vez de revigorar de nutrientes e vida, transportava poluição, mortandade e miséria", denuncia aquele documento, trazendo à luz do dia uma realidade preocupante que só costuma vir ao conhecimento público na altura do Verão, designadamente neste sitio.
Os socialistas acrescentam que, apesar da maior atenção e intervenção das autoridades e do maior acompanhamento dos focos de poluição urbana, persistem "contaminações biológicas nas areias e águas da costa e as infestações sazonais de mosquitos ainda não estão controladas".
"É possível, necessário e desejável que num futuro muito próximo o percurso da ribeira e as suas margens, como as valas de drenagem e a sua extensão lagunar, retorne ao ecossistema natural", destacam os subscritores.
Esta iniciativa partidária defende que o projeto da Praia Grande, que evidencia a componente ambiental como uma mais-valia, deverá ser o ponto de confluência para que se faça a regeneração ambiental do Sapal de Pera, da ribeira de Alcantarilha e da sua Foz, "um processo exemplar de cooperação na reabilitação dos erros e assimetrias que a irresponsabilidade humana provocou".
Esta denúncia é um bom exemplo de iniciativa e participação dos cidadãos numa administração participativa que tarda em chegar a este concelho cujos dirigentes fazem sistematicamente vista grossa às ameaças ambientais e à economia das populações e da região, como, de resto, o Blogue CIDADANIA tem empenhadamente acusado.
Etiquetas:
Administração participativa,
ambiente,
economia,
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