O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CHUVA CARETA NÃO MOLHA FOLIÕES


Uma origem ancestral

O Carnaval é uma festa que teve origem na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção.Dionisius era um deus particularmente adorado nestas celebrações.

Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja.

Com o passar do tempo, o Carnaval passou a ser uma comemoração tolerada pela Igreja Católica, o que ocorreu de facto cerca de 590 d.C.
Até então, o Carnaval era uma festa condenada pela Igreja em virtude das realizações em canto e dança, os quais não eram vistos com bons olhos pela instituição católica que os considerava actos pecaminosos.
A partir da tolerância do Carnaval por parte da Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que excluía os comportamentos tidos por "pecaminosos”.

Tal adaptação ao modelo "virtuoso" foi estranha aos olhos do povo, uma vez que fugia das reais origens da festa, como o festejo pela alegria e pelas conquistas.

No entanto em 1545, durante o Concílio de Trento, o Carnaval voltou a ser uma festa popular!

Por volta de 1723, o Carnaval chegou ao Brasil por influência europeia. Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX é que os blocos carnavalescos surgiram, com carros decorados e pessoas fantasiadas da forma semelhante à de hoje.
A festa foi profundamente adoptada pela população brasileira, o que tornou o Carnaval uma das maiores comemorações do país e a sua maior festa popular.

As famosas marchinhas carnavalescas foram engrossando, tendo a festa crescido em quantidade de participantes e em qualidade e dada a grandiosidade que atingiu no Brasil, retornou com uma chama muito mais intensa a todos os paises onde se festeja.

Entretanto por cá...

A chuva careta chegou exactamente à hora do inicio do desfile Carnavalesco.Nem por isso fez esmorecer o espírito dos foliões que avançaram como se nada fosse... estavamos na hora do Carnaval e nada os faria vacilar!

De todas as idades, sexos e humores, os armacenenses cumpriram a já tradição de brincar o Carnaval, fazendo jus à origem mediterrânica daquele e destes.






sábado, 13 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O que Sócrates nos pede e o que Sócrates nos dá!


O primeiro-ministro, José Sócrates, disse hoje em Bruxelas estar confiante que os portugueses apoiarão as medidas governamentais de correcção do défice.

"Tenho a certeza que o que Portugal deseja de um Governo responsável é que, passado o período de ajuda à economia para a recuperação, passado o momento de recessão económica e no momento em que o país tiver já crescimento económico, toda a gente compreenderá que a tarefa de um Governo responsável será pôr as contas públicas em ordem", disse Sócrates, à margem de um Conselho Europeu extraordinário.

Sócrates manifestou ainda confiança no apoio dos portugueses às "políticas públicas de correcção do desequilíbrio nas finanças públicas".

As medidas de correcção são necessárias "para que haja mais confiança na nossa economia, para que se assegurem as nossas condições de financiamento da nossa economia e para que o crescimento seja mais sustentado nos próximos anos.

Quando eclodiu a crise, em 2009, "não havia mais ninguém a não ser o Estado para responder a essa situação", reiterou.

O Governo "aumentou o seu défice para ajudar as empresas, para ajudar as famílias e para ajudar os desempregados".

[in Jornal de Negócios, de 11 de Fevereiro de 2010]



A necessidade de correcção do défice é óbvia face a todas as circunstâncias envolventes: a origem estrutural do défice (da responsabilidade primeira dos dirigentes políticos portugueses) e a conjuntural, (a crise internacional e suas consequências no agravamento do estado (estrutural) de crise permanente da nossa economia)!

Parece-nos natural quer a sua existência quer o nível que atingiu, quer a necessidade de apoio dos contribuintes, os destinatários últimos da obrigação de pagar a despesa!

O que não nos parece natural é que, para que o défice tenha sido reduzido para o nível excelente de 2,7% (por aí pelo terceiro ano do governo Sócrates) se tenha sobrecarregado o cidadão-contribuinte para além da sua capacidade salutar de pagamento de impostos até à exaustão, fazendo-o entrar em agonia, que em inúmeros casos chegou à morte, em vez de se ter reduzido a “má despesa”, e desse modo, de duas uma:

Mantendo-se a pressão da cobrança e o orçamento gozava de uma capacidade extraordinária para a realização da “despesa virtuosa” com efeitos positivos na economia fazendo ressuscitar muitos daqueles mortos, ou baixando-se a pressão na cobrança/receita por virtude da redução das necessidades da despesa, reduzindo-se significativamente o números de vítimas!

Em qualquer destes casos, aí sim, com maior ou menor sacrificio, todos ganhariam, sobretudo a prazo...

O que não nos parece curial é que depois de se ter colocado em “fora-de-jogo” inúmeros contribuintes (está por avaliar se a despesa social que tais decessos geraram, compensou a receita havida com os mesmos) e exaurido a carne a outros tantos que só ficaram em “pele e osso” às portas da morte, se venha agora conceder 120 meses para pagar as dividas ao Estado ou permitir o acesso a apoios mesmo (esta é a novidade) a quem deva ao Estado, quando o volume do mercado onde poderiam intervir se reduziu a olhos vistos e os negócios possiveis, proporcionalmente!

Não pelas medidas em si que consideramos adequadas à categoria da nossa economia, mas por serem REQUENTADAS, isto é, porque a categoria da nossa economia, que é a mesma, já o justificavam muito antes.

Os senhores da cobrança, cujos méritos ou deméritos são os verdadeiros arquitectos das politicas fiscais e não aqueles que elegemos, continuam a pensar, tantos anos depois da reforma fiscal assente em principios saudáveis e civilizados, em que deve fundar-se o regime das contribuições comunitárias de solidariedade e equidade tendencial, como qualquer felino de 3ª categoria - um gato - em permanente CAÇA ao infra-cidadão animal - o rato -!Enfim, pouco mais além foram do medieval senhor feudal, insistindo em tomar-nos -os cidadãos- por súbditos!

As técnicas de cobrança usadas são assim as tipicas de qualquer chico-esperto, como aqueles que ,interessando-se pouco pelo futuro, tudo inventaram para multiplicar o volume dos negócios, mesmo virtualmente, e a quem, depois dos resultados desastrosos das bolhas do imobiliário e quejandos por esse mundo fora, todos chamaram de irresponsáveis gananciosos.Estão bem, umas, para os outros e juntos no resultado que está à vista!


Estas medidas e talvez mais meia dúzia de outras de idêntica natureza que por aí vêm, são bem demonstrativas da navegação à vista que este governo (e de resto todos os outros) usa para ir levando o barco, não a bom porto, mas, a algum lugar que ninguém sabe bem onde (com excepção dos péssimistas)...

Tal como o primarismo institivo do gato face a uma nova fase da caça visando a sua alimentação e cujo plano para a mesma é plano nenhum, porquanto é o rato, (ou o acaso) que na sua senda de sobrevivência fisica tem realmente, pela sua capacida de escapar-se à morte certa ou não, tem realmente o dominio dos acontecimentos!

De facto esta multiplicidade de critérios, usados a bel-prazer do império da tesouraria, não é típica nem de uma boa dona de casa (parafraseando Medina Carreira), nem dum bom pai de família e muito menos de um Estadista, dizemos nós!

Não é defeito José Sócrates não ser um grande estadista, nem sequer estadista!
Realmente um estadista é coisa que deu pouco por cá, em mil anos de história.

Mas não é só de estadistas que o pais precisa. Também precisa de uma oposição competente e responsável, o que também não temos tido.

Claro que um grande problema nacional é uma economia fraca. O que resulta de não termos empresários de dimensão e qualidade em numero necessário e daqueles micro, pequenos e médios empresários, que temos em quantidade e asseguram 60% do emprego, serem tratados como "pilhos" em todo este mecanismo contributivo.

Então não tendo estadistas, nem governos consistentes de visão e acção prospectivas, nem economia, nem empresários que a façam marchar, alcandorando-nos a outros patamares de desenvolvimento e bem-estar, o que temos então?

A resposta é curta de três palavras: a comunidade dos cidadãos-contribuintes.

Daí o apelo de Sócrates para o ajudarmos a corrigir o défice, sem nos dar em troca uma gestão com o rigor que uma análise séria imporia a qualquer gestor competente, sério e bem intencionado, isto é: a redução substancial da má despesa até ao limite do estritamente necessário!

Ora isso é exigível a Sócrates ou a qualquer um que se sente no seu lugar! E ele pede-nos sacrifícios não para resolver o NOSSO problema que é o que identificámos, mas para resolver o SEU problema, enquanto Primeiro Ministro e ultimo exemplar da classe donde proveio: A Classe politica, que é o de manter o sistema rotativo de acesso ao poleiro, pago a peso de ouro mediante a distribuição de privilégios, emprego e mordomias aos Apparatchik para lá se manterem e os seus descendentes: à conta do OGE, isto é das contribuições impostas à comunidade dos cidadãos-contribuintes!
Não nos parece que por este caminho (que é o único para chegar ao destino na forma que nos apresentam) cheguemos a algum lugar de jeito!
Será assim que rezará a História!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Resposta está em sermos melhores!


Já não é novidade que a taxa de ocupação hoteleira no Algarve durante o mês de Janeiro sofreu um recuo de 16 por cento, situando-se nos 24 por cento comparativamente com o mesmo mês de 2009.
Se, por um lado, as maiores descidas se terão registado na zona de Monte Gordo e Vila Real de Santo António com menos 25 por cento, aquelas que se verificaram nas zonas de Carvoeiro e Armação de Pêra cuja ocupação desceu 21 por cento, e em Lagos e Sagres cerca de 18 e mesmo em Albufeira, que resistiu mais, o decréscimo terá sido de 16 por cento, não são menos preocupantes.

A conjuntura internacional será uma explicação de uma seriedade inquestionável, mas não justificará tudo...

A oferta Algarvia tem muito a melhorar e esse facto também é inquestionável...

O que fazer então? Perguntar-se-á...

A resposta, neste contexto já competitivo antes da crise e hoje ainda mais extraordinariamente concorrencial, só pode ser uma. Ainda que, de complexidade crescente, face à sofisticação progressivamente maior do desafio e das clientelas: continuar a fazer o que tem sido bem feito, melhorar o que tem sido feito sofrivelmente, que é muito do que se faz e inovar na medida do possível. Investir mais eficientemente os meios disponíveis e melhorar a oferta a todos os níveis dos actores turísticos.

Estas medidas a serem implementadas, desde logo colherão os benefícios do turismo interno, parente pobre, para muitos ignorantes, da procura turística e melhorarão a nossa oferta e, deste modo, a nossa competetividade.

Em Armação de Pêra depois dos inúmeros desmandos licenciados pela C.M.de Silves, que borraram a nossa baía impondo-lhe o ambiente urbano-depressivo que conhecemos e apesar da requalificação da frente-mar cujo mérito assenta mais no esbatimento de alguns erros estruturais que propriamente na beleza da obra, sim porque a beleza que resta é a natural e continua a ser a que existiu desde sempre e resistiu à betonização, há ainda muito por fazer quer pelo sector público (municipal e nacional) quer pelo sector privado (por todos os prestadores de serviços e investidores) para ser realmente uma estância de turismo objecto de uma procura nacional e internacional consistente ao longo do ano e não apenas uma mera oferta de sol e mar.

Para já, iniciativas como o desfile de Carnaval pelo Carnaval, são importantes mas não são suficientes para garantir a sustentabilidade da actividade económica da Vila nesta fase do ano.

Adiar uma reflexão séria sobre a sustentabilidade económica da Vila e seus habitantes é irresponsabilidade. Acusar exclusivamente a C.M.de Silves do facto, se satisfaz a ira de muitos, também não é suficiente para vermos o problema resolvido, já que sabemos bem que para Silves não passamos de uma galinha de ovos de oiro, pela qual aquela não nutre sequer o paternalismo.

Importa assim aos interessados (os agentes económicos de Armação) promover essa reflexão e chegarem a conclusões que sejam implementadas, recorrendo posteriormente aos apoios públicos ou privados que existirem.

Na verdade, hoje, como sempre: “quem quer vai, quem não quer, manda!”.

Entretanto, gozemos o Carnaval. Intensamente!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Atingimos hoje as 60.000 Visitas e 106.000 Páginas visualizadas!


Sabedoria


"À beira de um precipício só há uma maneira de andar para frente: é dar um passo atrás."
Michel de Montaigne

domingo, 7 de fevereiro de 2010

MINHA BANCA, MEU AMOR...

"Preferia uma dona de casa nas Finanças"


07 Fevereiro 2010 - 00h30
Entrevista
"Preferia uma dona de casa nas Finanças"

Correio da Manhã/Rádio Clube - Há alguns anos um Presidente da República dizia que ‘há vida para além do défice'. Nesta altura, apetece perguntar se há vida para além da crise?
Medina Carreira - Agora há crise e défice. Jorge Sampaio, meu amigo e colega de faculdade, devia estar calado. Com o que se passou até agora verifica-se que ele não devia ter dito isso. Sabe que o problema do défice é a febre de uma doença que é a economia. Porque se nós tivéssemos uma economia que produzisse rendimento poderia não haver défice.
ARF - O mal está na economia?
- Nós temos dois males. A economia que não funciona e as políticas orçamentais que são erradas. Sem a produção de rendimentos os governos vão redistribuindo rendimentos. Que começam por ser pagos através do agravamento dos impostos. E quando o agravamento não pode ir mais longe começamos a pedir dinheiro emprestado. Nós andamos a pagar pensões e subsídios de desemprego com dinheiro emprestado. Uma parte do dinheiro que devemos é para aí. Nós criámos uma espécie de Estado social falido, que poderia funcionar noutras circunstâncias mas que é vítima de duas mudanças destrutivas.

ARF - Quais?
- A primeira a demografia. Quando as políticas sociais começaram a surgir na Europa havia um equilíbrio demográfico. Nasciam tantas pessoas como morriam. Em segundo lugar havia economias prósperas. Hoje não há economias prósperas e há um grande desequilíbrio demográfico. E isto não se resolvera sem outra economia. Se não tivermos outra economia teremos de cortar nas pensões, nos salários e tudo.
ND - O défice é só um sintoma?
- É. Realmente é a economia e as más políticas. Nós devíamos ter políticas em função da economia que temos. Os políticos fazem aquilo que lhes dá na cabeça. Todas as semanas descobrem mais um subsídio. E com esta economia este Estado social está falido. É uma questão de dez, quinze, vinte anos.

ND - É preciso cortar a eito?
- Se não criarmos outra economia vai ter que se cortar, goste-se ou não se goste.
ARF - Neste momento estamos neste pântano, com os mercados a olhar para Portugal, défices elevadíssimos e essas coisas todas. O ministro anuncia um PEC mais duro do que o grego. O que é isso? Cortar salários? Despedir funcionários públicos, baixar pensões?
- Eu estou curioso em saber como é que vão resolver o problema. Repare. Se a economia crescer 1,5 % em 2011, 2012 e 2013 terá que se cortar em muita coisa. Nomeadamente salários e vantagens sociais.

ND - Cortar?
- Sim.
ND - Não apenas congelar?
- Não. Não apenas congelar. Congelamentos é chão que deu uvas.
ARF - E reduzir os funcionários públicos?
- Não se pode reduzir porque o Estado se comprometeu a não reduzir.
ARF - Disse que precisamos de uma outra economia.
- Precisamos de uma outra economia. Repare, Vendemos vinte e importamos trinta e estes dez de diferença são pagos com empréstimos. A ideia que construir auto-estradas faz crescer a economia. Fazemos essas obras com dinheiro emprestado. É uma ilusão, é um crescimento que não é crescimento. Nós estamos a endividarmo-nos à ordem dos 60 milhões por dia, dois milhões e tal por hora. Isto não tem solução.
ARF - Não tem solução?
- Não. Eu costumo dizer que o melhor ministro das Finanças seria uma senhora porque têm muito mais senso que os homens. Qualquer dona de casa no Ministério das Finanças perceberia ao fim de três meses que não tinha solução. Marido não ganha mais, mulher não ganha mais, todos os meses gastamos mais do que temos, bem isto tem de bater em qualquer sítio. Porque ninguém faz caridade à escala internacional. Ou nós temos juízo e nos metemos no que temos ou temos sarilho.

ND
- Já tivemos uma ministra das Finanças e mesmo assim não resultou.
- Eu preferia uma dona de casa. Porque teria senso comum, que é uma coisa que não existe hoje nos políticos. E porque os políticos estão pouco tempo no poder e não querem saber disso. Porque a seguir virá alguém que vai fechar a porta.
ARF - Sim alguém virá fechar a porta.

- No imediato a nossa solução é vir alguém do estrangeiro dizer-nos que temos de fazer coisas.

ND - Como aconteceu no passado?
- Como aconteceu no passado. No passado os Governos estavam sempre de braços cruzados à espera do FMI. Diziam coisas horríveis do FMI mas era só para fingir, para enganar a malta. Mas é a solução Eu estou ansioso por ver a notícia de que chegou um estrangeiro ao aeroporto da Portela que vem cá dizer o que temos de fazer.
ARF - Porque há falta de coragem política?
- Não. Estão à espera que o odioso fique para o estrangeiro. Isto é clássico.
ND - Quem é que poderá ser esse estrangeiro?
- Isso é-me indiferente. Desde que seja alguém de fora.
ND - Na altura era o FMI. E agora?
- Não sei. A União Europeia, FMI e União Europeia, o Ecofin, não sei. É mandatarem alguém. É a razão pela qual o Salazar chegou ao poder.
ND - Toda a gente está a fazer essa comparação, é curioso.
- Não é curioso, é assim. Quando Salazar desceu a Lisboa já não tínhamos solução. Como não tinham política foram buscá-lo ao Luso e trouxeram-no para Lisboa para consertar o Orçamento.

ARF - Também veio de fora.
- Praticamente foi um estrangeirado que desceu a Lisboa. Nós não temos espírito e rigor para fazer as coisas com seriedade. Político anda a vender-se a toda a hora.
ND - É a história de termos políticos e não termos estadistas?
- Não gosta dessas comparações. Mas acho que nem temos políticos nem estadistas. Temos uma gente que anda na política, o que é diferente.
ARF - O senhor fala em décadas e critica quem anda a olhar para as décimas. Os políticos não percebem o que se passa na economia há décadas?
- Não, não percebem. Porque um governante não olha para décimas. Olha para décadas. Nós desde os anos 80 que podíamos perceber que isto ia acontecer.

ARF
- Não percebem ou não querem perceber?
- Não percebem.
ARF - Não percebem mesmo?
- Não percebem. Porque estão hipotecados ao dia ao dia, ao imediato.

ARF
- Isto leva-nos a esta crise da Madeira, das finanças regionais. O que é que entende desta crise?
- Acho que é uma fantochada da parte do Governo, que não se importa de mandar fazer auto-estradas que custam milhões de milhões e agora prende-se ali por uma linha podre. Da parte da oposição, porque quer dar os seus ares. É tempo perdido. Se forem mais 50 milhões ou 100 milhões é indiferente. No Estado que gasta 85 mil milhões aquilo não tem significado nenhum.
ARF - Andamos nestas crises, os mercados olham para isto tudo, não é uma irresponsabilidade?
- Não sei, o tempo dirá. Mas eu acho que o primeiro-ministro anda a ver se arranja uma crise para provocar eleições e apanhar de costas o PSD.
ARF - Para ter de novo maioria absoluta?
- Sim, eu penso que é isso que está em causa. A retirada perante os professores, perante os tribunais e isso tudo pressupõe esse objectivo.
ND - Esse é o problema dos políticos. A tal falta de visão.
- Ai têm visão a mais. Mas é uma visão rasteira.
ND - É curta?
- É rasteira. O problema em Portugal não é estabilidade política. Nos últimos quinze anos o PS está no Governo treze. E nos últimos sete anos tivemos maiorias absolutas. O que é que aconteceu? Nada. A Educação é a lástima que é, a Justiça é outra lástima, a corrupção é mais que lástima, a burocracia é sempre a mesma lástima, não há lei de arrendamento que sirva, não há nada. E havia estabilidade e maioria absoluta.

ND - Acha que estamos num impasse?
- Em que sentido?
ND - Num impasse de regime, como País?
- Como País sobrevivemos. Até os haitianos vão sobreviver, quanto mais nós. Não vamos morrer.
ND - Não podemos é viver como agora?
- Com esta política e com estes políticos não vamos longe. A primeira coisa que um político sério tem de vir dizer á televisão é a verdade. Para convencer a sociedade do que é preciso fazer. Antes de começar a congelar ou a diminuir seja o que seja temos de convencer as pessoas que outra alternativa é sempre pior. Ora ninguém vem à televisão dizer a verdade. Vemos sempre uns sujeitos a pensar nas palavras. Os palradores.

ARF - O nosso problema não é crise internacional?
- Não. A crise veio antecipar as dificuldades. Sem crise estaríamos nesta situação dentro de dois ou três anos. Nós não nos parecemos com os gregos. De facto os gregos estão pior. Mas nós estamos a caminhar para ser gregos deste ponto de vista. O problema é que não temos forças políticas e gente susceptível de convencer a sociedade das dificuldades e das soluções difíceis que temos de aplicar.
ARF - Não há ninguém?
- Ninguém com legitimidade. Têm andado a enganar toda a gente.
ND - Estes ataques internacionais não pioram a situação?
- Andam por aí a atacar as agências de rating. Pois é. Mas são eles que mandam nos nossos juros.
ARF - A curto e médio prazo não temos solução nenhuma?
- Temos uma solução. É irmos escorregando para a pobreza.

ARF
- Para a pobreza.
- Sim. Se não recompusermos a economia é isso. E a esquerda é a primeira responsável por isso. A esquerda quer é redistribuir e não percebeu que não há riqueza para distribuir. Claro que se podem matar uns ricos, mas mesmo matando-os a todos cada um de nós recebe dez euros.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nascido nas praias de Portugal...


(...)
Meu riso de dentes podres
Ecoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
Rompi as arcas e os odres.
(...)
Moldei as chaves do mundo
A que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
Do sonho, esse, fui eu.
(...)
O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.

António Gedeão, Poema da malta das Naus

O Rigor e a Incontinência são velhos, de séculos!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

De trás para a frente:Uma existência perfeita, segundo Woody Allen...


"A minha próxima vida, quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso do lar por estar demasiado saudável, ir receber a pensão, começar a trabalhar e receber logo no primeiro dia um relógio de ouro. Trabalhar 40 anos. Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a escola primária ... ficar criança e brincar muito e tornar-me numa pessoa cada vez mais pura. Não ter responsabilidades e ficar um bébé. Por fim, passados 9 meses a flutuar num SPA de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia ... voila! Acaba tudo num maravilhoso orgasmo!"

Woody Allen

Carnaval em Armação de Pêra

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tudo o que este país (e de resto o mundo) precisa!



A Evolução requer: Princípios, Competências, Atenção, Iniciativa, Acção, Contratualização, Inovação e Participação!

Tudo o que, articuladamente sintonizado num objectivo relevante, escasseia neste concelho, neste país e no mundo!


"A verdadeira medida de um homem não é aferível pelo seu comportamento em momentos de conforto e conveniência, mas pelo seu comportamento em tempos de controvérsia e desafio!"
[Martin Luther King]

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Carnaval trapalhão 2010

Carnaval trapalhão é em Armação de Pêra

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

Visite as Grutas
Património Natural

Algarve