O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Duo Maravilha Gaspassos e Companhia prá Fundação Francisco Manuel dos Santos já!

As auto-estradas perderam 245 mil carros por dia durante o mês de Setembro, em comparação com período idêntico de 2011.

De acordo com o Jornal de Notícias, com a crise, os portugueses estão a evitar as auto-estradas e, mais do que isso, optam por manter os carros estacionados.

Há um ano, Maria Silva visitava os pais em viatura própria todos os meses, apesar dos custos elevados em gasolina e portagens. Desde o Verão, partilha a viagem Lisboa-Cantanhede com o irmão. Afinal, fica mais caro do que ir passar o fim-de-semana a Londres ou mesmo Copenhaga.

Só o combustível e a despesa com a auto-estrada custam acima de 90 euros. Resultado: o seu automóvel foi um dos que se eclipsaram da circulação, um dos 245 mil desaparecidos das auto-estradas nacionais.

Foi este o número de carros a menos contabilizado diariamente durante o mês de Setembro, em comparação com período idêntico de 2011, de acordo com o Instituto de Infra-estruturas Rodoviárias (Inir).

Não surpreende nenhum cidadão-automobilista (categoria do grupo cidadão-contribuinte especialmente perseguida e sacrificada ) o numero de “desertores” das auto estradas.

Perguntará qualquer observador estrangeiro: Para que servem estas infraestruturas de que Portugal se equipou, promovendo uma cobertura do território para além da média europeia, se não se destinam a serem utilizadas em beneficio da economia do pais?

Encarreguemos o “Duo Maravilha Gaspassos e Companhia” da resposta. Este duo é capaz disso e muito mais!

É que esta gentinha, como qualquer predador fiscal do nível mais rasteiro, está permanentemente convencida que cada cidadão-contribuinte dispõe sempre de um baú pleno de libras de ouro enterrado no quintal, argumento a que recorrem sistematicamente quando algum dos presentes, durante as suas sessões conspirativas visando novo assalto aos cidadãos, num acesso de racionalidade faz de advogado do Diabo e diz:

-“A malta não aguenta mais carga!”.
-“Aguenta! Que vão ao baú!” responde ligeiro o “Duo Maravilha Gaspassos e Companhia”.

De parabéns encontram-se os cidadãos-automobilistas que decidiram não pactuar com os aumentos das autoestradas e, ou, scuts!
Deram uma resposta à altura e fazem deste modo pedagogia, Senão vejamos:

Sempre tivemos a noção de que Portugal não constituiu nunca, apesar de a própria constituição dizer o contrário, um mercado perfeito!
Por um conjunto de razões, as quais, umas não fazem agora sentido, pois detalhar não constitui o objecto deste post, outras, pelas mesmas razões acrescidas do facto de serem matéria que não dominamos.

O que é facto é que, o comportamento de cidadãos-consumidores conscientes e proactivos, lamentavelmente, nos portugueses, só raramente os move.

Por isso esta resposta dos cidadãos-automobilistas pode constitutir, e cremos que vai constituir, a primeira de muitas outras de natureza e motivação idênticas.

Pois, meus senhores, aqui está uma resposta do Mercado!

A resposta dos portugueses foi uma resposta perfeita da procura do mercado interno à oferta, tal como esta se apresentou, desenfreada e desajustada.

É que estes senhores só são liberais na ideologia que pensam ter perfilhado e nalguns discursos.

Por aqui se vê o que estes senhores percebem de Mercados!

Quando lidam com o mercado, ou são estatistas acorrendo com os meios do Estado ao privado em stress (vide o caso Banif), ou agem como cartel (coligação de várias entidades em favor próprio)(no caso o Estado e o oligopólio[ (do grego oligos (poucos) + polens (vender) ou seja, um grupo de empresas tem o domínio de determinada oferta de produtos ou serviços. Para acontecer o oligopólio, alguns elementos são necessários como a existência de poucas firmas, a homogeniedade dos produtos e a presença de barreiras para a entrada de novos concorrentes)] das autoestradas.

Tiveram uma resposta do mercado à sua politica. Se a respeitarem como respeitam os restantes mercados só tem a fazer uma de duas:

- Por a GNR nas estradas a fazer a vida negra a quem ousou furtar-se às portagens, obrigando-os a pagar um valor muito superior em multas e coimas, como num verdadeiro Estado Policial que ambicionam; ou
- Em coerência com o neoliberalismo de que se arrogam professar, baixam os preços até ao limite que a procura entenda razoável ou acabam com as portagens pura e simplesmente. Ou ainda:
- Adoptam politicas de supermercado: promoções, combustível lowcost, happy hours, etc., etc., etc.

Se não o souberem fazer, concessionem as autoestradas ao Pingo Doce depois de irem fazer uns estágios na Fundação Francisco Manuel dos Santos que edita livrinhos baratos e cheios de conteúdo.

Quem sabe de mercado é realmente esta organização de Mercearia, vencedora da guerra da concorrência, sector para que os históricos multimilionários portugueses estiveram e estão realmente talhados. E isso, nunca devíamos ter esquecido!

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