É bom saber e sobretudo
rapidamente o que vai mal. O que vai bem é ainda melhor embora, por isso mesmo,
possa até chegar mais lentamente apesar da urgência que
merece.
Não temos acompanhado
amiúde, neste Sitio e nos últimos tempos o movimento da antiga Lota de Armação
de Pêra, agora Posto de Recepção e Transporte de Pescado, reaberta por
iniciativa da Associação de Pescadores de Armação de Pêra.
Os dramas do quotidiano
nacional têm ocupado mais a prioridade da nossa atenção, dada a sua dimensão e
conseqüências generalizadas, as quais, como sabemos e sentimos, chegam
rapidamente a Armação.
Entretanto, pasmos com o que
assistimos, resistentes à miopia mas enleados nas malhas da política nacional
que insiste em render-se a um determinismo cerzido por gente poucochinha mas
poderosa, temos deixado de dar conta de soluções que se impõem no presente
contexto nacional.
Mas há quem resista a esta
tentação e se concentre na melhoria das condições de sobrevivência e com esta
participe activa e diariamente no desenho das soluções que se impõem pela sua
clarividência e, um dia que esperamos seja breve, se generalizarão para bem
desta economia; único antídoto para as conseqüências que o veneno das
concepções neo liberais e financeiras dos estertores finais deste sistema de
desenvolvimento caduco.
Mesmo contra resistências
que, se não se opõem frontalmente ao bom senso, continuam militantes activos da
mais profunda irresponsabilidade social: a letargia agravada pelas funções
públicas para as quais foram eleitos!
Gente que, apesar de tudo o
que se assiste e aprendeu, ainda não realizou que foi eleita para servir, as
pessoas e todos os interesses socialmente relevantes do seu concelho, de entre
os quais, hoje mais que nunca, a economia local se encontra e com esta, paredes
meias: o desemprego.
Meus Senhores, tomem
atenção: estão proibidos de falar em desemprego! Não têm moralidade para
invocarem o desemprego como objecto das vossas preocupações políticas!
De facto, quando pensam em
desemprego, pensam na conservação do emprego público em primeiro lugar...e em
último! Tão só!
Já o referimos outras vezes
que os pescadores, como de resto grande parte dos profissionais liberais,
constituem o menor encargo do Estado e, economicamente falando, o seu maior
contribuinte liquido.
Subalternizando esse facto a
classe política silvense não só é desleal ao mandantes que os elegeram como
revela incompetência nas e para as funções que desempenha; claro está que
também evidencia uma miopia insanável em matéria econômica.
Qual destes atributos o mais
prejudicial ao concelho e ao Pais? Para a economia (NACIONAL, REGIONAL ou
LOCAL) todos, isolada ou conjugadamente, são de uma erosão fatal
Pois bem façamos então o
balanço sobre os efeitos que “pequenas” medidas administrativas tiveram na
economia da Vila, em manifesta contracorrente:
Desde a abertura da Lota
pela associação, no dia 31 de Maio de 2012, até ao final do ano, foram
transportadas e entregues à Docapesca Portos e Lotas S.A., mais de 12 toneladas
de pescado. (Em média, quase duas toneladas mensais)
Há muitos anos que não se
verifica um movimento tão elevado, tudo reflexo de uma comunidade que
finalmente tem ao dispôr as melhores condições de trabalho desde a sua
existência, garantidas pelo trabalho voluntário de muitos armacenenses que dão
o devido valor à actividade dos HOMENS do MAR, e, claro está, em resultado do
trabalho desenvolvido Associação dos Pescadores.
Recorde-se que os pescadores
nunca tinham tido acesso à arca frigorifica nem ao gelo, pois a Docapesca
mantinha a Lota aberta duas horas por dia, aproximadamente, o que era
incompatível com a chegada das embarcações do mar, pois dependendo das artes
que estão a usar podem chegar desde as nove da manhã até ás onze da noite.
Este é o quadro de ECONOMIA
REAL que “os mangas de alpaca” não conhecem e insistem em não conhecer, apesar
de não desistirem de legislar, regulamentar, proibir e autorizar,
contemporizar, atrasar e, ainda por cima, opinar.
Portugal não irá a lugar
algum enquanto esta pequena excrescência da democracia não for colocada na
morada que lhe compete: O ESGOTO PÚBLICO!
Hoje os pescadores de A. de
Pêra tem acesso ao gelo e a arca frigorifica 24 horas por dia e tem garantido o
transporte do pescado também diariamente.
Um pequenissimo passo de
gigante, que já está a dinamizar todo o sector que, pelos volumes de pescado
transferidos no ano passado, deixa patente, mesmo a quem não quer ver, o
importante papel que tem na economia local.
Enquanto
cidadão-contribuinte e cidadão-consumidor desta comunidade nacional não
posso deixar de referenciar este pequeno exemplo cheio de potencial de
pedagogia e inovação (pasme-se) por conter nele vestígios suficientes do
antídoto para a crise que nos persegue.
É que, só a soma destas
pequenas actividades, tão mais eficientes quanto possível, pode concorrer para
o crescimento da economia e com ele, da diminuição do desemprego e com ela o
crecimento (salutar) da receita e a diminuição da despesa (subsidio de
desemprego).
Se é certo que mais
investimento contribui igualmente para o mesmo fim, não nos podemos esquecer
que as nano, micro, pequenas e medias empresas de Portugal, empregam cerca de
70%.
Não sendo menos certo que os
investimentos já realizados e as actividades em curso, dependendo
exclusivamente dos seus titulares e não da eventualidade de qualquer
investimento, devem ser, por imperativo nacional e pátriotico, objecto da maior
atenção, acompanhamento, cooperação, melhoramento, sobretudo quando tem a,
habitual, interferência da administração pública.
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