O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Cidadania em tempo de crise

…só há liberdade a sério, quando houver: a paz o pão a habitação…

Mais do que uma geração, é uma comunidade inteira sem perspectivas de vida -trabalho/emprego -. No presente e para o futuro.

Hoje, as estatísticas dizem que o desemprego no Algarve deve rondar os 20% e que nos jovens chegará aos 60%. Em Armação de Pêra a realidade antecipou-se há muito às estatísticas, o desconforto e angústia pela falta de qualquer oportunidade para poder “ganhar a vida” atinge quase todas a famílias. Os “anos dourados” da construção desenfreada, só deixou riquezas balofas e não criou postos de trabalho duradouros, e hoje, já não existem as actividades sazonais, - fumeiros, armações de pesca, apanha de produtos do campo, limpeza e/ou actividades na época balnear - que não sendo opção para uma vida, vinham amenizar as dificuldades da gestão familiar. Armação de Pêra foi instrumento desregrado, posto a jeito pelas autoridades responsáveis: Câmara/Governo, à medida das ambições dos novos “Midas do futuro radioso”: “os patos-bravos”. Planearam a ocupação dos solos com projectos com futuro e criação de postos de trabalho – como já tinha sido feito pela ex-Junta de Turismo – Não! Demitiram-se das responsabilidades em troca do lucro fácil e imediato! Vende-se tudo! Hipotecam até a dignidade de uma terra e de uma comunidade!

A Câmara age como uma família de passado nobre, mas falida; viciada no consumo e na ostentação, sem ideias nem vocação para gerar rendimentos para as suas necessidades, vende os dedos e os anéis para manter as aparências da importância que ainda julgam possuir.

E os Armacenenses? Voltaram aos tempos da “miséria envergonhada” “ …os homens jogam às cartas nas “paredes” e bebem vinho na taberna do Serol…”
In :António Pereira; Notícias do Mar.

Este era o retrato nos já idos e tristes anos 60/70.

E hoje? O que esperam os jovens desta terra? – Porque os pais só esperam que haja algum futuro para os filhos – arranjar algum trabalho! Já nem importa que seja naquilo que estudaram, que aprenderam ou que mais gostam! É necessário e urgente dar rumo à vida! Nem a família tem mais posses, e ninguém se sente bem a depender dos outros!
Ou então emigrar! Mas para onde? Com que garantias?

Qualquer promessa de trabalho é bem-vinda; melhor ainda, se for aqui na terra!

A nova moeda de troca! Oferecer trabalho! Prometer o futuro! Mesmo que nada se concretize, a simples promessa já endeusa quem a faz! E há contrapartidas? Claro! A submissão aos interesses superiores de quem promete, seja ele Cabral, Leite, Franco ou Augusto, como condição para poder aspirar a uma prebenda, emprego ou promessa de apoio. E quando as estas aliciações vêm associados apelos e compadrios das autoridades: que a com eles pactuam e compartilham em ilegalidades e objectivos não declarados. Então não há cidadania, por mais-bem alicerçada, que não vergue!

A vida está tão difícil e o futuro tão incerto!

Ser-se íntegro, vertical, defendendo convicções e princípios, ser cidadão de corpo-inteiro; infelizmente não é a mais comum das atitudes: mas são a defesa destes valores que marcam a fronteira entre o servilismo, o favorecimento e a corrupção.

Luís Ricardo

4 comentários:

Anónimo disse...

É muito fácil criticar.
Quais são as soluções?

Tânia Oliveira disse...

A paz,a saúde, o pão, a habitação, a instrução e a informação, depois sim, podemos falar em liberdade.

Corre Costas disse...

A solução é fazer tudo ao contrário do que tem sido feito!
Dar prioridade à elaboração de um projecto de desenvolvimento económico; executá-lo com transparência, sem golpes sujos nem corrupção! Ainda há investidores honestos, que procuram atingir os seus objectivos com lisura e cumprido as Leis! Armação de Pêra ainda é atractiva para a negócios rentáveis. è encontrar os parceiros certos com interlocutores capazes, sérios e que ajam em proveito da terra e da comunidade| e não, em negociciatas sujas e obscuras, para proveito próprio e migalhas para o grupo. Como tem sido prática.

Anónimo disse...

A solucao e simples virar a pagina e correr com esta LA FAMILIA11

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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