Economico 25/2/13
Nobel da Economia diz que "defensores da
austeridade" estão a parecer cada vez mais "insolentes e
delirantes".
Paul Krugman não percebe a "paixão europeia"
pela austeridade e considera que os defensores destas políticas estão a parecer
cada vez mais "insolentes e delirantes".
"A vontade de prosseguir uma austeridade sem
limites é o que define a respeitabilidade nos círculos políticos europeus. E
isso seria óptimo se as políticas de austeridade estivessem efectivamente a
funcionar - mas não estão", começa por referir o Nobel da Economia na sua
coluna de opinião no The New York Times, analisando o caso italiano, onde Mario
Monti, pró-austeridade, deverá perder as eleições, atrás do "cómico"
Berlusconi e do comediante Beppe Grillo.
Para Krugman, quando a Europa começou a sua paixão com
a austeridade, a insistência dos altos funcionários era a de que isso traria a
confiança necessária para as já deprimidas economias voltarem a crescer. O que
não aconteceu, sublinha.
"As nações que impuseram políticas de austeridade
severas sofreram crises económicas profundas; quanto mais severa a austeridade,
mais profunda foi a recessão. E na verdade, esta relação tem sido tão forte que
o próprio Fundo Monetário Internacional, num impressionante mea culpa, admitiu
que havia subestimado os danos infligidos pela austeridade", sustenta o
economista norte-americano.
Enquanto isso, a austeridade não serviu sequer para as
nações atingirem as metas de redução dos encargos com a dívida, prossegue
Krugman. "Em vez disso, esses países viram o rácio da dívida em relação ao
PIB subir, devido à contracção das economias", salienta, destacando o
facto de a taxa de desemprego está a galopar.
"A única boa notícia é que os mercados
obrigacionistas acalmaram, em grande parte graças à vontade expressa do Banco
Central Europeu", o que evitou um colapso financeiro. "Mas isso é um
conforto para os milhões de europeus que perderam os seus empregos, mantendo
poucas perspectivas", escreve Krugman.
O senhor Krugman, para além de muitas outras qualidades tem uma pela qual devemos estar gratos: a sua douta opinião sobre a aberração da "paixão europeia" pela austeridade.
De facto concede-nos, que assim pensamos como ele, a noção de que, mesmo sem qualquer formação económica, temos sustentação técnica suficiente para concluir que não somos idiotas!
Obrigado Krugman!
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