O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Associações: Apoiar com transparência, é preciso!

O homem que “Não daria um beijo à Angelina Jolie”, o relativamente pouco poderoso presidente da Câmara de Faro, inspirador social democrata de muitos autarcas algarvios, nem tudo o que diz ou faz constitui uma incoerência, resultado de um pragmatismo espúrio, uma acção mediática sem conteudo.

Segundo revelou, decidiu aprovar normas claras para o apoio aos clubes desportivos e aos seus eventos, bem como para as associações culturais e para as suas iniciativas.

Temos por hábito dar o seu a seu dono, não no que às opções estéticas do autarca diz respeito, pois olhando para um e para outro, mais nos parece que a contrária é que teria mais probabilidades de ser verdadeira, mas quanto ao que aqui nos trás, independentemente do conteudo do documento que desconhecemos, temos que confessar que, tal base de trabalho, apesar de elementar, merece constituir um exemplo a seguir pelos restantes municipios.

Diz o edil que “ assim é tudo mais transparente, proporcional e justo.” É que “Os recursos são escassos, mas mais vale distribuir pouco e com regras do que fazer do que fazer as coisas avulso.”

Considera ainda aquele lider social democrata que “Dinamizando as associações ajudam-se os cidadãos nos aspectos sociais, culturais e desportivos.”.

Não podemos deixar de estar de acordo com os pressupostos sobre os quais assentou tal medida. De facto os recursos são escassos e as associações merecem ser apoiadas. Nada como organizar esta confluência de sinais aparentemente contrários: de um lado a decisão politica de apoiar as associações reconhecendo-se a sua importância, doutro a escassez dos recursos, “concedendo-lhe” a aplicação de uma regra elementar da gestão democrática: a transparência e outra regra elementar da boa gestão orçamental: previsão e medida orçamental bem como critérios de equidade na sua distribuição!

Coisas elementares que, uma vez adoptadas com transparência, reduzem o espaço de manobra aos decisores pois deixam de poder fazer o que lhes dá na real gana!

No entanto, coisas elementares, no dominio da história e cultura politicas há “séculos” mas de muito dificil implementação generalizada.

Tal como o homem que “Não daria um beijo à Angelina Jolie”, muitos outros autarcas, conhecendo de gingeira este caminho virtuoso, ainda não implementaram nos seus municipios, regras suficientes para o destino da despesa orçamental nem critérios e transparência para a sua distribuição.

Sabemos porquê! Porque perdem margem de arbitrariedade, tão necessária à “compra” dos votos necessários a se reelegerem!

Vem a talhe de foice ter sido revelado que o sector cultural da nossa economia já é responsável pelo emprego de 127 mil pessoas, gerando 2,8 % do PIB.

Ambiciona António-Pedro Vasconcelos que “Era importante que os politicos se apercebessem desta realidade e que tenham estes números em conta nas suas politicas culturais”.

Ambicionamos nós que todas as autarquias, no principio enunciado pelo homem que “Não daria um beijo à Angelina Jolie”, fizessem o que o realizador de cinema manda, a evidência impõe e nós reclamamos!
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Post scriptum:

Ainda quanto à estranha reacção que a actriz suscita ao autarca e já que estamos a falar de cultura, não queremos perder a oportunidade de aconselhar os autarcas em geral (uma vez que a receita tem um amplo campo de aplicação) e o Presidente Macário em particular a leitura de Alexandre Herculano, escritor(1810-1877), que afirma:

"É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos, a vontade vence-os"

NOSTALGIA DO CARNAVAL



sábado, 20 de fevereiro de 2010

A PRINCIPAL RIQUEZA NACIONAL É TRATADA COM AMADORISMO


Foto por Helder Real



“É impossível um Pais tão pequeno promover tantas marcas”. A ideia foi defendida por Carlos Coelho, especialista em marcas, durante a palestra “O poder das marcas", que se realizou no Instituto Superior Dom Afonso III (INUAF), na quinta-feira.

Para o especialista, em Portugal “trata-se o turismo como uma coisa muito amadora”. “Quem tenta fazer um exercício de posicionamento do País, devia ser “degolado”, garante Carlos Coelho, referindo que “não se pode alterar a história de um país”.

De acordo com o responsável da Ivity Brand, o “Algarve é uma marca com muito sucesso”, que tal como o pais devia fazer uma aposta séria “nas coisas genuínas” porque só assim poderá marcar a diferença em relação aos outros países. O desenvolvimento do turismo em Portugal é “uma coisa óbvia”, mas com cuidado.

“Faz-me confusão achar-se que o Algarve tem de ser barato. Não se pode esbanjar algo que é único”, afirma.

As marcas, que devem estabelecer uma relação com o consumidor, podem ser encaradas como um relacionamento. “As marcas são como as relações entre as pessoas: é preciso consolidar”.

Extrato de Entrevista:


Considera que o Algarve já se potenciou como marca?

O Algarve é uma marca imensa, de uma qualidade extraordinária, uma jóia. Claro que é necessário necessário juntar às caracteristicas endógenas algumas infra-estruturas, mas isso não é o busilis da questão. O Algarve é uma marca subaproveitada numa série de mercados. Meteu-se na cabeça que o Algarve é só para os ingleses, irlandeses e espanhóis. Porque não há-de ser para os americanos ou chineses?

Portugal tem um potencial enorme para esta nova economia de genuinidade. O mundo, com capacidade económica, está disposto a pagar para ter coisas extraordinárias como nós temos.

in "O Algarve" de 11 de Fevereiro de 2010

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Carlos Coelho, uma das grandes referências portuguesas no domínio da construção e gestão de marcas, foi fundador e presidente até ao final de 2005 da Brandia/ Novodesign onde, ao longo de 20 anos, conduziu centenas de projectos, dos quais se destacam algumas das marcas mais relevantes em Portugal, como o Multibanco, Telecel/Vodafone, Yorn, Galp Energia, RTP, Tv Cabo, CTT Correios e a TAP Portugal.

Autor de diversos estudos sobre marcas publicou o livro ”Portugal Genial’’ e é co-autor (juntamente com o Designer Paulo Rocha) do livro "Brand Taboos", onde é apresentada a "Ivity Brand Types", o primeiro modelo de tipificação de marcas.

É professor, conferencista e colaborador de várias publicações, sendo reconhecido pelas suas múltiplas abordagens inovadoras e desafiantes sobre estas matérias.

Entre outros prémios, foi distinguido como “Personalidade de Marketing do Ano 2005”, atribuído pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O QUE TEMOS E O QUE NÃO TEMOS EM ARMAÇÃO!

Os armacenenses estiveram mais uma vez com o seu Carnaval: novos, velhos, homens ou mulheres, que arregaçaram as mangas e disseram presente, ajudando a construir as viaturas e mais tarde desfilando com vontade, entusiasmo e alegria contagiante, que a adversidade do tempo não fez esmorecer, mostrando que tem espirito e são capazes de organizar eventos com alguma dimensão relativa.

Disse outro dia o Vereador do PS, no seu blog, que “ “A Associação dos Amigos de Armação de Pêra” provou uma vez mais que pode liderar o ressurgimento da Vila. Todo o Voluntariado lá está como elemento determinante nessa caminhada. Estou, assim, convicto que o apoio institucional não faltará. Aliás, seria escandaloso se tal não acontecer.”

Simpática para a Associação, esta mensagem de estimulo!

CERTEIRA por um lado, quando associa esta comunidade de amigos da Vila a um certo ressurgimento da sociedade civil armacenense, de algum modo interpretando anseios, dinamizando vontades, em síntese: estimulando a participação e participando na solução de problemas concretos.

ENTUSIASMADA por outro, pois realmente, se todo o voluntariado está com a Associação dos Amigos de Armação, não sabemos e até, por principio, duvidamos, mas que constitui, de há muitos anos a esta parte, a única e consistente expressão do voluntariado de armacenenses com preocupações sociais e comunitárias, disso não temos qualquer dúvida.

E ABSOLUTAMENTE TEMERÁRIA por outro ainda na convicção que deixou do apoio institucional.

Na verdade, o apoio da Câmara Municipal à produção do nosso carnaval resumiu-se às tábuas, placas, tintas e balões para enfeitar os carros alegóricos que pelas nossas contas corresponderá a menos de 40 cêntimos por residente na freguesia, não esquecendo o apoio da Junta através o aluguer do armazém onde se montaram os carros alegóricos.

É apoio e os armacenenses agradecem, mas não podemos deixar de considerar, digamos que... insignificante se o compararmos com os gastos a que a C.M.S nos habituou em produções de idêntica natureza realizadas com o empenhamento da Senhora Presidenta.

De parabéns está, por conseguinte e por fim, a Associação dos Amigos de Armação, a qual, com recursos ínfimos conseguiu esta realização (mais uma) no interesse de todos em geral e do comércio local em particular.

Parabéns assim por tudo o que vimos e ainda mais pelo que ficou demonstrado, sobretudo aos mais cépticos, amigos do imobilismo, do compadrio, do temor reverencial perante Silves, dos arranjinhos pela surdina, numa palavra, das teias de aranha, que a associação pretende trabalhar para todos e com todos, com transparência e participação, pugnando ou propondo-se pugnar por interesses gerais vitais!
Estamos em crer que, justificadamente, será legitimo a Armação esperar mais destes Amigos!

Por tudo isto e por virtude do carácter absolutamente raro, em Portugal, das associações com actividade real nas comunidades e objecto em que se inserem, que a AAA, merecia das entidades responsáveis deste concelho outra distinção e apoio.

Mas para isso, teríamos de ter responsáveis, pelo menos tão grandes quanto os Amigos de Armação.

Mas esses, sabemos nós, armacenenses, muito bem, que não temos!
Por tudo isto foi temerária a convicção do Vereador do PS o qual, mais tarde, ainda no seu blog, veio a surpreender-se com a intenção da nossa esclarecida Presidenta de entaipar o Casino, não o cedendo, temporariamente, para sediar a Associação, identificando ainda uma “aversão” do “tipo embirração” que o executivo camarário tem manifestado pela Associação.

A nós, passe a imodéstia, tal atitude não nos surpreendeu...

De facto executivos desta laia, tratam aqueles que os fazem confrontar-se ou com a sua incompetência, ou com a sua arbitrariedade, ou com a sua negligência, como se de uma piolheira (parafraseando D.Carlos I, a propósito do povo) se tratassem.

São os mesmos que tratam adversários, isto é, quem se lhes opõe ou à sua gestão, legitima e abertamente, como inimigos!

É assim a rainha por vontade dos eleitores que, como tal, nos pretende tratar como súbditos esquecendo, na sua sobranceria, que somos cidadãos!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Armação de Pêra: CARNALHÃO TRAPALHAL 2010!





Os senhores da chuva fizeram das deles:

Armação de Pêra: O CARNAVAL MAIS TRAPALHÃO de 2010!

Transporte alternativo,parques infantis, jardins, reinvindicações legitimas da população que, aproveitando a visibilidade do Cortejo, se afirmam publicamente para que os responsáveis municipais não esqueçam! A brincar...a brincar...também se pode reinvindicar!



Armação de Pêra: FOLIÕES E TRAPALHÕES em 2010!

Quando outros com mais responsabilidade( caso de Loulé) cancelaram os desfiles de Carnaval por causa do mau tempo, em Armação, com boa disposição, prosseguiu-se em conformidade com o agendamento, a folia dos trapalhões, como manda a tradição...




Armação de Pêra: CARNAVAL TRAPALHÃO 2010!

Sem campanha eleitoral à vista, e por isso sem a presença de Isabel Soares, que por essa razão se dispensou de honrar o desfile com a sua graça, tivemos um corso com uma exuberância e participação inversamente proporcionais ao que o clima prenunciava... É assim em Armação, quando a malta se galvaniza!








Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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Património Natural

Algarve