
Segundo revelou, decidiu aprovar normas claras para o apoio aos clubes desportivos e aos seus eventos, bem como para as associações culturais e para as suas iniciativas.
Temos por hábito dar o seu a seu dono, não no que às opções estéticas do autarca diz respeito, pois olhando para um e para outro, mais nos parece que a contrária é que teria mais probabilidades de ser verdadeira, mas quanto ao que aqui nos trás, independentemente do conteudo do documento que desconhecemos, temos que confessar que, tal base de trabalho, apesar de elementar, merece constituir um exemplo a seguir pelos restantes municipios.
Diz o edil que “ assim é tudo mais transparente, proporcional e justo.” É que “Os recursos são escassos, mas mais vale distribuir pouco e com regras do que fazer do que fazer as coisas avulso.”

Considera ainda aquele lider social democrata que “Dinamizando as associações ajudam-se os cidadãos nos aspectos sociais, culturais e desportivos.”.
Não podemos deixar de estar de acordo com os pressupostos sobre os quais assentou tal medida. De facto os recursos são escassos e as associações merecem ser apoiadas. Nada como organizar esta confluência de sinais aparentemente contrários: de um lado a decisão politica de apoiar as associações reconhecendo-se a sua importância, doutro a escassez dos recursos, “concedendo-lhe” a aplicação de uma regra elementar da gestão democrática: a transparência e outra regra elementar da boa gestão orçamental: previsão e medida orçamental bem como critérios de equidade na sua distribuição!
Coisas elementares que, uma vez adoptadas com transparência, reduzem o espaço de manobra aos decisores pois deixam de poder fazer o que lhes dá na real gana!
No entanto, coisas elementares, no dominio da história e cultura politicas há “séculos” mas de muito dificil implementação generalizada.
Tal como o homem que “Não daria um beijo à Angelina Jolie”, muitos outros autarcas, conhecendo de gingeira este caminho virtuoso, ainda não implementaram nos seus municipios, regras suficientes para o destino da despesa orçamental nem critérios e transparência para a sua distribuição.
Sabemos porquê! Porque perdem margem de arbitrariedade, tão necessária à “compra” dos votos necessários a se reelegerem!
Vem a talhe de foice ter sido revelado que o sector cultural da nossa economia já é responsável pelo emprego de 127 mil pessoas, gerando 2,8 % do PIB.
Ambiciona António-Pedro Vasconcelos que “Era importante que os politicos se apercebessem desta realidade e que tenham estes números em conta nas suas politicas culturais”.
Ambicionamos nós que todas as autarquias, no principio enunciado pelo homem que “Não daria um beijo à Angelina Jolie”, fizessem o que o realizador de cinema manda, a evidência impõe e nós reclamamos!

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Post scriptum:
Ainda quanto à estranha reacção que a actriz suscita ao autarca e já que estamos a falar de cultura, não queremos perder a oportunidade de aconselhar os autarcas em geral (uma vez que a receita tem um amplo campo de aplicação) e o Presidente Macário em particular a leitura de Alexandre Herculano, escritor(1810-1877), que afirma:
"É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos, a vontade vence-os"