O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 12 de abril de 2009

CRISE: ELES E NÓS, AFINAL TÃO PARECIDOS


O Diário Económico falando sobre Portugal diz que o nosso pais se encontra, de entre as economias mais endividadas, em 20º lugar, o que é preocupante!

Este titulo sugere um dramatismo grande que sabemos ter alguma justificação. No entanto, lendo o artigo, ressaltam-nos informações comparativas que não deixam de ser curiosas:
Portugal encontra-se com uma dívida equivalente a 65% do PIB.
Este nível é equivalente ao da Alemanha que se encontra em 21º lugar!

Na União Europeia, por exemplo, os piores são a Irlanda (ex-milagre económico), e Grécia que se encontram quase na bancarrota (dívida externa acima dos 100% do PIB) estando a União Europeia a estudar um pacote específico de estímulo para estes dois países a fim defender a estabilidade do euro!

Ainda piores que Portugal, para além da Alemanha, Irlanda e Grécia estão ainda os países de leste, França, Itália e Espanha (os tais que nos davam 10 a zero!), para não falar do Japão (com 170% !!! do Pib) e ainda os EUA !!

Por outro lado os países escandinavos (que se julgavam o paraíso na terra), estão com uma recessão económica 1,5% acima da de Portugal!

Afinal temos vivido de mitos!
Todas estas economias eram uma maravilha porque viviam na economia virtual criada pelos activos financeiros tóxicos e criativos que agora deram o berro!

Ou seja, nem eles são tão espertos como pensávamos, nem nós éramos tão estúpidos como pensávamos !

Em qualquer dos casos, a coisa está preta e o turismo Algarvio bem pode deitar contas à vida!

sábado, 11 de abril de 2009

ARMAÇÃO: A CÂMARA E AS OBRAS SÃO O CABO DOS TRABALHOS...

Em Armação, o decurso das obras de requalificação da Frente Mar, é uma equação de muitas incógnitas, que nos põe a "cabeça em água"!

O atraso nas obras, as quais começaram em Dezembro quando estavam programadas para se iniciarem em Outubro, denunciava um descalabro para o período de veraneio, quer para os turistas, quer para a actividade económica, quer para os naturais da terra.

Compreendendo a inevitabilidade do descalabro das obras atravessarem os meses da salvação económica da Vila: Junho, Julho, Agosto e Setembro, os responsáveis: empreiteiros, Câmara, engenheiro e capatazes, dizem o que lhes vem à cabeça, como se estivessem combinados para desorientar a população, difundindo informação contraditória e dispare, que mantém os interessados em perfeita ignorância quanto ao seu futuro próximo e das suas actividades.

Há mesmo quem não se surpreenda e diga saber que o objectivo da Câmara é resultado da conta de idiotas em que nos tem a todos!

Mas,assim sendo que dizer da Câmara de Silves que não consegue reunir competência suficiente para criar um gabinete de informações sobre a obra, seu andamento e implicações, que as coordene e difunda com precisão e anterioridade elementares?

As obras vão parar? Quando? O que vai ficar concluído a quando da paragem? Quando recomeçam? são algumas das perguntas legitimas por parte dos comerciantes!

Nem para tão pouco a autarquia serve! Quanto mais para a governação eficiente do conselho!

A população não pode esquecer a omissão e ineficiência desta prestação elementar no dia das eleições!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

ARMAÇÃO COM A ABERRAÇÃO SEMPRE À ESPREITA...

A nossa Vila, inserida num enquadramento natural de rara beleza, é pródiga em exemplos de mau gosto.

Os mamarrachos reproduzem-se como se de cogumelos se tratassem. Por muito que se diga, proteste, reclame ou amaldiçoe, o mamarracho sobrevive, renasce e reproduz-se a uma cadência estonteante como se fossem baratas.

Os responsáveis são uma mescla de mau-gosto por parte dos proponentes de certas edificações combinado com a ausência total de politicas de preservação estética da Vila, de recuperação e correcção do resultado das atrocidades urbanísticas, enfim de uma vontade inequívoca e prioritária de inversão dos caminhos da degradação que tem caracterizado as ultimas décadas.

Pelo contrário, para os responsáveis, do ponto de vista estético, urbanístico e económico, Armação de Pêra não passa de um prostíbulo... de segunda categoria...inserido numa lógica de exploração típica da fase selvagem do capitalismo.

A esta gente não assiste uma ideia que seja, para Armação! É o estatuto máximo a que podem ter direito.

Absortos ainda com as obras da frente-mar (que a UE com os meios que o contribuinte europeu abastece e que para Armação constituirão um alívio significativo à carga de mau-gosto que a sobrecarrega à exaustão), os armacenenses deram-se conta que os responsáveis primeiros pelas verdadeiras atrocidades urbanísticas, os quais, sempre à espreita, não dormem, aproveitavam-se do seu estado de enebriamento, para atacarem de novo com uma nova ode à aberração, desta vez através de um apoio de praia entre a Lota e a Fortaleza!

Prontamente as reacções populares não se fizeram esperar e avançaram para a Câmara de Silves. De pouco lhes valeu...até ver!

Consta-se que Isabel Soares não acreditou no que via, crente no facto de, tratando-se do primeiro de Abril, se trataria de uma mentira, já que nunca vira tantos manifestantes de Armação à sua porta!

As explicações oficiais da entidade competente chegou mesmo a afirmar, preto no branco, tratar-se de uma remodelação.

Não estão a falar para Armação certamente, pois qualquer um sabe que a barraca que ali existiu, esfumou-se há mais de trinta anos...

São burocratas que se justificam perante os seus pares (que desconhecem a realidade local) mal vejam uma decisão asneática ser afrontada por uma reacção popular que ponha em causa, publicamente, a estabilidade da paz fúnebre das suas funções.

Sem nunca se terem preocupado com o cumprimento do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Burgau/Vilamoura, no que em Armação diz respeito, como oportunamente denunciámos, vêm agora invocar o cumprimento daquele Plano. Este Plano é lei quando lhes interessa, caso contrário "fecham-se em copas"!


Com mais de cinco desproporcionados metros de altura encontra-se em edificação um novo atentado ao bom gosto e á harmonia, apodado de apoio (?) de praia, para o que der e vier...


As responsáveis licenciadas no mau-gosto e licenciadoras do mesmo, têm nome: Administração da Região Hidrográfica do Algarve, Administração Regional de Saúde, Capitania, Associação dos Indutriais de Hotelaria e a Câmara Municipal de Silves!

Tudo boa gente, sem qualquer ligação ou preocupação com Armação de Pêra!

Correm ainda rumores acerca dos interesses duma personagem privada que faz um lobbing eficaz dos seus objectivos de vir a monopolizar o espaço de praia entre a Fortaleza e o Rio!

Os interesses particulares que servem são patentes, só não se vislumbram que interesses públicos prosseguem?

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Ranço Salazarista, por Baptista Bastos

Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver.
Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos.
Nem interessados estamos em o saber.
Os dias deixaram de ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina do viver português e do existir em Portugal.

Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos na futilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o sedativo das nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d'alma: são, também, dores físicas.

Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz - os que lêem.
As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação.

Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos, deixou Portugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e dorido: 'Que se passa com a nossa terra? Parece um país morto. A garra portuguesa foi aparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos os sectores da vida nacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em massa, como dizia o Soares.

Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria. Enquanto dois milhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram lucros de 7,9 milhões por dia.
Há qualquer coisa de podre e de inquietantemente injusto nestes números. Dir-se-á que não há relação de causa e efeito. Há, claro que há. Qualquer economista sério encontrará associações entre os abismos da pobreza e da fome e os cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezes não se sabe como.

Prepara-se (preparam os 'socialistas modernos' de Sócrates) a privatização de quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível.

E o primeiro-ministro, naquela despudorada 'entrevista' à SIC, declama que está a defender o SNS! O desemprego atinge picos elevadíssimos. Sócrates diz exactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um desporto particularmente requintado. É impossível ver qualquer membro deste Governo sem ser assaltado por uma repugnância visceral. O carácter desta gente é inexistente. Nenhum deles vai aos jornais, às Televisões e às Rádios falar verdade, contar a evidência. E a evidência é a fome, a miséria, a tristeza do nosso amargo viver; os nossos velhos a morrer nos jardins, com reformas de não chegam para comer quanto mais para adquirir remédios; os nossos jovens a tentar a sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; a iliteracia, a ignorância, o túnel negro sem fim.

Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar. Diz-se que a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz um general que recebe pressões constantes para encabeçar um movimento de indignação. Diz-se que, um dia destes, rebenta uma explosão social com imprevisíveis consequências. Diz a SEDES, com alguns anos de atraso, como, aliás, é seu timbre, que a crise é muito má. Diz-se, diz-se.

Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut, Manuel Alegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque socialistas, socialistas, poucos há) acerca deste descalabro.

Não é só dizer: é fazer, é agir. O facto, meramente circunstancial, de este PS ter conquistado a maioria absoluta não legitima as atrocidades governamentais, que sobem em
escalada. O paliativo da substituição do sinistro Correia de Campos pela dr.ª Ana Jorge não passa de isso mesmo: paliativo. Apenas para toldar os olhos de quem ainda deseja ver, porque há outros que não vêem porque não querem.

A aceitação acrítica das decisões governamentais está coligada com a cumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante os relatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe devia dizer para ter vergonha. Não se resolve este magno problema com a distribuição de umas migalhas, que possuem sempre o aspecto da caridadezinha fascista. Um socialista a sério jamais procedia daquele modo. E há soluções adequadas. O acréscimo do desemprego está na base deste atroz retrocesso.

Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás, penso,seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero, posso e mando de José Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado em Cavaco, significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existe nos políticos portugueses.

Há um ranço salazarista nesta gente. E, com a passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta.


Baptista Bastos

sábado, 28 de março de 2009

NÃO SEI POR ONDE VOU, SÓ SEI QUE NÃO VOU POR AÍ!


O desenvolvimento sustentado deste, ou de qualquer outro concelho, tal como a recuperação da economia mundial hoje em dia, constitui um paradigma para o qual contribuirão um sem número de circunstâncias, meios e valências cuja receita ninguém, pelos vistos, domina.

Com segurança apenas sabemos que processos que se arrastam por anos, pelos autênticos labirintos de complexos procedimentos, e de papéis, em acentuada opacidade e que desembocam no arbítrio das decisões, são absoluta e definitivamente incompatíveis com o desenvolvimento, qualquer que ele seja, politico, administrativo, económico ou humano.

Vícios desta natureza acarretam, incidências negativas de ordem económica e financeira, e por consequência de ordem fiscal, desgaste material e psicológico, quer dos cidadãos em geral, quer dos agentes económicos.

A degradação da imagem do Município é apenas um dos seus males menores.

Este modelo, tão antigo e tão actual em Silves, esgotou-se há muito, nos cânones e, se dúvidas existissem sobre os efeitos aberrantes desta concepção do poder e do exercício do mesmo, ai está Armação de Pêra como resultado paradigmático da sua natureza abortiva.

Bastará referir para ilustração as décadas decorridas para aprovação do plano de pormenor, necessárias à permissão das múltiplas atrocidades urbanísticas verificadas,
tantas vezes com recurso à violação ou mera fuga aos procedimentos legais,determinando o adiamento de investimentos até ao desespero ou à desistência pura e simples, ou o desaproveitamento ou mau aproveitamento dos fundos comunitários como se fossemos uma economia florescente sem necessidade de qualquer apoio que a catapultasse para o desenvolvimento.

A tudo um pouco, fomos e vamos assistindo...

Mesmo que não conheçamos bem o que queremos, sempre teremos a obrigação de conhecermos muito bem o que não queremos...

A crise da governabilidade que é de há muito patente em Silves resulta da evidente incapacidade desta gestão autárquica para responder aos problemas que lhes são submetidos.

E a incapacidade da gestão autárquica para responder aos problemas com que tem de conviver, resulta antes de mais da ausência absoluta de uma politica, muito mais do que de meios – que também são imprescindíveis – .


Ter uma politica, neste deserto de ideias, importa ter um caldo de cultura politica que as ligue, em harmonia, até à sinergia (convergência das partes de um todo que concorrem para um mesmo resultado; efeito resultante da acção de vários agentes que actuam da mesma forma, cujo valor é superior ao valor do conjunto desses agentes, se actuassem individualmente.).

OOO

Hoje as atribuições das autarquias são muito vastas e a sua intervenção estende-se por várias áreas que vão desde a mobilidade à gestão ambiental, da gestão de resíduos às estratégias de ordenamento do território, da habitação ao desenvolvimento económico, etc.

E, se é certo que lhes são atribuídas, pela lei, competências para prosseguirem aquelas múltiplas atribuições, não é menos certo que muito difícil e só excepcionalmente as exercem à altura das necessidades e dos elevados objectivos para que uma e outras lhes são concedidas.

A falta de meios financeiros é a razão mais invocada para se ficarem habitualmente pelas boas intenções e sempre muito aquém dos propósitos que legalmente lhes estão confiados.

Mas a verdade passa mais perto da ignorância sobre a verdadeira natureza e valores da actividade politica, senão mesmo pelo absoluto alheamento sobre os seus mais elevados fins, do que da falta de meios financeiros para implementar as politicas.

De facto, o caminho de uma politica virtuosa cede habitualmente à pequena politica, à fidelização das clientelas, ao pagamento dos tributos invariavelmente à custa do erário público, tendentes à conservação dos privilégios de classe (politica).

A gestão da Dr.ª Isabel Soares em nada foge a esta regra geral!

Os actores e os grupos sociais deste concelho estão cada vez mais reticentes face às lógicas do comando hierárquico, e da imposição de (des)valores, educador ou de tutor do social na lógica de imposição por um ente coercivo, dada a sua flagrante dessintonia com regras e normas de comportamento assentes na interacção social.

Sabendo que o comando hierárquico integra a paleta dos instrumentos de direcção política, não a esgota, nem constitui verdadeiramente um valor se não coabitar com outras lógicas de intervenção pública.

De facto uma nova forma de governar deve constituir, necessariamente um processo de coordenação de actores, de grupos sociais, de instituições, em ordem a atingir objectivos discutidos e definidos colectivamente.

Daí que seja imprescindível assegurar a representação oficial dos interesses dos cidadãos através do reconhecimento de direitos concretos de participação dos seus representantes, melhorando e modificando, se necessário, a colaboração entre as instituições existentes, a fim de garantir uma transparência, uma eficácia e uma obrigação acrescida de prestar contas.

Estimular e formar novos laços de parceria, contratualização e ligações transversais que permitam uma melhor organização da sociedade e uma melhor taxa de realização dos projectos reformadores só é atingível dando curso a uma nova concepção do poder e da governação.

No concreto, só mediante uma cultura politica que reconheça e adopte estas concepções emergentes, se poderão atingir medidas de simplificação de procedimentos, uma nova cultura organizacional, apologética de uma disciplina de rigor, cumprimento e serviço público nos dirigentes e funcionários.

Os cidadãos-eleitores-contribuintes-consumidores-utentes deste concelho, aspirando a uma gestão moderna e tendente ao desenvolvimento sustentável, não se podem acomodar ao gesto formal e esporádico, como é o voto que acontece de quatro em quatro anos.
É necessário aperfeiçoar a dinâmica de participação da sociedade civil nas decisões e no acompanhamento da vida pública.


Ninguém pode continuar com as mesmas condutas (alheamento) e esperar, legitimamente, diferentes resultados!

A democracia, face aos desafios da actualidade, só pode ser cada vez mais proactiva e intervencionista, senão não é democracia!

segunda-feira, 23 de março de 2009

TRANSPARÊNCIA: A ISABEL VAI MAL! E NÓS?


As tecnologias da informação, facilitadoras do acesso à informação, são um instrumento eficiente duma Administração Aberta, e logo, podem ser grandes aliadas do cidadão, dos seus poderes e deveres e por conseguinte de uma sociedade mais cooperante, solidária e justa!

Na verdade o cidadão é muitas vezes apodado pelos reaccionários de ser estruturalmente alheio à coisa pública.

Mas, ainda que assim fosse, não seria sempre dever da Administração pública fazer a pedagogia da participação através do cumprimento das suas obrigações de informação tendente ao conhecimento generalizado do público sobre as acções da máquina autárquica?

Esperar ter a participação dos cidadãos enquanto actores eficientes e independentes, sem implementar as boas práticas da transparência democrática, não nos parece de quem anseia honestamente tal participação.

Daquilo, ninguém de bom senso e minimamente informado parece ter dúvidas!

Já da bondade da utilização desse extraordinário instrumento que as tecnologias da informação constituem, e do desejo de participação dos cidadãos, o mesmo não se poderá dizer. Senão vejamos:

Ao consultarmos o portal da Câmara de Silves torna-se evidente que a despesa pública realizada não se encontra ao serviço da divulgação da informação e, muito menos da participação e muito menos ainda da pedagogia da participação.

Se por um lado existem algumas funcionalidades como a “consulta em rede”, por outro a maior parte delas não estão disponíveis para consulta ou aquelas que estão não acrescentam nada em sede de gestão transparente e participada!

Estamos quase no fim do primeiro trimestre de 2009 e a última acta disponibilizada referente à reunião de Câmara é de 4 de Junho de 2008. Já no que às actas das reuniões da Assembleia Municipal diz respeito, a última tem a data de 29 de Janeiro de 2008.

Porque insiste a Dr.ª Isabel Soares em conservar na sua administração o modelo antigo e burocrático em vez de adoptar um modelo de Administração Pública transparente e participado, como aliás é seu dever, constitucionalmente consagrado, utilizando, por exemplo, para isso, de forma sistemática, competente e eficiente as novas tecnologias?

Porque não!

A gestão pública, que deve promover uma abertura e acesso às informações sobre as finanças, o Plano de Actividades e Orçamento, o Relatório e Contas, assim como outras decisões que afectam o dia-a-dia a nossa vida, em Silves, não só não as pratica, como nem tem consciência da importância da sua omissão.

De facto, a transparência é a única forma de impedir que determinados actos da administração pública estejam viciados ou mascarados, permitindo à população conhecer de que forma os seus representantes estão a gerir a “coisa pública”, e se estão a obedecer aos princípios básicos de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade.

Mas um modelo de gestão pública que privilegie uma relação com a sociedade baseada na livre e transparente circulação de informações, na publicitação dos actos administrativos e no controlo social das acções da administração, não é comprovadamente o que Isabel Soares procura!

Para a administração da Dr.ª Isabel Soares, aproximar-se de cada cidadão, é sinónimo de Carnaval e desfile, onde a sua presença é concedida como um bodo aos pobres.

Vai mal Isabel Soares! Disso já sabíamos!

Mas, continuarão os eleitores,designadamente através da abstenção, a ir mal, permitindo que ela seja eleita?

domingo, 22 de março de 2009

sábado, 21 de março de 2009

sexta-feira, 20 de março de 2009

FERNANDO PESSOA SOBRE A AMIZADE


"Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
 dos tantos risos e momentos que partilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das 
vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do 
companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum
 desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que 
trocaremos.Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...


Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar
 cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo....
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:"Quem são aquelas pessoas?"
Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto!
-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons 
anos da minha vida!"



A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......Quando o nosso grupo estiver incompleto...reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrimas abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes 
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a
 viver a sua vida, isolada do passado.



E perder-nos-emos no tempo...Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes 
que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a 
causa de grandes tempestades....

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
 morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos 
os meus amigos!"



Fernando Pessoa

quarta-feira, 18 de março de 2009

A TIRANIA DA BELEZA INDUSTRIAL E O REVIRALHO


A autêntica tirania que os conceitos cinematográficos e publicitários de beleza objectivamente representam, justifica uma profunda reflexão sobre o fenómeno, atenta a influência que determina em todos nós.

Contra a corrente remam muitos livres-pensadores, por esse mundo fora. Outras ópticas que merecem ponderação, e sobretudo divulgação...

Na verdade, as indústrias que definem os padrões físicos que condicionam e influenciam, milhões de mulheres e homens, contam com biliões de dollares para o efeito, enquanto que as vozes que apelam por outras concepções mais profundas da beleza e os valores subjacentes, se limitam a pregar aos peixes...

Paulo Coelho é, nesta matéria, um dos que remam contra a maré. Só por isso, já merece a nossa simpatia e a divulgação neste sitio.

Conheçamos a sua opinião:


Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor ideia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheiinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fracção de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem.
Suas modas são rectas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.


É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulémica e nervosa logo procura uma amante cheiinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.


Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objectiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboreia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa's... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto.


Paulo Coelho

terça-feira, 17 de março de 2009

METAMORFOSE DOS VALORES E DESVALORES

Um tipo vestindo jeans, t-shirt e boné, encosta-se junto à entrada de uma estação de metro, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora "rush" matinal.

Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos transeuntes.

Ninguém conhecia a sua identidade. Tratava-se do músico Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, que ai executava peças musicais consagradas, tocando um instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, cujo valor está estimado em mais de 3 milhões de dólares.



Alguns dias antes Joshua Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a 'bagatela' de 1000 dólares cada.


A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar rápido, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no pescoço, absolutamente indiferentes ao som do violino.

A iniciativa foi posta em prática pelo jornal “The Washington Post” e consistia em lançar um debate sobre VALOR, CONTEXTO e ARTE.



De entre outras conclusões possíveis, uma ressaltou: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num determinado contexto.
No caso concreto, Joshua Bell era uma obra de arte sem moldura.
Um artefacto de luxo sem etiqueta de glamour.


Entre centenas, senão milhares de pessoas, que por ali passaram, somente uma mulher reconheceu a música e o músico...

O sistema de desenvolvimento que constitui o modelo generalizado que nos tem formatado, pelo menos ao ocidente dito civilizado e que tende a generalizar-se enquanto conceito modelar, para os países emergentes, comporta em si, senão os germes da sua própria autodestruição, da qual a crise que vivemos actualmente é evidência suficiente e cabal, como os germes da própria adulteração do homem, desde logo pela conversão dos desvalores – excrescências deste modelo de desenvolvimento – em valores, a promoção do acessório ao estatuto de essencial, a degenerescência dos valores até à sua autêntica subalternidade.

sábado, 14 de março de 2009

DIREITOS DO CIDADÃO-CONSUMIDOR: DIA MUNDIAL!

Amanhã, 15 de Março, celebra-se, um pouco por todo o lado, o Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores.

Nem todos se recordarão que foi em 15 de Março de 1962 que o então Presidente dos Estados Unidos da América, John Fritzgerald Kennedy, de boa memória, instituiu o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, através de mensagem especial enviada ao Congresso Americano sobre a protecção dos interesses dos consumidores, inaugurando a conceptualização dos direitos do consumidor ou pelo menos, o que não foi pouco, colocando esta temática na agenda politica mundial.

Não fosse ter contribuído, ao longo do seu curto mandato, com tantos outros avanços em outros tantos domínios, que só por isso já teria um lugar na História.

Decorridos 47 anos sobre aquele facto politico, a batalha pelos direitos dos consumidores encontra-se, cada vez mais, na ordem do dia.

A “maior crise económica de sempre” segundo alguns, contribuiu muito acentuadamente para uma revisão atenta dos direitos dos consumidores em qualquer domínio, mas muito particularmente no que aos produtos financeiros diz respeito.

Dos activos tóxicos à usura de tudo se pode encontrar nos produtos financeiros e a crise se teve algum mérito, foi o de exibir à saciedade, de como foram sendo feitos os lucros da Banca, em geral.

Algumas medidas têm sido tomadas, por iniciativa do governo Sócrates (regras para o arredondamento das taxas de juro e, recentemente, o regime das taxas máximas para os diferentes tipos de contratos de crédito ao consumo, que pretendem prevenir a usura) duma assertividade ímpar no que à defesa dos consumidores diz respeito.

Bom seria que, no que depende em exclusividade do Estado, o governo actuasse com tanta assertividade!

Na verdade vemos o poder dos consumidores como vertente de outros mais amplos que são os poderes de cidadania. E, tal como neste caso, os consumidores, sendo o elo mais forte da cadeia económica (por deterem o poder de decisão da compra), são ainda o elo mais frágil daquela, como muito bem conclui Maria Luísa Vasconcelos. Daí a imperatividade, quase paternalística, na defesa dos seus direitos, a que o legislador vai dando corpo, gerindo consequências, o que torna bem evidente a fragilidade do estatuto dos mesmos, dizemos nós.


Neste combate e sem prejuízo do bom caminho percorrido, os cidadãos vão contando com o poder legislativo, o qual vai agindo, a uma velocidade tímida, a reboque dos acontecimentos, em incipiente conformidade com os poderes que lhe são conferidos pela sociedade civil.

No entanto, diferentemente dos diversos destinatários das medidas de defesa dos consumidores, como agora a Banca, que com maior ou menor dificuldade se tem de conformar, com o Estado a coisa "fia mais fino" pois esperar que o Estado se auto flagele, impondo-se aquilo que os cidadãos não lhe exigem, nem sequer lhe pedem com vigor, será como que...acreditar no Pai Natal.

POESIA:SABER DIZER, É MEIO CAMINHO ANDADO PARA A SUA DIVULGAÇÃO!

Correio para:

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