O Portugal d'outros tempos voltou; Melhor: nunca de cá saiu!
Para aqueles que o viveram e sabem bem que as suas remessas sustentaram a economia do seu pobre pais durante parte substancial do século XX, o revivalismo que este velho anúncio da TAP invoca, sem embargo da sua beleza ingénua, constitui uma verdadeira cena de "terror" revisitado.
Para aqueles para quem aquele cartaz nada mais revela que uma peça de um grafismo d'outrora digno de um museu do design publicitário, que se cuidem pois este cartaz representa, hoje em dia, uma antevisão do futuro próximo de milhões de portugueses que se vêm ou verão na contingência de partir: Representando também a invocação à andorinha e a pendularidade do seu ciclo, um projecto de parte dos portugueses (a classe politica no poder) que ficam: a expectativa ingénua de que as poupanças dos que partem serão a sustentação desta economia, para que consiga prover os que ficam como forma de se manterem à tona de àgua.
Também aí, ontem como hoje, é na ingenuidade da mensagem expressa no poster daquele tempo que assenta a sua intemporalidade.
Sucede é que à certeza do "retorno ao ninho" d´outros tempos, sucedeu a certeza de que o pais que fica e dos que ficam com ele, se afastam, todos os dias e cada vez mais, do significado ancestral da expressão.
Como, de resto, também os que partem, que da andorinha do anúncio, se encontram cada vez mais dissociados!
Como, de resto, também os que partem, que da andorinha do anúncio, se encontram cada vez mais dissociados!
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