Armação de Pêra forneceu à imprensa nacional o combustível
de que aquela não pode prescindir para viver!
Só os incêndios forneceram ainda mais combustível,
permitindo aos jornais e televisões abastecer o público da quantidade de terror
indispensável a manter o cenário de drama, a alienação do público sobre das
causas que conduzem invariavelmente aos mesmos resultados ano após ano,
entretendo o pagode, uma vez que estamos perante a indústria do entretenhimento
e não de meios de comunicação social sérios, em face do elevado estatuto que
lhe está consignado num Estado de Direito Democrático.
Recentemente o Ministro da Administração Interna terá
invocado a culpa dos proprietários de terrenos que não cumprem o seu dever de
limpeza das suas propriedades.
Esqueceu que o Estado é o principal proprietário rural do
pais e descura sistematicamente a limpeza das suas matas!
Será possível? Não só é, como foi assim que aconteceu,
continua acontecendo e, muito provavelmente, continuará a acontecer a uma das
poucas riquezas nacionais: a floresta, entregue a irresponsáveis e
incompetentes que têm poder suficiente para continuarem a devastar floresta e a
ceifar vidas a quem trata das consequências.
Naturalmente com mais água que os incêndios, a ribeira de
Pêra, Alcantarilha e Armação de Pêra, nem por isso deixou de “queimar” neste
Verão já de si quente.
Primeiro queimou com os mosquitos e acabou (?) queimando com
as bactérias!
Por aqui ficaríamos se fossemos como o homem que tem a
elevada presença de espírito, chamemos-lhe assim, de se candidatar a principal
responsável pelo futuro do concelho, sendo o principal responsável pela triste situação
do concelho durante os últimos anos, e mais concretamente pelo estado de
verdadeira calamidade ambiental, turística e económica a que, com negligência
consciente, conduziu a “pérola” do concelho de nome Armação de Pêra.
Será possível? É, mas não só!
Numa verdadeira atitude anti-social, não só não pede
desculpa a ninguém pelas omissões que conduziram à praga dos mosquitos e ao
dano ambiental gerado na Ribeira em mais que justificado ato de contrição, como
insiste em branquear a sua responsabilidade, diluindo-a no meio dos milhares de
metros cúbicos de água contaminada que foram vertidos na Baía de Pêra
originando, obviamente o hastear das bandeiras Vermelhas que se justificaram em
resultado da conspurcação com milhões de bactérias, tão esclarecidamente
ordenada pelo snr. Rogério Pinto.
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| O Cartão Vermelho foi motivado pelo primeiro a dever evitá-lo:Rogério Pinto! |
Fazendo-lhe a justiça de ter tido a perfeita noção do dano
que causava ao turismo da Vila, gostaríamos de saber que mal maior quis aquele
senhor evitar em consequência da breve chuvada de hoje?
Mal maior esse que tem origem, certamente no mesmo rol de
omissões que têm como mesmo responsável
primeiro: o snr. Rogério Pinto!
Para tapar o sol com a peneira e branquear um mal maior e a
sua responsabilidade no mesmo por não intervir preventivamente nas respectivas
causas!
O que haverá de comum entre o senhor ministro e o snr
presidente da Câmara de Silves? E entre estes dois snrs e muitos
dos eleitos?
É que todos eles intervêm atabalhoadamente, em estado de
urgência, nas CONSEQUÊNCIAS dos problemas e nenhum deles trata de intervir nas
CAUSAS dos problemas!
Para além de ser muito mais “rentável” intervir nas
CONSEQUÊNCIAS dos problemas, porquanto dá para serem heróis que enfrentam
calamidades, visibilidade e comunicação social, logo notoriedade; Intervir nas
CAUSAS dos problemas dá trabalho, carece de competências que muitas vezes não
têm e não dá qualquer visibilidade e por isso nenhuma notoriedade. Ameaça o seu
futuro na carreira política!
A Lei da limitação dos mandatos é demonstração de tudo isto!
Feita por políticos que têm beneficiado da sua omissão por
em consciência perceberem que os cidadãos-eleitores se encontram próximo do
limite da sua tolerância e os casos limite de eleitos indignos proliferar nas
páginas dos jornais pelas piores razões aconselharem a importância do sistema
dar nota de alguma decência a preservar, mas com margem suficiente e
intencional (só pode ter sido por dolo que o texto da lei contém normas
equivocas) para alguns poderem gozar de excepções absolutamente intoleráveis
face ao espírito da mesma Lei que é de, em nome da mais elementar saúde
democrática, preservar!
Por isso costumamos dizer que a política em Armação e em
Silves é farinha do mesmo saco!
Os mosquitos e as bactérias são só mais exemplos da
leviandade e diletantismo com que se exercem cargos públicos.
Face às circunstâncias e à indisponibilidade de evidências
sobre a reabilitação do sistema político – a qual não é de, lucidamente,
esperar para os próximos tempos – impõe-se aos cidadãos eleitores apostarem o
mais possível na mudança dos actores políticos (qualquer um que venha de novo apresentar-se-á como um risco menor face ao conhecido), mantendo porém e em qualquer
caso, uma vigilância apertada sobre os eleitos o que só se consegue através da participação
crescente em todos os assuntos públicos, manifestando as suas opiniões e, obviamente,
passando a intervir nas CAUSAS, isto é participando nos partidos, nas
associações, nas assembleias, aproveitando para influenciar as decisões antes
delas se converteram em desastres como aqueles de que fomos vitimas este verão
em Armação.