O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 10 de novembro de 2013

Casino: Perfil de vitima de um neo liberalismo de pacotilha?



Corre por aí, à boca pequena, que uma das iniciativas que o snr. Presidente da Junta de Armação se prepara para desencadear é a revitalização do Casino...

Recorde-se que tal revitalização constituía uma das propostas eleitorais do Paulo Vieira, o qual se propunha devolver ao Casino a sua vocação inicial (turismo e lazer), acrescida de outras valências que espaço permite e a Vila carece.

De algum modo seguindo uma lógica a que hoje se convencionou chamar de espaço multiusos.

Na verdade a Vila cresceu em volume e betão, mas também em população, residente e em resultado dos movimentos pendulares de visitantes, sem contudo apresentar uma oferta proporcional do ponto de vista do lazer, do recreio, do turismo numa palavra, mas também de outras opticas o mesmo sucedeu. Ou melhor nada aconteceu.

O poder central de Silves sempre entendeu e manteve Armação como uma vaca (no sentido do rendimento natural) profana (no sentido do abandono resultante de um enfoque estritamente financeiro sem qualquer preocupação séria por um desenvolvimento harmonioso e proporcionado em beneficio da população, ou sequer em favor da sua economia, assente essencialmente no turismo, que podia ser de outra qualidade e augurar um outro futuro, o que seria a mesma coisa).

Aquela que bem podia ser a vaca sagrada do concelho, não passou de uma vaca profana e como tal tem sido tratada.

Com efeito, foram sempre as receitas da tesouraria da Câmara quem desenhou o desenvolvimento de Armação. O resultado está à vista de todos.


Na proposta do candidato vencido sobre o Casino, reconhecia-se implicitamente que a Vila carece de iniciativas sociais em geral e culturais em particular. Tudo aquilo que os critérios de qualquer tesouraria pública põem “à borda do prato”.

Sem perder de vista os critérios de tesouraria- muito menos hoje em dia – mas tentando colocar o “comboio(do desenvolvimento harmonioso e da sustentabilidade) nos carris” que o poder central do concelho fez de há muito, descarrilar, o Casino pode ser um “instrumento” bissectriz...

Enquanto espaço multiusos pode constituir um instrumento da intervenção social, cultural e recreativa inexistentes a custos relativamente reduzidos porquanto existe, bem localizado e com o essencial das aptidões para tais finalidades.

Bom, este era, tal como a entendemos, a perspectiva do candidato Paulo Vieira. Sublinhe-se candidato vencido, nas ultimas eleições para a Junta de Freguesia.

Será que, apesar da derrota eleitoral do autor desta perspectiva acerca da função do Casino na Vila, estará a ser recuperada pelo candidato vencedor que nunca abordou esta temática na sua campanha?

Se assim for, não seria a primeira vez no mundo que tal sucederia e, tendo acontecido tantas vezes, é até vulgar...

Mas será que aquilo que se diz à boca pequena acerca das intenções do snr. Presidente da Junta, corresponde ao projecto de Paulo Vieira?

Parece-nos, a dar crédito a outras “bocas” que correm, que não!

O entendimento do snr. Presidente é diverso, pragmático, e, uma vez  de realização possível, de uma extraordinária eficácia na concretização: é ceder a exploração a uma VILAVITA qualquer e pronto, está resolvido!

Ora, cá volta a Vilavita à berlinda!

Recordamos que nada nos move contra essa empresa, ou qualquer outra que, em concorrência no mercado, mantenha emprego, pague os seus impostos e se dedique com competência e qualidade ao seu desenvolvimento. Se for poderosa economicamente tanto melhor: pagará melhores salários, mais impostos e mais contribuirá para a dinamização económica da região onde se insere e até do pais.

Não pensamos o mesmo de uma empresa, qualquer que seja a sua dimensão, com poder político, derive este do seu poder económico ou não!

Pensamos que tal circunstância entorpece o mercado, criando a prazo, quando não desde logo, maiores prejuízos que benefícios.

Não nos surpreende, por outro lado, que Ricardo Pinto opte por soluções do tipo “pronto-a-vestir” tão típicas desta geração de políticos de que aqueles que nos governam actualmente serão referencias históricas per omni seculum, seculorum.

Na verdade esta gente entende que tudo o que é público se encontra necessariamente melhor na esfera privada que na esfera pública, ponto!

Qualquer um pode dizer que, na esfera pública, o Casino, esteve ao serviço do nada, durante décadas, em estado de conservação deplorável, prestando à Vila um péssimo serviço atenta a sua evidência de abandono e degradação.

Mas também é verdade que esteve na mão de nadas, de verdadeiras nulidades, os quais, para além de nada fazerem, impediram objectivamente que o seu destino fosse outro que não o decesso. A Fábrica do Inglês está aí para evidência e aferição da dimensão social e cultural das últimas administrações no trono de Silves, para além do estafado resultado desastroso em sede de finanças públicas.

Mas, se pende hoje em dia à sociedade civil bastas vezes a acusação de omissão sistemática e demissão dos poderes de cidadania que permitem a representação miserável por parte da classe política que elege, essa acusação não pode ser imputável à comunidade de Armação de Pêra que tratou de acautelar a vocação do Casino através da sua classificação como imóvel de interesse municipal, devidamente fundamentada nos valores que representa.

À boca pequena também se fala da crescente influência e poder da vilavita na Vila, mais célere neste período deprimido da nossa economia e do poder financeiro do estado, o que é do domínio público. E também da arrogância com que os exercem...

Sabemos que o numero de multimilionários tem tendência a crescer neste estado de coisas, em Portugal ou noutro pais qualquer em idênticas circunstâncias.
Sabemos também que as crises são por natureza ricas em oportunidades. Sobretudo porque o número de pessoas com capacidade para aproveitarem oportunidades é menor.

Mas sabemos também que a Vila deve ser administrada de acordo com princípios e valores, donde se destacam, ao caso concreto, aqueles que fundamentam a classificação do Casino como imóvel de interesse municipal.

Como também sabemos que comunidade não tolerará qualquer disposição do Casino sem uma discussão pública e tempestiva, prévia a qualquer intenção de afectação privada de tal património municipal. 

Convenhamos que este assunto não pode ser resolvido, atenta a dimensão pública daquele património, em capelinhas, rodas de amigos, ou correligionários políticos, não é verdade senhor presidente?




6 comentários:

Anónimo disse...

Depois da derrota estrondosa os moços ainda mexem.
Não entenderam que o pessoal de armação quer crescimento e emprego.
Prá frente Ricardo

Tânia Oliveira disse...

O assunto é sério e de moços que não sabem o significado da palavra crescimento rodeou-se o sr. Ricardo Pinto.

È bom estarmos atentos e preparados para podermos defender o nosso património, já o fizemos e muito bem.

O casino é o único espaço de Armação de Pêra que poderá ser usado em beneficio da população local e de quem nos visita, por isso, este é um assunto muito sério.
Todos sabemos dos métodos destes rapazes de armação...

O pessoal de Armação não se esconde no anonimato e escreve o nome da terra com maiúscula, cambada de deslumbrados ignorantes!

Anónimo disse...

O casino é da CMS e não da junta.
A que propósito escrevem este texto?

Anónimo disse...

O casino vai ser entregue à Vila Vita ou vocês julgam que a câmara tem dinheiro para fazer daquele local outra coisa.
Com a CDU na câmara nem mais um tostão vem para armação.

Barracuda disse...

Não percebo o porquê de tanta tensão! O Casino é da Câmara e não da Junta... a Câmara é que decide o que vai fazer do Casino e não a Junta! O Rogério é que ter o controlo do Casino para lá incubar mosquistos, para os soltar no próximo Verão!

Tânia Oliveira disse...

O casino é de Armação de Pêra, ponto final.

Querem os armacenenses, com minúscula, dizer que quem poderá comandar a situação em relação a uma iniciativa para reactivar o edifício é a câmara?

Pois só pode ser, e serve bem a quem deu origem à situação, "de merda", que ali foi criada, o pepel de "mau da fita" fica para os outros, a junta foi generosa e deixou agora já não pode fazer nada, estão os maus no poder...

Então quem vai ter de pôr na rua os vendedores ambulantes e a brasileira, que ali estão instalados, para poder fazer alguma coisa?

É a câmara ou a junta de freguesia de Armação de Pêra?

Quem deu origem a esta situação absurda?

Quem tem estado a pôr e dispôr do casino de Armação de Pêra e deixou a situação chegar a este ridículo???

Cambada de indecentes, ainda tem coragem de andar a opinar como se soubessem o que andam a fazer.

Tenham vergonha.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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