O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

A Matemática e o Futuro de Portugal: Uma Reflexão Necessária

Os resultados da 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário revelam uma realidade preocupante: enquanto disciplinas como Português e Biologia registaram melhorias significativas nas médias — passando, respetivamente, de 11,1 para 12,6 valores e de 9,9 para 12,4 — a disciplina de Matemática A sofreu uma descida acentuada. A média desceu de 12,1 para 10,5 valores, e 42% dos alunos não conseguiram sequer alcançar a positiva. Este dado não pode ser ignorado, sobretudo num país que ambiciona crescer sustentadamente e afirmar-se num mundo cada vez mais competitivo e tecnológico. A Matemática é muito mais do que uma disciplina escolar: é uma linguagem universal, uma ferramenta de pensamento crítico, de resolução de problemas e de inovação. Está na base de áreas estratégicas como a engenharia, a economia, a medicina, a inteligência artificial, a cibersegurança, entre muitas outras. Um país que negligencia a formação matemática dos seus jovens compromete o seu próprio futuro. Estes resultados devem servir de alerta, não apenas para o sistema educativo, mas para toda a sociedade. Não se trata de culpabilizar os alunos, os professores ou os programas curriculares, mas de refletir profundamente sobre o que está a falhar. Será o ensino demasiado teórico e descontextualizado? Será a pressão dos exames um entrave à aprendizagem significativa? Teremos políticas de apoio eficazes para alunos em dificuldades? Se queremos uma sociedade mais justa, preparada e competitiva, é imperativo valorizar a Matemática desde os primeiros anos de escolaridade, promovendo metodologias ativas, o uso de tecnologias educativas e um ensino que mostre a aplicação prática do conhecimento. Também é fundamental investir na formação contínua de professores e reforçar o apoio aos estudantes que apresentam maiores dificuldades. Portugal precisa de jovens capazes de pensar de forma lógica, crítica e criativa — e a Matemática é uma das chaves para essa capacidade. Melhorar os resultados nesta disciplina não é apenas uma questão académica: é uma questão de desenvolvimento nacional.

Ussumani Djumo volta a brilhar e sagra-se Campeão Nacional nos 110m Barreiras

Ussumani Djumo, natural de Armação de Pêra, voltou a conquistar o lugar mais alto do pódio. Desta vez, a vitória aconteceu no Campeonato Nacional de Atletismo de Clubes da 3.ª Divisão masculina, onde o jovem atleta, em representação do Clube de Atletismo Olímpico Vianense (CAOV), venceu os 110 metros barreiras com um excelente tempo de 14,36 segundos. A competição, que ficou marcada por grandes momentos de emoção, dedicação e espírito de equipa, teve em Ussumani um dos seus maiores destaques. A sua prestação foi decisiva para os 122 pontos alcançados pelo CAOV, contribuindo para o sucesso coletivo da equipa de Viana do Castelo. O desempenho de Ussumani Djumo confirma o seu talento, a sua disciplina e a paixão com que encara cada prova. Com determinação e orgulho, vestiu a camisola do CAOV e demonstrou, mais uma vez, por que é considerado uma promessa do atletismo português. Com esta conquista, o nome de Ussumani Djumo volta a colocar Armação de Pêra e o Algarve em evidência no panorama nacional do desporto. A sua terra natal agradece e não esquece — Ussumani é, sem dúvida, motivo de orgulho para toda a comunidade.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Mais de 40% do IMI arrecadado em Silves vem de Armação de Pêra, mas a vila continua a ser deixada para trás

Armação de Pêra é, sem dúvida, uma das maiores fontes de receita do concelho de Silves. Só em impostos municipais sobre imóveis (IMI), estima-se que a vila contribua com mais de 40% do total arrecadado pelo município. Este número impressiona, sobretudo quando se percebe que os custos de manutenção e exploração de infraestruturas na freguesia são, proporcionalmente, mais baixos do que em outras zonas do concelho. Isto deve-se, em grande parte, à elevada densidade habitacional da vila e ao seu desenvolvimento urbano mais verticalizado. Edifícios multifamiliares concentram um maior número de contribuintes por área, o que gera receitas mais elevadas para a autarquia com menos custos por habitante em termos de infraestruturas (ruas, iluminação, saneamento, entre outros). No entanto, quando se olha para os investimentos realizados pela Câmara Municipal de Silves, o retorno para Armação de Pêra está muito aquém do que seria esperado. Falta de manutenção adequada, poucos equipamentos culturais e desportivos, insuficiente ordenamento urbanístico, ausência de estacionamento estruturado e escassez de espaços verdes são queixas recorrentes dos residentes. A explicação, ainda que não oficial, parece ser política: Armação de Pêra tem menos peso eleitoral. O que conta, na prática, para decisões estratégicas e orçamentais do município é o número de eleitores e não o volume das receitas. Sendo assim, freguesias com mais votantes, mesmo que contribuam menos para os cofres da autarquia, acabam por receber mais atenção e investimento. Este desequilíbrio levanta uma questão fundamental de justiça territorial e de gestão pública eficiente: é aceitável que uma freguesia que tanto contribui para o município seja constantemente relegada nas prioridades políticas? Os moradores e contribuintes de Armação de Pêra têm razões legítimas para exigir mais. Mais transparência na aplicação das verbas, mais equidade na distribuição de investimentos e, acima de tudo, mais respeito pelo papel essencial que a vila desempenha na economia do concelho de Silves. A continuar assim, Armação de Pêra corre o risco de ser vista apenas como uma fonte de receita — e não como uma comunidade que merece qualidade de vida e desenvolvimento à altura daquilo que entrega.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Corrida à Câmara de Silves com novas coligações e rostos conhecidos

A corrida autárquica em Silves ganha forma com a confirmação de novos candidatos e coligações que prometem dinamizar o debate político local. Entre as novidades destaca-se a criação da coligação “Juntos Acreditamos”, que junta o PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal. A aliança é liderada por João Garcia, de 46 anos, engenheiro agrónomo, que assume o desafio de conquistar o município com uma proposta de mudança e gestão reformista. No campo da esquerda, está em articulação a possibilidade de uma coligação inédita entre o Livre, Bloco de Esquerda e PAN, que poderá apresentar uma candidatura conjunta com foco em políticas ambientais, justiça social e participação cidadã. O Partido Socialista aposta em Sofia Belchior, advogada de 50 anos, que pretende dar continuidade a projetos estruturantes e reforçar o investimento social no concelho. Já a CDU será representada por Luísa Conduto, nome histórico do partido na região, mantendo a tradição comunista de presença ativa no município. O Chega apresenta José Paulo Sousa, advogado de 63 anos, como cabeça de lista. A candidatura aposta num discurso de rutura com o sistema político atual, defendendo uma maior segurança e redução da carga fiscal local. Com este leque de candidaturas, Silves prepara-se para um ato eleitoral marcado pela diversidade ideológica e pela entrada de novas forças e alianças no panorama autárquico local. A campanha promete debates intensos sobre o futuro do concelho, especialmente em áreas como habitação, turismo sustentável, agricultura e serviços públicos.

Apagão em Armação de Pêra Deixa Vila às Escuras e Prejudica Economia Local

Falta de energia elétrica durante 3 horas causou caos na restauração, afetou turistas e levanta questões sobre a responsabilidade da E-Redes. Na noite de ontem, Armação de Pêra viveu mais um duro golpe à sua frágil economia local: um apagão elétrico que durou cerca de três horas, entre as 20h e as 23h, deixou a vila literalmente às escuras. O incidente afetou milhares de residentes e turistas, interrompeu o funcionamento de dezenas de restaurantes e cafés, e provocou transtornos de ordem social e segurança. Restauração obrigada a fechar: prejuízos avultados O corte de energia ocorreu num dos horários mais críticos do setor da restauração — a hora do jantar. Muitos estabelecimentos foram obrigados a fechar as portas, devolvendo reservas e recusando clientes, num momento em que a vila recebe milhares de veraneantes. Segundo alguns empresários locais, os prejuízos desta única noite podem atingir centenas ou mesmo milhares de euros por estabelecimento. “Já tínhamos a sala cheia e a cozinha a funcionar quando tudo parou. Ficámos sem luz, sem fogões elétricos, sem caixas registadoras, sem nada. Tivemos de mandar os clientes embora”, lamenta António Caixinha, proprietário de um restaurante no centro da vila. “Depois dizem que o Algarve está cheio, mas com prejuízos destes, não sei como aguentamos.” Impacto social: pessoas presas em elevadores Além dos danos económicos, o apagão teve também consequências sociais significativas. Houve relatos de várias pessoas presas em elevadores de edifícios residenciais e turísticos, incluindo idosos e crianças. A avaria elétrica aconteceu numa hora em que muitos veraneantes ainda regressavam da praia, criando um clima de insegurança e confusão. “Foi um susto tremendo. Estava com as minhas filhas no elevador quando a luz foi abaixo. Ficámos ali às escuras durante 15 minutos até conseguirem abrir a porta manualmente”, contou uma turista do Alentejo, hospedada num apartamento turístico. Uma vila em dificuldades: mais um golpe Armação de Pêra tem enfrentado desafios económicos nos últimos anos, agravados pela sazonalidade e pela concorrência de outras zonas turísticas. Este apagão vem agravar ainda mais uma situação já frágil, onde muitos pequenos negócios dependem do curto verão para equilibrar as contas do ano inteiro. E-Redes: e agora? A empresa responsável pela distribuição de energia elétrica, a E-Redes, ainda não divulgou um comunicado oficial detalhado sobre as causas da avaria. No entanto, a população e os comerciantes locais exigem respostas. É legítimo perguntar se há um plano de contingência eficaz e se a manutenção da rede elétrica na zona tem sido feita com o rigor necessário para evitar incidentes desta magnitude. “O que aconteceu ontem foi grave. Não foi só um incómodo, foi um prejuízo direto e uma falha num serviço essencial. A E-Redes tem de explicar o que correu mal e garantir que não volta a acontecer”, afirma o presidente da associação de comerciantes locais. Conclusão O apagão de ontem em Armação de Pêra foi mais do que um simples contratempo: foi um reflexo de vulnerabilidades técnicas, económicas e sociais que precisam de ser urgentemente discutidas. Com o verão em pleno e os turistas a encherem a vila, é essencial garantir estabilidade e confiança — algo que ontem, infelizmente, falhou. Se quiser, posso adaptar este texto para um tom mais informal, para redes sociais, ou mais técnico, para uma análise crítica mais aprofundada sobre infraestrutura elétrica. Deseja alguma dessas versões também?

domingo, 13 de julho de 2025

Magia, Energia e Espírito de Equipa Marcam a I Gala de Ginástica Acrobática em Armação de Pera

O Pavilhão Desportivo da Escola Básica 2,3 Dr. António da Costa Contreiras, em Armação de Pera, encheu-se de cor, ritmo e talento no passado dia 12 de julho, ao acolher a I Gala de Ginástica Acrobática. O evento, promovido pela Associação de Ginástica de Silves (AGS), contou com o apoio da Junta de Freguesia de Armação de Pera e da Câmara Municipal de Silves, e reuniu dezenas de espetadores numa vibrante celebração do desporto e da arte do movimento. Ao longo da gala, clubes convidados como o Acro Albufeira, o Acro Lagoense e o Acro Ourém encantaram o público com atuações repletas de coordenação, força e expressividade, demonstrando o alto nível da ginástica acrobática nacional. Para Nuno Silva,presidente da AGS, o balanço foi claramente positivo. “Foi muita magia, foi muito bonito. É ter aquele orgulho entre os clubes, entre os miúdos, entre o presidente, é espetacular”, afirmou, manifestando ainda a vontade de repetir a experiência: “Para o ano, se Deus quiser, vamos voltar outra vez.” O responsável destacou ainda a singularidade desta disciplina: “A acrobática tem uma coisa que as outras modalidades não têm: é feita em equipa, um atleta não pode entrar sozinho.” A gala ficou assim marcada não só pela beleza das performances, mas também pelo espírito de união e cooperação que caracteriza a ginástica acrobática. Com a promessa de regressar no próximo ano, a iniciativa deixou no ar a certeza de que este será apenas o primeiro de muitos momentos de celebração da modalidade no concelho de Silves.

Governo recua: Bolas de Berlim mantêm cotação livre nos areais do país

Ministério do Ambiente confirma que, apesar da especulação, a economia das bolas continuará a ser regulada pelo “mercado e pelo calor”. Depois de meses de debate aceso entre consumidores, concessionários e um grupo informal de senhores de chapéu de palha e geleira azul, o Governo decidiu não tabelar o preço das bolas de Berlim vendidas nas praias portuguesas. O Ministério do Ambiente declarou que “a liberdade de preço das bolas é um pilar do nosso modelo costeiro-liberal”. A proposta, que chegou a ser discutida em círculos internos como "PLBB" (Plano de Limitação da Bolacha com Berlim), foi abandonada após um estudo indicar que tabelar bolas de Berlim podia provocar “instabilidade térmica e açucarada” nos areais. “Se o calor está nos 35ºC e a bola vem com creme fresco, isso é um luxo — e o luxo paga-se”, afirmou um vendedor de bolas com 20 anos de experiência e uma tendinite crónica no ombro. “Além disso, é o único produto que resiste ao sol sem derreter a dignidade.” Medidas corretivas: sim, mas com moderação O Governo confirmou, no entanto, que irá avançar com medidas corretivas para garantir que as praias cumprem requisitos básicos: segurança balnear, casas de banho funcionais, limpeza do areal, e a mítica presença de um gabinete de primeiros socorros onde ninguém nunca foi visto, mas cuja existência é reconfortante. No meio destas exigências, há quem questione: e as bolas de Berlim? Estão incluídas na categoria de “bens essenciais”? Para já, o Ministério é cauteloso. “Estamos a analisar o papel da bola de Berlim na dieta estival do cidadão médio. Não descartamos integrá-la no cabaz de calorias públicas”, declarou fonte oficial. A reação da oposição A oposição acusou o Governo de “inércia açucarada” e exige uma “estratégia nacional para a bolaria balnear”. “Não podemos continuar a viver num país onde uma bola custa 1,50€ em Espinho e 3,20€ em Carcavelos”, disse um deputado entre duas lambidelas num gelado de morango. Mercado livre, cintura apertada Enquanto isso, os banhistas continuam a ser surpreendidos pela economia de mercado comestível. “Aceito pagar o que for pela bola — mas exijo que venha com a areia incluída”, diz uma veraneante resignada, já habituada ao crocante extra entre os dentes.

sábado, 12 de julho de 2025

Tudo se Pode em Armação de Pêra?

Armação de Pera, terra mágica onde tudo é possível. Hoje, sábado, assistimos a mais um episódio da série “Faz o que te der na real gana”, com o fecho da Avenida Beira-Mar por obra e graça de um empreiteiro iluminado. Sim, leu bem: uma das principais vias da vila foi fechada sem polícia, sem sinalização, sem vergonha na cara — apenas porque, aparentemente, era mais cómodo para quem lá anda a martelar paredes. Agora, sejamos justos: quem somos nós, meros cidadãos, para exigir respeito por regras básicas? Afinal, para que servem as autorizações da Câmara de Silves, a presença da GNR ou aquela coisa aborrecida chamada “licença de ruído”? Burocracias, claro. Impedimentos inúteis para os verdadeiros donos da vila. E a fiscalização? Provavelmente a descansar depois de uma semana exaustiva a não fiscalizar coisa nenhuma. Porque em Armação de Pera é assim: se tiveres uma obra, tens passe livre. Fecha ruas, incomoda os moradores, barulha o sábado inteiro — ninguém te chateia. É um privilégio viver num local onde o espaço público pode ser transformado em estaleiro privado com um simples gesto de arrogância. Onde o interesse individual atropela o coletivo com a naturalidade de quem sabe que não vai acontecer… nada. Parabéns à Câmara de Silves pelo novo modelo de gestão urbana: “cada um faz como quiser”. Funciona lindamente — para uns poucos. Os outros que desviem caminho e aprendam a conviver com o ruído e o desrespeito. Afinal, é verão. Está sol. E tudo se pode em Armação de Pera.

Ritmos Contagiam Armação de Pêra em Festival de Percussão


Desfile vibrante pela Avenida Beira Mar reúne quatro grupos de excelência Armação de Pêra foi ontem palco de uma explosão de ritmo e energia com a realização de um animado festival de percussão, que trouxe à Avenida Beira Mar quatro dos mais entusiasmantes grupos do panorama nacional. O desfile, que decorreu à noite, atraiu milhares de curiosos e amantes da música de percussão, que se deixaram contagiar pelo pulsar dos tambores e pela vibração envolvente das batidas. Participaram no evento: Clube da Batucada de Messines – conhecidos pela sua energia contagiante e ritmos afro-brasileiros, deram início ao desfile com grande entusiasmo; Bombos do Paço de Canas de Senhorim – representantes da tradição popular portuguesa, marcaram presença com o seu inconfundível som poderoso e marcial; Porbatuka de Almada – trouxeram uma fusão moderna de estilos e uma coreografia envolvente, demonstrando grande dinamismo; Percutunes de Tunes, os anfitriões da noite – encerraram o desfile com um espetáculo vibrante, demonstrando a força da percussão local e a hospitalidade da freguesia. O evento, foi um verdadeiro sucesso, promovendo não só a cultura musical como o convívio entre grupos de diferentes regiões. "É muito bom ver a rua cheia, a população envolvida, e os grupos a darem o seu melhor", disse um dos organizadores. Muitos presentes expressaram o desejo de que o festival se torne uma tradição anual. Com o som dos tambores ainda a ecoar nas ruas, Armação de Pêra despede-se de mais uma noite inesquecível, celebrando a união, a arte e o poder da percussão.

Armação de Pêra: Ficou de Fora Outra Vez?

Então o Presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco, veio ao Algarve. Grande iniciativa — chama-se “Parlamento Próximo”. A ideia é aproximar os políticos das pessoas. (Sim, também me ri um bocadinho quando li isso.) No meio do passeio, esteve na Praia Grande, Lagoa dos Salgados, e falou-se muito de ambiente, biodiversidade e natureza. Tudo temas importantes, claro. Mas e Armação de Pêra? Ah, pois é… parece que esteve incluída na visita. Mas só no papel. Porque na prática, ficou mais uma vez ali no cantinho, tipo primo que ninguém convida para a ceia de Natal. Agora a pergunta: onde estavam os nossos representantes locais? O presidente da junta? O tal tesoureiro que quer ser candidato nas próximas autárquicas? Foram apanhados pelo GPS avariado? Estavam a fazer contagem de gaivotas? Ou simplesmente acharam que não valia a pena aparecer? Porque os armacenenses cá andam — e não são invisíveis (apesar do lixo nas ruas parecer estar a tentar engolir-nos). A verdade é que perdemos uma bela oportunidade. Tínhamos políticos de topo a passear cá, a ver coisas e a fazer aquela pose de “estamos muito atentos”. Era o momento perfeito para dizer: “Olá, bom dia, bem-vindos à realidade!” Mostrar o lixo nas ruas, os contentores a rebentar pelas costuras, os passeios que são mais trampolins do que passeio. Mas não. Ficámos caladinhos. Discretos. Quase zen. Ou ausentes, vá. Se o objetivo era parecer que está tudo bem em Armação de Pêra... parabéns, missão cumprida. Mas para quem cá vive, está longe de estar tudo bem. E o pior é que não foi por falta de oportunidade. Foi por falta de comparência. E não me venham com desculpas, que o trânsito estava normal. Enquanto se fala de recifes e peixinhos felizes no fundo do mar (e ainda bem que se fala!), por cá tentamos não tropeçar nos sacos de lixo enquanto vamos comprar o pão. A biodiversidade de Armação de Pêra neste momento resume-se a ratos, gaivotas e turistas perdidos a tentar perceber se isto é mesmo um destino de férias ou um episódio do “Lixo Total”. Por isso, da próxima vez que vierem cá falar de ambiente, tragam também quem nos representa de verdade. E tragam vassouras. Muitas.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Por uma Armação de Pêra mais Sustentável: Um Apelo à Participação no Programa Eco-Freguesias XXI

Caro Presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Enquanto cidadã e residente atenta à realidade da nossa freguesia, venho por este meio expressar a minha preocupação com o estado atual de vários aspetos que impactam diretamente a qualidade de vida da nossa comunidade: a manutenção dos espaços verdes, a conservação das calçadas, a limpeza urbana e a gestão de resíduos. São áreas essenciais que, infelizmente, carecem de maior atenção, planeamento e eficácia na sua gestão. Nesse sentido, gostaria de sugerir à Junta de Freguesia a inscrição no Programa Eco-Freguesias XXI, uma iniciativa promovida pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) que visa reconhecer as freguesias que trabalham ativamente para se tornarem mais sustentáveis, quer do ponto de vista ambiental, quer social e económico. A participação neste programa não só permitiria à Junta diagnosticar áreas críticas e definir um plano de ação concreto, como também abriria portas à mobilização da população em torno de um objetivo comum: tornar Armação de Pêra uma Eco-Freguesia. O processo de candidatura é exigente mas enriquecedor, baseado em 10 indicadores que abrangem temas como: Cuidado e valorização dos espaços verdes; Qualidade da gestão de resíduos e limpeza urbana; Envolvimento da comunidade e transparência; Promoção da cidadania ativa e educação ambiental. Esta poderia ser uma excelente oportunidade para inverter a perceção negativa que muitos fregueses têm da atual gestão do espaço público, mostrando um compromisso sério com a melhoria contínua, a responsabilidade ambiental e a participação dos cidadãos. Enquanto freguesa preocupada e interessada em contribuir, coloco-me à disposição para colaborar, voluntariar-me em ações, ou integrar grupos de trabalho que possam vir a ser criados no âmbito desta iniciativa. Armação de Pêra tem potencial para mais. Com vontade política, envolvimento comunitário e um plano claro, podemos dar passos firmes em direção a uma freguesia mais limpa, verde e cuidada. Apelo, assim, à Junta de Freguesia que abrace este desafio.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Enquanto uns agem, outros calam-se: Armação de Pêra esquecida no combate à insegurança

Enquanto o Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Luís Encarnação, se desloca a Lisboa para reivindicar mais segurança e policiamento para a Praia do Carvoeiro, em Armação de Pêra — uma das zonas balneares mais frequentadas do concelho de Silves — reina o silêncio das autoridades locais. A iniciativa do autarca de Lagoa, que fez questão de reunir pessoalmente com o Comandante Operacional da GNR, Tenente-General Borlido da Rocha, demonstra uma postura ativa, responsável e preocupada com o bem-estar dos residentes e turistas. A reunião visou dar resposta à crescente sensação de insegurança, impunidade e revolta que se vive entre os moradores e empresários locais da vila de Carvoeiro. Enquanto isso, em Armação de Pêra, os relatos de comportamentos ilícitos, desacatos, estacionamento abusivo e a ausência visível de patrulhamento policial continuam a ser ignorados. Nem a Câmara Municipal de Silves, nem a Junta de Freguesia de Armação de Pêra demonstram qualquer tipo de reação ou esforço para reverter este cenário preocupante. Num verão em que o Algarve volta a encher-se de turistas, é inaceitável que localidades com alta densidade populacional sazonal não tenham um plano de reforço de segurança eficaz. Armação de Pêra é, todos os anos, um dos destinos mais procurados por famílias, jovens e visitantes estrangeiros — mas a perceção de segurança tem vindo a degradar-se. Enquanto em Lagoa já se discute policiamento a cavalo, reforço de investigação criminal e patrulhas de apoio ao turista, em Armação de Pêra, a população vê-se sozinha e desprotegida. A passividade dos responsáveis políticos locais, face à evidente degradação do sentimento de segurança, é preocupante e exige uma resposta imediata. A segurança pública não pode ser uma questão secundária nem sazonal, e muito menos um tema ignorado por quem tem o dever de representar e proteger a comunidade. Armação de Pêra não pode continuar esquecida.

Ritmos que Ecoam: RUFALGARVE 2025 Traz a Magia da Percussão a Armação de Pêra

Nos dias 11 e 12 de julho, o Algarve volta a vibrar ao som da percussão com mais uma edição do RUFALGARVE – Festival de Percussão, que este ano promete encher de ritmo as localidades de Armação de Pêra e Tunes. O Festival arranca na noite de 11 de julho (sexta-feira), em Armação de Pêra, com um animado Desfile de Percussão pela Avenida do Mar, marcado para as 21h30. Logo depois, às 23h, a festa continua com uma Atuação no espaço do Mini-Golfe, onde o público poderá desfrutar da energia contagiante dos grupos participantes. Este ano, o RUFALGARVE orgulha-se de contar com a participação do grupo anfitrião, os PercuTunes, representando com entusiasmo a prata da casa. A eles juntam-se três grupos convidados, que trarão diferentes estilos e tradições da percussão, prometendo um espetáculo diversificado, enérgico e envolvente. Além de celebrar a música e a cultura popular, o RUFALGARVE tem vindo a afirmar-se como um ponto de encontro entre músicos, público e comunidades locais, criando um ambiente de festa e partilha intergeracional. Fique atento à programação completa e venha sentir o pulsar do verão algarvio ao som da percussão! RUFALGARVE 2025 – Sinta o Ritmo. Viva a Festa.

Armação de Pêra: Onde a Cultura é Espontânea (porque pagar por ela é que era um exagero!)

Junta e Câmara assistem de camarote (gratuito, claro) ao espetáculo gratuito proporcionado por quem realmente faz alguma coisa. Ah, o verão em Armação de Pêra! O cheiro a sardinha na brasa, o barulho ritmado das havaianas a bater no passeio e… a cultura! Ou melhor, aquela cultura que acontece apesar de todas as entidades oficiais. Sim, é verdade: a animação de rua da nossa vila não está nos cartazes, nem nas brochuras da Câmara, muito menos nos orçamentos. É uma manifestação pura de vontade própria — da parte dos artistas, claro, não das autoridades, que já gastaram toda a sua energia a decidir onde plantar palmeiras artificiais. Enquanto a Junta de Freguesia pondera se “evento cultural” rima com “dor de cabeça logística”, os nossos artistas de rua enchem a avenida Beira Mar de música, cor, talento e suor — tudo isso sem receber um cêntimo, porque, convenhamos, quem é que precisa de pagamento quando se tem exposição? (Aquela velha moeda mágica que não paga renda, mas alegra o ego.) Temos estátuas humanas que se mantêm mais imóveis que a agenda cultural da Câmara. Malabaristas que arriscam a vida entre carrinhos de bebé e velhotas decididas. E músicos que tocam com a mesma alma com que o executivo camarário aprova a pintura de mais um muro com cores “alegres”. E se não fossem eles, o que restava? A já tradicional procissão dos passantes, de um lado para o outro na avenida, num ritual hipnotizante que só é interrompido por paragens estratégicas para tirar selfies ou ver se o restaurante da esquina já tem mesa. Aliás, o verdadeiro espetáculo é ver como a Junta e a Câmara conseguem manter-se completamente imóveis e silenciosas perante esta movida cultural. É um talento, diga-se. Se houvesse medalhas para “Observação Passiva de Arte Pública”, já tínhamos atletas olímpicos locais. Portanto, aqui fica o nosso sincero agradecimento — com uma pitada de ironia e uma gargalhada cúmplice — a esses heróis da animação de rua. Obrigado por fazerem aquilo que ninguém vos pediu, ninguém vos paga, mas todos adoram fingir que apoiam. Se precisarem de algo, falem com a Junta. Eles não vão fazer nada, mas pelo menos fingem que tomam nota.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

"O Sonho Verde da Presidente de Silves"


 

Era uma vez uma presidente do município de Silves que, numa noite particularmente inspirada — talvez depois de um chá de lúcia-lima ou de um pastel de nata mais fermentado do que devia — teve um sonho. Sonhou que Armação de Pêra não era apenas um postal de betão racha-ossos, de estradas com mais buracos que queijo suíço e calçadas tão lisas e inúteis que até um caracol escorregava. Sonhou, imagine-se!, que o dinheiro ali arrecadado era... aplicado ali mesmo! Um conceito radical, quase perigoso. Uma utopia fiscal com cheiro a realidade. Eis que, nesse devaneio encantado, surge o lendário Coelhinho Relvinhas — mascote da boa gestão e das zonas verdes, outrora exilado algures entre uma rotunda mal ajardinada e uma promessa eleitoral esquecida. Mão dada com a senhora presidente, lá foram os dois, de saltinho leve e sorriso maroto, passear pelo tão desejado Parque Verde de Armação de Pêra. Um paraíso de árvores felizes, flores sem secura e bancos que não se desmanchavam ao sentar. Riam-se, dançavam, talvez até ensaiassem o hino do concelho, reinventado à base de ukulele e indignação suave. Pela primeira vez, os armacenses no sonho respiravam... oxigénio! E não o fétido perfume dos contentores a abarrotar em pleno verão. Mas, como todos os sonhos bons em terra de má gestão, a presidente acordou. E puff! — o parque sumiu. O coelhinho desapareceu. O cheiro aos contentores voltou mais intenso, talvez ofendido por ter sido ignorado. E os armacenses, como sempre, lá foram passear... aos parques dos concelhos vizinhos, onde a relva não só existe, como é cortada. Fica, pois, a lição: sonhar não paga imposto. Mas a gestão, essa sim, devia pagar multa quando é má. E talvez, só talvez, um dia o Coelhinho Relvinhas troque os sonhos pelas obras. Até lá... força no incenso e no ambientador.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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