O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

In or OUT?


O António,depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt, começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã. Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss).Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas.Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro Saab (Made in Sweden)e continuou à procura de emprego. Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o António decidiu relaxar por uns instantes.Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em PORTUGAL...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Se um carro novo pode destruir um antigo o que pode acontecer se colidir com um peão



Para comemorar o seu 50 º aniversário, the Insurance Institute for Highway Safety promoveu um teste utilizando um Chevrolet Bel Air de1959 contra o seu homólogo contemporâneo, um Malibu 2009, num crash test a 65 km/h. Como se vê no vídeo, o Malibu destrói o seu antecessor.

Os resultados foram destinados a demonstrar que os carros de hoje são mais seguros do que aqueles que foram fabricados há seis décadas atrás. Mas se um veículo que circula a 65 km/h consegue destruir o seu antecessor da mesma marca,o que acontecerá se colidir com um peão?

Embora tenham existido grandes avanços na construção de viaturas, de modo a melhorar a segurança de motoristas e passageiros, a indústria automobilística tem-se esquecido dos peões.

Mas não fomos só esquecidos pela indústria automóvel a Câmara de Silves também se esqueceu de tomar as medidas necessárias para garantir a segurança dos peões que atravessam diariamente a Via Dorsal.

Nesta Via como todos sabemos já ocorreram vários atropelamentos com consequências muito graves.

A velocidade das viaturas que circulam na Via Dorsal é muito elevada e os estudos mostram que uma viatura que circule a 65 km/h e colida com um peão, a probabilidade de o matar é de 85%, se circular a 50 km/h a probabilidade de um acidente mortal é de 45 % e a 30 km/ é de 5%.

É altura dos responsáveis camarários olharem para este problema para que as viaturas circulem a velocidades mais baixas de forma a garantir a segurança de todos nós.

Cenário Negro até 2012 divulgado em Paris


Um relatório do analista de estratégia francês Daniel Fermon sobre a hipótese de um cenário negro de colapso económico global nos próximos anos, em virtude do disparo da dívida pública dos Estados desenvolvidos para um patamar, em média, superior a 100% do PIB, agitou os meios financeiros. É a dívida (pública), estúpido!, pode ser o resumo do relatório de choque.

sábado, 14 de novembro de 2009

O IMI para os Confetti e Serpentinas?

Os políticos do “regime” e os “opositores” na Câmara Municipal de Silves, permanecendo a olhar para a árvore sem ver a floresta, continuam a fazer política à moda antiga, aquela que, exactamente, nos conduziu onde estamos… Senão vejamos:

A redução objectiva do IMI, imposta pelo Governo

(que reviu recentemente em baixa os coeficientes de localização do imposto municipal sobre imóveis (IMI), a ex-contribuição autárquica, o que deverá levar a uma descida do imposto a pagar em 2010)(A redução do coeficiente, um dos seis "ingredientes" da fórmula para calcular o valor patrimonial dos andares, lojas, prédios urbanos e rústicos - sobre o qual recai a taxa de IMI, entre os 0,2% e os 0,7%, em vigor em cada concelho - poderá beneficiar as novas aquisições de imóveis e os contribuintes que requeiram às Finanças nova avaliação do valor patrimonial dos prédios)(Em 2008, o Governo baixou a taxa de IMI em 0,1 pontos percentuais)(Na tentativa de combater uma população envelhecida e inverter a tendência da desertificação no interior, governo e municípios aliciam jovens com benefícios a nível da compra da primeira casa. São 174 as câmaras municipais abrangidas pela lei que prevê a possibilidade de isenção de IMT a jovens dos 18 aos 35 anos. As casas são construídas e compradas com o apoio do estado, obedecendo assim a limites de área bruta e preço, por exemplo. (Para saber informações mais detalhadas deverá contactar a câmara da área do imóvel)

não só constituiu um meio daquele reconhecer o excesso da carga fiscal para as famílias que tal imposto tem determinado –o que é patente à exaustão – como serviu
para fazer justiça, em muitos casos, embora não em todos porquanto para isso só uma revisão profunda, no que a alguns pressupostos da lei diz respeito.

Por cá, pelo concelho de Silves serviu para reconfirmar do entendimento do PSD de Silves que continuou a propor a aplicação das taxas máximas do IMI, isto é 0,7% (o tecto é 0,7%)para os prédios não avaliados nos termos do Código do IMI, e 0,38% (o tecto é 0,40%) para os prédios avaliados nos termos do Código do IMI), fazendo vista grossa àquelas dificuldades das famílias do concelho.

O PS do concelho, “entre dois amores”, por um lado o Governo que apesar de consciente das dificuldades económicas das famílias e do desajustamento dos valores de avaliação, o que o levou a redução da carga fiscal com o IMI, por outro reconhece precisar o concelho e o pais de receita como de “pão para a boca”, “entroncamento” este que conduziu a nem sequer ter preparado qualquer proposta para a reunião de Câmara, usando lá os votos de que dispõe na edilidade para beneficiar (?)timidamente os contribuintes, fazendo um arranjo de ultima hora com a CDU, atingindo-se assim os 0,65% para os prédios urbanos não avaliados de acordo com o CIMI e 0,35% para os prédios avaliados recentemente, isto é, já de acordo com os pressupostos estabelecidos no CIMI, estabelecendo-se ainda uma majoração de 30% para os prédios degradados e uma minoração de 30% para os prédios da Freguesia de S. Marcos da Serra por razões da sua profunda interioridade (sic).

Não sabemos se o tecto de 0,7% será respeitado no caso dos imóveis degradados e muito menos qual o critério que virá a ser estabelecido para definir o estado de degradação, mas, em qualquer dos casos 0,65 + 30% = (0,65% + 0,20%)= 0,85%, ultrapassa aquele tecto, o que vai além dos objectivos, aparentemente justos, que o Governo pretende alcançar, sem embargo de por aqui, ficar àquem do necessário!

Sabemos é que, salvo melhor opinião, a situação proposta pela CDU para votar com o PS os 0,65%/0,35%, isto é as majoração e minoração referidas, vai permitir que o proprietário de um prédio degradado em S. Marcos da Serra beneficie da anulação da majoração face à minoração e, nesse sentidos terá um tratamento que resultará numa situação de iniquidade.

E também sabemos que o espírito persecutório e inquisitorial continuam a ter um peso enorme entre nós e a definição de imóvel degradado deverá ser objectiva e adequada, não ficando sujeita a decisões subjectivas e devendo a aplicação da majoração ser precedida de uma análise casuistica, com o respectivo proprietário, tendendo tal procedimento ao melhoramento do parque habitacional e não ao incremento da receita.

Em qualquer caso só deveria ser posta em prática depois de se encontrar em vigor um sistema de incentivo à reabilitação dos imóveis, do tipo RECRIA.

Doutro modo, teremos os nossos representantes a caírem na mesma “doença profissional” dos agentes do fisco, os quais partem sempre, por simpatia, do pressuposto que o contribuinte tem sempre e em qualquer circunstância um baú de notas que, querendo, tudo podem pagar ao erário público, a bem da manutenção de um orçamento geral do Estado que padece dos mesmos pesos excessivos que o orçamento do Município de Silves.

Certamente que o cenário calamitoso em que se encontram as contas de Silves, terá contribuído para este entendimento: “Vamos pelo máximo, o mexilhão que se lixe!!!” terão pensado os políticos de pacotilha que em público parecem uma espécie de Rei Midas, distribuindo confettis e serpentinas e em privado sobrecarregam o contribuinte que os paga sem saber e sem apelo nem agravo.

Mas, aprofundando um pouco, sabemos que a focagem para o problema continua a estar na despesa, melhor dito: no excesso de despesa (para o qual contribuem uma enormidade de dispêndios aberrantes, muitos deles denunciados recentemente no Blog do Vereador Fernando Serpa, os quais, já que não são contingentados pelo bom senso, responsabilidade ou competência, que o fossem, pelo menos, pela grave crise que vive o mundo e Portugal, por maioria de razão) !

Neste contexto, e como fica bem demonstrado no caso da decisão sobre o IMI, assistimos a uma total ausência de ideias, criatividade, senso politico, e responsabilidade prospectiva e para a história.

É por outro lado também evidência, conjugado com a omissão de medidas sérias e profundas de reestruturação dos serviços e das práticas, da total desorientação da principal responsável do Concelho e seus acólitos!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

IMAGENS DA ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL NO SEC. XVIII EM PORTUGAL


“ A procissão do Corpo de Deus era a mais brilhante. Precedida por uma fanfarra de metais em que assopravam negros de tricórnio e hábito vermelho agaloado a ouro, ía a veneranda imagem de S. Jorge, armado dos pés à cabeça e coberto com os diamantes do Duque de Cadaval, colocado sobre um cavalo branco, no meio de cavaleiros vestidos de seda, montando esplêndidos animais ricamente ajaezados. Atrás destes seguiam os irmãos das diversas confrarias, vestidos das mais diversas cores; depois o desfile dos frades, de branco, preto ou castanho “ graves como perus a caminho do mercado “ diz Beckford. Tudo isto no clamor dos hinos e do tinir das alabardas.
Depois vinha o clero num longo rio vermelho e dourado, desde as mitras dos bispos aos sapatos dos monsenhores do Patriarcado; o Santo Sacramento num relicário de prata dourada, sob o palio que príncipes de sangue disputavam a honra de levar; as ordens militares com as grandes capas bordadas com a cruz de Cristo ou a espada se S. Tiago. Depois o rei, desta feita a pé e vestido com a capa da confraria de S. Jorge, rodeado de duques e marqueses, igualmente humildes e de chapéu na mão, seguidos pelos seus homens dispostos segundo a sua categoria até à baixa criadagem ou aos negros da estrebaria, até aos bobos. Finalmente os mendigos, os doentes de bócio, os estropiados, os anões, os coxeias, os parvinhos, seguidos de cães vadios que latiam “

Fonte : “A vida quotidiana em Portugal no tempo do terramoto” ; Suzanne Chantal, Livros do Brasil, 2005.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

UM VEREADOR DO POVO? PARECE QUE SIM!


Recebemos, no passado dia 7 do corrente, do Senhor Vereador da Câmara Municipal de Silves, pelo P.S., Dr. Fernando Serpa, um apelo no sentido de visitarmos o seu Blog e também de o divulgarmos.

Certamente por virtude da ocupação que o seu cargo implica e do empenhamento que parece colocar na mesma, bem patente no seu Blog, não terá reparado que, neste nosso sítio, naquela data, já tínhamos postado uma hiperligação para o seu (in:http://www.serpa-vereador.blogspot.com/).

É certo porém que ainda não nos tínhamos pronunciado sobre a utilíssima iniciativa do Vereador do PS, não por a mesma não ser merecedora do maior respeito e muito menos por a mesma não nos regozijar, tanto pela forma quanto pelo seu conteúdo, com os quais e seus aparentes propósitos, o nosso projecto editorial se identifica expressamente.

De facto, a iniciativa de um mandatário politico dos cidadãos, tendente a partilhar informação de interesse geral e público com os seus concidadãos-eleitores, contribuindo para uma administração aberta, como aliás é seu dever constitucionalmente estabelecido, o qual cumpre por esta via, na medida das suas possibilidades e com a acutilância já evidenciada é, obviamente, pela sua raridade e exemplaridade, digno de louvor.

Aqui deixamos, por isso, a nossa manifestação expressa de boas vindas e a expectativa de que, através do seu Blog, mas não só, continue a dar informação relevante, de forma comprometida com a verdade e acção empenhada, pautadas pelos elevados princípios que devem integrar o exercício diligente e responsável de um mandato politico legitimo, eficiente, interactivo e em lealdade com os seus mandantes!

Este concelho bem precisa e os seus cidadãos igualmente!

Bem haja portanto, snr. Vereador, se forem estes os seus propósitos!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Alguns comentários à: Notícia do Jornal Avante online

ou ainda o branqueamento da STASIlândia


Alemães de Leste preferem socialismo
20 anos de retrocesso

As ditas «comemorações» do 20.º aniversário da queda do muro de Berlim são pretexto para mais uma campanha anticomunista, na qual se procura criminalizar os ideais do socialismo e os que lutam pela superação do capitalismo.

É um verdadeiro “study case” a defesa insistente que o PCP, agora no seu órgão oficial, continua a fazer do regime comunista, como ele foi implementado nos antigamente designados países da “Cortina de Ferro”, expressão esta da autoria de um democrata convicto, Winston Churchill.

No sábado, 31, três antigos chefes de Estado, considerados como os «obreiros» da destruição do muro (e não só), reuniram-se em Berlim. Helmut Kohl, ex-presidente da Alemanha, George Bush (pai), ex-presidente do EUA, e o inefável Mikhail Gorbachov voltaram a sentar-se à mesa para se congratularem com o seu «feito». Gorbatchov aproveitou as luzes da ribalta, que já só raramente incidem sobre a sua pessoa, para se desdobrar em entrevistas, onde se gaba e reconhece que «perdi, mas a perestróika ganhou» (letemps.ch, 02.11).

Para estes nostálicos, o rótulo de “traidor” acompanhará eternamente o Gorbatchov!

Toda a imprensa ocidental dominante faz coro em qualificar a queda do muro, e portanto a derrota do socialismo, como a «libertação» do povo da RDA e sinónimo de avanço civilizacional.
Porém, a realidade das últimas duas décadas, não só na Alemanha de Leste, mas também na generalidade dos antigos países socialista do Centro e Leste Europeu, já para não falar da URSS, não testemunha qualquer progresso, por mínimo que seja, para o povo, mas antes um tremendo retrocesso económico e social que reduziu à miséria amplas camadas da população, condenou a juventude ao desemprego, privando a grande maioria de uma perspectiva optimista de futuro.

De facto o desemprego não existia na então Alemanha de Leste uma vez que ninguém ousava referir-se ao assunto já que corria o risco sério de ser acusado de traição à pátria. O regime de Honecker não o fazia por menos!

Não é por acaso que todos os anos o governo federal alemão promove um sondagem entre a população de Leste sobre as actuais condições de vida em comparação com a experiência da RDA socialista.
Apesar campanhas massivas de obscurecimento e criminalização do socialismo, os resultados de tais inquéritos têm sido invariavelmente decepcionantes para os seus promotores. A maioria dos alemães de Leste continua a preferir o socialismo e mostra-se desiludida com o capitalismo.
A última sondagem data de 26 de Junho. Os seus resultados, publicados no jornal Berliner Zeitung, são inequívocos: «a maioria dos inquiridos considera que a antiga República Democrática Alemã (RDA) tinha “mais aspectos positivos que negativos”.» «Passados 20 anos de anexação, 57 por cento da população da ex-RDA continua a defender o socialismo.» (Avante! n.º 1857).

O valor do socialismo

Já em 1992, no vergonhoso julgamento a que foi submetido pelas autoridades alemãs ocidentais, Erich Honecker, antigo chefe de Estado da RDA, declarou perante o tribunal de Berlim: «O único objectivo desde processo (...) [é] desacreditar totalmente a RDA e o socialismo na Alemanha».

De facto talvez tenha sido “vergonhoso” fazer passar o snr. Honecker por um julgamento público, com todas as condições de uma defesa legal e devidamente salvaguardada a sua integridade física e de saúde. Mas se o foi, foi para aqueles que como ele mantiveram e aperfeiçoaram o sistema dos horrores. Para esses talvez tivesse sido preferível fazê-lo comer do pão que ajudou a amassar: fazendo-o passar, tal como o sistema - que ele defendeu e sustentou - fazia, pelo destino a que se encontravam votados os opositores (ativos, passivos ou neutros) ao seu regime isto é por uma estadia/detenção na “Casa dos Mil Olhos” (a António Maria Cardoso lá do sítio) em cujas masmorras eram “suicidados”, na versão oficial do seu desaparecimento!

Mas, sublinhou, «cada vez mais alemães de Leste constatarão que tinham as condições de vida menos deformadas na RDA do que os alemães ocidentais com a economia “social” de mercado;

Condições de vida essa que eram devidamente asseguradas por 97 mil empregados da famigerada STASI (a PIDE lá do sítio) e 173 mil bufos avençados (informadores), para além dos muitos outros em part-time, todos na percentagem, calculada por alguns especialistas, de um bufo por cada seis cidadãos. Recorde-se que a RDA teria cerca de sete milhões de habitantes.
Enfim, na versão Honecker, como naquela dos seus saudosistas, a RDA, terá sido um verdadeiro paraíso, no nosso entender: orwelliano... das escutas e da violação dos direitos humanos. Um primor... de desconfiança e suspeição generalizadas e sistemáticas: o verdadeiro horror!

que as crianças da RDA, nas creches, jardins-de-infância e escolas cresciam mais felizes, menos preocupadas, mais bem formadas e mais livres que as crianças da RFA (...). Os doentes constatarão que, apesar dos seus atrasos técnicos, o sistema de saúde da RDA os considerava como pacientes e não como objectos comerciais (...) Os artistas compreenderão que a censura da RDA, real ou imaginada, não era tão hostil aos artistas como a censura do mercado (...) Reconhecerão que na vida quotidiana, em particular no local de trabalho, tinham na RDA uma liberdade inigualável.»


***

O que é facto é que o sistema de desenvolvimento sustentado pelos comunistas não conseguiu constituir-se como um sistema verdadeiramente alternativo ao capitalismo, embora tenha, quanto a nós, contribuido decisivamente enquanto acelerador da sua humanização!.
Na verdade, o sistema de desenvolvimento capitalista aperfeiçoou-se na medida das reivindicações do proletariado, organizado pelo movimento comunista internacional e a existência dos estados comunistas desencadeou a humanização do capitalismo nos estados organizados em liberdade e sujeitos à economia de mercado.
O Estado Social de Direito e o Wellfare State responderam aos dogmas da sociedade comunista perfeita, com vantagens evidentes para o conforto dos povos ocidentais.
Com a queda do muro de Berlim, caiu também o contraponto do sistema capitalista, em função do qual as sociedades capitalista melhoravam competitiva e socialmente e o neo-liberalismo encontrou então um terreno propicio ao desenvolvimento das teses sobre a redução do estado à sua expressão mínima e sobre o poder mágico do mercado para prover a todos os males!

A propaganda branqueadora que caracterizou os regimes dos países da Cortina de Ferro, que os definia como verdadeiros paraísos na terra, ocultava o insucesso da alternativa que pretendiam constituir.

Para tanto, tais sistemas jogaram a mão a toda a sorte de horrores, aos quais as sociedades e os cidadãos estiveram sujeitos para que nada transpirasse para o ocidente que descredibilizasse a ideia de paraíso e a manutenção da fé dos crentes, cujos efeitos ainda hoje são visíveis à vista desarmada, como neste texto do Avante.
Os cidadãos dos países democráticos, no entanto, beneficiaram em muito da fé dos seus crentes porquanto terá sido a fé na sociedade perfeita que fez o sistema capitalista se ir humanizando.
O preço disso é que foi incalculável para os cidadãos dos países do sistema do horror permanente!


Por tudo isso, sabendo,como sabemos, o que todos sabem, defender o snr.Honecker e o sistema que o levou e manteve à frente de um sistema de horror para os seus concidadãos, é posicionar-se num campo adverso ao direito, à vida, à liberdade, à democracia.

Naturalmente que não devemos nem podemos estar nesse campo, nem sequer acreditamos que, hoje em dia, o partido que edita o Avante, esteja realmente por lá!

As consequências do pós-Berlim: há muito muros ainda por cair

Jean-Pierre Lehmann



A queda do Muro de Berlim e a revolução do mercado global que se seguiu emanciparam centenas de milhões de pessoas. Apesar de a censura e várias formas de controlo estatal persistirem em diferentes regiões do mundo actualmente, nunca como agora tantas pessoas neste planeta puderam penetrar nos muros da informação para...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Muro de Berlim

Uma música que transmite sentimentos e nos recorda o que era a cortina de ferro

Há 20 anos caía o regime das trevas

Faz hoje 20 anos que a população de Berlim Leste, sedenta de Liberdade, derrubou o muro da vergonha.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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Património Natural

Algarve