O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 26 de outubro de 2008

16 PROVAS DE PARANÓIA CONSUMISTA

Temos para nós e temos feito disso suficiente alarde neste sitio, que o sistema de desenvolvimento em que vivemos se encontra esgotado, quais calças do aniki bóbó que não aguentam mais remendos, por muito sofisticados que sejam os nomes que lhes dão.

Mais referimos a presente crise financeira e a económica, que esperamos não se avizinhe, são apenas manifestações de um sistema de desenvolvimento que – a ter sentido, que não tem – tende para o absurdo, por pretender atingir uma realidade contra natura!

Um bom exemplo do ridículo a que algumas condutas, que tendem a generalizar-se, atingem, é bem patente na utilização desenfreada que os Portugueses – realidade que naturalmente conhecemos melhor – fazem do telemóvel.

É certo que as operadoras promovem investimento, dão emprego (muitas vezes em condições deploráveis, como é o caso dos call centers respectivos), pagam impostos, dinamizam o mercado da publicidade e do marketing.
É claro que as tarifas que utilizam em Portugal foram apenas acauteladas pelo deus Mercado, o qual, sendo imperfeito em qualquer parte do mundo – como está demonstrado – em Portugal não passa mesmo uma entidade virtual, até há bem pouco tempo, quando o Secretário de Estado responsável pelos direitos dos consumidores decidiu intervir, colocando as operadoras tendencialmente no seu lugar, a bem da racionalidade dos preços ao consumidor.
É certo também que aquelas tem lucros avultados, uns mais socialmente úteis por que ficarão por cá (TMN ou Optimus), outros menos (Vodafone) por que são exportados para os países de origem do investimento, para mal da nossa balança comercial.

Igualmente certo é que, noutros países bem mais desenvolvidos e ricos, a utilização deste extraordinário meio de comunicação por parte dos consumidores é bem mais parcimoniosa e racional.

Deixamos um texto que um visitante do blog “apanhou” na internet, o qual é bem ilustrativo da paranóia em que andamos por cá, no que respeita aos telemóveis e outros que tais:



TU SABES QUE ESTÁS A FICAR LOUCO, EM PLENO SÉCULO XXI, QUANDO:


1. Envias um e-mail ou usas o GTalk para conversar com a pessoa que trabalha na mesa ao teu lado;

2. Usas o telemóvel na garagem de casa para pedir a alguém que te ajude a levar as compras;

3. Esquecendo o telemóvel em casa (coisa que não tinhas há 10 anos atrás), ficas apavorado e voltas para buscá-lo;

4. Levantas-te pela manhã e quase que ligas o computador antes de tomar o café;

5. Conheces o significado de tb, qd, cmg, mm, dps, k, ...;

6. Não sabes o preço de um envelope comum;

7. A maioria das piadas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda por cima ris sozinho...);

8. Dizes o nome da tua empresa quando atendes ao telefone em tua própria casa (ou até mesmo o telemóvel!!);

9. Digitas o '0' para telefonar desde tua casa;

10. Vai para o trabalho quando está a amanhecer, voltas para casa quando anoitece de novo;

11. Quando o teu computador pára de funcionar, parece que foi o teu coração que parou;

11. Estás a ler esta lista e a concordar com a cabeça e sorrir;

12. Estás a concordar tão interessado na leitura que nem reparaste que a lista não tem o número 9;

13. Retornaste à lista para verificar se era verdade que faltava o número 9 e nem viste que há dois números 11;

14. E AGORA ESTÁS A RIR DE TI MESMO!!!

15. Já estás a pensar para quem vais enviar esta mensagem;

16. Provavelmente agora vais clicar no botão 'Reencaminhar'... é a vida!...que mais poderias fazer?... foi o que eu fiz também!...


Feliz modernidade :-)

sábado, 18 de outubro de 2008

Saída para a Crise: A Fé no Sistema Financeiro!

Íamos nós começar por dizer que não tínhamos com este texto qualquer pretensão a sermos tidos como qualificados em matéria económica, quando demos conta de que aqueles que são tidos como tal pela generalidade dos ignorantes na matéria, não só estão na base do estado das coisas financeiras, como, como se isso não chegasse, do alto das suas cátedras, apresentam-se muito pouco capazes de serem categóricos relativamente a qualquer terapia para a grave crise financeira que atravessamos.

Afinal ou somos TODOS relativamente ignorantes ou relativamente competentes para falar de economia.

Do alto das suas cátedras referem a natureza de filigrana do sistema financeiro mundial, da sua extrema fragilidade e de, carecer, para funcionar perfeitamente da harmonia de um relógio suíço!

O sistema financeiro a Confiança, a Fé, o Jogo e o Vício


António Borges, um professor e economista de renome, explicava-nos no Expresso que o sistema financeiro internacional conjuga duas características, qual delas a mais explosiva, por um lado, é de uma fragilidade de cristal e por outro de uma complexidade de filigrana. Enfim uma filigrana de cristal!
Por outro lado falou em inovação e da forma como a inovação em produtos financeiros é fundamental ao desenvolvimento e, numa palavra: à “ampliação” da riqueza, nesta economia do Sec. XXI.
Quanto a nós ao desenvolvimento de uma riqueza virtual, sem correspondência na economia real. Dai o verdadeiro problema.
Que grau de confiança conseguiu atingir esta Banca no mercado? Afinal, pugnando pela absoluta necessidade de confiança no sistema financeiro que vai nu, elevada a N, uma vez que a sua natureza, hoje em dia, é a de uma filigrana de cristal, não constitui um verdadeiro reconhecimento de que devemos ou temos de ter confiança mesmo sem o sistema financeiro ser digno de confiança?
Em boa verdade está aquele ilustre Professor e tantos outros que afinam pelo mesmo diapasão, mais a falar de FÉ do que de confiança!
Curiosamente, a sofisticação do sistema financeiro atribuída à modernidade que o Sec. XXI exige, pelo que ficou demonstrado, mais não passa de que uma via muito antiga de obter (?) rendimento: O JOGO! E dai que lhe chamem justamente de Capitalismo de Casino!

A sucessiva intermediação financeira, qualquer tenha sido o crédito concedido prime ou sub prime, existiu e a Banca que o concedeu ganhou com isso. E para continuar a ganhar com isso arriscou o que podia e o que não podia até ficar exaurida de fundos e crédito em verdadeiro estado de insolvência!
É como se a banca (do casino) tivesse perdido a cabeça e entrado no próprio jogo como um vulgar viciado!

Conclusões elementares mas cristalinas

Com competência em matéria económica ou com falta dela, atenta a relatividade da mesma face ao resultado que se encontra à vista, tornam-se imperativas algumas conclusões de uma pureza cristalina:

1.- Se um sujeito ou um grupo de sujeitos engendrassem um esquema semelhante em pequena escala para obterem proveito ilegitimo, seriam muito naturalmente acusados e condenados por burla e associação criminosa o que não vai suceder porque a associação é de um sem numero de sujeitos e instituições que se torna, na prática, impossível condenar esta larga quantidade de gente.

2.- Mais curioso ainda é o facto de, entre outras razões, não vir a acontecer por constituir uma ameaça à saúde e estabilidade do próprio sistema financeiro, que ameaçaram letalmente.

3.- A fragilidade do sistema financeiro é enorme e excede largamente o grau elementar de segurança que as instituições financeiras deveriam estar obrigadas para poderem operar livremente e acima de qualquer suspeita com o dinheiro dos outros.

4.- Os economistas são, comprovadamente, perigosos e devem ser tidos como tal!

5.- As instituições financeiras não são, por principio, pessoas de bem nem se deve subentender que, no âmbito da sua actividade, usam dos critérios de gestão e prudência de bons pais de família, pelo que não devem gozar generalizadamente desse estatuto/conceito, como aconteceu até há bem pouco tempo.

6.- Enquanto não se puser, decididamente, este sistema de desenvolvimento em causa, o sistema financeiro e a sua regulação, têm de ser sujeitos a UMA TERAPIA DE CHOQUE que os reveja profundamente e adapte à necessária estabilidade e segurança das poupanças dos depositantes, designadamente mediante avaliação prévia aos produtos financeiros comercializados, como se de MEDICAMENTOS se tratassem!

Correndo atrás do prejuízo

Os contribuintes, entretanto, vêem-se na conformidade de ter de socorrer o seu agressor (o sistema financeiro), sob pena de se verem confrontados com a economia real e a simplicidade da sua elementaridade, para a qual não se encontram preparados, destinatários privilegiados que têm sido de algumas das virtualidades da economia virtual.
Sucede é que os contribuintes, que sustentam o Estado Social, dificilmente podem, em simultâneo, ocuparem-se da doença e da cura.

O Estado providência, suado de estopinhas, com esta crise (que é só mais uma das suas doenças), corre o risco sério de colapsar, e resista ou não às maleitas de que padece, agora acrescidas, é um modelo – à falta de outro melhor - que não podemos perder de vista, o qual deve constituir o Norte no emaranhado deste atoleiro.
Quer subsista como mera referencia de um paradigma ensaiado mas perdido, quer se mantenha adaptado ao possível com amputações mais ou menos profundas no essencial da sua bondade, vai ter que se repensar profundamente, sobretudo na vertente das excrescências que gerou ao ponto de o intoxicarem até ao estado de
moribundo.

A presente crise constitui por conseguinte e antes de outras consequências com que esperamos não ter de lidar, uma ameaça ao Estado Providência, mas também uma oportunidade para repensar o sistema de desenvolvimento em que, mais ou menos activamente, nos encontramos todos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um Filme de Terror pela via do Humor Britânico

A origem da crise financeira mundial gerada pelo crédito hipotecário conhecido pelo sub prime, encontra-se descrita de forma nua e crua nesta entrevista, a qual constituiria uma verdadeira obra-prima do humor britânico, não fosse tratar-se de um verdadeiro filme de terror!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

TEMPOS DE MUDANÇA!

No contexto da presente situação financeira internacional o nosso Ministro da Economia anunciou recentemente qualquer coisa como o fim da era da prosperidade.

Por um lado, no desconhecimento sobre a sua real competência e condições para levar por diante as suas atribuições e por outro no conhecimento da complexidade da economia nos dias que correm, não podemos deixar de ter de agradecer a crueza dos seus vários, embora sibilinos, avisos à navegação.

Este ultimo a que nos referimos – o fim da era da prosperidade – porém, não pode deixar de merecer outros comentários.

Na verdade, em nosso entender estamos e há muito, a presenciar, não ao fim de uma era, mas ao fim de um episódio, requentado, de um sistema de desenvolvimento caduco, esgotado, mas reinventado permanentemente na mira de uma sobrevivência, nos mesmos moldes, de impossível realização, apesar dos esforços de branqueamento dos imaginosos maquilhadores militantes.

Diríamos que as calças do Aniki Bóbó já não suportam mais remendos! Estão de tal sorte puídas que a sua estrutura original não aguenta mais, as soluções antigas.

E foi realmente uma solução nova aquela que representou a intervenção do Estado Americano na sua economia, injectando-lhe 700 mil milhões de dólares, em socorro das grandes instituições financeiras privadas, contra toda a sua doutrina liberal e práticas ancestrais coerentes com a mesma.

A este facto absolutamente inédito, alguns imputaram a responsabilidade de ter posto fim ao capitalismo, pelo menos na pureza do entendimento que os americanos perfilhavam.

O que conduziu a este atoleiro será certamente de complexidade bastante para nos deixar a todos de boca aberta.
Mas, certamente, mais a uns que a outros!
Uns dos boquiabertos foram os que acreditaram que as entidades reguladoras estavam lá para isso mesmo, para zelar pelo cumprimento das regras, pela materialidade dos produtos e das operações, pelo interesse público em suma.
Outros, menos boquiabertos, foram aqueles que estando no poder ou nas suas imediações, quer do Estado quer das próprias instituições, financeiras ou reguladoras, de há muito desenvolvendo uma actividade cúmplice com a natureza virtual desta economia e com os ganhos absurdos, desadequados e tantas vezes criminosos conheciam a inconsistência gelatinosa deste verdadeiro jogo do empurra.

A tudo isto foi assistindo uma classe politica estereotipada que se habituou a administrar a coisa publica com a irresponsabilidade de quem gere levianamente bens alheios e a autoridade e prepotência de quem é proprietário, em propriedade vertical.
Mal vão portanto quer o sistema de desenvolvimento a que aportámos, quer aqueles que escolhemos para o vigiar!
Sendo que estes são necessariamente os responsáveis por aquele!

A crise é, assim, antes de mais, politica!

Se a questão financeira internacional não é de somenos, atentas as suas reais e sobretudo as potenciais consequências, a focalização dos cidadãos deve, quanto antes, centrar-se – se pretendermos alterar alguma coisa de essencial – quer na busca de um outro sistema de desenvolvimento, quer, sobretudo, na eleição de uma classe politica que leal, democrática e determinadamente se empenhe nessa busca.

Ainda no caso americano, o slogan CHANGE (mudança) adoptado por Barack Obama, pareceu-nos interessante e provavelmente será eficaz, do ponto de vista do marketing politico, mas, honestamente, cremos que, quando foi criado, não comportava muito mais que isso. Tivemos mesmo total dificuldade em descortinar uma ideia que fosse, nas poucas vezes que o ouvimos... mas, como conhecemos todos bem, o seu oposto, a ideia de mudança vingou aparentemente não pelos novos caminhos que exibia, mas sobretudo pelos caminhos que, implicitamente, prometia abandonar.

Hoje, porém, aquele conceito, é capaz de ter ganho alguma consistência, face à crise financeira e às associadas crises do sistema e de valores e a mudança que se exigirá a Barack Obama uma vez eleito, ultrapassará em muito o mais que ele terá alguma vez imaginado.
Será pouco para quem espera muito e muito para quem espera pouco!

Rodando o periscópio a 180º graus, no caso da nossa micro realidade concelhia, a mudança impõe-se, curiosamente, com, relativamente idêntica, premência.

Por um lado, por todas as razões decorrentes do facto de não nos poder ser indiferente o rumo da economia global, face à dependência que temos da mesma em geral e muito particularmente no Algarve que tem no turismo a sua actividade económica principal.
Quer, sobretudo, por outro lado, por termos no poder politico uma representante daquela classe politica estereotipada, na versão autárquica, absolutamente incapaz de um qualquer rasgo ou visão alternativa ao ramerrame da pequena politica politiqueira que conduza ao poder, o qual constitui, nesta perspectiva, um fim em si mesmo e não um meio para implementar politicas.

Da sua prestação resulta essencialmente a pouca competência para atribuições de gestão e administração elementares, mesmo no quadro deste modelo de desenvolvimento.
Estão ai os casos de incapacidade absoluta para a gestão do lixo, do território, como no caso de Vale Fuzeiros, dos recursos europeus, pelo não aproveitamento ou mau aproveitamento dos fundos, do orçamento municipal, pela desastrosa situação financeira que motivou, do urbanismo, de que é paradigmático o caso de Armação de Pêra e da sua própria credibilidade enquanto cidadã-eleita, como constituem exemplos os verdadeiros escândalos em que se deixou enredar.

Não há duvida portanto que a mudança se impõe em Silves, e, com slogan eficaz ou não, quem se candidatou a protagonizá-la foi o cidadão Carneiro Jacinto!

Dele ainda não conhecemos tantas ideias quanto gostaríamos e urge que as dê a conhecer aos cidadãos-eleitores do concelho. Conhecemos bem porém, o verdadeiro deserto que temos e a sua total impreparação para lidar com as responsabilidades do poder, tal como hoje em dia devem ser entendidas.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

OBRAS ESTRUTURAIS EM ARMAÇÃO: MIRAGEM OU REALIDADE? (I)

Prometida com veemência desde há muitos anos e por diversas ocasiões, sobretudo em períodos pré eleitorais ou eleitorais, a requalificação da Frente de Mar de Armação de Pêra tem sido uma obra aguardada, em vão, por todos nós Armacenenses.

Esta perspectiva de obra tem servido, por conseguinte, de “pau para toda a obra” em sede de demagogia eleitoral, ou melhor de verdadeira trapaça eleitoralista de baixo coturno.

Hoje, parece que, finalmente, a miragem e a realidade se aproximam e talvez se encontrem.
Mas, será mesmo assim?

Como é do conhecimento geral foram lançados dois concursos públicos: um que contemplou a requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Poente, ao qual concorreram cinco empresas, tendo ficado em primeiro lugar, se atendermos ao preço apresentado, o consórcio constituído por Visabeira SA/Mota-Engil, SA com um valor de 2 274 682,86 euros e um outro concurso, referente à requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Nascente, ao qual concorreram seis empresas, tendo ficado em primeiro lugar, se atendermos ao preço apresentado, o consórcio constituído por Visabeira, SA/Mota-Engil, SA, com um valor de 2 493 595,52 euros.

A imprensa regional, mais concretamente o Jornal Barlavento, publicou uma notícia com o titulo “O pequeno Polis de Armação de Pêra”, no âmbito da qual, ouvida a Presidente da Câmara Isabel Soares, esta informava que o projecto viu aprovada a sua candidatura ao Programa Operacional Algarve 21 sendo o montante de investimento elegível na candidatura ao PO Algarve 21 cerca 1,4 milhões de euros, dos quais 841 mil virão do FEDER.

O candidato assumido à Câmara Municipal de Silves, Carneiro Jacinto, por seu lado, no blog http://servirsilves.blogspot.com/, publicou recentemente um post sobre este mesmo assunto, informando-nos da adjudicação. No entanto, em face dos valores por ele referidos, quanto a nós a adjudicação só corresponderá a metade da área a requalificar!

O que, objectivamente, não seria de estranhar porquanto os apoios referidos pela Presidente somam 1,4 milhões e em cada um dos concursos foram orçadas obras de, grosso modo, 2,4 milhões, sobretudo sendo certo e sabido que a Câmara não tem meios para “mandar cantar um cego”!

Será que a adjudicação da requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Nascente não será efectuada nesta “lingada” e requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Poente, avançará, mesmo sem meios, para se ir pagando?

Mas, ainda que a requalificação urbana da Frente de Mar de Armação de Pêra Nascente avance nestas condições (o que atenta a especialização da C.M. de Silves na dilação de longos anos para o pagamento das suas obrigações, não será de estranhar completamente) não podemos deixar de evidenciar a nossa grande apreensão.

De facto, se assim for, o objectivo, sem prejuízo do beneficio que Armação mesmo assim colherá, será só “embelezar”, “para inglês ver”, quedando-se a integralidade das obras para as calendas, pois sempre poderão render para as eleições seguintes.

Mesmo que assim seja, já deveríamos ficar contentes, diria a fundamentalista soarista Adelina Capelo...

Pois, se assim for, não ficaremos nada contentes Dra Isabel Soares. Disso não tenha qualquer dúvida!

Os múltiplos anúncios, que pela sua própria boca, fez acerca da realização destas obras – tantas vezes frustradas quantas as anunciadas - de importância estrutural impar para a Vila, obrigam-na a, hoje, depois dos concursos públicos, a realizá-las integralmente, sob pena de verdadeira burla pré eleitoral!

A ver vamos, como diria o cego? Esperemos que não!

Sucede que, a politica de maquilhagem tão típica da Dra Isabel Soares, em campanha permanente, a qual ficou patente na intervenção já referida: o investimento deve servir para dar uma «visão mais limpa» da orla costeira aos residentes e visitantes, apressou-se a clarificar a Sr.ª Presidente, naquela notícia ao Barlavento, deixam-nos sempre “a pulga atrás da orelha”.


A expressão utilizada ainda constitui um verdadeiro “tiro no pé”, pois a visão limpa que aparentemente a preocupa, já teria sido alcançada se tivesse mérito suficiente para impor uma gestão eficiente da recolha do lixo, e se realmente se tivesse proposto a tanto, a qual, apesar de ter revelado nos últimos tempos, algumas melhoras, permanece ABSOLUTAMENTE TERCEIROMUNDISTA, quando, sabemos bem, a receita que arrecada da Vila é ABSOLUTAMENTE DESPROPORCIONADA PARA A QUALIDADE DOS SERVIÇOS QUE (NÃO) PRESTA!

Por estas e por outras, não temos razão para ter qualquer admiração pela obra politica da Dra Isabel Soares, mas mesmo que o quiséssemos, ela encarrega-se sempre de nos desmotivar pelo teor de cada intervenção pública que tem a oportunidade de arranjar.
Isso sim, é obra!
(Continua)

sábado, 27 de setembro de 2008

SLOW versus FAST

Um conflito de sempre entre o SER e o TER!
A Internet é um veiculo onde viaja a qualidade bem como o lixo, o
interessante como o vulgar.
Chegou-nos um texto cujo conteúdo é manifestamente interessante e decidimos
partilhá-lo convosco no Blog. Poderá aproveitar a alguém.

Valerá mesmo a pena viver em correria? Pense bem...












Trabalho, há quase 18 anos, na Volvo, uma empresa de origem sueca.

Trabalhar com eles determina uma convivência, no mínimo, interessante.
Qualquer projecto, ali, demora dois anos para se concretizar, mesmo que a ideia seja brilhante e simples.

É regra, e ponto final!

Envolvidos em processos globais (de nível internacional) causam-nos (latinos, americanos, australianos, asiáticos), em coerência com o nosso conceito de urgência, uma febre por resultados imediatos uma ansiedade generalizada.

Pois garanto-vos que, de acordo com a minha experiência, que já é longa, tais febres, ansiedade e o próprio conceito de urgência, não surtem qualquer efeito nos prazos definidos pelos Suecos.

Os Suecos discutem, discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações... E trabalham num esquema bem do tipo "slow down."
O mais interessante é constatar que, no final das contas, acaba sempre por dar certo, no seu tempo, com a maturidade da tecnologia e da necessidade: muito pouco por ali se perde...

Vejamos alguns dados:

1. A Suécia é do tamanho do Estado de São Paulo;
2. O país tem 2 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, com 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare, etc...

Querem mais?
Aqui vai:
a Volvo é responsável pela fabricação dos motores propulsores dos foguetes da NASA.
Na primeira vez que fui à Suécia em trabalho, nos anos 90, todas as manhãs, um dos colegas fazia o favor de passar pelo hotel para me dar boleia.
Estávamos em Setembro, com frio leve e neve.
Chegávamos cedo à empresa e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2000 funcionários com carro). No primeiro dia eu não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa certa manhã perguntei-lhe: "Estacionas sempre aqui. Vocês tem lugar marcado? Notei que chegamos cedo, o estacionamento está sempre vazio e tu deixas o carro sempre lá no final..." Ele respondeu-me, com a maior das naturalidades: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor será que fique mais perto da porta, não achas?"
Bem, poderão imaginar minha cara perante tal resposta!...
Mas foi muito útil para que eu começasse, naquele mesmo momento, a rever alguns dos meus conceitos.

Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália (o site é muito interessante).

O que o movimento Slow Food defende é que as pessoas devem comer e beber devagar, saboreando os alimentos, "curtindo" a sua preparação, no convívio da família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A ideia é claramente contrariar a natureza intrínseca da Fast Food e o que ela representa como estilo de vida. A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está a servir de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como, entre outras, salientou a revista Business Week numa relativamente recente edição europeia.

A base de tudo está em colocar em questão a "pressa" e a "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".
Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas, (35 horas/semana) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses. E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram a sua produtividade crescer nada menos que 20%.

Essa chamada "slow attitude" está claramente a chamar à atenção até dos americanos, apologistas e criadores do "Fast” e do "Do it Now".
















Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".

Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer e das pequenas comunidades.
Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do quotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Significa um ambiente de trabalho menos coercivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais eficiente e produtivo, onde seres humanos felizes fazem, com prazer, o que sabem fazer de melhor.
Algumas pessoas vivem sistematicamente a correr atrás do tempo, mas parece que só o alcançam quando “enfartam”, ou algo parecido.
Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e esquecem-se de viver o presente, que é o único tempo que existe.
Tempo toda a gente tem por igual. Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia.
A diferença está no que cada um faz do seu tempo.
Precisamos de saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon... "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro".
Pense e reflicta: qual é o valor real de curtir a sua família, de ficar com a pessoa amada, de ir pescar no fim de semana? Pense..»

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A Despedida de Gabriel Garcia Marquez

Gabriel Garcia Marquez retirou-se da vida pública por fortes razões de saúde: é vitima de um Cancro linfático. Agora, parece que é cada vez mais grave. Enviou uma carta de despedida aos seus amigos que, graças à Internet, está a ser difundida. A sua leitura é recomendada porque é verdadeiramente comovedor este texto escrito por um dos Latino-americanos mais brilhantes dos últimos tempos.

'Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate! Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma. Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas... Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.

Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar! A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha. Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer...'

GABRIEL GARCIA MARQUEZ

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

domingo, 7 de setembro de 2008

Do Legado Cultural Árabe para a Civilização

Há mais de mil anos atrás, um senhor –ao que consta, marroquino- cujo nome, lamentavelmente desconhecemos, concebeu um conjunto de figuras gráficas pretendendo traduzir por essa via uma expressão diferente que representasse e simplificasse as contagens e o seu registo.
O critério utilizado consistiu em criar figuras que contivessem tantos ângulos quantas as unidades que deveriam representar. Assim, a figura que representaria a unidade deveria conter um só ângulo; aquela que representaria duas unidades comportaria dois ângulos e assim sucessivamente. O zero, significando nada, não teria ângulo algum.
E desta ideia simples mas genial, nasceu a numeração árabe tal como hoje a conhecemos!

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

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Património Natural

Algarve