O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 27 de setembro de 2008

SLOW versus FAST

Um conflito de sempre entre o SER e o TER!
A Internet é um veiculo onde viaja a qualidade bem como o lixo, o
interessante como o vulgar.
Chegou-nos um texto cujo conteúdo é manifestamente interessante e decidimos
partilhá-lo convosco no Blog. Poderá aproveitar a alguém.

Valerá mesmo a pena viver em correria? Pense bem...












Trabalho, há quase 18 anos, na Volvo, uma empresa de origem sueca.

Trabalhar com eles determina uma convivência, no mínimo, interessante.
Qualquer projecto, ali, demora dois anos para se concretizar, mesmo que a ideia seja brilhante e simples.

É regra, e ponto final!

Envolvidos em processos globais (de nível internacional) causam-nos (latinos, americanos, australianos, asiáticos), em coerência com o nosso conceito de urgência, uma febre por resultados imediatos uma ansiedade generalizada.

Pois garanto-vos que, de acordo com a minha experiência, que já é longa, tais febres, ansiedade e o próprio conceito de urgência, não surtem qualquer efeito nos prazos definidos pelos Suecos.

Os Suecos discutem, discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações... E trabalham num esquema bem do tipo "slow down."
O mais interessante é constatar que, no final das contas, acaba sempre por dar certo, no seu tempo, com a maturidade da tecnologia e da necessidade: muito pouco por ali se perde...

Vejamos alguns dados:

1. A Suécia é do tamanho do Estado de São Paulo;
2. O país tem 2 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, com 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare, etc...

Querem mais?
Aqui vai:
a Volvo é responsável pela fabricação dos motores propulsores dos foguetes da NASA.
Na primeira vez que fui à Suécia em trabalho, nos anos 90, todas as manhãs, um dos colegas fazia o favor de passar pelo hotel para me dar boleia.
Estávamos em Setembro, com frio leve e neve.
Chegávamos cedo à empresa e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2000 funcionários com carro). No primeiro dia eu não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa certa manhã perguntei-lhe: "Estacionas sempre aqui. Vocês tem lugar marcado? Notei que chegamos cedo, o estacionamento está sempre vazio e tu deixas o carro sempre lá no final..." Ele respondeu-me, com a maior das naturalidades: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor será que fique mais perto da porta, não achas?"
Bem, poderão imaginar minha cara perante tal resposta!...
Mas foi muito útil para que eu começasse, naquele mesmo momento, a rever alguns dos meus conceitos.

Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália (o site é muito interessante).

O que o movimento Slow Food defende é que as pessoas devem comer e beber devagar, saboreando os alimentos, "curtindo" a sua preparação, no convívio da família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A ideia é claramente contrariar a natureza intrínseca da Fast Food e o que ela representa como estilo de vida. A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está a servir de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como, entre outras, salientou a revista Business Week numa relativamente recente edição europeia.

A base de tudo está em colocar em questão a "pressa" e a "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".
Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas, (35 horas/semana) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses. E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram a sua produtividade crescer nada menos que 20%.

Essa chamada "slow attitude" está claramente a chamar à atenção até dos americanos, apologistas e criadores do "Fast” e do "Do it Now".
















Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".

Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer e das pequenas comunidades.
Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do quotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Significa um ambiente de trabalho menos coercivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais eficiente e produtivo, onde seres humanos felizes fazem, com prazer, o que sabem fazer de melhor.
Algumas pessoas vivem sistematicamente a correr atrás do tempo, mas parece que só o alcançam quando “enfartam”, ou algo parecido.
Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e esquecem-se de viver o presente, que é o único tempo que existe.
Tempo toda a gente tem por igual. Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia.
A diferença está no que cada um faz do seu tempo.
Precisamos de saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon... "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro".
Pense e reflicta: qual é o valor real de curtir a sua família, de ficar com a pessoa amada, de ir pescar no fim de semana? Pense..»

3 comentários:

Anónimo disse...

ONDE ANDA A GNR?

Vandalismo agita Armação
Um restaurante e uma pastelaria situados na zona pedonal de Armação de Pêra foram vandalizados na madrugada de ontem. Um grupo de jovens é suspeito de ter partido as montras de ambos os estabelecimentos.




"Quando cheguei, vi que me tinham partido quatro vidros, onde até deixaram sangue, mas não foi para roubar, foi só para destruir", referiu ao CM Antonino Lopes, proprietário do restaurante Casa d’Avó, na rua Dr. Manuel de Arriaga. "O prejuízo é de várias centenas de euros", continuou, adiantando ser esta "a décima vez" que o restaurante é vandalizado, "desde o início do ano". Antes disso, contudo, sofreu "vários assaltos", disse.

O empresário, que afirma sentir-se "impotente" face à situação, sublinhou a "crescente insegurança" na zona comercial da vila, "sobretudo desde que o Posto da GNRsaiu da Fortaleza", explicou. "Antes, os militares estavam perto e acorriam logo, agora há menos patrulhamento nocturno e quem faz estas coisas pensa que sai impune", concluiu Antonino Lopes.

Alguns metros mais acima, a pastelaria Mafalda ficou também com um vidro partido. Além disso, as cadeiras da esplanada foram espalhadas pela rua e um equipamento de diversão infantil foi deitado abaixo .

Os proprietários, Paulo Lourenço e Raquel Granadeiro, referiram que os actos de vandalismo ocorreram pelas 06h45, altura em que o alarme disparou e algumas testemunhas viram um grupo de jovens no local. "Um deles terá sido quem partiu o nosso vidro ao murro e à cotovelada", adiantaram os proprietários, inconformados com o prejuízo que sofreram.

Ambas as situações foram comunicadas à GNR, que está a investigar o sucedido, tendo ontem procedido à recolha de indícios nos locais. Há suspeitas de que se trate de alguns indivíduos já referenciados pelas autoridades.


Ana Palma

Anónimo disse...

Vocês deste blog não podiam vir mais a propósito com este post. É de slow que as obras da pedonalização virão para armação. Diz o Carneiro Jacinto que a Isabel Soares vai começar a obra em Outubro. Podemos esperar sentados, pois ninguém diz de que ano.

Anónimo disse...

Muitas horas no trabalho causam fadiga psicologica,e deixam qualquer um farto.
Acredito plenamente que o descanço tràs qualidade.
Eu por exemplo trabalho 35 horas por semana,e nunca me pdirm nem exigiram quetrabalhasse mais,apenas pedem resultados e que o sistema funcione todos os mses da mesma forma.
A pequena empresa para a qual trabalho,tem 5 empregados,todos a 35 horas,cada um a cumprir a simples função de não deixar atrasar o processo de trabalho,e apresentar resultados,o que não é dificil qudo nos pagam õ que merecemos e apenas exigem o que o contracto obriga,esta pequena empresa de comercio tem um movimento anual de 13 milhões de euros brutos,fàcil não é?...quando o patrão respeita os empregados,dà gosto fazer render o seu negòcio.
Em Portugal hà muitos egoistas e exploradores de mão de obra barata que sò pensm ganhar mais que o vizinho,e a preocupação é tanta que às vezes nem têm tempo para gastar o dinheiro que desumanamente retiram aos seus empregados...claro que estou no estrangeiro!!!

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