O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Contra os abusos bancários marchar, marchar... Adere à petição da DECO


Conseguir que os legisladores proíbam a “cobrança abusiva” de comissões bancárias de manutenção de contas à ordem é o objetivo de uma petição promovida pela DECO. Com base num estudo que deixou à vista um aumento daqueles encargos em mais de 40 por cento nos últimos seis anos, além da penalização de “quem tem rendimentos inferiores”, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor quer forçar o debate na Assembleia da República.
Porque os bancos, denuncia a estrutura, estão a “cobrar duas vezes pelo mesmo serviço”.
Desde 2007, concluiu a DECO, houve um acréscimo de 41 por cento, “em média”, nas despesas de manutenção que os bancos a operar em Portugal impõem aos titulares de contas à ordem.

Em causa está uma situação de “cobrança abusiva”, na perspetiva da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

“Não é possível ter um crédito sem ter uma conta à ordem, não é possível ter um cartão sem ter uma conta à ordem, não é possível fazer transferências, etc., etc. Hoje em dia, até para pagar impostos é necessário ter uma conta à ordem”, assinalou o jurista da DECO Joaquim Rodrigues da Silva, em declarações recolhidas pelo jornalista da Antena 1, João Vasco.

Sublinhando que “as contas à ordem são imprescindíveis à gestão básica da vida financeira de qualquer cidadão”, a Associação avança agora para uma “campanha de recolha de assinaturas pelo fim das comissões de manutenção”. Para ser discutida no Parlamento, a petição da DECO terá de juntar pelo menos quatro mil nomes.

Não tem grande nexo para nós que se esteja a cobrar pelo suporte essencial daquilo que são, de facto, outros serviços que os bancos prestam aos clientes, até porque aí o que acabamos muitas vezes por constatar é que existiriam duplas cobranças pelo mesmo serviço”, sustentou Joaquim Rodrigues da Silva, que é também diretor da revista da DECO Dinheiro & Direitos.

Uma distorção clara

Outra das constatações da DECO prende-se com a desigualdade de tratamento para clientes com baixos rendimentos e titulares de património mais expressivo. Os primeiros pagam “até cinco vezes mais”. A Associação frisa, neste plano, que os custos de manutenção de contas à ordem visam, por definição, remunerar o trabalho das entidades bancárias com a gestão patrimonial.

“Segundo o estudo que nós realizámos, apurámos que quem tem rendimentos inferiores, na ordem dos 500 euros ou menos, paga até cinco vezes mais do que aqueles que têm rendimentos mais altos”, assinalou à rádio pública Joaquim Rodrigues da Silva.

“Portanto, há aqui uma distorção clara daquilo que seria normal, digamos, numa cobrança do que quer que fosse, admitindo que estas comissões fossem legítimas”, concluiu.

A DECO salienta ainda que, com o advento do denominado homebanking, os consumidores passaram a realizar operações outrora a cargo dos bancários, nomeadamente transferências, pagamentos ou consultas de movimentos e saldos. O que reforça, no entender da estrutura, a necessidade de pôr termo às comissões de manutenção.


Sem comentários:

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

Visite as Grutas
Património Natural

Algarve