O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Terá o concelho de Silves capacidade para sobreviver ao ajustamento estrutural?


O crescimento económico mais recente, a abertura económica e cultural à Europa e ao mundo após Abril de 1974 e a expansão do consumo, com a generalização do acesso ao automóvel e à segunda habitação, ajudam a entender o processo de explosão urbanística que se deu em Armação de Pêra.

Uma parte da oferta de segunda habitação destinou-se a puro investimento pois a conjuntura favorecia a aposta no imobiliário em alternativa ao mercado bolsista e em especial ao aforro.

A câmara de Silves na ânsia de obter receita fácil incentivou esta mercearia do direito de construir, pelo primado do crescimento e urbanização e do direito individual do proprietário do solo, em os colocar no mercado no timing dos construtores e promotores imobiliários, sem ter em conta os aspectos mais elementares de transparência na gestão urbanística.
Vejamos como foi conduzido a implementação do Plano de pormenor de Armação de Pêra e como foi o mesmo implementado, os direitos dos proprietários não foi acautelado da mesma forma. Quem teve a “sorte” da sua parcela se localizar numa zona de alta densidade viu o valor da sua parcela valer milhões, se teve o “azar” de calhar no espaço verde a sua propriedade passou a valer tostões.
Porque é que a gestão do plano não seguiu o princípio de perequação que tinha permitido tornar equivalentes situações distintas através de compensações.
O resultado da falta de transparência foi a construção de uma massa de betão incaracterística, que acabou por absorver as construções mais emblemáticas da zona antiga.


Estamos em crise há sete anos, crise que se agravou há dois anos na sequência do colapso do Lehman Brothers, os mercados financeiros continuam instáveis e a recuperação que se iniciou em 2009 parece estar a abrandar.

A taxa de desemprego no Algarve que até há três anos atrás rondava os 5 %, supera actualmente os 10%.
Vamos continuar a seguir o modelo de crescimento económico que seguiu nas últimas décadas, baseado no consumo e no sector imobiliário? Que deu os resultados que todos conhecemos!

Se queremos ultrapassar esta crise e sustentar o nosso desenvolvimento necessitamos de pensar a longo prazo. Não podemos continuar a tomar decisões a pensar no próximo orçamento, e especialmente como de forma fácil e rápida podemos arrecadar mais receitas, para continuarmos a manter a mesma estrutura pesada, mas que não responde de forma eficiente aos problemas básicos que nos afectam.

Veja o caso da câmara de Silves que na última reunião aprovou o aumento do IMI para a taxa máxima, sem se preocupar em reduzir a despesa corrente. Como é possível pedir mais dinheiro ao contribuinte, quando não existe a preocupação de melhorar os serviços que deviam de ser prestados às populações.
A câmara de Silves cobra e bem por esses serviços mas em Armação de Pêra não presta esses serviços de forma eficaz.
Estamos todos lembrados com o que se passa com a recolha do lixo, com a forma como é gerido o sistema de drenagem, que com frequência e por falta dos investimentos necessários descarga os esgotos na ribeira. Uma escola que deveria ter sido projectada para receber todos os alunos do 1º ciclo mas onde não cabem todos os alunos, a falta dos espaços verdes entre outros.

É necessário fazer diferente para enfrentarmos este desafio de ajustamento estrutural que está a ser acompanhado por uma taxa de desemprego elevada.
É verdade que é mais fácil de dizer do que de fazer, mas as mudanças estruturais necessárias tem que ser efectuadas, temos que mudar a nossa estrutura económica, não podemos continuar a basear o nosso crescimento no consumo, no imobiliário e na energia barata.

O concelho de Silves que durante muito tempo liderou o cluster da indústria da cortiça e da metalomecânica transformou-se nas últimas décadas no cluster dos cafés e restaurantes.

Não é que os empregos industriais sejam os melhores, mas é necessário ter em consideração esta assimetria no processo de ajustamento estrutural. É relativamente fácil gerir uma mudança estrutural do sector industrial durante uma expansão do sector imobiliário. Mas é muito mais difícil voltar a recuperar a competitividade do sector industrial.

Vamos ver o que decide a Assembleia Municipal sobre o aumento da Taxa do IMI, terão os deputados eleitos a capacidade e discernimento, para propor medidas que coloquem as contas da câmara na linha?E apontar caminhos para dar um rumo a este concelho.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Silves:Contas da feira Medieval não bateram certo


A autarquia de Silves está a investigar eventual desvio de dinheiros das contas da edição deste ano da Feira Medieval de Silves...

Bandas em uníssono nacional ao som de A Portuguesa nas comemorações dos 100 anos da implantação da República


Todas as bandas filarmónicas do território nacional foram convidadas a festejar os 100 anos da Implantação da República Portuguesa.

No dia 5 de Outubro de 2010 às 10h30, todas as Bandas Filarmónicas do país, tocarão o Hino Nacional em uníssono e a Banda Filarmónica da Casa do Povo de Alcantarilha e Armação de Pêra é uma delas.

A República ameaçada

Por Baptista-Bastos

"SEM DISCURSOS NEM TROMBETAS, os inimigos da República tomaram o poder na sociedade. Na primeira linha, o dinheiro e a imagem. A sua aliança sucedeu ao trono e ao altar." Eis as primeiras frases de um texto notável, de que só agora tive conhecimento, e no qual o autor, o dr. Miguel Veiga, advogado e intelectual que vive no Porto, procede a uma análise do estado actual das coisas. Quando a cultura deixa de ser o paradigma da relação com o outro, a colectividade perde o lugar confluente onde se cruzam os preceitos éticos e estéticos que a justificam.

Diz Miguel Veiga: "Agravando a opulência pela notoriedade, multiplicando a desigualdade dos rendimentos pela da consideração pública, ela ataca os fundamentos do orgulho da República: o desinteresse e o anonimato que subordinam os interesses e as vaidades ao interesse geral. A República não é um regime político entre outros. É um ideal e um combate." O texto foi lido em Arcos de Valdevez, há menos de dois meses, numa homenagem a Mário Soares, e a sua importância reflexiva não mereceu, da imprensa a atenção necessária. A imprensa, cada vez mais abandonada à futilidade e ao pequeno escândalo, aumenta a hipótese repressiva da conduta política.

Essa conduta política repressiva expressa-se nas formas mais diversas. A última das quais, porventura, a da tentativa de alteração dos códigos constitucionais. Lembremos que o autor principal dessa revisão, proposta pelo dr. Passos Coelho, é um importante dirigente da Causa Real, Paulo Teixeira Pinto, ex-banqueiro, convertido aos fascínios da pintura e da edição. A tomada do poder, na sociedade, pelos inimigos da República, de que fala Miguel Veiga, não é uma metáfora. A lassitude com que assistimos à destruição dos princípios e dos padrões fundamentais da ideia republicana é sinal da nossa indolência moral. Antero chamou-lhe a "decadência da alma". É-nos imposto um novo modelo de desenvolvimento que desrespeita os tempos do homem e cria uma violência social destruidora da espontaneidade, da imaginação e da própria vida associativa. Nada fazemos para nos opor. E aceitamos a identidade dominante, rudemente aplicada, sem nos insurgirmos contra esse notório abuso de poder. Não é ingénua a leviandade com que muitos jornalistas portugueses aceitam este totalitarismo mascarado de democracia de superfície. A leviandade nunca é ingénua. E o silêncio da memória não protege o homem dos perigos que sobre ele impendem.

As ameaças à República são reais e corroem a identidade da democracia. É cada vez mais difícil reapropriarmo-nos das heranças legadas há um século. E cada vez mais fácil fomentar o mal-entendido que tem levado ao desleixo de cuidarmos dessas heranças.
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«DN» de 22 Set 10

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O ZÉ POVINHO

Por Maria Filomena Mónica

ESTOU A ESCREVER isto a 10 de Junho [2009], um feriado cuja origem caiu no esquecimento. Em 1880, um grupo de intelectuais decidiu mostrar ao mundo que Portugal era um país culto, como se provaria pela celebração, naquela data, do terceiro centenário da morte de Luís de Camões. Como é óbvio, o impacto na cena internacional foi nulo. Após a República, veio o decreto consagrando o ócio e, com o Estado Novo, a designação de Dia de Camões, de Portugal e da Raça. O actual regime manteve o feriado, alterando a designação para Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Não gostando de comemorações, muito menos de cariz nacionalista, optei por trabalhar como se nada fosse, do que resultou acabar o dia a pensar no Zé Povinho.

Cada país tem o símbolo que merece: a Inglaterra, o John Bull (um senhor rural e divertido), a França, a Marianne (uma mulher de seio revolucionário), a Alemanha, a Germânia (uma mocetona loira com uma espada na mão). Nós temos o Zé Povinho, nascido, pela pena de Rafael Bordalo Pinheiro, a 12 de Junho de 1875, no n.º 5 da revista A Lanterna Mágica. Ei-lo, no lado direito da imagem, coçando a cabeça, com ar apalermado. Dentro de um «trono», deparamo-nos com Fontes Pereira de Melo, a fazer de Santo António, tendo ao colo o rei D. Luís, como Menino Jesus. O pedinte é o ministro da Fazenda, Serpa Pimentel, com uma bandeja na mão, a fim de sacar moedas ao dito Zé. Não fosse o caldo entornar-se, está presente o Barão do Rio Zêzere, comandante da Guarda Municipal.

Poder-se-á pensar que, em 1875, o campónio estava a ser mais espoliado do que o costume. Não era o caso: depois de um triénio terrível, o de 1868/71, o país vivia dias bonançosos. As remessas dos emigrantes haviam recomeçado, a economia retomara o seu ritmo, a situação internacional acalmara. E, no entanto, nunca tantos intelectuais criticaram tanto o regime. É neste caldo de cultura que apareceu o Zé Povinho. Este foi evoluindo até acabar imortalizado na figura do saloio a fazer um manguito, a qual receberia a consagração derradeira sob a forma de uma escultura. O gesto tem sido interpretado como uma atitude corajosa, mas poucas coisas há mais desprezíveis do que um servo que, diante dos patrões, se curva, indo fazer manguitos para a cozinha.

A figura do Zé Povinho aparece noutras caricaturas, como a de 9 de Julho de 1880, publicada em O António Maria, na qual surge com uma albarda às costas. Dois anos depois, no Álbum das Glórias, a albarda está colocada no chão, podendo imaginar-se que alguém a voltará a colocar sobre o dorso popular. O texto que acompanha o desenho é de Ramalho Ortigão: «Como desenvolvimento, ele está pouco mais ou menos como se o tivessem desmamado ontem. De músculos, porém, de epiderme e de coiro, engrossou, endureceu e calejou como se quer, e, cumprindo com brio a missão que lhe cabe, ele paga e sua satisfatoriamente. De resto, dorme, reza e dá os vivas que são precisos.» Ramalho Ortigão, aliás a alma da festarola, declarava ambicionar ver o dia em que o Zé Povinho se transformasse em Povo.

O problema residia em que ninguém sabia o que este, o Povo, queria. Desde que não saísse das pocilgas que habitava, empunhando baionetas, ninguém dava a menor atenção às obscenidades a que, lá dentro, se entregava. Uma vez por outra, o Zé Povinho arregaçava as mangas, pegava num cacete e até corria um político a pontapé. Mas nunca o vemos tentando libertar-se da albarda. Leva, resmunga e amocha. O que não está sociologicamente errado. Um país rural pode conhecer, como conheceu, motins provocados pela fome, mas dificilmente dá origem a revoluções.

O regime monárquico só caiu, já Bordalo Pinheiro tinha morrido, quando a pequena burguesia urbana entrou em cena. Em 1910, após ter pedido a demissão do cargo de bibliotecário da Ajuda, por não querer engrossar «o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação», Ramalho Ortigão exilou-se em Paris. Afinal, o Povo não era aquilo com que tinha sonhado.

O que impressiona, ainda e sempre, é o facto de o Zé Povinho ser admirado. Feio, patego e bronco, representa o camponês no que este tem de mais grosseiro. Apesar de o governo lhe roubar os filhos para a tropa e de lhe arrecadar os tostões ganhos com o suor do seu rosto, o idiota continua a ostentar um sorriso alvar. A característica mais notória do símbolo nacional é, como se vê, a subserviência: não nos podemos orgulhar.

«GQ de Julho/Agosto 2009

No fim do Verão

Brigitte Bardot

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Novo Complexo Desportivo Armação de Pêra já é uma realidade?



Catorze meses após a assinatura do protocolo e das obras se terem iniciado no terreno, o sonho, ambicionado há muitos anos pela população, começa a ser uma realidade.



«O velho Estádio das Gaivotas vai finalmente ser substituído conforme se pode ver pela foto que nos foi enviada por Adelina Capelo em resposta ao post que publicamos.


O Complexo Desportivo, localizado a Norte da Vila, terá um dos maiores estádios da Europa. ao qual, segundo conseguimos apurar, será dado o nome de “catedral”, vamos lá saber porquê.

Sabemos também que o União Desportiva Messinense já não vai necessitar de se deslocar até Salir no Município vizinho, pois poderá jogar no nosso estádio.

Mais uma vez a Câmara de Silves, pela voz da sua Presidente Dra Isabel Soares, reconheceu o mérito do nosso clube que há 74 anos presta um serviço à comunidade e, declarou acreditar no actual projecto liderado por Fernando Serol, uma vez que, segundo a mesma, assenta em valores como a formação, o rigor e a qualidade.

Confirmam-se assim as palavras do nosso presidente Fernando Serol .
«Desta forma, estamos certos que desta vez é que o sonho se vai tornar realidade» e o Clube de Futebol «Os Armacenenses» poderá mudar daquela que é a sua casa há cerca de 30 anos - o velhinho Campo das Gaivotas - para uma instalação dotada de outras condições para a prática desportiva, e em particular, do futebol, já na fase inicial da próxima época desportiva.

IMI:Taxa máxima para os algozes sem nada em troca, por omissão do PS!

Já é um facto a taxa máxima para o IMI neste concelho!

A maioria do PSD na Câmara de Silves propôs, o PS absteve-se e assim se viu aprovada a taxa máxima para o IMI, que é para os prédios urbanos (0,7%), para os prédios urbanos avaliados (0,4%) e uma majoração de 30% para prédios urbanos degradados.

O PSD ao arrepio do que é a bandeira do seu líder nacional – a redução de impostos – encontra-se de tal modo enrascado na gestão do delapidado orçamento municipal, que, aparentemente, não lhe restava outro caminho que não aumentar por qualquer meio a receita.

Já o PS poderia ter feito mais. Muito mais!

A CDU acusa o despesismo e o parasitismo da politica da maioria e aponta o PS como aliado da mesma e por conseguinte fazendo-nos concluir que se encontra em sintonia com as concepções estruturantes daquela politica do PSD.

Custa-nos sempre compreender esta classe politica, mas mais difícil é de aceitarmos o seu comportamento, no contexto económico em que se encontra o país!

Quando o senso comum aconselha a redução da despesa como o caminho mais evidente e salutar para encontrar a redução do défice orçamental, insiste-se no aumento da receita como se a solução de “extorquir” mais receita ao cidadão-contribuinte não tivesse qualquer limite.

Naturalmente que a redução da despesa mexeria com muitos interesses instalados, na medida em que implicaria reformas sérias, mais racionalidade e eficiência.

Daria, por conseguinte, muito trabalho e implicaria competência bastante para tanto.

Activos estes em grande falta no mercado...

Ora, um partido como o PS, na posição em que se encontra na Câmara, tem poder bastante para negociar a sua abstenção face à proposta, pura e simples, de um aumento do IMI até ao limite.

Bem poderia exigir medidas sérias de redução da despesa para permitir que tal proposta de aumento exponencial do IMI passasse.

Certo é que tem poder suficiente para corrigir boa parte da asneirada desta maioria. Pelos vistos não quer – dando razão à CDU – ou não pode – por manifesta falta de arte para tanto-.

O PSD por seu lado bem poderia fazer acompanhar a sua proposta de outras medidas de redução da despesa, revelando um senso que realmente não tem tido, mas denotando alguma consciência e sobretudo responsabilidade face à situação económica e financeira do país.

Entretanto, nós cidadãos, assistimos a este espectáculo como se meros espectadores fossemos, como se nos fosse indiferente o resultado da competência ou incompetência, da responsabilidade ou da irresponsabilidade destes senhores que elegemos para representarem os nossos interesses, que são os únicos de que se deveriam ocupar.

sábado, 18 de setembro de 2010

Escola Básica 2/3 Dr. António da Costa Contreiras

Um ano lectivo que passou... outro que começa!
Trabalhar, de preferência com gosto, como fez a turma E do 6º ano, dá, habitualmente, bom resultado.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Só uma terra pensada e amada tem futuro!

Conservar os recursos naturais é a única forma de garantir que as próximas gerações venham a poder suprir as suas necessidades.



A câmara de Silves na ânsia de obter dinheiro fácil para a sua sobrevivência, sempre considerou esta freguesia como um bem inesgotável, nunca procurou criar os mecanismos para garantir o seu desenvolvimento sustentável, integrando o desenvolvimento económico, a qualidade de vida da sua população e o meio ambiente nas suas várias dimensões.



São inúmeras e facilmente verificáveis as disfunções existentes: aumento da dependência do automóvel particular, deterioração da qualidade do ar, expansão urbana em mancha de óleo ou destruição de zonas verdes e da faixa litoral.

O desenvolvimento de qualquer núcleo urbano deve respeitar os limites da sustentabilidade, ou seja, o desenvolvimento urbano deve ocorrer com “ordenação, sem caos e destruição, sem degradação, possibilitando uma vida urbana digna para todos”, desiderato que em Armação de Pêra não se verifica e, tudo indica que, por este caminho, nunca virá a verificar-se.


O “crescimento” do sector habitacional em Armação de Pêra apresenta padrões de desenvolvimento preocupantes.A expansão urbana, calculada através da análise da área impermeabilizada, teve um crescimento exponencial entre os anos 80 e 2000.

As decisões da administração tem ido num único sentido: arrecadar receita mesmo que para que isso se tenha de urbanizar todo o terreno disponível, ainda que esteja localizado em zonas ambientalmente sensíveis.

Esta administração tem cada vez maiores dificuldades em resolver os problemas mais básicos! Veja-se o que aconteceu este verão com as descargas dos esgotos na ribeira, cujas consequências todos conhecemos; da dificuldade em manter a vila limpa, ou da gestão ineficaz do estacionamento e mobilidade de quem cá habita ou nos visita ou, como a cereja no topo do bolo, a vergonhosa utilização do quadro eléctrico da Associação dos Pescadores com o único intuito de não pagar a energia consumida.

Nós, Armacenenses queremos que sejam adoptadas novas práticas, não queremos ser “governados” como objectos, queremos participar na escolha racional e colectiva de prioridades, na definição dos interesses públicos, que garantam a sustentabilidade para as gerações presentes e vindouras.

De facto, temos todos, o dever de preservar,senão melhorar, as condições de existência que recebemos. Este dever assenta no valor supremo que é a vida, é inegociável e insusceptível de interpretações ao bel prazer de interesses menores e conjunturais de políticos de pacotilha sem dimensão ou visão prospectiva ou empresários do risco nulo, da especulação e do lucro fácil!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Primeiro Festival Internacional de Literatura no Algarve também passa por Armação de Pêra

De 16 a 19 de Setembro, os amantes de todas as formas de literatura poderão juntar-se a esta festa da palavra escrita.

As línguas versadas serão Português, Inglês e Alemão, sendo que diversos autores famosos já aceitaram o convite para se deslocar ao Algarve e participar neste Festival, estando disponíveis para sessões de autógrafos e de leitura das suas obras, assim como para participar em workshops e palestras sobre a sua especialidade.

O Festival tomará lugar por todo o Algarve, de Tavira a Aljezur. Algumas das localizações já confirmadas são: Auditório Municipal de Lagoa e praça circundante; Casa Manuel Teixeira Gomes, em Portimão; Hotel Garbe (Holiday Inn), em Armação de Pêra; Quinta dos Vales, em Estombar; Hotel Hapimag, em Albufeira; e Museu de São Brás de Alportel.

A juntar a esta chance única de conviver de perto com autores e seus livros, o público terá ainda a oportunidade de participar em debates públicos, workshops e numa maratona de leitura.

Já alguma vez escreveu um poema? Se sim, então eis a sua oportunidade de se fazer ouvir e até de ser avaliado durante um concurso de dramatização de poemas. Nunca ouviu falar nesta modalidade ligada à poesia? Um concurso de dramatização de trabalhos de poesia é uma actividade com crescente popularidade e extremamente recreativa, que dá a oportunidade a poetas profissionais e amadores, assim como a meros leitores de poesia, de expor os seus trabalhos, ao vivo, perante uma audiência cuja avaliação será medida através do nível de aplauso.

O Festival não compreenderá apenas literatura, pois será também acompanhado de concertos, recitais e exibição de filmes, sendo que diversos hotéis e restaurantes se juntarão ao evento, organizando momentos gastronómicos onde autores poderão interagir directamente com o público e ler partes das suas obras num ambiente mais íntimo.

Quaisquer autores, poetas ou editores que se sintam identificados com este tipo de evento são benvindos, podendo contactar para o efeito a organizadora Barbara Fellgiebel, alfacult@gmail.com.

Mais informações sobre o Lit.ALGARVE poderão ser obtidas através do site www.alfacultura.com ou da página no Facebook, Lit.ALGARVE.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Armação de Pêra: Câmara de Silves e Junta de Freguesia dão “shows” à conta da Associação dos Pescadores

Através de ligação clandestina estabelecida por incertos e mantida por cúmplices dos amigos do alheio, involuntariamente e sem saber, a Associação de Pescadores, tem fornecido, gratuitamente, energia eléctrica para a realização de todos os eventos de Verão promovidos pela C. M. Silves e Junta de Freguesia, suportando os respectivos custos integralmente!

O caso veio a ser detectado quando os pescadores deram conta que não havia gelo produzido, necessário à sua faina, em resultado da falta de fornecimento electrico.

Com a intervenção da EDP foi descoberta uma ligação clandestina estabelecida directamente no quadro eléctrico da Associação, que subtraía energia para fins que não eram os da Associação de Pescadores.

A energia subtraída excede a capacidade daquele quadro, razão pela qual, por diversas vezes e sobretudo no mês de Agosto, as fases daquele equipamento queimam, "indo abaixo".

Tais circunstâncias podem/devem determinar a abertura de um auto, cujo resultado consiste numa multa de €7.000,00 (Sete mil euros).

Os elementos da EDP informaram na ocasião que já existiram outras intervenções, decorrentes das mesmas circunstâncias, o que não poderia continuar a dar-se sem que viesse a ser levantado o auto respectivo.

Deste modo a Associação de Pescadores, para além de ter pago os consumos relativos aos eventos promovidos pela Câmara Municipal de Silves e Junta de Freguesia e de estarem a correr o risco de uma multa de sete mil euros, ainda se vêem confrontados com a falta de gelo para o seu trabalho, em consequência do abuso verificado que conduz à queima das fase do quadro eléctrico.

Nenhum dos responsáveis pela realização dos eventos poderá invocar o desconhecimento desta situação.

De facto sabem muito bem que a realização das suas promoções carece de energia eléctrica e sabem muito bem de onde ela vem e sobretudo que não a pagam a ninguém!

Sabem também que a energia eléctrica não anda por aí à espera que alguém a apanhe...

Lamentável comportamento de gente que, ainda que não tenha qualquer consideração pelos seus concidadão - o que só por aqui fica demonstrado - sabe muito bem que é paga para os respeitar.

Revelam por isso défices graves, desde logo um défice de honestidade, depois um défice comunitário e por fim um escandaloso défice democrático.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Opinião

Por João Paulo Guerra

EM PORTUGAL não haverá propriamente uma opinião pública, apesar da democracia já ter duplicado a idade adulta.

Há uma opinião publicada, que vai da colaboração regular na imprensa ao universo dos blogues e das redes sociais e que varia entre a absoluta independência e o press release. Claro que não incluo aqui o vómito anónimo e cobarde dos comentários na Internet. E há depois minorias ruidosas que se manifestam geralmente em frente de câmaras de televisão por modalidades diversas de exibicionismo. E as antigas maiorias silenciosas - que não se manifestavam por medo - estão hoje reduzidas ao estado amorfo de maiorias indiferentes. São aquelas maiorias que o mundo e as sociedades podem estar a desabar que querem lá saber.

O processo da Casa Pia - com o drama real de vítimas de abusos sexuais, tal como o drama possível de eventuais vítimas de erros judiciários - só excita a sociedade pelo número de anos de prisão decidido em relação ao cabeça de cartaz do caso e pela efectividade do cumprimento da pena. Entretanto, com a publicação das sentenças e os trâmites que vão seguir-se nos próximos anos, há um aspecto que parece não incomodar a sociedade - e em alguns casos parece mesmo aliviar alguns sectores -, embora seja a única certeza que sai de toda esta trama: este processo vai enterrar sem castigo décadas de abusos sexuais na Casa Pia, alguns dos quais referidos mas não investigados. O único responsável da Casa Pia julgado exerceu funções durante poucos meses e já depois da denúncia do caso. A responsabilidade da instituição, dos dirigentes e das respectivas tutelas vai caducar, com a crucificação de um protagonista e de cinco figurantes.

Entretanto, a "opinião pública" passeia-se nos corredores dos centros comerciais.
(in: Blog Sorumbático)

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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Património Natural

Algarve