O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

De quantos diagnósticos precisamos para atingir uma terapia?



Registámos um comentário recente de um visitante “técnico (quase superior) de lazer”, que nos trouxe um texto, para nós revelação, atribuído a Miguel Torga e datado de 1961.

Não é que seja inédito lerem-se textos de uma atualidade impressionante, escritos por portugueses de grande qualidade, referencias da nossa cultura, grandes conhecedores da natureza deste povo a que pertencemos.

Diz-se que estamos plenos de diagnósticos e que o que é mesmo urgente são as terapias. Considerando que aqueles nunca serão demais, pensamos que as terapias são possíveis pois um povo que suporta esta governação está certamente disponível e cooperante para qualquer outro caminho que conduza os destinos comuns a um outro porto.


Então, Miguel Torga terá escrito:

PORTUGAL É UM FENÓMENO CURIOSO:

"SOMOS SOCIALMENTE UMA COMUNIDADE PACIFICA DE REVOLTADOS!

E terá explicado porquê:

O PAIS ERGUE-SE INDIGNADO, MOUREJA O DIA INTEIRO INDIGNADO,COME BEBE E DIVERTE-SE INDIGNADO,MAS NÃO PASSA DISTO. AO POVO FALTA-LHE O ROMANTISMO DA AGRESSÃO!"

Afirmação que terá sido proferida em Chaves pelos 17 de Setembro de 1961. Nada mais actual, dizemos nós!

Sem comentários:

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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