O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 25 de maio de 2013

Novos consumidores, europeus, para salvar o mercado e a economia!


Os reformados de França, sejam eles portugueses ou franceses, são o alvo central da segunda edição do salão do imobiliário e do turismo português, que decorre desde ontem no parque de exposições de Paris, na Porte de Versailles.

"Fizemos um grande esforço na promoção deste evento em França e notamos de facto um grande interesse da parte das pessoas que estão à beira da reforma, que querem aproveitar as oportunidades da nova Lei fiscal portuguesa, que lhes permite fugir completamente ao imposto sobre as suas pensões francesas de reforma", explica ao Expresso Carlos Vinhas Pereira, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP).

No salão, estão presentes diversos promotores imobiliários portugueses. "As pessoas estão muito interessadas na compra de casas e apartamentos portugueses porque os preços estão muito baixos", acrescenta Vinhas Pereira.

Os preços baixos do setor, aliados aos benefícios fiscais concedidos aos reformados franceses, são de facto o principal motivo que está a atrair os parisienses ao salão. "Para fugirem ao imposto sobre os rendimentos das suas reformas francesas basta que os portugueses e os franceses nessa situação residam 183 dias por ano em Portugal, mesmo que não seja de forma consecutiva", explica o Presidente da CCIPF.  

"Cereja sobre o bolo"

"Portugal está a duas horas de avião de Paris, tem Sol, bom clima, belas praias e qualidade de vida, preços baratos na alimentação... e a desfiscalização das reformas é a cereja sobre o bolo para as pessoas que recebem uma pensão da França, porque elas vão conseguir, sem dúvida alguma, viver bem melhor em Portugal do que em França", acrescenta José Trovão, empresário e administrador da CCIPF.

O CCIPF considera ser este o momento ideal para promover os investimentos no imobiliário em Portugal. "Os franceses estavam habituados a efetuar investimentos deste género por exemplo na Tunísia e em Marrocos mas, devido aos problemas que esses países conhecem atualmente, Portugal deve aproveitar este trunfo", explica José Trovão.

No salão, são fornecidos conselhos jurídicos aos potenciais clientes e também a banca está presente. "Será agora necessário que, depois do salão, a oferta seja promovida em França, pelas autoridades portuguesas, de forma continuada e que não se fique apenas por este evento", diz ao Expresso Madalena de Sá da Bandeira, diretora do "departamento dos particulares" no Banco Espírito Santo.

Além das casas, o salão propõe igualmente ofertas turísticas em Portugal, com algumas novidades supreendentes, como por exemplo uma promoção do concelho da Golegã ou da alentejana Herdade da Bombeira, cujo stand é o único que oferece provas das suas melhores reservas de vinho e é, por isso, um dos mais concorridos do acontecimento.
In Expresso, 25.05.13

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