O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

DO QUE NÓS GOSTÁVAMOS!.....

Gostávamos que o sistema democrático e partidário do nosso pais fosse sólido, harmonioso, bem estruturado e visasse no essencial servir o pais, a república e os seus cidadãos, propiciando a participação dos cidadãos e estimulasse a geração de uma classe politica de elevada competência e nível de responsabilidade social.

Gostávamos que os cidadãos do nosso pais soubessem exigir à classe politica a satisfação das expectativas que geram, o cumprimento de todas as obrigações que assumem por inerência dos respectivos cargos ou por promessas feitas, a realização de todos os direitos de que gozam perante a lei e a administração, como condição prévia para o cumprimento rigoroso de todas as suas obrigações resultantes do contrato social e contrato de cidadania.

Gostávamos que as elites sociais, económicas e culturais do nosso pais estivessem à sua altura e justificassem plenamente a sua qualificação como tal, designadamente concebendo e executando relevantes programas de desenvolvimento estratégico para Portugal.

Gostávamos que no nosso pais se concebessem e executassem reformas tendentes a fazer evoluir as estruturas do antigo estado instrumento autocrático que persistem, para um estado-dos-cidadãos.

Gostávamos que no nosso pais governassem Estadistas, porque queremos que o executivo governe para uma geração e não só para uma legislatura, na mira duma reeleição.

Gostávamos de políticas capazes de gerar consensos que, pela sua importância e mérito “percorressem” legislaturas sobre legislaturas e, suficientemente divulgadas, estimulassem os seus destinatários para melhor se atingirem os seus desideratos.

Gostávamos que alguns sectores, por o serem e sem prejuízo do desenvolvimento de quaisquer outros, fossem declarados prioritários e por isso, fossem objecto de uma concentração específica por parte do governo, que lançasse as bases regulamentares com carácter de estabilidade, que a todos permitissem organizar os seus investimentos com segurança e previsibilidade.

Gostávamos que o nosso pais fosse bem administrado por Estadistas competentes, zelosos e prudentes, através de uma administração pública eficiente sob suas ordens ao serviço da comunidade dos cidadãos.

Gostávamos de uma administração transparente e participativa que aportasse a todos os cidadãos a certeza de que, enfermada de valores e princípios, não é instrumentalizada por interesses particulares, é exercida com justiça, equidade, adequação e proporcionalidade, encontrando-se ao serviço daqueles, da economia e do bom senso e não para justificação da sua existência própria, conservação e sustentabilidade.

Gostávamos de uma administração pública que usasse da autoridade legalmente atribuída somente quando se torna necessário e nunca do autoritarismo que não consta de qualquer atribuição ou competência legalmente prevista.

Gostávamos que o nosso pais fosse sustentável, económica e ambientalmente, onde os seus cidadãos gostassem de viver e suportassem com as suas contribuições fiscais a despesa estritamente necessária, executada com elevado grau de eficiência e adequação, proporcionada à riqueza que o pais consegue gerar, estabelecida com base em critérios de proporcionalidade, optimização, oportunidade, adequação, sustentabilidade e desenvolvimento estratégico.

Gostávamos que o nosso pais constituísse, depois de ter evidenciado sérias dúvidas sobre a sua capacidade para ser independente, um exemplo de sustentabilidade económica em democracia, mesmo inserido num mercado global.

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