“Em vias de abandonar o cargo de presidente de câmara poderá estar também Isabel Soares, de 58 anos, que desde 1997 lidera os destinos de Silves. No dia 5 de Novembro, tudo indica que será empossada como vogal executivo da Águas do Algarve. Ganha actualmente um valor semelhante ao de Desidério (nota da redacção: 2.500,00/mês). Passará a receber mensalmente, em termos globais, cerca de 4500 euros (salário, ajudas e subsídios). Tem direito a um BMW 318TD e poderá gastar cerca de 2000 euros por ano em telemóvel. “ in Correio da Manhã.
Diante desta noticia muitos cidadãos se questionam: terá sido a sua gestão, à frente dos destinos da autarquia silvense, exemplar? Sim porque só nesse pressuposto (o qual não se verifica porquanto lá deixa uma das maiores dividas autárquicas ao nível nacional) se poderia justificar vir a ser convidada para administradora, e logo executiva, das Águas do Algarve.
Alguns autarcas, daqueles que se mantêm no cargo para que se candidataram e foram eleitos durante todo o mandato, insistem em cumprir os seus mandatos em respeito pelos que os elegeram, o que, de resto, é exigível com exclusão dos casos de força maior, outros, pura e simplesmente, não!
Os mandatos da classe política, em geral, não são um encargo moral muito pesado para essa gente. A relação que se estabelece entre eleitos e eleitores é substancialmente resultado de uma interpretação perversa sobre o que é o mandato: passam logo de mandatários a mandantes! Depois de eleitos, não tarda até que os eleitores, para aqueles, não passem de um lote de espectadores surdos e mudos a quem não se prestam contas, duma ignorância atros e sem possibilidades de contribuírem para qualquer solução, constituem um problema. Numa palavra, velha do séc. 19 e da autoria de D. Carlos I, uma piolheira.
Para
alguns cidadãos mais ingênuos, mais que o prémio representado pelo aumento do salário,
ficou a surpresa acerca de tal nomeação. Na verdade, face às tão ameaçadoras
medidas de refundação do Estado e às razões graves que as “justificam” ainda
acreditaram que Gaspassos tivesse ousado refundar, ainda que mais pela via da
inevitabilidade imposta pela crise ou mesmo pela Merkl, do que por um revolucionário
corte nas práticas perversas da classe a que pertencem, a razão primeira da
crise do Estado: o compadrio, a cunha, o pagamento de favores políticos, que
conduziu à sobrelotação da administração pública directa ou indirecta (empresas
públicas) que importa, com as prestações sociais, em 76% do orçamento do lado
da despesa.
Mas
enganaram-se. Aí não há qualquer refundação pois as práticas continuam as
mesmas!
Ao que nos diz respeito, concelho de Silves, não nos parece que percamos muito – de facto a senhora presidente, apesar de sucessivamente reeleita, nunca foi pessoa de deixar, pelo obra feita, muitas saudades – mas, apesar de tudo, a ser substituída pelo snr. Vice-Presidente, consideramos que, segundo fontes próximas: “com a rédea solta, aquele senhor não tardará em mostrar-nos o pior do “soarismo” local, de má memória”. Aguardemos para ver, como diz o cego.
Mas...para já, para já, atentas as actuais atribulações da economia nacional, pública, privada ou mista: As Águas do Algarve que se cuidem...
4 comentários:
A inveja é pecado!
Uma pessoa por se ter dedicado à causa pública durante anos, não pode exercer outra profissão?
Instaurado inquérito na Câmara de Silves a pedido do PS
Os vereadores do PS e do PSD na Câmara de Silves aprovaram a proposta dos socialistas que compromete o executivo permanente social democrata a efetuar a devolução do valor que o município foi condenado a pagar à Sociedade Morgado da Lameira SA ,que ronda o meio milhão de euros, no decorrer do presente mandato, levando assim tal valor ao Orçamento camarário de 2013.
Além desta proposta, os vereadores do PS, «querendo apurar responsabilidades pela inércia do executivo permanente, defenderam a instauração de um Inquérito para apuramento do que efetivamente se passou, nomeadamente a razão do município não ter contestado, nem recorrido da sentença, contrariando os pareceres de todos os técnicos superiores da autarquia», afirmam os socialistas em comunicado.
Esta proposta foi aprovada por unanimidade, tendo o vice-presidente ficado de apresentar três nomes para a vereação poder escolher o instrutor do inquérito.
A concluir, afirma o PS/Silves esperar «que a resolução deste processo seja célere e conclusiva, para que a culpa não morra solteira, ainda mais por estar em causa uma verba significativa e se tratar de fundos públicos».
Dedicação à causa pública? brincadeira!
Dedicou-se à causa própria, melhor que continuar professora.
Brincamos,não?!
Não é outra profissão. É um tacho arranjado pelo partido, qual maçonaria não secreta.É uma vergonha e um descaramento total. Se "refundar" o Estado é isto, então continuaremos a "afundar". Não há partido político em Portugal capaz de dar lições de moral aos pacíficos portugueses,os restantes. Nem o pseudo Robin dos Bosques e bastonário da Ordem dos Advogados, o sr. Marinho Pinto. Tão rápido a condenar este governo como a perdoar o governo do Sócrates. Precisávamos de um "reset" total à classe política e desmamá-los. Desmamar deputados, administradores, institutos, banco de Portugal, observatórios,fundações, desmamar também Mário Soares com muita garganta (apesar da idade, está em forma)mas que mamou e mama a sério.
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