O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O crescimento económico tal como o conhecemos: no fio da navalha!


As Nações Unidas para um cenário de médio crescimento estimam que a população mundial que hoje ronda os 6,5 mil milhões atinja nos próximos 40 anos os 9 mil milhões de habitantes este crescimento populacional incidirá sobretudo nos países menos desenvolvidos.

A classe média mundial também tem vindo a aumentar particularmente nas economias emergentes, a depleção de energia (petróleo), as mudanças climáticas que estão a perturbar o ciclo hidrológico da água e os efeitos da rápida urbanização, tem provocado uma pressão insustentável sobre os recursos naturais disponíveis. Para termos uma noção do problema, em 2000 a população mundial era de quatro vezes maior do que em 1900, mas utilizava 16 vezes mais recursos.

Consumindo os países desenvolvidos muito acima das possibilidades do planeta e procurando os países em vias de desenvolvimento recuperar o seu atraso, a capacidade, que os ecossistemas têm de produzir materiais biológicos úteis, e em simultâneo a de absorverem os resíduos gerados pela actividade do ser humano, não será suficiente para sustentar o crescimento e os recursos existentes, incluindo a água, esgotar-se-ão rapidamente.

O modelo de desenvolvimento que temos seguido baseia-se na perspectiva de que os recursos naturais e especialmente os energéticos eram infinitos e baratos. Já todos percebemos e sentimos que isso não é verdade, a energia “barata” baseada nos hidrocarbonetos especialmente o petróleo tem os dias contados e as energias provenientes de outras fontes, representam neste momento só cerca de 17% do total da energia utilizada a nível mundial.

Tradicionalmente a riqueza dum país ou região é medido através do Produto Interno Bruto (PIB), este indicador pode medir a riqueza de um país ou região, mas não consegue avaliar problemas com o congestionamento ou a poluição, subprodutos do PIB.

Estamos sobre o fio da navalha, não será possível manter por mais tempo este tipo de crescimento infinito num planeta finito, porque os combustíveis fósseis e muitos minerais estão a esgotar-se e menos energia implica menos actividade económica. Por outro lado os impactes provocados no ambiente, devido à extracção ou ao uso desses recursos, incluindo a queima dos combustíveis fósseis tem provocado um aumento significativo nos custos, devido aos esforços que são feitos para os evitar e na reparação de estragos provocados por eventos extremos que são hoje cada vez mais frequentes.

O sistema financeiro não foi capaz de se ajustar a esta realidade, onde à escassez de recursos e o aumento dos custos ambientais são hoje uma certeza. Demonstrou também uma incapacidade intolerável para lidar com a dívida que se acumulou ao longo das últimas décadas.

Neste paradigma por muito que não queiramos interiorizar é hoje uma realidade, o petróleo barato acabou e como a nossa economia funciona essencialmente com petróleo, entramos num túnel, onde dificilmente e com este modelo de desenvolvimento se verá uma luz lá no fundo.

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